Por que as relações entre Rússia e EUA estão no pior momento desde a Guerra Fria:esporte da sorte ao vivo
- Jonathan Marcus
- Da BBC News

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Nos últimos anos, as relações entre Moscou e Washington se deterioraram
esporte da sorte ao vivo Difícil lembraresporte da sorte ao vivoum período, desde o fim da chamada Guerra Fria,esporte da sorte ao vivo1991,esporte da sorte ao vivoque as relações entre Rússia e EUA tenham estado tão ruins.
O governo americano classifica como "massacre" a ofensiva conjunta das forças sírias e russas na cidadeesporte da sorte ao vivoAleppo e denuncia crimesesporte da sorte ao vivoguerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, falou claramente sobre a deterioração do clima entre Washington e Moscou e insistiuesporte da sorte ao vivoafirmar que o governoesporte da sorte ao vivoBarack Obama prefere fazer imposições a dialogar.
Ainda assim, russos e americanos continuam discutindo a situação na Síria.
Isso porque, apesaresporte da sorte ao vivotoda retórica e acusações, os dois países sabem que têm um importante papelesporte da sorte ao vivoqualquer acordo final sobre o conflito.
Uma guerra permanente na Síria não beneficia Moscou nem Washington.
Alicerces fracos
Entretanto, sem um nível básicoesporte da sorte ao vivoconfiança e entendimento, qualquer tentativaesporte da sorte ao vivodiálogo será construída sobre alicerces fracos.
Ninguém sabia como as coisas aconteceriam, mas sabia-se que o fim da Guerra Fria traria consigo uma nova era.
Durante certo tempo a Rússia saiu do cenário global, mas agora retornou com mais força, desejosaesporte da sorte ao vivoconsolidaresporte da sorte ao vivoposição nas áreas vizinhas, recuperar um pouco do antigo protagonismo mundial e equilibrar o que vê como uma humilhação do Ocidente.
Afinal, quando tudo desandou? Por que Rússia e Ocidente não conseguem forjar um tipo diferenteesporte da sorte ao vivorelação? Quem é responsável por isso?
Insensibilidade dos EUA ou nostalgia russa?
Podemos descrever o momento atual como uma nova Guerra Fria?
Não vou tentar responder a todas essas perguntas.
A complexidade do assunto exigiria um livro tão longo quanto Guerra e Paz,esporte da sorte ao vivoTolstoi. Mas tentarei dar algumas pistas.

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Muitos pensaram que o fim da Guerra Fria traria uma nova era para as relações internacionais
Para Paul Pillar, pesquisador do Centroesporte da sorte ao vivoEstudos sobre Segurança da Universidadeesporte da sorte ao vivoGeorgetown e ex-agente da CIA (o serviço secreto americano), os erros iniciais são do Ocidente.
"Essa relação começou a piorar quando o Ocidente não tratou a Rússia como um país que tinha se livrado do comunismo soviético", disse Pillar.
"A Rússia tinha que ter sido recebida dessa formaesporte da sorte ao vivouma nova comunidadeesporte da sorte ao vivonações, mas o que aconteceu é que o país acabou sendo considerado sucessor da União Soviética, herdando inclusive o statusesporte da sorte ao vivoprincipal focoesporte da sorte ao vivodesconfiança do Ocidente."
Esse pecado original, digamos assim, foi agravado pelo entusiasmo ocidentalesporte da sorte ao vivoexpandir a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), primeiro admitindo países como Polônia, República Tcheca e Hungria, que tinham uma longa tradição nacionalista eesporte da sorte ao vivoluta contra o regimeesporte da sorte ao vivoMoscou.
Mas a expansão da Otan não parou por ali. Foram acrescentados países bálticos como Lituânia, Estônia e Letônia, que faziam parte da antiga União Soviética.
Tratamento injusto
Os críticos perguntam por que razão Moscou resiste à ideiaesporte da sorte ao vivoque Georgia ou Ucrânia passem para o lado do Ocidente.
Resumindo, a Rússia acredita que foi tratada injustamente desde o fim da Guerra Fria.
Claro que esse não é o pensamento vigente no Ocidente, que prefere destacar o revanchismo russo, personificado por Vladimir Putin, homem que descreveu o colapso da União Soviética como "a maior catástrofe geopolítica" do século 20.
Há um debate interessante entre especialistas americanos sobre qual dos lados teria razão.
Devemos nos voltar para os erros estratégicos iniciais do Ocidente ao lidar com a nova Rússia ou considerar as recentes açõesesporte da sorte ao vivoMoscou na Geórgia, Síria ou Ucrânia?

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Depois do colapso da URSS, o Ocidente não recebeu bem a Rússia na comunidade internacional
John Sawers, ex-chefe do MI6 (o serviço secreto britânico) e ex-embaixador britânico nas Nações Unidas, observou o desenvolvimento da diplomacia russa. Ele prefere falar do período mais recente.
Em entrevista à BBC, Sawers disse que, nos últimos oito anos, o Ocidente não deu atenção suficiente ao estabelecimentoesporte da sorte ao vivouma relação estratégica correta com a Rússia.
Sinais contraditórios
"Se houvesse um entedimento claro entre Washington e Moscou sobre as normas que devem ser adotadas - para que um país não prejudique o outro - a soluçãoesporte da sorte ao vivoproblemas regionais como Síria, Ucrânia ou Coreia do Norte poderia ser mais simples", disse.
Vários outros especialistas também destacam o papel da diplomacia do governo Obama, que frequentemente enviou sinais contraditórios.
O poder absolutoesporte da sorte ao vivoWashington talvez esteja diminuindo, mas as vezes os EUA parecem divididos sobre os diferentes níveisesporte da sorte ao vivopoder que lhe restam.
As perguntas se sucedem:
Estariam os EUA voltandoesporte da sorte ao vivoatenção para a Ásia e até que ponto o país tem realmente minimizado seu papel na Europa e no Oriente Médio?
Washington está preparado para apoiaresporte da sorte ao vivoretórica com o uso da força? (Na Síria, essa resposta tem sido não.)
Os EUA realmente pensaram nas implicações das suas posiçõesesporte da sorte ao vivorelação a Moscou?
Em 2014, às vésperas da anexação da Crimeia, Putin discursou no Parlamento russo e advertiu:
"Se você comprime uma mola até o limite máximo, ela voltará com força na direção contrária. Lembrem-se sempre disso."

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A Rússia tem reafirmadoesporte da sorte ao vivoposição hegemônicaesporte da sorte ao vivopaíses como a Síria
O professor Nikolas Gvosdev observouesporte da sorte ao vivoartigo na revista americana The National Interest, especializadaesporte da sorte ao vivopolítica, que "a resposta prudente seria encontrar formasesporte da sorte ao vivoreduzir a pressão sobre a mola ou se preparar para aguentar o golpe quando a mola voltar à forma original".
Quaisquer que tenham sido os erros do passado e quem quer que tenha sido responsável por eles, o fato é que agora chegamos onde estamos.
E onde estamos? Estão EUA e Rússia à beiraesporte da sorte ao vivoum conflito pela Síria? Não creio. Então por que existe a ideiaesporte da sorte ao vivoque estamos entrando num novo períodoesporte da sorte ao vivoGuerra Fria?
Competição por influência
O ex-agente da CIA Paul Pillar acha que esse não é o termo correto.
"Não estamos vendo o tipoesporte da sorte ao vivocompetição ideológica que caracterizou a Guerra Fria e felizmente já não temos outra corrida nuclear armamentista", explicou.
"O que resta é uma grande competição por influência. A Rússia é uma potência menos expressiva do que foi a União Soviética e do que a superpotência que os EUA ainda são".
E quanto ao futuro? Às vésperas das eleições presidenciais nos EUA, Moscou talvez acredite que por enquanto tem o caminho livre.
Há sinaisesporte da sorte ao vivoque os russos estão tentando usar esse caminho para criar várias zonasesporte da sorte ao vivoconflitoesporte da sorte ao vivotal maneira que o próximo ocupante da Casa Branca se veja dianteesporte da sorte ao vivoum fato consumado.

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Para John Sawers, ex-chefe do MI6, Ocidente negligenciou relação estratégica com a Rússia
É uma situação parecida com aesporte da sorte ao vivo2008, quando as relações EUA-Rússia foram congeladas na véspera da entrada dos russos na guerra contra a Geórgia.
Isso causou um desastre na política do governo George W. Bushesporte da sorte ao vivorelação a Moscou e é um caos herdado pelo presidente Obama.
Lembram do famoso "recomeço" das relações com a Rússia pregado por uma Secretáriaesporte da sorte ao vivoEstado americana chamada Hillary Clinton? Bem, isso não avançou muito.
Desafio para o próximo presidente dos EUA
John Sawers disse à BBC que "o próximo presidente dos EUA - espero que seja Hillary - tem a grande responsabilidadeesporte da sorte ao vivoestabelecer um tipo diferenteesporte da sorte ao vivorelação".
"Não estamos buscando uma relação mais quente com a Rússia, tampouco uma relação mais fria", afirmou.
"O que buscamos é um entendimento estratégico com Moscou sobre como atingir a estabilidade global,esporte da sorte ao vivotoda a Europa e entre a Rússia e EUA, para que a estabilidade fundamental do mundo tenha uma base mais sólida do que teve até agora".
Sawers concluiu que a chamada "Pax Americana" - a paz relativa no Ocidente desde a Segunda Guerra Mundial - foi um período muito curto, que agora terminou.

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