As crianças que estão morrendojoueur zebetinaniçãojoueur zebetGaza:joueur zebet
Ele tinha três meses quando começou a ficar doente.
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O conflito entre Israel e o Hamas se prolongava por maisjoueur zebetum mês quando al-Kaferna e toda a família dela haviam sido deslocados diversas vezes. Eles quase morreram após um ataque aéreo israelense no campo onde estavam refugiados.
O recém-nascido foi diagnosticado com uma infecção intestinal e recebeu prescriçõesjoueur zebetremédios. Mas ele não melhorou.
No iníciojoueur zebetdezembro, 90% das famílias no nortejoueur zebetGaza passavam dias inteiros sem acesso à comida,joueur zebetacordo com o Programa Alimentar Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU).
Abeer lutou para conseguir amamentar seu bebê.
Desnutrida e desidratada, ela não produzia leite suficiente — e era difícil encontrar fórmula para bebês.
Em novembro, Jamal pesava 7 quilos (considerado um peso saudável), mas emagreceu rapidamente. Em poucas semanas, ele estava com apenas 3,5 kg.
Em janeiro, Esmahan, a avó do menino, disse que ele parecia "um esqueleto".
"Não conseguimos encontrar leite para ele", relata o pai, Mahmoud al-Kaferna. "Tentamos oferecer água, mas até a água estava poluída."
A família até recebeu receitasjoueur zebetalguns remédios para o bebê, mas não conseguiu encontrá-los.
Finalmente, a criança foi internada num hospital. Mas quando Jamal começou a melhorar, eles tiveram que deixar o local.
"O hospital disse que não tinha mais nada a fazer por ele e que havia outras crianças que necessitavamjoueur zebetcuidados", lembra o pai.
Na noitejoueur zebet17joueur zebetjaneiro, a temperatura corporaljoueur zebetJamal caiu e ele começou a tossir. Uma substância branca saía do nariz do menino.
"Corremos para o hospital durante a noite, sob bombardeios", diz Mahmoud.
"Eles [os profissionais da saúde] tentaram resgatá-lo por meia hora, mas não conseguiram. A faltajoueur zebetcomida, água e tratamento adequado matou meu filho."
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tenta levar mais ajuda médica ao nortejoueur zebetGaza.
No entanto, apenas três das 16 missões realizadas pela entidade tiveram acesso liberado pelas Forçasjoueur zebetDefesajoueur zebetIsrael (IDF)joueur zebetjaneiro.
Em fevereiro, nenhuma das operações conseguiu a liberação para levar ajuda.
Quando a OMS finalmente chegou ao nortejoueur zebetGaza, no iníciojoueur zebetmarço, a equipe descobriu que 10 crianças tinham morrido por "faltajoueur zebetcomida" num hospital.
O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas afirma que 27 crianças morreramjoueur zebetdesnutrição e desidrataçãojoueur zebetGaza desde o início da guerra. Espera-se que esse número aumente.
Acredita-se que cercajoueur zebet300 mil palestinos permaneçam no nortejoueur zebetGaza.
A ONU e outras entidadesjoueur zebetajuda humanitária planejaram 61 missões ao nortejoueur zebetGazajoueur zebetJaneiro. As IDF permitiram nove delas.
Depoisjoueur zebetum comboiojoueur zebetalimentos da ONU ter sido atingido por bombardeio israelense enquanto aguardava a liberação pertojoueur zebetum postojoueur zebetcontrole, a entidade passou a traçar menos incursões pelo território afetado pelo conflito.
Das 24 missões planejadas para fevereiro, a IDF facilitou seis delas.
"A capacidade da ONUjoueur zebetir ao nortejoueur zebetGaza é algo que não deveria ser questionado se estivermos dispostos e formos capazesjoueur zebetchegar até lá", declarou Tess Ingram, representante da áreajoueur zebetcomunicações da Unicef.
Ele próprio passou uma semanajoueur zebetGaza no mêsjoueur zebetjaneiro e tentou acessar a região norte do território palestinojoueur zebetdiversas ocasiões.
Israel diz que não existem limites para a quantidadejoueur zebetajuda que pode ser entregue aos palestinos e culpa as agências da ONU por não conseguirem distribuir os suprimentos.
A faltajoueur zebetajuda humanitária deixou as pessoas no nortejoueur zebetGaza com poucos suprimentos.
Khalid está abrigado na cidadejoueur zebetJabalia com cinco filhos e outros 90 membros dajoueur zebetfamília.
Ele disse à BBC que eles têm sobrevivido à basejoueur zebetervas daninhas e ração animal.
"É como comer pequenas pedrinhas", diz ele. Depoisjoueur zebetingerir a ração, ele encontrou sangue nas fezes e sofreu episódiosjoueur zebetdores estomacais.
A famíliajoueur zebetKhalid teve sorte. Eles encontraram um sacojoueur zebetarroz cheiojoueur zebetterra e pedras nos escombrosjoueur zebetum prédio.
Eles também se nutriram com Malva parviflora, uma planta comestível que cresceu no jardimjoueur zebetum prédio bombardeado depoisjoueur zebetalguns diasjoueur zebetchuva.
Recentemente, porém, a ração animal, o arroz e até o mato acabaram. Durante uma semana, no iníciojoueur zebetmarço, a famíliajoueur zebetKhalid não teve absolutamente nada para comer.
Os países árabes e ocidentais tentam agora lançar alimentos para Gaza pelo ar. Khalid ejoueur zebetfamília tiveram sorte novamente quando pegaram alguns pacotesjoueur zebetarroz e carne durante uma dessas operações.
As agências humanitárias ponderam, no entanto, que esta é uma forma ineficiente e carajoueur zebetlevar alimentos para o território.
Aseel, que também está no nortejoueur zebetGaza, disse à BBC que a maior parte da ajuda caiu no mar e as pessoas tiveram que lutar para chegar até os pacotes.
O irmão dela chegou a um localjoueur zebetentrega às 6 horas da manhã, mas voltou com apenas uma latajoueur zebetsardinha. No dia seguinte, ele só conseguiu duas garrafas pequenasjoueur zebetágua.
Parte da ajuda também foi lançadajoueur zebetáreas próximas à fronteira israelense, onde as FDI alertaram os residentes para que não se aproximassem.
"Todos correm seguindo a direção do paraquedas, até que no final desistimos e voltamos sem nada", diz Aseel.
Três pessoas que vivemjoueur zebetGaza disseram à BBC que a ajuda humanitária beneficiou apenas algumas dezenas dos milhares que tentavam acesso aos alimentos. A maioria das pessoas voltou exausta ejoueur zebetmãos vazias.
A ONU afirma que pelo menos 576 mil palestinosjoueur zebetGaza — ou um quarto da população total — estão a um passo da fome.
A agência alerta que o tempo está quase se esgotando para as pessoas do norte, que têm pouca comida ou água potável.
Para que uma situaçãojoueur zebetfome seja declarada, segundo os critérios internacionais, 20% da população deve sofrer uma escassez extremajoueur zebetalimentos, com 30% das crianças gravemente subnutridas e pelo menos duas mortes diárias por fome, subnutrição ou doenças relacionadas, a cada 10 mil pessoas.
Essa declaração é realizada pelo Quadro Integradojoueur zebetClassificação da Segurança Alimentar (IPC), um grupo composto por maisjoueur zebetuma dúziajoueur zebetorganismos e gruposjoueur zebetajuda da ONU.
Segundo um relatório divulgado pelo IPC na segunda-feira (18/3), uma situaçãojoueur zebetfome é esperadajoueur zebetGaza entre o as últimas semanasjoueur zebetmarço e o mêsjoueur zebetmaio.
De acordo com o texto, o númerojoueur zebetpessoas que enfrentam uma "fome catastrófica" aumentou para 1,1 milhão, o que representa cercajoueur zebetmetade da populaçãojoueur zebetGaza.
Em dezembro, a ONU começou a alertar sobre a fome. Desde então, a quantidadejoueur zebetajuda que chega a Gaza não melhorou.
Em janeiro, uma médiajoueur zebet150 comboiosjoueur zebetajuda entraramjoueur zebetGaza todos os dias — uma fração das 500 missões humanitárias que cruzavam a fronteira antes da guerra.
Em fevereiro, a situação foi ainda pior, com 97 comboios por dia,joueur zebetmédia.
Mesmo na região suljoueur zebetGaza, que tem acesso a mais ajuda humanitária, a maioria das famílias vive com apenas uma refeição por dia. Frutas frescas, vegetais, ovos e carne são difíceisjoueur zebetencontrar e custam até 10 vezes o preço cobrado antes da guerra.
"Precisojoueur zebetum empréstimo internacional para alimentar a minha família", diz Muhammad al-Najjar, que foi deslocadojoueur zebetJabalia para Rafah, ao sul, com 11 membros dajoueur zebetfamília.
Quatro latasjoueur zebetfeijão, três latasjoueur zebetgrãojoueur zebetbico e 11 caixasjoueur zebetbiscoitos costumam durar uma semana. Eles sempre complementam o estoque quando podem, apesar do grande custo envolvido.
Nagham Mazid trabalha como médico voluntário no Hospital dos Mártiresjoueur zebetAl-Aqsa, no centrojoueur zebetGaza. Ela tem atendido um número crescentejoueur zebetpacientes que sofremjoueur zebetdesidratação grave e doenças gastrointestinais devido ao consumo excessivojoueur zebetalimentos enlatados. O especialista também precisou lidar com casosjoueur zebetintoxicação relacionados a alimentos contaminados.
O hospital também registra um aumento acentuado nos casosjoueur zebethepatite e anemia. A OMS afirma que os casosjoueur zebetdiarreia e infecções respiratórias agudas dispararamjoueur zebetGaza, especialmente entre crianças.
A família que precisou lidar com a perda do bebê Jamal não tem comida neste momento. Os oito primos e os pais da criança estão morrendojoueur zebetfome.
Eles só esperam ter a sortejoueur zebetconseguir que parte da ajuda chegue atravésjoueur zebetlançamentos aéreos, por mar ou por terra.