Para 'evitar promoção do aborto', Brasil critica menção à saúde reprodutiva da mulheresporte betâniadocumento da ONU:esporte betânia

diplomata brasileiro na ONU

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Na ONU, diplomata brasileiro critica documento da ONU por abrir margem à 'promoção do aborto'
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Crédito, BBC

Em outro trecho, o Brasil também afirma ser necessário evitar qualquer "interferência do Estado que tenha o objetivoesporte betâniadissolver ou enfraquecer a estrutura da família tradicional".

No posicionamento, a diplomacia brasileira também adota outras posturas críticas a políticasesporte betânialiberalização do aborto, dizendo "afirmar a necessidadeesporte betâniaproteção da mulher durante a gestação e a vida intrauterinaesporte betâniamulheres e homens".

Gênero e mortalidade materna

O rascunho das conclusões da 63ª sessão da Comissão sobre o Situação da Mulher foi objetoesporte betânialongas discussões entre os delegados do encontro, que tinha como objetivo declarado debater os meios para que os países garantam "proteção social, serviços públicos e infraestrutura sustentável para promover os direitos e igualdade para mulheres e meninas".

Uma versão do rascunho com as conclusões negociadas circulou entre os participantesesporte betânia17esporte betâniamarço. Rascunhos do tipo são avaliados, então, por governos e demais participantes, como integrantesesporte betâniaONGs, para que se chegue a um acordo sobre a versão final do texto da conferência.

Damares Alves

Crédito, Wilson Dias / Agência Brasil

Legenda da foto, Ministra das Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, é contrária à descriminalização do aborto

A adoção das conclusões dessa Comissão não é obrigatória para os países-membros, mas elas servem como recomendação aos respectivos governos, alémesporte betâniaorganismos internacionais e entidades civis.

Em uma instrução enviada a seus diplomatas antes da sessão final, o governo brasileiro avaliou o rascunho das conclusões, afirmando que "a delegação brasileira deverá unir-se ao consensoesporte betâniatorno das conclusões acordadas" na sessão, mas determinou que fossem feitas ressalvas a elas, elencando uma sérieesporte betâniaexplicações.

Uma das versões das instruções enviadas pelo Itamaraty aos diplomatas das missão brasileira na ONU continha ressalvas ainda mais duras contra as conclusões da conferência. No documento a que a BBC News Brasil teve acesso e que foi posteriormente alterado, o governo brasileiro chegava a rejeitar um trecho das conclusões que dizia que "prevenir a mortalidade e morbidade (quando quase há morte) maternas é uma das prioridadesesporte betâniadireitos humanos para todos os países", por entender que tal "expressão pode dar margem à promoção do aborto". Esta menção, no entanto, foi suprimida do discurso do representante brasileiro.

Migração e mudança climática

Além das questões do acesso à saúde reprodutiva, o governo brasileiro também se colocou contra menções às mudanças climáticas no texto discutido na ONU, por entender que essa questão "não tem correlação com o objeto"esporte betâniadiscussão da conferência.

A presençaesporte betâniatrechos que discutiam imigração também gerou oposição por parte do governo brasileiro.

Cidadesesporte betâniarápida expansão enfrentam piores riscos climáticos

No posicionamento lido na ONU, o Brasil diz rejeitar um trecho das conclusões que diz "reconhecer a importância das mulheres trabalhadoras migrantes com todos os níveisesporte betâniahabilidades, independenteesporte betâniaseu status migratório".

Para o Itamaraty, a expressão "independenteesporte betâniaseu status migratório" pode "incentivar a práticaesporte betâniaimigração ilegal e questionar o direito dos Estadosesporte betâniaregular suas leis e políticas migratórias".

Insatisfação com comissão da ONU

No texto lido pelo representante brasileiro na sessão final da Comissão, na sexta, o governo disse não estar satisfeito com o resultado do encontro.

"Durante as negociações do rascunho, a delegação brasileira buscou,esporte betâniaboa-fé, atingir um texto justo e equilibrado, que reflita nossas visões comuns sobre os temas desafiadoresesporte betâniadiscussão. Mas devo enfatizar que não estamos satisfeitos com o resultado", disse o representante brasileiro.

O governo, então, se compromete "em um esforçoesporte betâniaboa vontade" a se juntar ao consenso sobre o rascunho, dizendo, no entanto, considerar as conclusões "na melhor das hipóteses" como uma "soluçãoesporte betâniacompromisso, que não reflete bem as posiçõesesporte betâniatodos os Estados-membro, incluindo o nosso (Brasil)".

"Nós enfatizamos a insatisfação com a perspectiva geral adotada ao longo do documento, que tende a favorecer abordagens focadas no papel do Estado no lugaresporte betânia(favorecer) o papel do setor privado, família e indivíduos".

Ministro das Relações Exteriores do Brasil

Crédito, Ricardo Moraes/Reuters

Legenda da foto, Chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou que política externa do país abandonará 'tradições espúrias' como o 'antiamericanismo'

"Nós também nos preocupamos com o desvioesporte betâniapontos-chave do texto, que buscam estimular uma agenda com a qual não concordamos. O governo brasileiro não vai mais apoiar o usoesporte betâniatermos e expressões dúbios que causaram confusão e desentendimentos", diz o posicionamento brasileiro.

Em outro trecho, o governo brasileiro critica o "uso alternado das expressões 'gênero' e 'sexo'".

"Nós consideramos que, para esses propósitos, gênero é sinônimoesporte betâniasexo, e sexo é definido biologicamente como homem e mulher."

Nova posição pró-Israel

Este não foi o primeiro posicionamento brasileiro expresso nos últimos dias que vaiesporte betâniaencontro a posições adotadas anteriormente pelo país,esporte betâniaum sinal das mudanças promovidas na política externa pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo chanceler, Ernesto Araújo.

Na semana passada,esporte betâniauma mudança histórica naesporte betâniadiplomacia, o Brasil votou a favoresporte betâniaIsraelesporte betâniadistintas resoluçõesesporte betâniapauta no Conselhoesporte betâniaDireitos Humanos da ONU,esporte betâniaGenebra.

Em uma das votações que mais chamaram a atençãoesporte betâniadiplomatas, o Brasil foi um dos oito países a votarem contra a adoçãoesporte betâniaum relatório que apura denúnciasesporte betâniaviolações aos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, incluindo a resposta das tropas israelenses a manifestações ocorridasesporte betânia2018 na Faixaesporte betâniaGaza.

Os protestos se estenderam por meses e,esporte betâniaseu dia mais mortífero, 14esporte betâniamaio, deixaram 78 palestinos mortos. O relatório acabou aceito pelo Conselhoesporte betâniaDireitos Humanos com 23 votos a favor, 14 abstenções e os oito votos contrários.

Foto do arquivo mostrando a posição israelense nas colinas ocupadasesporte betâniaGolã (10esporte betâniamaioesporte betânia2018)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, As colinasesporte betâniaGolã têm significado político e estratégico

Em uma segunda votação, o Brasil votou contra resolução que tratava da ocupação israelense das Colinasesporte betâniaGolã, consideradas território sírio. E, por fim, o Brasil se absteve na votação que tratava da expansãoesporte betâniaassentamentos israelensesesporte betâniaterritórios reivindicados pela população palestina.

O governo brasileiro, no entanto, manteve posicionamento favorável na votação a respeito do direito à autodeterminação dos palestinos.

"Apoiar o tratamento discriminatório contra Israel na ONU era uma tradição da política externa brasileira dos últimos tempos. Estamos rompendo com essa tradição espúria e injusta, assim como estamos rompendo com a tradição do antiamericanismo, do terceiromundismo e tantas outras", escreveu o chanceler Araújoesporte betâniaseu perfil no Twitter na sexta-feira.

*Colaborou Matheus Magenta, da BBC News Brasilesporte betâniaSão Paulo

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