Os relatosaposta bbb sportsbetbrasileiros que sobreviveramaposta bbb sportsbetilha e no alto-mar após naufrágio na Guiana Francesa:aposta bbb sportsbet

Crédito, Nilton Ceccon/DNIT
O barco deixou o municípioaposta bbb sportsbetOiapoque (AP)aposta bbb sportsbet28aposta bbb sportsbetagosto rumo a Caiena, a maior cidade da Guiana Francesa. A previsão eraaposta bbb sportsbetque o trajeto durasse cercaaposta bbb sportsbetseis horas, mas a embarcação afundouaposta bbb sportsbetáguas guianesasaposta bbb sportsbetalto-mar.
Segundo autoridades locais, havia na embarcação 24 pessoas, dos quais 17 homens e sete mulheres.
Muitos passageiros eram brasileiros que buscavam trabalhar no território ultramarino francês — alguns delesaposta bbb sportsbetgarimposaposta bbb sportsbetouro. Também havia dois haitianos no grupo.
Na última sexta-feira (10/9), a Polícia Federal prendeu no Amapá dois homens brasileiros acusadosaposta bbb sportsbetagenciar a viagem.
A delegada da PF Janine Henrique Bastos diz à BBC News Brasil que os passageiros buscavam trabalhar na Guiana Francesa por um tempo para juntar dinheiro.
Busca por oportunidade
A busca por oportunidades no território francês por brasileiros se intensificou a partir dos anos 1980 e atrai principalmente moradores do Amapá, Pará e Maranhão.
Os acidentes com brasileiros que tentam entrar no território vizinhoaposta bbb sportsbetforma clandestina ocorrem há cercaaposta bbb sportsbet20 anos, diz o professoraposta bbb sportsbetCiências Sociais Manoelaposta bbb sportsbetJesusaposta bbb sportsbetSouza, da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Ele avalia que isso acontece, principalmente,aposta bbb sportsbetrazão das dificuldades para viajar legalmente à Guiana Francesa.
Ele diz que é mais fácil para um brasileiro viajar à capital francesa, Paris, do que à vizinha Guiana Francesa. "Brasil e França têm uma boa relação, mas essa boa relação acaba quando o assunto é a Guiana Francesa", afirma o professor.

Crédito, Arquivo pessoal
Souza, que estuda a migraçãoaposta bbb sportsbetbrasileiros para a Guiana Francesa desde 2004, explica que para voar até Paris, brasileiros só precisam apresentar o passaporte, não sendo necessário tirar visto. Já a entrada na Guiana Francesa exige a obtençãoaposta bbb sportsbetvisto, emitido pela embaixada francesaaposta bbb sportsbetBrasília.
"É um protocolo muito grande, quase impossível. É preciso investir muito para chegar à Guiana Francesaaposta bbb sportsbetforma legal", afirma.
No atual contexto, a entradaaposta bbb sportsbetforma legal no território vizinho se torna ainda mais difícil porque a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa está fechada por causa da pandemia. Desde então, só pessoas com passaporte francês e familiares podem acessar o território.
Para muitos, a única opção é se arriscaraposta bbb sportsbetviagensaposta bbb sportsbetbarcos clandestinos. As embarcações partem do rio Oiapoque atéaposta bbb sportsbetfoz e, ao chegar ao Atlântico, seguem pela costa até Caiena.
A reportagem apurou que o valor da viagem costuma variar conforme a quantidadeaposta bbb sportsbetcarga que a pessoa leva. A cobrança começa por voltaaposta bbb sportsbetR$ 1 mil.
Trabalhoaposta bbb sportsbetgarimpos
A embarcação que naufragouaposta bbb sportsbet28aposta bbb sportsbetagosto estava sendo usada pela primeira vez, diz a delegada Bastos. Segundo ela, o barco, conhecido na região como catraia, não era apropriado para a navegação no mar, "muito menos para a quantidadeaposta bbb sportsbetpessoas e mercadorias presentes".
Para aqueles que se aglomeravam na embarcação para o garimpo, a viagem representava a busca por recursos para uma vida melhor. Uma dessas pessoas era Maria da Conceição Silva,aposta bbb sportsbet57 anos, que, segundo os parentes, havia se preparado para aquele momento por dois meses.
De acordo com a família, ela já havia trabalhadoaposta bbb sportsbetoutros garimpos, inclusive na Guiana Francesa — mas nas outras vezes seguiu por caminhos terrestres.

Crédito, Arquivo pessoal
"Era a primeira vez que ela faria a travessia pelo mar", diz a contabilista Ana Clara Silva, uma das filhas da mulher.
Os familiares relatam que Maria queria trabalhar como cozinheira no garimpo e também planejava vender mercadorias, como roupas e cosméticos, na região.
O objetivo dela, que moravaaposta bbb sportsbetBoa Vista (RR), era conseguir dinheiro para construir quitinetes. "Essa seria a aposentadoria da minha mãe", afirma Ana Clara.
Na mesma embarcação estavam Carlos Almeida,aposta bbb sportsbet22 anos, e Karine Oliveira,aposta bbb sportsbet18. O casal sonhavaaposta bbb sportsbetcomprar o primeiro imóvel. Eles moravamaposta bbb sportsbetuma casaaposta bbb sportsbetum parente,aposta bbb sportsbetTurilândia, no Maranhão, e queriam conquistar uma residência própria.
Os familiares contam que Carlos pediu R$ 2 mil a um tio e disse que iria para a Guiana Francesa. Ele não tinha experiência com garimpo, mas, segundo os parentes, a companheira dele tinha familiares que já haviam trabalhado nessa área.
O casal seguiu para a Guiana Francesa junto com a irmã dela, Jéssica,aposta bbb sportsbet22 anos, e a mãe, Jeane,aposta bbb sportsbet43.
"Eles acreditavam que lá (na Guiana Francesa) ganhariam muito bem. Foram iludidos e largaram tudo aqui. A gente ficou sabendo só no diaaposta bbb sportsbetque eles embarcaram que estavam indo pra lá. Nos dias seguintes, começou um boato sobre o acidente e a família começou a se desesperar, mas a gente só soube mesmo que tinha acontecido depoisaposta bbb sportsbetoito dias", diz a esteticista Ivanilde Almeida, tiaaposta bbb sportsbetCarlos.
Os sobreviventes
Segundo a delegada, o barco aportouaposta bbb sportsbetuma ilha no meio do caminho, porque o mar estava revolto durante a viagem.
"Eles seguiram viagem e, chegando pertoaposta bbb sportsbetCaiena, o mar estava mais agitado ainda. E aí, pela questãoaposta bbb sportsbetestar pesada a canoa, uma onda forte fez com que ela afundasse", conta a delegada.

Crédito, Reprodução Google
Ela comenta que não havia coletes para todos os passageiros. "Algumas pessoas se agarraram a mercadorias que flutuavam e foram levadas pelo mar", afirma.
A delegada diz que três passageiros conseguiram nadar até uma ilha deserta. Lá, "sobreviveram como náufragos", afirma ela, e construíram uma jangada para tentar chegar ao continente.
Dois partiram na embarcação improvisada e conseguiram alcançar Caiena, onde pediram ajuda para resgatar o passageiro que havia ficado na ilha.
Os três, que não tiveram os nomes revelados, prestaram depoimentos à polícia da Guiana Francesa e foram soltos.
Outra passageira agarrou uma boia e passou dias à deriva até ser localizada por um barcoaposta bbb sportsbetrecreio num canalaposta bbb sportsbetacesso ao portoaposta bbb sportsbetKourou, a cercaaposta bbb sportsbet60 kmaposta bbb sportsbetCaiena.
Ela foi deportada para o Brasil e depôs à Polícia Federal. Em um áudio compartilhado nas redes sociais, que uma fonte confirmou à reportagem que foi gravado pela sobrevivente, a mulher relatou momentosaposta bbb sportsbetpânico.
Segundo ela, começou a entrar muita água no barco durante a noite, até que ocorreu o naufrágio.
A sobrevivente disse ter passado diasaposta bbb sportsbetalto-mar. Ela contou que só conseguia enxergar uma multidãoaposta bbb sportsbetágua e não via nenhum sinalaposta bbb sportsbetterra nas proximidades.
Ela relatou que sobreviveu por causa do colete que usava no momento. Segundo a mulher, a maioria estava sem o itemaposta bbb sportsbetsegurança na embarcação porque havia poucas unidades.
A sobrevivente comentou que, a princípio, ficou um período com duas outras mulheres, uma delas era Maria da Conceição, que também estava na embarcação. As três estavam com objetos flutuantes, segundo a sobrevivente, e se apoiavam nisso para não se afogar.
Em determinado momento enquanto as três estavam juntas, conforme relato da sobrevivente a conhecidos, as ondas se intensificaram, as outras duas mulheres foram levadas para uma parte e a sobrevivente foi para outra.
Sozinha, a sobrevivente diz ter passado mais um períodoaposta bbb sportsbetalto-mar, agarrada a uma boia. Ela relatou que gritava por socorro para que alguém a localizasse. Segundo ela, uma lancha com franceses a localizou e a resgatou.
Em nota, autoridades guianesas citam o caso dessa sobrevivente ao relatar que avistaram "uma mulher agarrada a uma boia" dias após o naufrágio.
As outras duas mulheres que estavam junto com ela continuam desaparecidas.
"A sobrevivente me disse que quando subiu na embarcação (após ser resgatada) falou que sabia que tinha mais sobreviventes naquela região, mas não sei o motivoaposta bbb sportsbetnão terem procurado mais gente", diz Ana Clara, filhaaposta bbb sportsbetMaria da Conceição.
"Acho que houve um grande descaso tanto da Guiana Francesa quanto do lado do Brasil", acrescenta Ana. Ela e os parentes acreditam que Maria poderia ser encontrada nas proximidades se fizessem buscas por ela logo que localizaram a sobrevivente.
À esperaaposta bbb sportsbetrespostas
Os familiares dos ocupantes do barco vivem diasaposta bbb sportsbetangústia e desespero por informações sobre eles. Eles se reuniramaposta bbb sportsbetum grupoaposta bbb sportsbetWhatsAppaposta bbb sportsbetque relatam as dificuldades para ter respostasaposta bbb sportsbetautoridades francesas e cobram apoioaposta bbb sportsbetentidades brasileiras nas buscas.
Parentesaposta bbb sportsbetdesaparecidos foram ao Oiapoqueaposta bbb sportsbetbuscaaposta bbb sportsbetapoio para que possam fazer buscas marítimas na região. Porém, não conseguiram autorização.

Crédito, Arquivo pessoal
"Nós, familiares, estamos pedindo ajuda para o governo francês e também para o governo brasileiro. Não podemos continuar assim sem respostas. Mesmo que eles tenham tentado entraraposta bbb sportsbetforma irregular, a gente quer saber o que realmente aconteceu", afirma Ivanilde, que não teve nenhuma informação a respeito do sobrinho, da esposa dele ou das parentes dela que estavam no barco.
"A cada dia que passa a gente chora mais e mais e não tem quem nos acuda. Não deixam a gente fazer buscas nas ilhas da região, não nos autorizam a fazer nada. Eu fico nesse impasse, ligo para todos os cantos e ninguém faz nada", assevera Ana Clara, filhaaposta bbb sportsbetMaria da Conceição.
"Apesaraposta bbb sportsbetessas pessoas estarem aliaposta bbb sportsbetmaneira clandestina, não deixamaposta bbb sportsbetser brasileiras. O governo brasileiro não faz nada. Já são vários dias sem respostas e ninguém faz nada. E segundo as informações, (os guianeses) só fizeram dois diasaposta bbb sportsbetbuscas no mar e ficou por isso mesmo", acrescenta Ana Clara.
Segundo as autoridades guianesas, foram feitas buscas por náufragosaposta bbb sportsbet31aposta bbb sportsbetagosto e 1ºaposta bbb sportsbetsetembro. Mas não há detalhes se foram feitos novos procedimentos para tentar localizar os ocupantes da embarcação posteriormente.
Em nota, as autoridades locais afirmam que o Ministério Públicoaposta bbb sportsbetCaiena abriu um inquérito para apurar o caso.
Até o momento, há a confirmaçãoaposta bbb sportsbetque, além dos sobreviventes, foram encontrados três corpos que estavamaposta bbb sportsbetdecomposição e ainda não foram identificados. Foram colhidos materiais genéticosaposta bbb sportsbetfamiliares dos ocupantes da embarcação para descobrir as identidades das vítimas.
O governo brasileiro justifica que não faz buscas porque o naufrágio foiaposta bbb sportsbetterritório francês.
Em nota à BBC, o Ministério das Relações Exteriores diz que, por meioaposta bbb sportsbetseu consuladoaposta bbb sportsbetCaiena, acompanha o episódio "com atenção e tem mantido coordenação com as autoridades locais sobre o incidente".
"A rede consular do Itamaraty está à disposição para prestar toda a assistência cabível, respeitando-se os tratados internacionais vigentes e a legislação local."
Segundo estimativa do ministério, 72,3 mil brasileiros vivem na Guiana Francesa, que tem cercaaposta bbb sportsbet294 mil habitantes.
Metade dos brasileiros que vivem no território vizinho trabalhamaposta bbb sportsbetgarimpos, enquanto a outra metade se dedica a serviçosaposta bbb sportsbetcidades, como carpintaria, mecânica e construção, diz o professor Manoelaposta bbb sportsbetJesusaposta bbb sportsbetSouza, que estuda o tema.
"Todos que emigram para a Guiana Francesa têm o sonhoaposta bbb sportsbetconseguir juntar um bom dinheiro, fazer um investimento no Brasil e mudaraposta bbb sportsbetvida", ele diz. Como a moeda do território é o euro, a migração tende a cresceraposta bbb sportsbetmomentosaposta bbb sportsbetdesvalorização do real, como o atual.
Para Souza, o combate a acidentes nos deslocamentos exige que "o estado brasileiro esteja mais presente na região, fiscalizando mais, para que a ponte (que liga o que liga o Oiapoque à Guiana Francesa, inauguradaaposta bbb sportsbet2017) sirva como um modeloaposta bbb sportsbetintegração e não só um elefante branco no meio da floresta amazônica".
"Enquanto dificultarem a entradaaposta bbb sportsbetbrasileiros, as saídas arriscadas serão constantes", afirma.

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