4 pontos-chave para entender os bons resultados alcançados pela direita nas eleições europeias:código promocionalbetano

Os resultados já tiveram importantes repercussões no campo político: o presidente da França, Emmanuel Macron, convocou eleições parlamentares antecipadas para o final deste mês após a contundente vitória do partidocódigo promocionalbetanodireita radicalcódigo promocionalbetanosua rival Marine Le Pen.

Na Alemanha, o partidocódigo promocionalbetanoextrema direita AfD superoucódigo promocionalbetanonúmerocódigo promocionalbetanovotos a coalizão do chanceler Olaf Scholz, pedindo-lhe que antecipe as eleições, algo que parece improvávelcódigo promocionalbetanoacontecer.

A BBC News Mundo, serviçocódigo promocionalbetanoespanhol da BBC, conversou com analistas para entender os resultados das eleições europeias e o deslocamento para a direita na política da região.

1. A guinada à direita se consolida

"As forças eurocéticas voltaram a vencer, a supercoalizão onde historicamente governam os social-democratas e a democracia cristã (Partido Popular Europeu)", explica Ignacio Molina, analista do Real Instituto ElCano, à BBC.

Mas apesarcódigo promocionalbetanoo centro "se manter", esse centro está se deslocando para a direita.

"Essa grande coalizão se deslocou porque o centro liberal perdeu votoscódigo promocionalbetanofavor da centro-direita. O europeísmo vence, sim, mas especialmente os mais conservadores", afirma Molina.

Em torno desse centro pró-europeu, há "uma mudança na correlaçãocódigo promocionalbetanoforças, muito mais à direita e a favor da direita radical, embora não haja um crescimento substancial", explica Javier Martín Merchán, professorcódigo promocionalbetanociência política da Universidadecódigo promocionalbetanoComillas, na Espanha.

No geral, apontam ambos os analistas, os resultados das eleições europeias não são inesperados e refletem uma tendência que tem sido observada nos últimos anoscódigo promocionalbetanonível nacional nos diferentes países que compõem a União Europeia.

Por exemplo, a Itália é governada desde 2019 por uma coalizãocódigo promocionalbetanodireita liderada por Giorgia Meloni e seu partido ultranacionalista Irmãos da Itália; nos Países Baixos, o partido radicalcódigo promocionalbetanoGeert Wilders venceu as últimas eleições nacionais e, na Suécia, o governo depende dos partidoscódigo promocionalbetanodireita radical.

"É um processo gradual e quase estrutural. Estamos vivendocódigo promocionalbetanoum ciclo positivo para a direitacódigo promocionalbetanogeral", afirma Martín Merchán.

2. Na França e na Alemanha, radicaiscódigo promocionalbetanoascensão

Apesarcódigo promocionalbetanoa direita radical e os ultraconservadores não terem arrasadocódigo promocionalbetanoforma geral nas eleições, como indicavam algumas pesquisas prévias, há exceções que chamam a atenção.

São os casos da Alemanha e da França, que, alémcódigo promocionalbetanoserem emblemáticos por serem os pais fundadores da UE, são os dois Estados membros que mais contribuem com assentos para o Parlamento, o que ajudará a aumentar a representação da extrema direita na câmaracódigo promocionalbetanoEstrasburgo.

Na França, a Agrupação Nacionalcódigo promocionalbetanoMarine Le Pen teve o dobro dos votos do partido centrista Renascimento do presidente Emmanuel Macron.

A reação quase imediatacódigo promocionalbetanoMacron foi convocar eleições parlamentares antecipadas para 30código promocionalbetanojunho.

"Convocar eleições antecipadas é uma grande surpresa para o país e um enorme risco para o presidente Macron. Ele poderia ter reagidocódigo promocionalbetanooutra maneira e explicado a vitória esmagadora da direita como uma aberração europeia que seria corrigidacódigo promocionalbetanoeleições mais importantes", afirma Hugh Schofield, correspondente da BBC na França.

No caso alemão, o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) ficoucódigo promocionalbetanosegundo lugar, superando a coalizão do chanceler Olaf Scholz.

Ainda mais notável é o resultado alcançado pela AfD, considerando os escândaloscódigo promocionalbetanoespionagem, extremismo e corrupção que atingiram o partido nos meses que antecederam as eleições.

"Os partidos governantes (social-democratas e verdes) sofreram uma derrota esmagadora, assim como o terceiro parceiro da coalizão, os liberaiscódigo promocionalbetanolivre mercado", explica o correspondente da BBCcódigo promocionalbetanoBerlim, Damien McGuinness.

Essa aliança sempre foi complicada,código promocionalbetanoacordo com McGuinness, mas a invasão da Rússia à Ucrânia a fez vacilar, expondo suas diferenças. Nesse contexto, os radicaiscódigo promocionalbetanodireita e oscódigo promocionalbetanoesquerda se beneficiaram com seus discursos populistas.

"Em temposcódigo promocionalbetanoinsegurança e incerteza, mensagens simples são sedutoras", observa McGuinness.

3. A oposição à imigração

Embora os discursos dos partidos radicais variemcódigo promocionalbetanoacordo com os problemas enfrentados por cada país, houve uma mensagemcódigo promocionalbetanoque concordaram:código promocionalbetanooposição à imigração, especialmente aquela proveniente dos países muçulmanos.

Por ser um assunto delicado para os partidos majoritários (como os social-democratas ou a democracia cristã), os partidoscódigo promocionalbetanodireita mais radicais, como AfD na Alemanha, Vox na Espanha ou Agrupação Nacional na França, levantaram essa bandeira nessas eleições europeias.

"Há partidos que falam única e exclusivamente sobre esse tema. Sobre qual tipocódigo promocionalbetanoimigração querem no país, qual a segurança nas ruas, qual é a segurança nas fronteiras e quais são os efeitos econômicos dessa imigração", explica Martín Merchán.

"Quando a concorrência partidária trata desses temas, é mais fácil que tenhamos resultados (eleitorais) como os que temos agora", acrescenta.

Com o aumento da imigração, "são geradas dinâmicas mais relacionadas ao tema cultural do que ao econômico", destaca Molina.

"Na Espanha, a imigração é menos politizada porque o perfil do imigrante [da América Latina] é menos distante, mas não é o casocódigo promocionalbetanooutros países. Para os escandinavos, por exemplo, é um tema importante porque uma parte da população sentecódigo promocionalbetanocultura e tradições ameaçadas", acrescenta.

Assim, contrasta-se a imigração dos países da África e do Oriente Médio, emcódigo promocionalbetanomaioriacódigo promocionalbetanotradição muçulmana, com os valores da velha Europa, tradicionalmente cristãos.

A isso se adiciona a "guerra cultural" desencadeadacódigo promocionalbetanomuitos países devido aos avançoscódigo promocionalbetanoquestões sociais promovidos por governos progressistas sucessivos.

"Há aqueles que percebem que houve uma mudança nos valores culturais da sociedade ocidental,código promocionalbetanoquestões como os direitos da comunidade LGBTQIA+, igualdadecódigo promocionalbetanogênero, etc., que, para muitos, especialmente homens brancos adultos, representa um desafio àcódigo promocionalbetanoprópria identidade", diz Martín Merchán. A resposta é reagir votando na direita que defende valores tradicionais.

4. Leituracódigo promocionalbetanochave nacional, não europeia

Molina insiste que, embora haja sinaiscódigo promocionalbetanoconsolidação e crescimento da direita mais radical, algo a ser destacado das eleições europeias é como o centro resistiu "apesar dos desafios enfrentados pela União Europeia hoje".

Ele ressalta que a leitura dessas eleições não deve ser feitacódigo promocionalbetanouma perspectiva europeia.

"É um poucocódigo promocionalbetanoautoengano. Porque o que aconteceu neste domingo foram 27 eleições nacionais paralelas com um leve toque europeu", diz.

"O resultado final que vemos no Parlamento Europeu écódigo promocionalbetanocontinuidade, mas o eleitor não necessariamente quis continuidade".

"Provavelmente, o que mais motivou o eleitor espanhol a votar foi recompensar ou punir Pedro Sánchez. Na França, estavam recompensando ou punindo Macron", diz.

Mas, mesmo que seja assim, a somacódigo promocionalbetanotodas as partes indica uma virada para a direita, que nos próximos cinco anos definirá a política da Europa.