As bactérias que controlam seu cérebro:bwin3
Mas e se elas também tivessem uma ligação com as nossas mentes?
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Fim do Matérias recomendadas
Em nosso novo livro, Are You Thinking Clearly? 29 Reasons You Aren’t and What to Do About It (“Você está pensando com clareza? 29 razões pelas quais você não está e o que fazer a respeito”,bwin3tradução livre), exploramos as dezenasbwin3fatores internos e externos que afetam e interferem na forma como pensamos – da nossa genética, personalidade e tendências até a tecnologia, publicidade e a linguagem.
E o fato é que os micro-organismos que habitam o corpo humano podem ter controle surpreendente sobre nossos cérebros.
O início das pesquisas
Ao longo das últimas décadas, pesquisadores começaram a encontrar evidências curiosas, convincentes e às vezes controversas que indicam que liberar nutrientes da nossa alimentação para o cérebro não é a única formabwin3que a microbiota intestinal ajuda a manter nossa cabeçabwin3perfeita ordem e funcionamento. Ela pode ajudar também a moldar os pensamentos e nosso comportamento.
Essas descobertas podem reforçar nossa compreensão e trazer novos tratamentos para uma sériebwin3transtornos mentais, como a depressão, a ansiedade e até a esquizofrenia.
O quadro ainda está muito longebwin3ser completo, mas,bwin3meio à pandemiabwin3covid-19, que prejudicou a saúde mental das pessoasbwin3muitas partes do mundo, resolver este quebra-cabeça pode ser mais importante do que nunca.
Uma das histórias que deram origem a este campobwin3pesquisa ocorreubwin3uma regiãobwin3natureza selvagem dos Estados Unidos – e alertamos quebwin3leitura pode revirar o estômagobwin3algumas pessoas.
O ano era 1822. Um jovem comerciante chamado Alexis St. Martin estava descansando ao ladobwin3um posto comercial no que hoje se conhece como ilhabwin3Mackinac, no atual Estadobwin3Michigan, quando um mosquete disparou acidentalmente ao lado dele. O tiro o atingiu a menosbwin390 cmbwin3distância.
O impacto foi tão forte que parte dos pulmões, do estômago e boa parte do café da manhã daquele dia saíram pela perfuração que a bala abriu no lado esquerdo do seu corpo.
A morte parecia certa, mas um cirurgião do exército chamado William Beaumont saiu ao resgate e salvou a vidabwin3St. Martin, depoisbwin3quase um ano e diversas cirurgias.
Beaumont não conseguiu, contudo, cicatrizar um buraco que havia se formado no estômago do paciente. A fístula permaneceu como uma herança sombria e perene do acidente.
Como o médico não erabwin3deixar passar uma boa oportunidade, mesmo que desagradável, percebendo que o buraco abria uma janela única para se observar o intestino humano, ele passou anos estudando as complexidades do processo digestivobwin3St. Martin.
Não se sabe ao certo o graubwin3disposição do paciente para atuar como voluntário, já que Beaumont o contratou como empregado enquanto conduzia suas pesquisas. Era um acordo obscuro que, com quase total certeza, não seria considerado ético hojebwin3dia.
De qualquer forma, entre as descobertas feitas pelo profissional durante seus estudos, ele percebeu que o intestino era afetado pelas emoçõesbwin3St. Martin, como a raiva.
Com esta descoberta, Beaumont – que ficaria conhecido como o “pai da fisiologia gástrica” – teve a ideiabwin3que havia um “eixo entre o intestino e o cérebro”, ou seja, que o cérebro e o intestino não eram totalmente independentes entre si, mas que eles interagiam, com um influenciando o outro e vice-versa.
E, atualmente, sabemos que os micro-organismos do nosso intestino tornam este processo ainda mais complexo e extraordinário.
'Amigos com benefícios'
“Cada vez mais pesquisas revelam que o microbioma intestinal pode influenciar o cérebro e o comportamentobwin3uma sériebwin3animais diferentes”, afirma Elaine Hsiao, professorabwin3fisiologia e biologia integrativa da Universidade da Califórniabwin3Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos.
A forma exata como nossa microbiota pode influenciar a mente é um campo ainda relativamente novo, pioneiro ebwin3crescimento. Mas tem havido avanços nos últimos 20 anos, particularmentebwin3animais.
E estão sendo lentamente construídas evidências que indicam que esses micro-organismos não são apenas uma parte vital do nosso corpo físico, mas tambémbwin3nossas dimensões mental e emocional.
Para John Cryan, “na medicina, nossa tendência é dividir o corpobwin3compartimentos. Por isso, quando falamos sobre questões do cérebro, costumamos pensar do pescoço para cima”.
“Mas precisamos enquadrar as coisas segundo a evolução. É importante lembrar que os micróbios estavam aqui antes que os seres humanos existissem. Por isso, nós evoluímos com esses ‘amigos com benefícios’. Nunca houve uma épocabwin3que o cérebro existisse sem os sinais provenientes dos micróbios.”
“E se esses sinais fossem realmente importantes para definir como nos sentimos, como nos comportamos e como agimos? Será que poderíamos modular esses micróbiosbwin3forma terapêutica para melhorar o pensamento, o comportamento e a saúde do cérebro?”, questiona Cryan.
Elaine Hsiao é uma das principais estudiosas deste campo. Seu laboratório na UCLA estudou o papel que esses micro-organismos podem desempenharbwin3diversos processos, desde o desenvolvimento do cérebro dos fetos até a cognição e condições neurológicas como a epilepsia e a depressão. Ela também investiga como esses micróbios podem influenciar o nosso cérebro e o nosso pensamento.
“Micróbios específicos do intestino podem modular o sistema imunológicobwin3forma a causar impacto sobre o cérebro e também produzir moléculas que sinalizem diretamente aos neurônios para que regulembwin3atividade”, explica ela.
“Descobrimos que os micróbios intestinais podem regular o desenvolvimento inicial dos neurônios e gerar impactos duradouros sobre os circuitos cerebrais e o comportamento”, prossegue Hsiao. “Também descobrimos que,bwin3escalasbwin3tempo menores, os micróbios do intestino podem regular a produçãobwin3substâncias bioquímicas, como a serotonina, que estimula ativamente a atividade neuronal.”
De fato, pesquisas indicam que nossos micróbios podem comunicar-se com o cérebro por diversos caminhos, desde a imunidade até as substâncias bioquímicas.
Outro candidato é o nervo vago, que age como “conexãobwin3internet” super rápida entre o nosso cérebro e os órgãos internos, incluindo o intestino.
A bactéria Lactobacillus rhamnosus JB1, por exemplo, aparentemente melhora o ânimobwin3camundongos ansiosos e deprimidos. Mas este efeito benéfico é eliminado quando os sinais que viajam ao longo do nervo vago são bloqueados, o que sugere que ele pode ser usado como trajetobwin3comunicação pela bactéria.
Muitas das pesquisas neste campo são realizadasbwin3camundongos e outros pequenos animais. E os camundongos, é claro, não são humanos.
Mas, considerando as surpreendentes complexidades do estabelecimentobwin3causalidade entre os sinais microbianos e as mudanças do pensamento e do comportamento humano, estudos com animais forneceram ideias fascinantes sobre as estranhas interações entre as bactérias e o cérebro.
Pesquisas indicam, por exemplo, que ratos e camundongos “sem germes” (ou seja, sem microbiota, por terem sido criadosbwin3condições estéreis) são mais propensos à ansiedade e menos sociáveis que os animais com a microbiota intacta.
Os camundongos desprovidosbwin3micro-organismos e os que receberam antibióticos também são mais hiperativos, dispostos a comportamentosbwin3risco e têm menos capacidadebwin3aprendizado ou memória. Os antibióticos, que podem reduzir a microbiotabwin3animais, também reduzem a formaçãobwin3cardumesbwin3peixes-zebra, que é amplificada pelos probióticos.
Novamente, é preciso ressaltar que o cérebro humano é imensamente mais complexo que o dos roedores ou dos peixes, mas existem similaridades que podem permitir a formulaçãobwin3algumas hipóteses.
Faz sentido que as bactérias, independentementebwin3onde viverem, possam beneficiar-sebwin3ajudar seus hospedeiros a serem mais sociáveis e menos ansiosos. Quando interagimos com outras pessoas, por exemplo, ajudamos nossas bactérias a espalhar-se.
E, estejam elas ou não realmente puxando nossos cordões como se fôssemos uma marionete, é do interesse evolutivo dos micróbios fazer com que seu ambiente seja o mais favorável possível à sobrevivência.
Mas esses micróbios comunicativos, peixes-zebra que formam comunidades e camundongos amistosos realmente importam? Esperamos que sim, segundo os pesquisadores. Afinal, a melhor compreensão destes processos pode trazer novos e inovadores tratamentos para uma sériebwin3condiçõesbwin3saúde mental.
Os ‘psicobióticos’
“Nós cunhamos o termo ‘psicobióticos’ para intervenções [com base na microbiota] que apresentam efeito benéfico para o cérebro humano”, explica Cryan. “E estão surgindo cada vez mais abordagens psicobióticas.”
É claro que há ressalvas. Embora algumas linhagensbwin3bactérias aparentemente tenham efeitos positivos sobre a mente humana, muitas outras não têm e os pesquisadores precisam estabelecer definitivamente como e por quê.
Os seres humanos são imprevisivelmente complexos. E, quando o assunto é o pensamento e a saúde mental, existem incontáveis fatoresbwin3jogo, que incluem desde a genética e a personalidade até o ambiente à nossa volta.
“Precisamosbwin3muito mais estudosbwin3larga escala com seres humanos para considerar essas diferenças individuais”, afirma Cryan. “E talvez nem todos reajam da mesma forma a uma bactéria específica, já que cada pessoa terá uma microbiota básica levemente diferente.”
Restrições à parte, novas pesquisas podem aumentar nossa esperança.
“A boa notícia é que você pode mudar abwin3microbiota, enquanto não há muito o que fazer para mudarbwin3genética, a não ser culpar seus pais e seus avós”, explica Cryan.
“O fatobwin3que você pode modificarbwin3microbiota pode dar a você controle sobrebwin3própria situaçãobwin3saúde.”
De fato, suplementos pró e prebióticos, mudanças simplesbwin3alimentação, como comer mais fibras e alimentos fermentados – além, talvez, da meditação –, podem ajudar a mudar nossa microbiotabwin3forma a beneficiar as nossas mentes.
O professor Philip Burnet, do Departamentobwin3Psiquiatria da Universidadebwin3Oxford, no Reino Unido, salienta que muitos transtornos mentais foram associadas a mudanças da microbiota.
Muitas vezes, esse desequilíbrio ou “disbiose” é caracterizado pela redução da quantidadebwin3certas bactérias, particularmente as que produzem ácidos graxosbwin3cadeia curta (como butirato, que se acredita melhorar as funções cerebrais) quando decompõem as fibras no intestino.
De fato,bwin32019, um estudo da microbióloga Mireia Valles-Colomer, que, na época, estava na Universidade KUbwin3Leuven, na Bélgica, e seus colegas encontrou correlação entre a quantidade dessas bactérias produtorasbwin3butirato e o bem-estar.
Especificamente, os pesquisadores indicaram no estudo que “as bactérias produtorasbwin3butirato Faecalibacterium e Coprococcus foram consistentemente associadas à maior qualidadebwin3indicadoresbwin3vida. Em conjunto com Dialister, Coprococcus spp. o volume desses micro-organismos foi reduzido significativamentebwin3quadrosbwin3depressão, mesmo depoisbwin3corrigidos [no estudo] os efeitosbwin3antidepressivos.”
Os estudosbwin3seres humanos sobre a comunicação entre o intestino, o cérebro e a microbiota ainda são relativamente poucos e distantes entre si. Burnet aconselha cautela.
“Não se sabe se esses níveis alteradosbwin3bactérias intestinais causam queda do humor ou se os númerosbwin3micróbios mudam porque as pessoas deprimidas podem alterar seus hábitosbwin3alimentação ou comer menos”, reflete ele.
Mas ele vem explorando como os prebióticos (que incentivam as bactérias a crescer) e os probióticos (bactérias vivas) poderão, um dia, ser usados como psicobióticos para nutrir populaçõesbwin3bactérias “boas” e tratarbwin3uma sériebwin3condiçõesbwin3saúde mental.
Em um estudobwin32019, por exemplo, Burnet, a psicóloga portuguesa Rita Baião (também da Universidadebwin3Oxford) e seus colegas fizeram algumas descobertas particularmente interessantes.
Embora o estudo fosse financiado por uma empresa fabricantebwin3bactérias probióticas, foi realizado um teste aleatorizado, duplo cego e controlado com placebo – considerado o padrão-ouro dos projetosbwin3estudos, no qual nem os participantes, nem os pesquisadores, sabem quem está recebendo o tratamento ou não.
Os pesquisadores investigaram o efeito que um probióticobwin3múltiplas espécies poderia ter sobre o processamento emocional e a cogniçãobwin3pessoas com depressão suave a moderada. Mas o estudo também monitorou seu humor antes e depois do experimento, utilizando o Questionáriobwin3Saúde do Paciente 9 (PHQ-9, na siglabwin3inglês), que mede o graubwin3depressão.
Os participantes não estavam tomando nenhuma outra medicação e receberam um placebo ou um probiótico comercialmente disponível, que continha 14 espéciesbwin3bactérias, incluindo Bacillus subtilis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium breve e Bifidobacterium infantis, por quatro semanas.
Os resultados foram fascinantes. Os participantes que tomaram o probiótico experimentaram melhoria subjetiva significativa do humorbwin3comparação com o grupo que tomou placebo. Essencialmente, eles ficaram menos deprimidos, segundo o PHQ-9. Não foram observadas mudanças dos níveisbwin3ansiedade dos participantes, que também foram medidos.
Este foi um estudo breve e pequeno (71 participantes) e novas pesquisas são necessárias para comprovar a causalidade. Mas, para Burnet, é uma indicação inicialbwin3que os “psicobióticos”, um dia, podem ser um tratamento útil para as pessoas que sofrembwin3depressão, particularmente as que relutam a buscar assistência médica ou tomar antidepressivos tradicionais.
Psicobióticos como complementos
Os psicobióticos, na verdade, não irão substituir os medicamentos existentes, mas podem, um dia, ser úteis como complementos.
“Eles não vão fazer ninguém se sentir mais feliz”, afirma Burnet, mas os probióticos, um dia, podem complementar os tratamentosbwin3saúde mental já estabelecidos.
“Só o tempo dirá se teremos psicobióticos”, segundo ele. “Mas o campo realmente está avançando... Esta áreabwin3pesquisa é dominada pelos estudos com animais,bwin3forma que precisamosbwin3mais estudos com seres humanos, com maior númerobwin3participantes.”
O potencial dos psicobióticos vem capturando a imaginação das pessoas. “Nós também atraímos muito interesse do público”, acrescenta Burnet.
Para ele, “as pessoas estão extremamente interessadasbwin3manterbwin3saúde e bem-estar com suplementos naturais e incentivar o cultivobwin3bactérias boas para ajudar a saúde mental capturou a imaginação do públicobwin3geral. Especialmente agora, com as pessoas mais ansiosas e deprimidas devido à pandemia.”
Com Amy Chia-Ching Kao e outros, Burnet também pesquisou o papel que esses micro-organismos podem desempenhar na psicose e se os prebióticos (que ajudam a promover o crescimento das bactérias no intestino) podem ajudar as pessoas com essa condição a pensar com mais clareza.
Muitas pessoas sabem que a psicose pode causar alucinações, delírios e distanciamento da realidade. Mas as pessoas com psicose, muitas vezes, também enfrentam dificuldades com funções cognitivas, como atenção, memória e soluçãobwin3problemas, o que pode prejudicarbwin3capacidadebwin3manter empregos e relacionamentos.
Embora se possa utilizar medicações para tratar das alucinações e dos delírios, reduzir as dificuldades cognitivas das pessoas que sofrembwin3psicose é comprovadamente mais difícil. Mas um estudo cruzado duplo cego controlado por placebo conduzido por Burnet e Chia-Ching Kao sugere uma possível solução.
“Descobrimos que fornecer um prebiótico às pessoas com psicose realmente melhorou suas funções cognitivas,bwin3acordo com as escalas clínicas”, segundo Burnet.
No início do estudo, os participantes tomavam medicação e estavam livresbwin3sintomas psicóticos, mas ainda sofriam as dificuldades cognitivas típicas da psicose.
Por 12 semanas, eles receberam um prebiótico ou placebo e seu metabolismo, imunidade e nívelbwin3impedimento cognitivo foram medidos ao longo do tempo. E, ao final das 12 semanas, eles trocarambwin3posições,bwin3forma que os dois grupos recebessem o prebiótico e o placebo por iguais períodosbwin3tempo.
O efeito foi pequeno, mas significativo. O prebiótico melhorou as funções cognitivas gerais, particularmente a atenção e a soluçãobwin3problemas. Este resultado levou os pesquisadores a concluir que a melhoria foi suficiente para aumentar o bem-estar mental e social.
Não houve evidênciasbwin3alterações da imunidade ou do metabolismo dos participantes,bwin3forma que não ficou claro como o prebiótico pode ter deflagrado este efeito. Mas é mais um pequeno passo rumo ao entendimento da relação entre a nossa microbiota e a saúde mental e ao possível desenvolvimentobwin3novos tratamentos para distúrbios que afetam o nosso pensamento.
O intestino e a cognição
Existem indicaçõesbwin3que a microbiota intestinal também pode afetar as técnicas cognitivasbwin3forma mais ampla. Sabe-se que os antibióticos prejudicam a microbiota intestinal, mas será que eles afetam nossa cognição?
Um estudo recente monitorou a saúde e o bem-estarbwin314.542 enfermeiras por vários anos, durante seu trabalho para o NHS – o serviço públicobwin3saúde do Reino Unido. A conclusão foi que as enfermeiras que usaram antibióticos por longos períodosbwin3tempo (maisbwin3duas semanas) apresentaram resultados mais baixosbwin3testes cognitivos, como aprendizado, memória funcional e tarefasbwin3atenção, do que aquelas que não haviam consumido esse tipobwin3medicação.
É importante observar que a cognição das mulheres que haviam tomado antibióticos era um pouco menorbwin3um novo examebwin3acompanhamento, sete anos depois. Embora seja apenas uma correlação, os pesquisadores acreditam que possa ter se devido a alterações no intestino induzidas pelos antibióticos.
O que esperar do futuro
Existe ainda um longo caminho pela frente para entender tudo isso adequadamente.
É um campo fascinante, mas altamente complexo, e as pesquisas precisambwin3dinheiro. Mas os resultados podem ser consideráveis.
“Existem poucos micróbios específicos que já foram estudados”, segundo Elaine Hsiao. “Não necessariamente porque são os mais significativos, mas porque nós, como cientistas, temos muito trabalho pela frente até realmente entendermos a enorme diversidade dos micróbios do intestino e como eles trabalham, individualmente ebwin3comunidades.”
“Estou muito animada com a oportunidadebwin3aumentar a compreensão mecânicabwin3como nós e nossos micróbios simbióticos podemos trabalhar juntos para promover a saúde e combater as doenças”, ela conta.
Enquanto isso, talvez todos nós devêssemos prestar um pouco maisbwin3atenção na nossa microbiota.
A dieta mediterrânea, que tem alto teorbwin3fibras, particularmentebwin3vegetais, provavelmente é um bom lugar para começar. E alimentos fermentados, como kimchi e kefir, também podem trazer benefícios.
Em um pequeno estudo com 45 participantes, por exemplo, John Cryan e seus colegas demonstraram que as pessoas que seguiram uma dieta com alto teorbwin3fibras, probióticos e alimentos fermentados (como cebolas, iogurte, kefir e chucrute) relataram sentir-se menos estressados do que um grupo controlebwin3dieta diferente.
“O que eu gosto nos alimentos fermentados é que eles democratizam a ciência”, segundo Cryan. “Seu custo realmente não é alto e você não precisa comprá-losbwin3nenhuma loja sofisticada. Você mesmo pode fazer. E, neste campo, nós queremos fornecer soluçõesbwin3saúde mental para pessoasbwin3todas as classes socioeconômicas.”
Para Cryan, nossa relação com a microbiota é “um pouco como uma federação. Esses micróbios são nossos companheirosbwin3viagem.”
É bom que nos lembremos disso, para o bem da nossa saúde física e, muito provavelmente, da nossa saúde mental.
* O livro “Are You Thinking Clearly? 29 Reasons You Aren’t, and What to Do About It” (“Você está pensando com clareza? 29 razões pelas quais você não está e o que fazer a respeito”,bwin3tradução livre),bwin3Miriam Frankel e Matt Warren, foi publicado no Reino Unido pela editora Hodder Studio.
bwin3 Leia a bwin3 versão original desta reportagem bwin3 (em inglês) no site bwin3 BBC Future bwin3 .