Como bactérias que carregamos no intestino podem influenciar nosso peso:deposito pix bet365

  • Jessica Brown
  • BBC Future
Micróbios

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Nossos intestinos contêm cercadeposito pix bet365100 trilhõesdeposito pix bet365micróbios, coletivamente conhecidos como flora intestinal

deposito pix bet365 Nossos intestinos contêm cercadeposito pix bet365100 trilhõesdeposito pix bet365micróbios, coletivamente conhecidos como flora intestinal. Tal como nossas digitais, cada umdeposito pix bet365nós tem seu próprio microbioma, e eles são uma combinação do que herdamosdeposito pix bet365nossas mães durante o nascimento, dietas, meio ambiente e estilodeposito pix bet365vida.

É sabido que o intestino exerce um papel fundamentaldeposito pix bet365diferentes partes do nosso corpo, incluindo digestão, fome e saciedade, por meiodeposito pix bet365múltiplos mecanismos. Mas agora os pesquisadores estão começando a descobrir as diferenças específicas entre os microbiomasdeposito pix bet365pessoas obesas e magras. Eles acreditam que essas descobertas possam levar a tratamentos mais eficientesdeposito pix bet365controledeposito pix bet365peso.

Existem centenasdeposito pix bet365diferenças no genoma humano que nos predispõem à obesidade, o que aumenta o riscodeposito pix bet365desenvolvermos doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

Fatores genéticos, somados ao sedentarismo e à má alimentação, fizeram o númerodeposito pix bet365pessoas com sobrepeso e obesas catapultar por todo o mundo. No Brasil, elas já são mais da metade da população, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileirodeposito pix bet365Geografia e Estatística).

Estudos com gêmeos mostraram que a obesidade tem uma taxadeposito pix bet365herdabilidade - quantodeposito pix bet365nossas características é causada pelos genesdeposito pix bet365vez do ambiente - entre 40% e 75%.

Ou seja, fatores externos podem influenciar nosso peso. Ainda assim, embora diferenças nas bactérias que carregamosdeposito pix bet365nossos intestinos possam interferirdeposito pix bet365nossos quilinhos extras, cientistas ainda não sabem por que ou até mesmo quanto disso se deve aos nossos genes.

Você já lutou para perder peso mesmo seguindo à risca uma dieta balanceada? Pois talvez a culpa recaia sobre as bactériasdeposito pix bet365sua flora intestinal. Especificamente, as enzimas transportadas dentro delas.

"Quando comemos algo, as bactérias que carregamosdeposito pix bet365nossos intestinos digerem parte dos alimentos que nossas enzimas não conseguem digerir", explica Purna Kashyap, professor-associado da Mayo Clinic e chefe do Gut Microbiome Lab, no Reino Unido.

"Esse processo gera calorias adicionais que nossa flora intestinal pode nos devolver. Trata-se, assim,deposito pix bet365um relacionamento mutuamente benéfico, a partir do qual as bactérias nos dão mais nutrientes do que aqueles presentes no que comemos", acrescenta.

Kashyap decidiu, então, fazer um teste. Será quedeposito pix bet365uma dietadeposito pix bet365baixa caloria, as bactérias do intestino poderiam ser mais eficientes não sódeposito pix bet365obter calorias dos alimentos (útil, por exemplo,deposito pix bet365momentosdeposito pix bet365escassezdeposito pix bet365comida), mas também impedir a perdadeposito pix bet365peso?

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Em seu experimento, 26 participantes seguiram uma dietadeposito pix bet365baixo teor calórico ricadeposito pix bet365frutas, legumes e verduras, e alguns não perderam tanto peso quanto os outros. Análisesdeposito pix bet365suas floras intestinais mostraram que os participantes tinham níveis diferentesdeposito pix bet365dois tipos específicosdeposito pix bet365bactérias. Uma delas, a Dialister, impedia a perdadeposito pix bet365peso.

Naqueles incapazesdeposito pix bet365perder peso, essa bactéria foi capazdeposito pix bet365digerir carboidratos e usardeposito pix bet365energiadeposito pix bet365forma mais eficaz, diz Kashyap.

No entanto, o especialista diz que apenas uma fração da perdadeposito pix bet365peso pode ser controlada por esses micróbios.

"Do pontodeposito pix bet365vista da biologia, faz sentido que as bactérias possam ser um obstáculo (para o emagrecimento), mas elas só conseguem desempenhar um papel muito pequeno, pois geram apenas um número reduzidodeposito pix bet365calorias necessárias."

Embora a pesquisa não pudesse concluirdeposito pix bet365onde vem a Dialister, outra pesquisa descobriu que algumas bactérias que passamos a carregar a partirdeposito pix bet365nossa dieta podem indiretamente causar ganhodeposito pix bet365peso ao mudar o comportamento do intestino.

Nesse estudo, os pesquisadores analisaram plasma sanguíneo e amostrasdeposito pix bet365fezesdeposito pix bet365600 pessoas obesas e não-obesas, e encontraram 19 diferentes metabólitos ligados a quatro tiposdeposito pix bet365bactérias intestinais que poderiam levar ao ganhodeposito pix bet365peso, incluindo glutamato, ligado à obesidade e BCAAs (aminoácidosdeposito pix bet365cadeia ramificada), associados à maior secreçãodeposito pix bet365insulina e ao riscodeposito pix bet365diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Esses metabólitos podem ser parcialmente determinados pelo consumodeposito pix bet365carne, segundo a pesquisadora Louise Brunkwall.

"O padrão metabólico que identificamos continha muitos aminoácidosdeposito pix bet365cadeia ramificada, encontradosdeposito pix bet365produtosdeposito pix bet365origem animal. Isso estádeposito pix bet365linha com outras pesquisas que mostram que uma alta ingestãodeposito pix bet365proteína aumenta o riscodeposito pix bet365várias doenças", explica ela.

Brunkall diz que a pesquisa precisa se concentrardeposito pix bet365como a composição das bactérias intestinais pode ser modificada para reduzir o riscodeposito pix bet365obesidade, alémdeposito pix bet365entender como é a aparênciadeposito pix bet365intestino saudável e quais fatores alteramdeposito pix bet365composição bacteriana.

Ainda não estão claras as diferenças no perfildeposito pix bet365bactérias intestinaisdeposito pix bet365pessoas magrasdeposito pix bet365comparação com pessoas obesas, diz Oluf Pedersen, professordeposito pix bet365Genética Metabólica no Centrodeposito pix bet365Pesquisa Metabólica Básica da Fundação Novo Nordisk da Universidadedeposito pix bet365Copenhague, na Dinamarca.

Por outro lado, já está cientificamente comprovada a importânciadeposito pix bet365se ter uma flora intestinal diversa, repletadeposito pix bet365muitos tipos diferentesdeposito pix bet365bactérias.

Pedersen edeposito pix bet365equipe analisaram as floras intestinaisdeposito pix bet365123 adultos não-obesos e 169 adultos obesos, e descobriram que 23% daqueles que tinham uma baixa diversidadedeposito pix bet365bactérias eram mais propensos a serem obesos, apresentavam resistência à insulina e tinham lipídios sanguíneos elevados e níveis maioresdeposito pix bet365marcadoresdeposito pix bet365inflamação no sangue.

Tudo isso aumenta o riscodeposito pix bet365diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Aqueles que eram obesos e tinham menor diversidade bacteriana estavamdeposito pix bet365uma situação pior: ganharam muito mais peso nos nove meses anteriores ao experimento.

Pedersen diz que os cientistas ainda não sabem as razões pelas quais algumas pessoas têm mais diversidadedeposito pix bet365bactérias intestinais do que outras. Por outro lado, sabem que múltiplos tratamentos com antibióticos podem contribuir para uma grande perdadeposito pix bet365bactérias que nunca se recuperam totalmente.

Causa ou consequência?

Neste sentido, não sabemos se a diversidadedeposito pix bet365bactérias é causa ou consequência do ganhodeposito pix bet365peso. Mas evidências indicam que nossa flora intestinal pode, sim, influenciar nosso metabolismo.

Grãos

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Estudo descobriu que podemos aumentar diversidadedeposito pix bet365nosso microbiota intestinal aumentando consumodeposito pix bet365fibra

Um estudo descobriu que podemos aumentar a diversidadedeposito pix bet365nosso microbiota intestinal aumentando o consumodeposito pix bet365fibra. Quando consumimos fibras, nosso intestino as decompõemdeposito pix bet365ácidos graxosdeposito pix bet365cadeia curta, incluindo o butirato, um antiinflamatório ligado à magreza e a doenças inflamatórias mais baixas, explica Ana Valdes, autora do estudo e professora-associada da Universidadedeposito pix bet365Nottingham, no Reino Unido.

"Recomendo a quem tem diabetes tipo 2 fazer uma dieta ricadeposito pix bet365fibras para reduzir o nível da doença e aumentar a produçãodeposito pix bet365butirato", diz ela.

"As pessoas com microbiomas mais diversificados e que comem mais fibras têm menos dietas insulinogênicas (alimentos que nos dão picos mais baixosdeposito pix bet365glicose e insulina) e, provavelmente, têm um metabolismo mais alto", acrescenta.

Segundo Valdes, "ainda precisamos fazer mais estudos, mas as bactérias intestinais podem converter a fibradeposito pix bet365substâncias que modulam a sensibilidade à insulina e o metabolismo energético".

Sem dúvida, a evidência mais inovadora sobre a associação entre o peso e a saúde intestinal realizada até agora envolve a bactéria Christensenellaceae. Cercadeposito pix bet36597%deposito pix bet365nós têm níveis detectáveis dessas bactériasdeposito pix bet365nossos intestinos, mas estudos mostraram que ela é mais predominantedeposito pix bet365pessoas magras.

Quando os pesquisadores analisaram bactérias intestinais hereditárias, a Christensenellaceae apareceu no topo da lista. Esse micro-organismo é encontradodeposito pix bet365floras intestinaisdeposito pix bet365todo o mundo e aparece desde uma idade muito precoce, inclusive nos intestinos dos bebês.

"Nunca tínhamos ouvido falar disso antes, e nos orgulhamosdeposito pix bet365ter feito essa descoberta", diz Ruth Ley, responsável pelo estudo e diretora do Departamentodeposito pix bet365Ciênciasdeposito pix bet365Microbiomas do Max Planck Institute for Development Biology,deposito pix bet365Tübingen, Alemanha.

Para comprovar a importância dessa bactéria, pesquisadores transplantaram um microbioma associado a obesos, adaptados para incluir a Christensenellaceae,deposito pix bet365camundongos e descobriram que isso os protegia contra o ganhodeposito pix bet365peso.

"Como a genética é responsável por apenas cercadeposito pix bet36540% dessa bactéria, não sabemosdeposito pix bet365onde vêm os outros 60%", diz Jillian Waters, que fez parte da equipe que realizou o estudo. Seu palpite édeposito pix bet365que vêm da nossa dieta e do nosso estilodeposito pix bet365vida. O objetivo dos pesquisadores agora é entender melhor essa relação para o desenvolvimentodeposito pix bet365possíveis tratamentos no futuro.

Tratamento personalizado

Enquanto isso, pesquisadores do Instituto Weizmann,deposito pix bet365Israel, encontraram uma formadeposito pix bet365personalizar o tratamento para beneficiar a saúde intestinal e reduzir o riscodeposito pix bet365desenvolver diabetes, doença que está associada à obesidade.

Eles pediram a mil voluntários que medissem o níveldeposito pix bet365açúcar no sangue a cada cinco minutos, alémdeposito pix bet365registrar o que comeram, como dormiram e se sentiram durante uma semana. Descobriram, então, que eles reagiamdeposito pix bet365forma diferente a diferentes alimentos.

"Muitos alimentos geraram reações que esperávamos nas pessoas. Por exemplo, comer alimentos sem açúcar mantinha o níveldeposito pix bet365açúcar constante na maioria das pessoas. Já a ingestãodeposito pix bet365alimentos açucarados faziam com que esses níveis aumentassem. Mas o graudeposito pix bet365que isso acontece varia muito entre as pessoas", diz Eran Segal, responsável pelo estudo.

Tomate

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Especialistas recomendam moderação no consumo do tomate

"Tomates são um alimento que aumenta bastante os níveis glicêmicos para algumas pessoas, assim,deposito pix bet365ingestão deve ser controlada. Já para outras, um alimento específico pode ser prejudicial, mas, quando combinado com outro, gera benefícios".

A partir dos dados coletados, os pesquisadores desenvolveram um algoritmo que poderia determinar a composição bacteriana do intestinodeposito pix bet365uma pessoa e prever como os níveisdeposito pix bet365açúcar no sangue reagiriam a diferentes alimentos. Eles pediram a 25 participantes para comer alimentos considerados "bons" para o açúcar no sangue durante uma semana. Em seguida, alimentos considerados "ruins". As dietas mudaram as reaçõesdeposito pix bet365açúcar no sangue e equilibraram com sucesso os níveisdeposito pix bet365açúcar no sangue.

O algoritmo foi licenciado para a start-up Day Two, que oferece serviçosdeposito pix bet365Israel e nos EUA, e planeja expandir para o Reino Unidodeposito pix bet365um futuro próximo.

Segal está agora conduzindo pesquisas sobre pessoas com pré-diabetes e diabetes e observando se dietas customizadas projetadas por meio do algoritmo, quando mantidas por um períododeposito pix bet365tempo mais longo, podem reverter o pré-diabetes e o diabetes.

Os pesquisadores acreditam que outros tratamentos personalizados estarão disponíveis nos próximos cinco anos - mas ainda há muito trabalho a ser feito.

Ratatouille

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Bactériasdeposito pix bet365nossa flora intestinal são capazesdeposito pix bet365reações bioquímicas complexas, diz Kashyap

As bactériasdeposito pix bet365nossas entranhas, diz Kashyap, são capazesdeposito pix bet365reações bioquímicas complexas.

"Precisamos entender agora como essas bactérias influenciam cada um desses processos, levando à obesidade e diabetes, que são doenças complexas e multifatoriais", pondera.

"Nossa flora intestinal é mutável; podemos modificá-la. Se pudermos descobrir como as bactérias do intestino a influenciam, poderemos customizar tratamentos, o que terá um impacto na obesidade do paciente. Não há dúvidasdeposito pix bet365que o microbioma é parte dessa solução", conclui.

  • deposito pix bet365 Leia a versão original deposito pix bet365 desta reportagem (em inglês) no site BBC Future deposito pix bet365 .

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