O que aconteceria se o mundo inteiro virasse vegetariano?:from the shark 1xbet

  • Rachel Nuwer
  • Da BBC Future
Vegetarianismo

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Produçãofrom the shark 1xbetalimentos responde por até 30% das emissõesfrom the shark 1xbetcarbono no mundo

from the shark 1xbet Há uma sériefrom the shark 1xbetmotivos pelos quais as pessoas se tornam vegetarianas. Algumas se dizem contrárias ao sofrimento dos animais, enquanto outras tentam manter um estilofrom the shark 1xbetvida mais saudável, por exemplo.

Por mais que seus amigos "carnívoros" neguem, vegetarianos têm razão: reduzir a ingestãofrom the shark 1xbetcarne traz muitos benefícios à saúde e ao planeta. E quanto mais novos adeptos, mais essas vantagens são reproduzidasfrom the shark 1xbetescala global.

Mas se todos nós resolvêssemos nos tornar vegetarianos inveterados, as consequências poderiam ser dramáticas para milhões - ou até bilhões -from the shark 1xbetpessoas.

"Trata-sefrom the shark 1xbetum contofrom the shark 1xbetdois mundos", define Andrew Jarvis, do Centro Internacionalfrom the shark 1xbetAgricultura Tropical (CIAT), com sede na Colômbia. "Em países desenvolvidos, o vegetarianismo traria vários tiposfrom the shark 1xbetvantagens para a saúde pública e para o meio ambiente. Mas nas naçõesfrom the shark 1xbetdesenvolvimento, poderia haver ainda mais pobreza."

Bife x carros

Legumes e verduras à venda

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Se o vegetarianismo fosse adotado globalmente até 2050, teríamos 7 milhões a menosfrom the shark 1xbetmortes por ano

Jarvis e seus colegas analisaram a hipótesefrom the shark 1xbettodos os habitantes da Terra mudarem suas dietas da noite para o dia.

Primeiro, eles observaram o impacto nas mudanças climáticas. A produçãofrom the shark 1xbetalimentos responde por algo entre 25% e 30%from the shark 1xbettodas as emissõesfrom the shark 1xbetgasesfrom the shark 1xbetefeito estufa geradas pelo homemfrom the shark 1xbettodo o mundo. E o grosso disso vem da pecuária.

Apesar disso, o impactofrom the shark 1xbetnossa alimentação sobre o clima é frequentemente subestimado. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma famíliafrom the shark 1xbetquatro pessoas emite mais gasesfrom the shark 1xbetefeito estufa por comer carne do que por dirigir dois carros. Mas,from the shark 1xbetgeral, são os veículos motorizados - e não bifes - que aparecem como vilões nas discussões sobre o aquecimento global.

"Muitas pessoas não pensam nas consequências que a produçãofrom the shark 1xbetalimentos tem sobre o clima", diz Tim Benton, especialistafrom the shark 1xbetsegurança alimentar da Universidadefrom the shark 1xbetLeeds, no Reino Unido. "Mas se consumirmos um pouco menosfrom the shark 1xbetcarne hojefrom the shark 1xbetdia, deixaremos um mundo um pouco melhor para nossos filhos e netos."

Marco Springmann, pesquisador no programa Future of Food, da Universidadefrom the shark 1xbetOxford, tentou quantificar esse argumento, construindo modelos computadorizados que simularam o que aconteceria se todos os seres humanos se tornassem vegetarianos até 2050.

Os resultados indicam que, graças à eliminação da carne vermelha da dieta, as emissões ligadas à produçãofrom the shark 1xbetalimentos cairiam 60%. E se o mundo todo passasse a ser vegano - sem consumir nenhum produtofrom the shark 1xbetorigem animal - a queda seriafrom the shark 1xbet70%.

"Esse cenário não é muito realista", admite Springmann. "Mas destaca a importância que as emissões relacionadas à produçãofrom the shark 1xbetalimentos terão no futuro."

Mais florestas e biodiversidade

Lojafrom the shark 1xbetembutidos na Espanha

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Eliminação completa da carne traria um enorme impacto na identidadefrom the shark 1xbetalguns povos, como os espanhóis

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A indústria alimentícia, especialmente a pecuária, também toma muito espaço, o que provoca emissões com a transformação do uso da terra e com a perda da biodiversidade. Dos quase 5 bilhões hectaresfrom the shark 1xbetterra usados atualmente no mundo para a produçãofrom the shark 1xbetalimentos, 68% são usados para a pecuária.

Se todos nós virássemos vegetarianos,from the shark 1xbetum mundo ideal, nós dedicaríamos 80% desses pastos ao reflorestamento, o que aumentaria a absorçãofrom the shark 1xbetcarbono e aliviaria as mudanças climáticas.

Transformar antigas pastagensfrom the shark 1xbethabitats nativos também seria uma bênção para a biodiversidade, inclusive para grandes herbívoros como os búfalos, que perderam seu espaço para o gado bovino, e para predadores como os lobos, frequentemente mortos por atacarem ovinos, suínos e aves.

Os 10% a 20%from the shark 1xbetpastos restantes poderiam ser usados para o cultivofrom the shark 1xbetmais alimentos com a finalidade compensar as falhas no abastecimentofrom the shark 1xbetcomida. Apesarfrom the shark 1xbetum aumento relativamente pequeno na área cultivada, isso compensaria a perda da carne, já que um terço das terras hoje é usada para produzir alimentos para o gado - não para humanos.

No entanto, o reflorestamento ou a conversão das terras para o plantio precisariamfrom the shark 1xbetplanejamento e investimento, já que as pastagens tendem a ser altamente degradadas. "Você não pode simplesmente tirar o gadofrom the shark 1xbetuma fazenda e esperar que o lugar se torne uma floresta primária sozinho", diz Jarvis.

Impacto econômico

Churrasco

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Família americanafrom the shark 1xbetquatro pessoas emite mais gasesfrom the shark 1xbetefeito estufa ao consumir carne do que ao dirigir dois carros

As pessoas envolvidas na indústria da carne também precisariamfrom the shark 1xbetajuda para mudarfrom the shark 1xbetcarreira, arrumando novas posições na agricultura, no reflorestamento ou produzindo bioenergia a partirfrom the shark 1xbetderivados dos produtos atualmente usados como raçãofrom the shark 1xbetgado.

Alguns fazendeiros também poderiam receber pagamento para continuar cultivando partefrom the shark 1xbetseu gado com o objetivofrom the shark 1xbetmanter a biodiversidade.

Se não conseguíssemos criar alternativas profissionais e subsídios para essas pessoas, seria possível imaginar uma alta taxafrom the shark 1xbetdesemprego e uma grande inquietação social, especialmente nas comunidades rurais ligadas ao setor pecuário.

"Há maisfrom the shark 1xbet3,5 bilhõesfrom the shark 1xbetruminantes domésticosfrom the shark 1xbettodo o planeta, alémfrom the shark 1xbetdezenasfrom the shark 1xbetbilhõesfrom the shark 1xbetaves produzidas e mortas a cada ano para serviremfrom the shark 1xbetalimento", explica Ben Phalan, que pesquisa o equilíbrio entre demanda alimentar e biodiversidade na Universidadefrom the shark 1xbetCambridge, na Grã-Bretanha. "Estamos falandofrom the shark 1xbetum enorme transtorno para a economia."

Tradições carnívoras

Mas até mesmo os planos mais bem executados provavelmente não seriam capazesfrom the shark 1xbetoferecer um modofrom the shark 1xbetvida alternativo para todas as pessoas que atualmente trabalham na pecuária. Cercafrom the shark 1xbetum terço das terras do mundo são áridas ou semiáridas e só comportam a criaçãofrom the shark 1xbetanimais.

"Sem gado, a vidafrom the shark 1xbetalgumas regiões seria impossível", diz Phalan. Isso inclui particularmente povos nômades que, sem seus animais, seriam obrigados a se assentaremfrom the shark 1xbetalgum povoado ou cidade, perdendofrom the shark 1xbetidentidade cultural.

Até mesmo pessoas cujas vidas não dependem apenas da pecuária poderiam sofrer, já que pratos à basefrom the shark 1xbetcarne fazem parte da história, da tradição e da culturafrom the shark 1xbetvários povos. "O impacto culturalfrom the shark 1xbetabrir mão da carne seria enorme, e é um dos motivos pelo qual os esforços para reduzir o consumo acabam fracassando", explica o cientista.

Menos mortes e doenças crônicas

Agricultora trabalhandofrom the shark 1xbetcanavial

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Estudos apontam que populações ruraisfrom the shark 1xbetpaísesfrom the shark 1xbetdesenvolvimento poderiam enfrentar mais pobreza com "vegetarianismo universal"

Os efeitos na saúde também seriam variados. O modelofrom the shark 1xbetSpringmann mostra que se todos nós adotássemos uma dieta vegetariana até 2050, veríamos uma redução na mortalidade globalfrom the shark 1xbet6% a 10%, graças a uma menor incidênciafrom the shark 1xbetdoenças cardíacas, diabetes, derrames e alguns tiposfrom the shark 1xbetcâncer.

Isso não seria apenas o resultadofrom the shark 1xbeteliminar a carne vermelha, mas também por causa da reduçãofrom the shark 1xbetcalorias e do aumento da ingestãofrom the shark 1xbetfrutas e legumes.

E com menos pessoas sofrendofrom the shark 1xbetdoenças crônicas relacionadas à dieta, isso também traria um corte nos gastos da saúde pública, economizandofrom the shark 1xbet2% a 3% do PIB global.

Mas para que isso aconteça seria necessário encontrar substitutos apropriados do pontofrom the shark 1xbetvista nutricional, especialmente para os maisfrom the shark 1xbet2 bilhõesfrom the shark 1xbetsubnutridos que existemfrom the shark 1xbettodo o mundo. Alimentosfrom the shark 1xbetorigem animal possuem mais nutrientes por caloria do que certos grãos. "O vegetarianismofrom the shark 1xbetescala global poderia criar uma crisefrom the shark 1xbetsaúde no mundofrom the shark 1xbetdesenvolvimento porquefrom the shark 1xbetonde traríamos esses micronutrientes?", pergunta Benton.

Com moderação

Felizmente, o mundo inteiro não precisa adotar o vegetarianismo ou veganismo para que possamos ter os benefícios sem os prejuízos.

Em vez disso, é fundamental uma moderação na frequência com que se come carne e no tamanho das porções.

Um estudo comprovou que se a Grã-Bretanha adotasse as recomendações alimentares da Organização Mundialfrom the shark 1xbetSaúde (OMS), suas emissõesfrom the shark 1xbetgasesfrom the shark 1xbetefeito estufa cairiam 17% - algo que poderia cair ainda outros 40% se os habitantes evitassem produtosfrom the shark 1xbetorigem animal e alimentos processados.

"São pequenas mudanças que os consumidores nem perceberiam. Não seria algo como ser vegetariano versus ser carnívoro", explica Jarvis.