Como poucas noites mal dormidas já afetam nosso metabolismo e saúde mental:bet3652
- Michael Mosley
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Além do impacto no organismo, estudo mostra que faltabet3652sono pode afetar saúde mental
bet3652 Com a chegada do horáriobet3652verão, vem sempre a polêmica. Enquanto alguns celebram os dias mais longos, há quem reclame da "hora a menos"bet3652sono ao adiantar os ponteiros do relógio.
Um estudo da Universidadebet3652Michigan, nos Estados Unidos, já mostrou que os brasileiros estão entre os que menos dormem no mundo. A média ébet36527h36 por noite. O que, para muitas pessoas, não é suficiente.
Muitas pesquisas sugerem que reduzir o sono, deliberadamente oubet3652outra forma, pode ter um impacto sério no organismo.
Algumas noites mal dormidas podem afetar o controlebet3652açúcar no sangue e fazer com que a gente coma demais. Chegam até a bagunçar nosso DNA.
Há alguns anos, o programa da BBC Trust Me I'm a Doctor ("Confiebet3652mim, eu sou médico",bet3652tradução livre para o português) realizou um experimentobet3652parceria com a Universidadebet3652Surrey, na Inglaterra. Eles pediram a voluntários que reduzissem suas noitesbet3652sonobet3652uma hora durante uma semana.
Simon Archer, que ajudou a executar o experimento, descobriu que o fatobet3652ter uma hora a menosbet3652sono por noite afetou a atividadebet3652diversos genes dos participantes (cercabet3652500 no total), incluindo alguns associados à inflamação e ao diabetes.
Noites mal dormidas
Ou seja, não há dúvidas sobre os efeitos negativos da faltabet3652sono no organismo. Mas que efeitos as noites mal dormidas podem ter na saúde mental?
Para descobrir, a equipe do programa Trust Me I'm a Doctor se juntou a cientistas do sono da Universidadebet3652Oxford para conduzir um experimentobet3652pequeno porte.
Desta vez, foram recrutados quatro voluntários que têm o hábitobet3652dormir profundamente. Eles foram conectados a dispositivos que monitoram o sono com precisão. Nas três primeiras noites, dormiram oito horas seguidas, sem interrupção.
Já nas três noites seguintes, o sono dos participantes foi limitado a apenas quatro horas.

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Uma hora extrabet3652sono por noite pode valer mais do que US$ 60 mil a mais na conta por ano, diz pesquisador
Diariamente, os voluntários preenchiam um questionário psicológico, desenvolvido para identificar qualquer mudança emocional oubet3652humor. Eles também gravavam vídeos diários.
E qual foi o resultado?
Sarah Reeve, estudantebet3652doutorado que conduziu o experimento, ficou surpresa com a rapidez com que o humor dos participantes mudou.
"Houve um aumento na ansiedade, na depressão e no estresse. Também aumentou a paranoia e o sentimentobet3652desconfiançabet3652relação a outras pessoas", revela.
"Dado que isso aconteceu após apenas três noitesbet3652privaçãobet3652sono, é muito impressionante", completa.
Três dos quatro voluntários consideraram a experiência desagradável. Mas um dos participantes disse não ter sido afetado.
"Essa semana provavelmente não me afetou tanto quanto pensei ", afirmou Josh. "Me sinto perfeitamente bem - nem feliz, nem triste, estressado ou qualquer coisa."
Os testes realizados mostraram, no entanto, um quadro bem diferente.
As emoções positivasbet3652Josh diminuíram bruscamente após duas noitesbet3652sono interrompido, enquanto as emoções negativas começaram a aumentar.
Desta forma, embora ele se sentisse bem, havia sinaisbet3652que ele estava começando a ser afetado mentalmente.
'Preso'bet3652pensamentos negativos
O resultado do teste confirma a descobertabet3652um estudo muito maior, que analisou o impacto da privação do sono na saúde mentalbet3652estudantes.
Pesquisadores recrutaram maisbet36523,7 mil alunosbet3652universidades do Reino Unido que já tinham relatado dificuldades para dormir.
Eles foram divididos aleatoriamentebet3652dois grupos. O primeiro participoubet3652seis sessões onlinebet3652Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) destinadas a melhorar o sono. Já o outro recebeu apenas conselhos padrão.
Dez semanas após o experimento, os estudantes que foram submetidos à terapia apresentaram uma reduçãobet365250% nas taxasbet3652insônia, acompanhadabet3652melhorias significativas na pontuação para depressão e ansiedade, alémbet3652diminuição da paranoia e alucinações.
A pesquisa, considerada o maior estudo randomizado controladobet3652tratamento psicológico para a saúde mental, sugere fortemente que a insônia pode causar problemasbet3652saúde mental,bet3652vezbet3652ser simplesmente uma consequência.
Daniel Freeman, professorbet3652psicologia clínica na Universidadebet3652Oxford, que liderou o estudo, acredita que uma das razões pelas quais a privação do sono é tão prejudicial para nossos cérebros é porque ela incentiva o pensamento negativo repetitivo.
"Temos mais pensamentos negativos quando somos privadosbet3652sono e ficamos presos neles", explica.
Ele não acredita, no entanto, que algumas noites mal dormidas signifiquem que a pessoa vai ter uma doença mental. Mas, segundo ele, o riscobet3652fato aumenta.
"A cada noite, umabet3652cada três pessoas está tendo dificuldade para dormir. Talvez 5% a 10% da população geral tenha insônia. Muita gente lida com isso e segue com suas vidas. Mas isso aumenta o riscobet3652uma sériebet3652dificuldades relacionadas à saúde mental."
Mas há também o lado positivo. A pesquisa mostra que ter uma boa noitebet3652sono pode ajudar a melhorar a sensaçãobet3652bem-estar.
Norbert Schwarz, professorbet3652psicologia da Universidade do Sul da Califórnia, faz uma metáfora.
"Ganhar US$ 60 mil (R$ 196 mil) a mais por ano tem menos efeito nabet3652felicidade diária do que uma hora a maisbet3652sono por noite", afirma.
Sendo assim, tenha uma boa noite.







