O que é a microbiota, como funciona e afeta saúde:2 betano

  • Antonio Pineda-Lucena
  • The Conversation *
Microbioma humano

Crédito, Getty Images

2 betano O ser humano tem no organismo dez vezes mais micro-organismos do que células próprias.

Essas espécies biológicas não só são relevantes devido à2 betanoabundância, como também desempenham um papel-chave na nossa saúde.

Os últimos estudos científicos revelam que essas comunidades microbianas podem desempenhar um papel fundamental na origem2 betanomuitas doenças.

Além disso,2 betanointeração com nosso organismo poderia explicar a resposta dos indivíduos a determinadas intervenções clínicas ou terapêuticas, incluindo alguns tratamentos imunoterápicos contra o câncer.

Um microbioma que não é saudável nos deixa mais vulneráveis ​​ao câncer, Parkinson e diabetes

O microbioma é o conjunto2 betanotodos os micro-organismos (bactérias, fungos, vírus, etc.) que vivem naturalmente dentro do nosso corpo, além2 betanoseus genes e seus metabólitos.

Não devemos confundi-lo com o termo microbiota, que se refere exclusivamente aos micro-organismos.

O estudo do impacto do microbioma na saúde aumentou exponencialmente nos últimos anos.

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Após o lançamento2 betano2008, nos Estados Unidos, do Projeto Microbioma Humano (HMP, na sigla2 betanoinglês) para identificar e caracterizar as comunidades microbianas presentes no corpo humano, foram publicados inúmeros artigos científicos analisando a possível relação entre o microbioma humano e várias doenças.

Os resultados não param2 betanonos surpreender. Está comprovado que estes micro-organismos contribuem para funções metabólicas, nos protegem contra patógenos, ajudam a desenvolver o sistema imunológico e afetam nossas funções fisiológicas, entre outras coisas.

Além disso, há cada vez mais evidências2 betanosua importância2 betanopatologias como câncer, Parkinson, diabetes e obesidade.

Como se não bastasse, pesquisas recentes indicam que uma parte muito importante da influência ambiental na saúde humana é mediada pela microbiota.

Fatores como dieta, tabagismo e álcool podem interagir diretamente com ela — e influenciar no desenvolvimento2 betanodoenças.

Rumo a um novo paradigma na medicina2 betanoprecisão

O profundo conhecimento atual do microbioma humano, assim como2 betanoinfluência na saúde e nas doenças, tem sido possível graças ao avanço tecnológico desenvolvido no campo das chamadas "ciências ômicas".

Tratam-se2 betanodisciplinas que estudam2 betanoprofundidade e2 betanogrande escala as biomoléculas envolvidas no funcionamento do organismo.

Entre elas, se destacam a genômica (genes), proteômica (proteínas) e metabolômica (metabólitos ou substâncias produzidas durante o metabolismo).

Assim como aconteceu com o genoma humano há duas décadas, aprofundar nosso conhecimento do microbioma humano abre uma nova janela2 betanopossibilidades para o tratamento2 betanodoenças.

Mas para se aprofundar, é necessário estudar o microbioma humano a partir2 betanouma abordagem multi-meta-ômica que integre um enorme conjunto2 betanodados, baseada2 betanonovos algoritmos computacionais e desenvolvimentos2 betanobioinformática.

Este é o objetivo do projeto microBiomics, uma investigação multidisciplinar que visa caracterizar, com um nível2 betanodetalhe nunca antes alcançado e2 betanoforma inovadora, o papel da microbiota2 betanodiferentes processos patológicos (digestivos, autoimunes, oncológicos, neurodegenerativos).

Este projeto também explora a resposta,2 betanotermos2 betanoeficácia e segurança, dos pacientes a diferentes intervenções clínicas e terapêuticas.

O projeto, coordenado pelo Centro2 betanoPesquisa Médica Aplicada (Cima, na sigla2 betanoespanhol) da Universidade2 betanoNavarra, na Espanha, envolve um consórcio formado por hospitais, centros2 betanopesquisa, empresas2 betanobiotecnologia, organizações2 betanopesquisa especializada na geração e análise2 betanoresultados e aproveitamento industrial.

Apesar2 betanose conhecer cada vez mais a implicação da microbiota na fisiologia humana2 betanocondições normais e patológicas, não sabemos quais são os micro-organismos específicos envolvidos2 betanocada processo, os mecanismos2 betanoação por meio dos quais são gerados os compostos2 betanointeresse, e seus efeitos específicos sobre as inter-relações entre a microbiota e seu entorno.

Por isso, caracterizar essas comunidades microbianas e seus genes representa um grande desafio biotecnológico na área2 betanosaúde humana.

Com esses dados na mesa, poderíamos entender melhor os mecanismos moleculares2 betanomuitas doenças.

Além disso, seria um excelente ponto2 betanopartida para o desenvolvimento2 betanonovas estratégias terapêuticas baseadas2 betanonovas drogas biotecnológicas com efeitos diretos na composição e/ou atividade da microbiota dos pacientes.

* Antonio Pineda-Lucena é diretor do Programa2 betanoTerapias Moleculares da Universidade2 betanoNavarra, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site2 betanonotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).

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