Por que há uma guerra na Síria: 10 perguntas para entender o conflito:2 bwinner net

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Pelo menos seis pessoas morreram após os EUA lançarem 59 mísseis Tomahawk na Síria na noite2 bwinner netquinta-feira. Autoridades americanas dizem que o alvo foi a base responsável pelo ataque com armas químicas que matou dezenas2 bwinner netcivis na terça-feira.
O bombardeio, feito a partir2 bwinner netdois navios2 bwinner netguerra americanos estacionados no mar Mediterrâneo, dá novos contornos ao conflito, que já dura mais2 bwinner netseis anos. A Rússia, aliada do presidente Bashar al-Assad, condenou a medida - ela nega que o governo sírio esteja usando armas químicas.
O ataque dos Estados Unidos foi ordenado por seu presidente, Donald Trump, que até pouco tempo atrás citava Assad como um aliado na guerra contra o terror. Mas tudo mudou após imagens do ataque da terça chocarem o mundo. "Quando você mata crianças inocentes, bebês inocentes, bebês pequenos (...) isso passa dos limites", reagiu o republicano, que classificou o ocorrido como uma "afronta à humanidade".
Entenda, a seguir, os últimos acontecimentos e a origem2 bwinner netum conflito que já deixou mais2 bwinner net400 mil mortos e provocado um êxodo2 bwinner netmais2 bwinner net4,5 milhões2 bwinner netpessoas do país, segundo a ONU - o maior da história recente.

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1. O que foi o 'ataque químico' que motivou a reação dos EUA?
De acordo com o grupo britânico2 bwinner netmonitoramento do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, 86 pessoas - 27 delas crianças - foram mortas no incidente químico2 bwinner netKhan Sheikhoun, na província2 bwinner netIdlib.
Tanto a Organização Mundial da Saúde quanto a instituição2 bwinner netcaridade médica Médicos Sem Fronteiras disseram que algumas das vítimas apresentavam sintomas consistentes2 bwinner netexposição a agentes que afetam o sistema nervoso.
O ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bozdag, disse que as necropsias realizadas nos corpos2 bwinner nettrês vítimas confirmaram que armas químicas foram usadas e que as forças2 bwinner netAssad foram as responsáveis pelo ataque.
Trinta e duas pessoas foram levadas para a Turquia para tratamento - três delas morreram.
2. O que dizem os líderes americanos?
"Eu vou te dizer, aconteceu que minha visão2 bwinner netrelação à Síria e Assad mudou muito", afirmou Trump após o ataque. Antes, ele citava o presidente do país2 bwinner netguerra como um aliado na luta contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, que controla algumas regiões sírias.
Questionado durante uma reunião com o rei Abdullah da Jordânia na Casa Branca sobre estar formulando uma nova política2 bwinner netrelação ao país do Oriente Médio, o americano disse a repórteres: "Vocês verão".
O que se seguiu foi o bombardeio realizado na noite da quinta-feira.
Ao falar da ofensiva, Trump chamou Assad2 bwinner net"ditador" por ter lançado um "ataque com armas químicas terríveis contra civis inocentes".
"É vital para os interesses2 bwinner netsegurança nacional dos Estados Unidos prevenir e dissuadir a propagação e o uso2 bwinner netarmas químicas", completou.

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3. O que dizem os russos?
A Rússia reconheceu que os aviões sírios atacaram Khan Sheikhoun, mas diz que a aeronave atingiu um depósito que produzia armas químicas para serem usadas por militantes no Iraque.
A "aviação da Síria fez um ataque contra um grande depósito2 bwinner netmunição terrorista e uma concentração2 bwinner netequipamento militar nos subúrbios a leste da cidade2 bwinner netKhan Sheikhoun", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konoshenkov.
O governo russo condenou o ataque americano, classificando o bombardeio com uma "agressão contra uma nação soberana".
Dmitry Peskov, porta-voz do governo, disse que a ofensiva dos EUA "causa um dano significativo às relações entre Washington e Moscou". Segundo ele, o presidente Vladimir Putin vê o ataque como "uma intenção2 bwinner netdistrair o mundo pela morte2 bwinner netcivis provocadas pela intervenção militar no Iraque".

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4. Assad já usou armas químicas antes?
O governo sírio foi acusado por potências ocidentais2 bwinner netdisparar foguetes2 bwinner netsarin (composto químico que age no sistema nervoso)2 bwinner netGhouta, Damasco, matando centenas2 bwinner netpessoas2 bwinner netagosto2 bwinner net2013.
O presidente Assad negou a acusação e culpou os rebeldes, mas concordou2 bwinner netdestruir o arsenal químico da Síria. Apesar disso, a Organização pela Proibição2 bwinner netArmas Químicas continuou a reportar o uso2 bwinner netprodutos químicos tóxicos2 bwinner netataques no país.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, voltou a negar esse tipo2 bwinner netação.
"Reforço mais uma vez que nosso Exército nunca usou e não usará armas químicas", disse ele. "Não apenas contra nossos civis, nosso povo, mas também não usará armas químicas contra os terroristas que estão atacando e matando nossos civis com seus morteiros."
A Síria classificou o ataque americano na quinta como uma ação "tola e irresponsável".
"O que a América fez não é nada menos que uma atitude tola e irresponsável, que só revela2 bwinner netvisão míope e cegueira política e militar2 bwinner netrelação à realidade", informou o gabinete2 bwinner netBashar al-Assad.
5. Qual era a situação na Síria antes da guerra - e o que levou ao conflito?
Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam2 bwinner netum alto nível2 bwinner netdesemprego, corrupção2 bwinner netlarga escala, falta2 bwinner netliberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez,2 bwinner net2000.
Em março2 bwinner net2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro2 bwinner netuma escola na cidade2 bwinner netDeraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças2 bwinner netsegurança.
O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se estendiam pelos países árabes.

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Quando as forças2 bwinner netsegurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída2 bwinner netAssad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes. No fim2 bwinner netjulho2 bwinner net2011, centenas2 bwinner netmilhares saíram às ruas2 bwinner nettodo o país exigindo a saída2 bwinner netAssad.
6. Como começou a guerra civil?
À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do regime se intensificava. Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar2 bwinner netarmas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças2 bwinner netsegurança2 bwinner netsuas regiões.
Assad prometeu "esmagar" o que chamou2 bwinner net"terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o controle do Estado.
A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram2 bwinner netcentenas2 bwinner netbrigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.
O conflito já havia, então, se transformado2 bwinner netmais que uma batalha entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornos2 bwinner netguerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.

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Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.
Em junho2 bwinner net2013, as Nações Unidas informaram que o saldo2 bwinner netmortos já chegava a 90 mil pessoas.
7. Quem está lutando contra quem?
A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas origens.
O número2 bwinner netmembros da oposição moderada secular foi superado pelo2 bwinner netradicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda.
Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos estão apoiando no norte da Síria.
Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo sírio.
Já a Rússia lançou2 bwinner net2015 uma campanha aérea com o fim2 bwinner net"estabilizar" o governo após uma série2 bwinner netderrotas para a oposição.
A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A maior delas foi a retomada da cidade2 bwinner netAleppo, um dos principais redutos dos grupos2 bwinner netoposição,2 bwinner netdezembro2 bwinner net2016.

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Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados têm procurado controlar o fluxo2 bwinner netarmas por medo2 bwinner netque acabem indo parar nas mãos2 bwinner netgrupos jihadistas.
8. Qual é o envolvimento das potências internacionais?
Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como pré-condição para a paz.
Trump, por2 bwinner netvez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorrido na última terça, porém, seu discurso mudou.
Já a Rússia apoia a permanência2 bwinner netAssad no poder, o que é crucial para defender os interesses2 bwinner netMoscou no país.
O Irã,2 bwinner netmaioria xiita, é o aliado mais próximo2 bwinner netBashar al-Assad. A Síria é o principal ponto2 bwinner nettrânsito2 bwinner netarmamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milhares2 bwinner netcombatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões2 bwinner netdólares para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.

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Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival2 bwinner netTeerã na região, tem enviado importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais.
Outro aliado importante dos rebeldes sírios, a Turquia tem buscado limitar o apoio dos EUA às forças curdas, que acusam2 bwinner netapoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Os rebeldes da oposição síria têm ainda atraído apoio2 bwinner netvárias medidas2 bwinner netoutras potências regionais, como Catar e Jordânia.
9. Por que a guerra está durando tanto?
Um fator chave é a intervenção2 bwinner netpotências regionais e internacionais.
Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síria2 bwinner netcampo para uma guerra indireta.
A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcial2 bwinner netrelação às questões religiosas).
As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidades2 bwinner netambas as partes, não apenas causando a perda2 bwinner netvidas, mas a destruição2 bwinner netcomunidades, afastando a esperança2 bwinner netuma solução pacífica.

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A escalada2 bwinner netterror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país para tomar o controle2 bwinner netvastas partes2 bwinner netterritório no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.
10. Qual é o impacto da guerra?
O enviado da ONU para a Síria, Steffan2 bwinner netMistura, estimou que a guerra já matou 400 mil pessoas.
Para a organização Observatório Sírio2 bwinner netDireitos Humanos, sediada2 bwinner netLondres, até setembro a cifra2 bwinner netmortos passava2 bwinner net465 mil.
Já o Centro Sírio para Pesquisa2 bwinner netPolíticas, outro grupo2 bwinner netestudos, calcula que o conflito já tenha causado a morte2 bwinner netmais2 bwinner net470 mil pessoas.

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Segundo a ONU, até fevereiro2 bwinner net2016 mais2 bwinner net5 milhões2 bwinner netpessoas haviam fugido do país - a maioria mulheres e crianças.
O êxodo2 bwinner netrefugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia.
Cerca2 bwinner net10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades.

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E as estatísticas terríveis não param por aí.
A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhões2 bwinner netpessoas - incluindo seis milhões2 bwinner netcrianças - no país.
Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma2 bwinner netcada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares básicas, mais2 bwinner net2 milhões2 bwinner netcrianças não vão à escola e uma2 bwinner netcada cinco indivíduos vive na pobreza.
As partes2 bwinner netconflito têm complicado ainda mais a situação ao recusar o acesso das agências humanitárias aos necessitados.

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