As histórias das brasileiras com calvície que enfrentaram os próprios medos e passaram a se aceitar:banca de 200 reais bet365

Fernandabanca de 200 reais bet365Freitas posa para foto

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Foi uma libertação para mim. Não apenas do cabelo, masbanca de 200 reais bet365todo o peso que carreguei ao longo da vida', diz Freitas

O fator emocional intensificava o problema. "Se eu estava muito feliz, caía. A situação se repetia quando eu estava muito triste. Não tinha o que fazer."

A alopecia é um dos motivos mais associados a problemas capilares. Ela atinge homens e mulheres e representa a perdabanca de 200 reais bet365pelobanca de 200 reais bet365qualquer parte do corpo. O problema pode ser causado por influências genéticas, processos inflamatórios locais ou doenças sistêmicas.

Um dos tipos mais comunsbanca de 200 reais bet365alopécia é a areata, que é uma doença autoimune - quando as células atacam o próprio organismo. Ela atinge aproximadamente 2% da população mundial,banca de 200 reais bet365diferentes níveis - pode afetar desde pequenas áreas do couro cabeludo até causar a completa ausência dos fiosbanca de 200 reais bet365todo o corpo.

Fernandabanca de 200 reais bet365Freitas posa para fotobanca de 200 reais bet365imagem ainda com cabelo

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Fernandabanca de 200 reais bet365Freitas foi diagnosticada com alopecia areata e por anos recorreu a tratamentos para manter os fios

Outro tipo comum da alopecia é a androgenética, que também é autoimune e causa o afinamento progressivo dos fios. Mais recorrente entre os homens, estima-se que atinja 5% das mulheres.

Conforme especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, há outros motivos que também causam a perda dos fios, como estresse, uso exageradobanca de 200 reais bet365processos químicos no cabelo, dietas, consumobanca de 200 reais bet365medicamentos e doenças que afetam outras áreas do corpo, como o hipotireoidismo.

Segundo a Sociedade Brasileira do Cabelo, 50% das mulheres têm alguma queixa sobre queda capilar.

De acordo com o médico tricologista Ademir Carvalho Leite, presidente da Academia Brasileirabanca de 200 reais bet365Tricologia - área que se dedica a estudos do cabelo -, o númerobanca de 200 reais bet365mulheres com problemas capilares tem aumentado. "Hoje, ao menos 70% dos pacientes que atendo são mulheres. Não era assim quando comecei. Elas estão perdendo mais cabelo."

Leite orienta que as mulheres procurem ajuda médica logo que perceberem os primeiros sinaisbanca de 200 reais bet365falhas no couro cabeludo.

No Sistema Únicobanca de 200 reais bet365Saúde (SUS) não há nenhum tipobanca de 200 reais bet365tratamento para pacientes que sofrem com a perdabanca de 200 reais bet365cabelo.

Batalhabanca de 200 reais bet365décadas

Desde a infância, Fernanda preferia esconder a doençabanca de 200 reais bet365colegas e conhecidos. "Somente a minha família e amigos muito próximos sabiam. Para mim era inadmissível comentar sobre isso com outras pessoas", relata.

Ela teve dificuldades para contar sobre a alopecia ao marido, com quem está há dez anos. "Nós estávamos no início do namoro e eu relutei, mas falei sobre o assunto. Ele me perguntou se a alopecia matava ou prejudicava algum órgão e respondi que não. Então, ele disse que eu não deveria dar tanta importância."

Antesbanca de 200 reais bet365decidir tornar-se calva, Fernanda tinhabanca de 200 reais bet365lidar diariamente com a baixa autoestima ocasionada pela dificuldadebanca de 200 reais bet365aceitar a perdabanca de 200 reais bet365cabelo. "Para mim, era inadmissível uma mulher careca", conta. Ela costumava passar horasbanca de 200 reais bet365frente ao espelho antesbanca de 200 reais bet365sair, para disfarçar as falhas no couro cabeludo. "Apesar disso, nunca me priveibanca de 200 reais bet365pintá-lo ou deixá-lo maior. Eu tinha uma vida normal nesse aspecto."

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Legenda da foto, Freitas diz que pensava ser 'inadmissível' uma mulher assumir a calvície | Foto: Arquivo pessoal

A psicóloga Rosane Granzotto explica que a dificuldadebanca de 200 reais bet365aceitar a perda dos fios acontecebanca de 200 reais bet365razão da relevância que as mulheres costumam atribuir ao cabelo. "Ele faz parte da imagem, do modelo estético que a cultura perpetua para a mulher. A perda dos fios é como a ausênciabanca de 200 reais bet365uma parte do corpo feminino e esse fato requer uma reconfiguração da autoimagem."

Há três anos, Fernanda mudou os hábitos e passou a adotar uma rotina que considera mais saudável. Aprofundou-sebanca de 200 reais bet365estudos sobre alimentação e começou a publicar vídeos no YouTube.

"Fui lendo sobre o assunto e percebi como os remédios eram prejudiciais para o meu organismo. Eu não comia alimentos industrializados, mas me entupiabanca de 200 reais bet365medicamentos e decidi, há pouco maisbanca de 200 reais bet365um ano, pararbanca de 200 reais bet365consumi-los", relata.

Mas, sem os remédios e com o estresse das provas da faculdade - ela cursa Nutrição -, os fios passaram a cair ainda mais e novas falhas apareceram. O cabelo ficou cada vez mais escasso.

"Eu já não conseguia mais disfarçar, mas tinha que gravar vídeos e atender meus clientes", comenta Fernanda, que trabalha como life coach. Ela comprou uma peruca sob medida, com fios humanos. "O problema é que demoraria três meses para chegar, porque viria da China. Então não me restavam muitas opções, mas eu não cogitava voltar aos medicamentos."

Diante da faltabanca de 200 reais bet365opções, raspar os fios virou a melhor alternativa. "Eu chorei muito, mas não havia outra saída", diz. O marido apoiou a decisão da mulher. "Ele viu o meu sofrimento e me incentivou a ficar careca."

Liberdade

Mas, ao se olhar no espelho, depoisbanca de 200 reais bet365raspar os fios, Fernanda teve a maior sensaçãobanca de 200 reais bet365liberdadebanca de 200 reais bet365sua vida. "Eu me enxergueibanca de 200 reais bet365verdade pela primeira vez. Parece que o cabelo me escondia", conta. No mesmo dia, a jovem publicou uma foto mostrando o novo visualbanca de 200 reais bet365suas redes sociais. "Contei toda a minha história com a alopecia areata. Muitas pessoas me elogiaram e me apoiaram. Foi muito lindo", diz.

A jovem nunca chegou a utilizar a peruca comprada na China. "Quando ela chegou, usei algumas vezes por brincadeira, mas nunca para sair nas ruas ou algo do tipo. Hojebanca de 200 reais bet365dia me sinto mais bonita careca."

Já para a publicitária Carla Lambert,banca de 200 reais bet36536 anos, as perucas foram constantes companheiras durante partebanca de 200 reais bet365sua vida. "Não queria que as pessoas vissem que eu não tinha cabelo, porque isso para mim era o fim. Eu me achava um extraterrestre e preferia esconder isso", comenta à BBC News Brasil.

Carla sofre com problemas capilares desde os 15 anos, quando notou uma pequena falha embanca de 200 reais bet365nuca. Aos 22 anos, pouco após o nascimentobanca de 200 reais bet365seu filho, ela se separou, enfrentou um períodobanca de 200 reais bet365depressão e a queda dos fios passou a ser intensa, embora contida com um tratamento com medicamentos que fez até os 31 anos.

A publicitária Carla Lambert posa para foto

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Antesbanca de 200 reais bet365aceitar ficar calva, Carla usava apliques e fazia penteados para ocultar falhas nos fios

"Mas chegou uma fasebanca de 200 reais bet365que caía mais do que crescia e isso foi me preocupando e deixando a minha autoestima cada vez pior. Essa situação estava me consumindo e me deixava insegurabanca de 200 reais bet365todos os aspectos da vida", relembra.

Aos 32 anos, foi diagnosticada com alopecia areata universal. "Os tratamentos não faziam mais efeito, a queda era muito intensa e decidi raspar", diz a publicitária. Ela passou a usar perucas o dia inteiro, mas perdeu a vontadebanca de 200 reais bet365sairbanca de 200 reais bet365casa. "Eu morriabanca de 200 reais bet365vergonha, nunca estava bem e nada era motivo para comemorar."

Com terapia, ela passou a lidar melhor com a doença e a se sentir bonita mesmo sem cabelo. Mas ainda não saía sem peruca. Até o diabanca de 200 reais bet365que precisou ir buscar o jantar na portaria do prédio e não tinha como pegar a peruca, trancada no banheiro.

"Meu noivo estava tomando banho, com a porta trancada. Por uns instantes, não soube o que fazer", narra. Diante do impasse, decidiu sair calva pela primeira vez. "Depois que peguei a comida, enquanto subia para o meu apartamento, tive uma sensação incrívelbanca de 200 reais bet365liberdade. No dia seguinte, saíbanca de 200 reais bet365casa careca."

As perucas passaram a ser apenas acessórios e deixarambanca de 200 reais bet365ser obrigação para a publicitária. "Hoje, uso quando tenho vontade. Eu nunca pensei que fosse me sentir linda careca, mas consegui."

Nas ruas, Carla diz nunca ter ouvido comentários ofensivos. "As pessoas normalmente me perguntam sobre a minha careca e acreditam que sou assim por questãobanca de 200 reais bet365estilo."

Superando os comentários negativos

A ilustradora Lolla Angellucci posa para foto
Legenda da foto, 'Hoje, me acostumei a chamar a atenção. Se vou a um lugar e ninguém me olha, acho estranho', conta ilustradora | Foto: Arquivo pessoal

Certa vez, a ilustradora Lolla Angellucci,banca de 200 reais bet36538 anos, andava pela rua quando um carro com vários homens passou perto dela e um dos rapazes a ofendeu. "Ele perguntou se eu tinha sido pega pela Febem (fundação que cuidavabanca de 200 reais bet365menores reeducandos)", relembra.

A ilustradora, que possui alopecia areata, conta que os comentários negativos fazem partebanca de 200 reais bet365sua rotina. "É o que mais escutobanca de 200 reais bet365minha vida. As pessoas sempre apontam. Uma vez passeibanca de 200 reais bet365frente à casabanca de 200 reais bet365uma senhorinha e ela disse que eu tinha ficado bem feiabanca de 200 reais bet365cabelo raspado", diz. Outra situação que a incomoda são os constantes abraçosbanca de 200 reais bet365desconhecidos. "Eles acham que eu tenho câncer e vêm me abraçar. A última coisa que quero é ser abraçada por alguém que não conheço."

Os contratempos, no entanto, não costumam afetar Lolla atualmente. Ela afirma ter aprendido a lidar com a situação.

"Eu demorei muito para me aceitar. Foi um processo difícil e longo. Não sei direito quanto tempo demorou, foram anos. Atualmente lido bem com o fatobanca de 200 reais bet365ser careca", diz. "Hoje, me acostumei a chamar a atenção. Se vou a um lugar e ninguém me olha, acho estranho."

Lolla é divorciada e criou um perfil no Tinder, no qual costuma avaliar possíveis pretendentes pelo modo como eles encaram o fatobanca de 200 reais bet365ela ser calva. "Recebo abordagens do tipo: 'gosteibanca de 200 reais bet365você, apesar desse defeito'. Eu acho isso ótimo, porque descarto o rapaz logobanca de 200 reais bet365cara."

"Há homens também que dizem: 'olha, aprovei'. Eu sempre agradeço e respondo que a aprovação deles era tudo o que eu estava esperando para a minha vida", ironiza.

A confiança da ilustradora foi conquistada após muitas dificuldades que enfrentoubanca de 200 reais bet365razão da alopecia, diagnosticada quando ela tinha poucos mesesbanca de 200 reais bet365vida. "A minha mãe conta que eu tinha muitos redemoinhos no cabelo desde que era recém-nascida. Por isso, ela procurou um médico e descobriu a doença."

Na infância, ela sofria com as diversas falhas que possuía no cabelo. "Isso chamava a atenção das pessoas. Lembro que minha mãe andava com um atestado médico quando a gente saía, para provar aos outros que não era nada contagioso", conta.

A ilustradora Lolla Angelluccibanca de 200 reais bet365foto ainda com cabelo
Legenda da foto, Lolla aponta para a autoaceitação como fator crucialbanca de 200 reais bet365seu processo para lidar com a alopecia

Durante toda a infância e até o início da vida adulta, Lolla fez tratamentos para tentar reverter a queda capilar. "O meu cabelo crescia por um tempo, mas depois voltava a ficar ralo", diz. No período da faculdade, metade do cabelo dela havia caído. "Eu chorei no banheiro muito mais do que gostariabanca de 200 reais bet365admitir. Não havia mais jeitobanca de 200 reais bet365eu disfarçar a minha faltabanca de 200 reais bet365cabelo", relembra.

Por anos, ela usou peruca para disfarçar os problemas capilares. Com o passar do tempo, Lolla raspou o cabelo e decidiu assumir a calvície. "Foi como uma saída do armário. Hoje, enxergo que sairbanca de 200 reais bet365casa careca é uma formabanca de 200 reais bet365inspirar outras mulheres que também passam por isso."

A vida depois da perdabanca de 200 reais bet365cabelo

Para Fernandabanca de 200 reais bet365Freitas, a autoaceitação foi o passo mais importante após ficar calva. "Eu mudei meu modobanca de 200 reais bet365enxergar as coisas quando me aceitei. Percebi que o mundo muda quando me vê bem comigo mesma", afirma.

O tricologista Ademir Leite diz que existem diversos tratamentos capilares que podem auxiliarbanca de 200 reais bet365doenças que causam a perda do cabelo. "Mas isso dependebanca de 200 reais bet365um conjuntobanca de 200 reais bet365fatores. É importante, primeiro, eliminar a causa dessa perda capilar. Depois, o paciente precisa ter disciplina para seguir o tratamento", explica.

Leite destaca que casosbanca de 200 reais bet365mulheres que passaram a aceitar a calvície e desistirambanca de 200 reais bet365tratamentos têm se tornado comuns. "Muitas entendem que é preciso seguirbanca de 200 reais bet365frente e que o cabelo é parte da identidade, mas não representa tudo o que ela é."

Para Fernanda, é preciso ponderar se vale a pena procurar algumas alternativas para manter os fios. "Hoje existem muitos tratamentos e é sempre importante as pessoas procurarem especialistas no assunto. Mas também é fundamental analisar até que ponto é necessário usar muitos remédios por conta disso. Cabelos são apenas fios, não definem quem cada um é."

Lolla acredita que é importante que as mulheres falem sobre questões relacionadas à queda capilar. "Hoje, enxergo que a minha função é contar a minha história, para que as mulheres carecas, seja por contabanca de 200 reais bet365câncer, alopecia ou outro motivo, possam reconstruir a autoestima perdida", afirma.