4 coisas ainda desanimadoras da rotina do professor no Brasil - e 3 coisas que estão melhorando:casas de apostas aceitam pix

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Legenda da foto, Professores se queixamcasas de apostas aceitam pixdesvalorização profissional, algo que envolvecasas de apostas aceitam pixplanocasas de apostas aceitam pixcarreira a uma formação melhor (Foto: Pedro Ribas/ANPr)

Em São Paulo, 51% dos professores entrevistados por uma pesquisa encomendada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado) disseram ter sido vítimascasas de apostas aceitam pixalgum tipocasas de apostas aceitam pixviolência na escola; e 61% dos docentes e 72% dos alunos consideram a escola um ambientecasas de apostas aceitam pixviolência.

Para Maria Izabel Azevedo Noronha, professora e presidente da Apeoesp, a violência é "consequência do abandono da escola pública", citando superlotaçãocasas de apostas aceitam pixsalascasas de apostas aceitam pixaula e enxugamentocasas de apostas aceitam pixfuncionários. Tudo isso, diz, dificulta aos professores conhecer individualmente os problemascasas de apostas aceitam pixcada aluno.

Tambémcasas de apostas aceitam pixSão Paulo, o governo estadual prometeu dobrar o númerocasas de apostas aceitam pixprofessores-mediadorescasas de apostas aceitam pixconflitos para um totalcasas de apostas aceitam pix6,8 mil - algo que Noronha considera uma "resposta correta, ainda que não seja a salvação".

O problema é complexo porque a escola é um microcosmo que espelha a violência da própria sociedade, explica Inês Kisil Miskalo, gerente-executivacasas de apostas aceitam pixeducação do Instituto Ayrton Senna. E reflete tanto o baixo reconhecimento social do professor quanto a vulnerabilidade dos próprios estudantes.

"Estamos muitas vezes lidando com alunos defasados, desmotivados,casas de apostas aceitam pixfamílias carentes. É algo que precisa ser enxergado não pela via policial, mas do relacionamento - acolhendo os alunos e suas famílias", opina Miskalo.

"Não é algo fácil, mas precisamos romper os cicloscasas de apostas aceitam pixviolência e também dar mais perspectivascasas de apostas aceitam pixtrabalho aos professores, mostrar que seu trabalho não é isolado, é coletivo."

2. Desvalorização da carreira - financeira e socialmente

A baixa valorização e remuneração do professor gera um ciclo vicioso: a carreira não consegue atrair os melhores estudantes, as deficiênciascasas de apostas aceitam pixformação se perpetuam e refletem na qualidade do ensino.

Essa desvalorização começa, segundo professores e especialistas, na ausênciacasas de apostas aceitam pixplanoscasas de apostas aceitam pixcarreiracasas de apostas aceitam pixgrande parte da rede, na defasagem salarialcasas de apostas aceitam pixrelação às demais profissões e na formação deficiente.

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Legenda da foto, Formação inicialcasas de apostas aceitam pixdocentes não articula teoria com a realidadecasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula, dizem especialistas (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

A cada 100 alunoscasas de apostas aceitam pixpedagogia ou licenciatura, só 51 concluem o curso, o que ilustra algumas das dificuldadescasas de apostas aceitam pixformaçãocasas de apostas aceitam pixnovos professores, afirma Olavo Nogueira, diretorcasas de apostas aceitam pixpolíticas públicas do movimento Todos Pela Educação. "Não é à toa que já faltam professorescasas de apostas aceitam pixalgumas disciplinas."

"Valorização passa por salário, formação continuada e por (solução de) problemas estruturais", afirma Noronha, da Apeoesp. "Há professorescasas de apostas aceitam pixfísica, química e artes, por exemplo, que chegam a acumular mil alunoscasas de apostas aceitam pixuma única escola. É muita coisa."

E há, também, a desvalorização social. Em 2013, o levantamento Índice Globalcasas de apostas aceitam pixStatuscasas de apostas aceitam pixProfessores, que mede o respeito e o status dos docentes na sociedade, colocou o Brasil no penúltimo lugar entre 21 países avaliados.

"É preciso reconhecimento público para o professor, indo além da remuneração", diz Miskalo, do Ayrton Senna. "Isso envolve jogar luz nos bons professores, bater palma para eles, levá-los para a universidade para que contem (a futuros docentes) os segredos que usam na alfabetização, por exemplo."

3. Formação que não prepara para a aula

"Não é incomum ouvircasas de apostas aceitam pixprofessores novos: 'não imaginava que seria tão difícil' ou 'não tenho a menor ideiacasas de apostas aceitam pixcomo agircasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula'. Isso porque a formação não os prepara para a docência", afirma Olavo Nogueira.

Especialistas são unânimescasas de apostas aceitam pixdizer que a formação atual dos professores não dialoga com a realidade que encontrarão dentro das escolas, nem com os desafios da educação para o século 21.

"O professor leva um choquecasas de apostas aceitam pixrealidade: ele não aprendeu elementos para transformar a teoriacasas de apostas aceitam pixação dentro da salacasas de apostas aceitam pixaula", diz Miskalo.

No ensino médio, há uma dificuldade adicional: o deficitcasas de apostas aceitam pixprofessores formados nas disciplinascasas de apostas aceitam pixque atuam, como química e física. Segundo o Censo Escolarcasas de apostas aceitam pix2016, apenas 55% dos professores dessa etapa têm formação superior na áreacasas de apostas aceitam pixque lecionam.

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Legenda da foto, Professores muitas vezes não estão preparados para lidar com turmas grandes e alunos defasadoscasas de apostas aceitam pixrelação acasas de apostas aceitam pixidade (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Essa é, na visão do Ministério da Educação, o maior desafio atual da docência. "São 2,2 milhõescasas de apostas aceitam pixprofessores e grande parte deles não é formada na áreacasas de apostas aceitam pixque atua", diz nota do MEC à BBC Brasil, agregando estar finalizando uma política nacionalcasas de apostas aceitam pixformaçãocasas de apostas aceitam pixprofessores articulada à nova Base Nacional Curricular, quando esta for homologada.

A formação atual tampouco acompanha as transformações na educação - cada vez mais multidisciplinar, centrada no aluno e incorporando habilidades socioemocionais, como trabalhocasas de apostas aceitam pixequipe e resoluçãocasas de apostas aceitam pixproblemas.

"Bons educadores fazem isso quase instintivamente porque sabem que é importante, mas isso precisa ser explícito e planejado", afirma Miskalo.

O MEC afirma que isso será enfrentado com a nova Base Curricular.

"A base nacional está organizada por competências e norteará os currículos dos sistemas e redescasas de apostas aceitam pixensino. (...) No momentocasas de apostas aceitam pixque a Base for homologada, o MEC promoverá açõescasas de apostas aceitam pixformação a todas as redes e sistemascasas de apostas aceitam pixensino, para a preparaçãocasas de apostas aceitam pixcurrículo e professores. Dessa forma, o aprendizado terá sentido organizado nessas competências e não somente do pontocasas de apostas aceitam pixvistacasas de apostas aceitam pixuma listacasas de apostas aceitam pixaprendizadoscasas de apostas aceitam pixconteúdos aleatórios", diz o ministério.

4. Defasagem e indisciplina dos alunos

Uma pesquisa realizadacasas de apostas aceitam pix2015 pela Fundação Lemann perguntou a professores quais problemas requeriam solução mais urgente nas escolas, e dois dos mais citados foram a defasagemcasas de apostas aceitam pixaprendizado dos alunos e a indisciplinacasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula.

A cada cem alunos do ensino básico, cercacasas de apostas aceitam pix12 estão com um atraso escolarcasas de apostas aceitam pixdois anos ou mais, segundo dadoscasas de apostas aceitam pix2016 compilados pela plataforma QEdu.

"É diferente se preparar para dar aula para uma salacasas de apostas aceitam pixcriançascasas de apostas aceitam pixdez anos e (ter na mesma sala) criançascasas de apostas aceitam pix14 anos, que têm outros interesses e percepções", explica Mônica Gardelli Franco, ex-professora e atual superintendente da organização Cenpec (Centrocasas de apostas aceitam pixEstudos e Pesquisascasas de apostas aceitam pixEducação, Cultura e Ação Comunitária).

Professora Marcia Friggi após agressãocasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula
Legenda da foto, Professora Marcia Friggi após agressãocasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula; caso abriu debate nacional sobre violência no ambiente escolar (Foto: Reprodução/Facebook)

Sobre a indisciplina, ela conta que os professores não costumam receber, emcasas de apostas aceitam pixformação, ferramentas para lidar com a dispersão dos alunos e a faltacasas de apostas aceitam pixfoco.

E o tempo gasto com isso consome minutos preciososcasas de apostas aceitam pixaula, que deixamcasas de apostas aceitam pixser usados na transmissãocasas de apostas aceitam pixconteúdo.

"Perco cercacasas de apostas aceitam pix60% do meu tempocasas de apostas aceitam pixaula resolvendo conflitos paradidáticos, por exemplo falandocasas de apostas aceitam pixvalores (sociais) ou da importânciacasas de apostas aceitam pixpreservar o bem público", lamenta,casas de apostas aceitam pixentrevista à BBC Brasil, Jorge Jacoh Ferreira, 35 anos, professor da rede municipal do Rio no subúrbio carentecasas de apostas aceitam pixSanta Cruz.

O Ministério da Educação diz que o tema preocupa. "O MEC vem discutindo propostas e possibilidades acerca da formaçãocasas de apostas aceitam pixprofessores para atender a esses desafios", diz o órgãocasas de apostas aceitam pixnota.

Avanços:

1. Tecnologia a serviço da salacasas de apostas aceitam pixaula

A tecnologia já ajuda gestores e professores a preparar aulas e acompanhar seus resultados.

O Google, por exemplo, disponibiliza ferramentas gratuitas para escolas públicas que permitem criar salascasas de apostas aceitam pixaula na nuvem, distribuir tarefas, organizar avaliações e medir o desenvolvimento da turma.

Softwarescasas de apostas aceitam pixInteligência Artificial já são parte da rotinacasas de apostas aceitam pixalgumas escolas públicas e privadas brasileiras e, à medida que são usados pelos alunos, incorporam informações sobre eles para melhorar processoscasas de apostas aceitam pixaprendizagem.

Violênciacasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Indisciplina e defasagem são algumas das queixas mais comunscasas de apostas aceitam pixdocentescasas de apostas aceitam pixpesquisa

"É um conjuntocasas de apostas aceitam pixferramentas estatísticas que cria mais conhecimento quanto mais os alunos (a utilizarem)", disse à BBC Brasilcasas de apostas aceitam pixagosto Leonardo Carvalho, cofundador da empresa Geekie, que fornece o software. "Em uma sala com 50 alunos, o professor não consegue ver (a dúvida exata)casas de apostas aceitam pixcada um. O programa faz issocasas de apostas aceitam pixmodo escalonado."

Por si só, a tecnologia não necessariamente impacta a educaçãocasas de apostas aceitam pixmodo positivo. O importante, dizem especialistas, é que ela apoie (e não substitua) o docente.

"A tecnologia pode ocupar um espaço (de facilitar tarefas) e deixar o professor mais livre para a construção do pensamento crítico e analítico e das relaçõescasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula", diz Gardelli Franco, do Cenpec.

No Rio, Jorge Jacoh Ferreira diz que seus colegas já usam bancoscasas de apostas aceitam pixdados online para lançar notas, por exemplo. "A dificuldade é a infraestrutura: tem dias que a internet funciona; tem dias que não. Gostariacasas de apostas aceitam pixusar o Google Earth nas minhas aulas, mas não consigo porque o 4G não funciona."

A infraestrutura é,casas de apostas aceitam pixfato, um dos principais entraves ao uso da tecnologia. Segundo dados do Censo Educacional 2016 tabulados pelo QEdu, 68% das 183,3 mil escolas básicas do Brasil têm internet. A banda larga está disponívelcasas de apostas aceitam pixapenas 56% delas.

2. Mais compartilhamentocasas de apostas aceitam pixboas práticas

Seja via grupos formadoscasas de apostas aceitam pixsuas próprias redescasas de apostas aceitam pixensino, seja por articulação própria nas redes sociais, os professores têm encontrado cada vez mais caminhos para compartilhar boas ideias para ajudar os colegascasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula.

"O professor, quando ganha conectividade, está semprecasas de apostas aceitam pixbuscacasas de apostas aceitam pixnovas referências e modelos", diz Gardelli Franco. "Os espaços virtuais favorecem muito isso. Os próprios professores constroem redes dentrocasas de apostas aceitam pixseus grupos, obtendo mais referências (para usarcasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula)."

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Legenda da foto, Ensino muitas vezes está desconectado da rotina dos alunos e das demandas do século 21

"Já usei a ideiacasas de apostas aceitam pixum colegacasas de apostas aceitam pixSão Gonçalo (RJ) que conheci vias redes sociais e que está dando bons resultadoscasas de apostas aceitam pixsalacasas de apostas aceitam pixaula: um jogocasas de apostas aceitam pixcartas que ajudacasas de apostas aceitam pixinterpretaçãocasas de apostas aceitam pixtexto e pensamento estratégico", conta o professor Jorge Ferreira.

"Mas acho que isso ainda é algo feito totalmente por iniciativa dos próprios professores, que têm brigado muito para se articular por conta própria."

3. Mais possibilidadescasas de apostas aceitam pixformação

Especialistas e professores veem mais opçõescasas de apostas aceitam pixcursoscasas de apostas aceitam pixpós-graduação e mestrados, bem como plataformas online gratuitas como Khan Academy e Coursera, que ampliam o lequecasas de apostas aceitam pixpossibilidadescasas de apostas aceitam pixformação à distância.

No âmbito do Ministério da Educação há a Universidade Aberta do Brasil, sistemacasas de apostas aceitam pixuniversidades públicas que dá prioridade a professores na ofertacasas de apostas aceitam pixcursoscasas de apostas aceitam pixnível superior à distância.

Para o professor Jorge Ferreira, porém, é preciso que as redescasas de apostas aceitam pixensino valorizem a formação.

Computadores

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Legenda da foto, Tecnologia pode ser aliada do professor na gestão escolar e no acompanhamento do desempenho dos alunos

"Na minha rede, eu ganharia bônuscasas de apostas aceitam pix7% com mestrado. Vou investir dois anoscasas de apostas aceitam pixestudo por um bônus medíocre?", questiona.

Segundo Olavo Nogueira, do Todos Pela Educação, "vemos que o mais eficiente são os programascasas de apostas aceitam pixformação continuada, articulados,casas de apostas aceitam pixque professores consigam observar uns aos outroscasas de apostas aceitam pixatuação. Há muitos cursos que, apesar do investimento alto, trazem pouca melhoria na prática."

Para concluir, Nogueira diz que o professor não vai resolver sozinho os problemas da educação - mas agrega que, sem eles, é bem possível que nenhum problema seja resolvido.

"Não tem atalho. Avançaremos pouco com a mudança da base curricular ou com a reforma do ensino médio, por exemplo, se não lidarmos com as questões (enfrentadas) pelos professores."