Por que os militares ficaramblackjack na blazefora da Reforma da Previdência?:blackjack na blaze

  • Ingrid Fagundez, Luis Kawaguti e Néli Pereira
  • Da BBC Brasilblackjack na blazeSão Paulo
Temer e os comandantes das Forças Armadas

Crédito, Marcos Correa/Presidência da República

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Analistam apontam questões técnicas e políticas para decisão do governo Temer

blackjack na blaze Os integrantes das Forças Armadas ficaramblackjack na blazefora da propostablackjack na blazeReforma da Previdência apresentada nesta terça-feira por Marcelo Caetano, secretário do Ministério da Fazenda - segundo ele, as alterações serão feitas posteriormente, por meioblackjack na blazeum projetoblackjack na blazelei específico que contemple as especificidades da carreira.

Essas particularidades são o argumento principal usado pelo governo para não incluir os militares na proposta. Apesar disso, o secretário não estipulou um prazo para que a medida entre na pauta.

A exclusão dos militares é considerada por analistas uma das distorções da reforma, já que o deficit previdenciário atribuído às Forças Armadas é estimadoblackjack na blaze44,8% do rombo, embora seus integrantes representem apenas 30% dos servidores públicos.

Além deles, policiais civis e bombeiros também ficaramblackjack na blazefora.

Apesarblackjack na blazeo governo citar questões técnicas para explicar o fatoblackjack na blazeter mantido os militaresblackjack na blazefora da reforma eblackjack na blazeregime diferenciado, especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que há razões políticas para não se "mexer" na previdência militar.

Reforma x aposentadoria

O governo afirma que os militares ficaramblackjack na blazefora da proposta porque não são regidos pelas diretrizes comuns da Previdência, uma vez que não se "aposentam", mas entram para a reserva, e podem,blackjack na blazetese, ser chamados para as atividades a qualquer momento.

Ou seja: o benefício não é considerado uma aposentadoria, mas uma continuidade do pagamento do salário já que eles continuariam disponíveis para servir às Forças Armadasblackjack na blazesituaçõesblackjack na blazeconflito - o que é considerado pelos militares como uma dedicação exclusiva ao país.

Marcelo Caetano

Crédito, Agência Brasil

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Marcelo Caetano usou questões técnicas para explicar a situaçãoblackjack na blazemilitares

O vice-almirante reformado Paulo Frederico Soriano Dobbin, presidente do Clube Naval, um dos três principais clubes militares do país, afirma que essa dedicação é muito diferente da que os trabalhadores comuns apresentamblackjack na blazesuas carreiras.

"Os militares são diferentes dos funcionários públicos. Nós e os diplomatas somos funcionáriosblackjack na blazeEstado. Trabalhamos exclusivamente para as Forças Armadas, não temos hora extra, podemos ficar semanas sem aparecerblackjack na blazecasa sem ganhar nada a mais por isso", diz ele.

"Não podemos nos sindicalizar nem nos vincular a partidos políticos. É diferenteblackjack na blazeum funcionário público. Seria injusto. Isso (a Reforma da Previdência) tem que ser trabalhadablackjack na blazeforma diferente (em relação aos militares)."

Pelas regras atuais, os militares têm uma contribuição mensalblackjack na blaze7,5%blackjack na blazesuas remunerações. O montanto, no entanto, não serve para pagar a aposentadoria, mas as pensões as quais os familiares têm direitoblackjack na blazecasoblackjack na blazemorte. Os membros das Forças Armadas, homens e mulheres, podem entrar para a reserva depoisblackjack na blaze30 anosblackjack na blazeserviço militar.

Segundo Dobbin, "não há privilégio nenhum" nisso.

"Eu, por exemplo, contribuo com o fundoblackjack na blazepensão dos militares desde 1960, estou reformado desde 2005, mas continuo contribuindo para o fundo. Não estão tirando esse dinheiro do erário público, esse dinheiro foi pago. Mas é um fundo que foi usado (pelo governo) para outras coisas, mas ele saiu do nosso bolso", argumenta.

Militaresblackjack na blazepatrulhamento no Rio

Crédito, Reuters

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Segundo governo, alterações no regime dos militares serão feitas posteriormente

'Não é aposentadoria'

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O professor da USP Luis Eduardo Afonso explica que esse é o argumento mais comum usado pelos militares para justificar a diferenciação dos benefícios e recolhimentos.

"Há um entendimento da parte dos militaresblackjack na blazeque eles não se aposentam, passam para reserva - podem ser chamados a qualquer momento para defender o país. Se não se aposentam, não é necessário um planoblackjack na blazecusteio. Se não tem contribuição, não tem deficit, não é aposentadoria".

Além dessa diferença, o professor da Faculdadeblackjack na blazeEconomia, Administração e Contabilidade da USP José Roberto Savoia afirma que há outra distinção importante: o valor dos salários.

Para ele, seria necessário ajustar algumas condições antesblackjack na blazeincluir os militares na reforma previdenciária.

"Existe uma diferença salarial muito grande entre militares e funcionários do Executivo. Você quer fazer uma regra equitativa, mas está partindoblackjack na blazepremissas diferentes - salário muito menor do queblackjack na blazefunções do Executivo, do Legislativo, do Judiciário para funções correspondentes."

O peso da política

Apesar dos argumentos técnicos, o cientista social especialistablackjack na blazeeconomia da longevidade Jorge Félix cita questões políticas por trás da decisão do governoblackjack na blazenão incluir a categoria na reforma previdenciária.

"Os argumentos destacam a desigualdade da visão que estão tendo sobre os servidores. Não está mexendo com os militares, porque se mexer ele (Temer) cai, perde o apoio dos militares", diz.

"O lobby dos militares é muito grande dentro do Congresso. O deputado (Jair) Bolsonaro sobe na tribuna e fala. E legitimamente, porque está defendendo os eleitores dele. É uma reforma que mantém privilégios patrocinados por aqueles que dominam o Estado."

O professor da USP Luis Eduardo Afonso concorda que a decisão do governoblackjack na blazeexcluir os militares da reforma se deu para evitar um mal-estar com a categoria, o que poderia ser potencialmente prejudicial ao presidente Michel Temer.

"Muito provavelmente a estratégia do governo se pautou para evitar um confronto com o setor. Se o sentido é uniformizar regras, deveria ter uma aproximação das regras dos militares das regras do INSS. É um tratamento diferente demais, e o deficit é muito grande para não ser incluído nesse pacote."