Como aplicativo ajudará a evitar ataques terroristas na Rio 2016:cbet study guide

cbet study guide Um aplicativo está sendo distribuído pela polícia a funcionárioscbet study guidehotéis, restaurantes, barcas, trens, concessionárias públicas, rodoviária, metrô, guiascbet study guideturismo e até voluntários da Rio 2016 para ajudar na prevenção e identificaçãocbet study guidepossíveis ataques terroristas durante a Olimpíada.

O uso do app, desenvolvido pela Polícia Federal e a Secretaria Extraordináriacbet study guideSegurança para Grandes Eventos (Sesge) e entregue a usuárioscbet study guideum treinamento específico, ganhou relevânciacbet study guidemeio a crescentes temorescbet study guideataques no Brasil após os atentadoscbet study guideNice, no sul da França, que deixaram ao menos 84 mortos.

A BBC Brasil teve acesso exclusivo ao aplicativo, batizado como "Vigia", que ainda estácbet study guidefase finalcbet study guideimplantação e já foi entregue a maiscbet study guide500 pessoas que passaram pelo treinamento e agora atuarão como multiplicadorescbet study guideseus locaiscbet study guidetrabalho. Com a ferramentacbet study guidemãos, profissionaiscbet study guidediferentes áreas poderão acionar uma unidade destacada do Centro Integradocbet study guideComando e Controle (CICC), que gerencia toda a operaçãocbet study guidesegurança dos Jogos.

Segundo a Sesge, o aplicativo instaladocbet study guidesmartphones permitirá que o usuário informe sobre atividades suspeitas, com mensagenscbet study guidetexto, fotos e alertas. Por meiocbet study guidesistemascbet study guideGPS, os policiais no CICC poderão identificar exatamente onde se encontra o usuário, ecbet study guidetempo real poderão fazer a análise das informações e decidir pela resposta mais adequada.

Comportamentos incomuns, como por exemplo um hóspedecbet study guidehotel que não sai do quarto há muito tempo, um carro suspeito estacionado diantecbet study guideum localcbet study guidegrande movimentação, pessoas que andam no sentido contrário da multidão numa grande estação ou quaisquer outras atividades suspeitas poderão ser relatadas.

"O aplicativo ajudará tanto na identificaçãocbet study guidepotenciais crimes comuns, como assaltos ou arrastões, até atividades suspeitas que poderiam levar a um ataque terrorista. Obviamente às vezes um comportamento estranho não tem nenhum aspectocbet study guideameaçacbet study guidesegurança. O usuário será orientado pelo CICCcbet study guidecomo proceder e as equipes poderão ativar meios necessários para reagir caso avaliem um alerta como uma ameaça concreta", diz William Murad, delegado da Polícia Federal e diretorcbet study guideinteligência da Sesge.

Uma das funções do aplicativo permite o enviocbet study guidefotoscbet study guidesuspeitos, que ao chegarem ao CICC podem ser cruzadas com uma basecbet study guidedados da Polícia Federal e da Interpol.

O aplicativo não está disponível para download público. Ou seja, é uma ferramentacbet study guidesegurança pública criada pelos setorescbet study guideinteligência da Polícia Federal e da Sesge e repassado diretamente por esses órgãos públicos às concessionárias e empresas privadas que participam da operação.

'Antes tarde do que nunca'

Para Vinicius Domingues Cavalcante, consultorcbet study guidesegurança e diretor da Associação Brasileiracbet study guideProfissionaiscbet study guideSegurança (Abseg), a iniciativa é "válida e bem-vinda", mas deveria ter ocorrido com mais antecedência.

"Tudo que se faz com o objetivocbet study guideconscientizar a população e trazer as pessoas comuns para a vigilância ao crime e ao terrorismo é válido. Mas se o objetivo era ser proativo, e se sabemos que sediaríamos a Olimpíada há sete anos, fazer este tipocbet study guidetreinamento na reta final é tarde. Poderíamos estar treinando estes esquemas e termos uma redecbet study guideinteligência bem montada há muito mais tempo. Mas antes tarde do que nunca", diz.

O especialista considera que o Brasil está muito avançado nas açõescbet study guide"contraterrorismo" (medidascbet study guidereação a ataques) e que os grupamentos táticoscbet study guideresposta a guerra química, biológica e nuclear, alémcbet study guideunidadescbet study guideresgate, estão "em pécbet study guideigualdade com as melhores do mundo". No entanto, Cavalcante diz que nas medidascbet study guide"antiterrorismo" (prevenção, identificaçãocbet study guideameaças e alertas), o país ainda precisa avançar.

"Como podemos esperar melhores resultados sem que estas ferramentas e capacitações tenham sido exaustivamente treinadas durante meses? Eu também considero que os nossos 'first responders', os policiais, guardas municipais, bombeiros e vigilantes privados, os agentescbet study guideponta, não foram sido satisfatoriamente treinados para os Jogos", diz.

Cavalcante também alerta para a necessidadecbet study guideuma culturacbet study guidemaior revista e segurançacbet study guidepontos turísticos como o Cristo Redentor e o Pãocbet study guideAçúcar.

Já William Murad, diretorcbet study guideinteligência da Sesge, afirma que há um planejamento complexocbet study guidemaiscbet study guidedois anos por trás das operaçõescbet study guidesegurança e antiterrorismo das Olimpíadas.

"Eu tenho visto muitos especialistas dando explicações na imprensacbet study guidegeral sem terem o conhecimento do que está realmente sendo feito. Esse tipocbet study guidecrítica ignora um planejamento muito complexo, com uma integração nunca antes feita na história do Brasil", indica.

Murad destaca ainda o CIANT (Centro Integrado Anteterrorismo), que funcionarácbet study guideBrasília e no Riocbet study guideJaneiro a partircbet study guide31cbet study guidejulho com a colaboraçãocbet study guideagentescbet study guideinteligênciacbet study guidesete países: Estados Unidos, Canadá, Bélgica, França, Reino Unido, Argentina e Paraguai, e também o Centrocbet study guideCooperação Policial Internacional (CCPI), que conta com policiaiscbet study guidediversos países para ajudar nas operaçõescbet study guideinteligência durante os Jogos. Ambas estruturas funcionaram com sucesso durante a Copa do Mundo,cbet study guide2014, diz a Sesge.

Para o consultor Hugo Tisaka, da empresa NSA Brasil, que atuoucbet study guidesegurança privada na Copa, a decisãocbet study guidelançar um aplicativo com esta finalidade específica é "notícia muito positiva para a segurança". Ele diz que, no Brasil, o 190, númerocbet study guidetelefone da central da polícia, ainda é muito pouco utilizado "porque as pessoas não têm a culturacbet study guiderelatar comportamentos suspeitos e deixam para pedir socorro quanto o fato já aconteceu".

"É impossível você ter agentescbet study guidesegurança privada ou policiaiscbet study guidetodas as barcas, todos os vagõescbet study guidetrem e metrô. Ainda que bemcbet study guidecima da hora, é bem-vindo, sim. Agora o treinamento e a capacidadecbet study guideresposta são tão importantes quanto a tecnologia", diz.

Tisaka ressaltou a importânciacbet study guidetreinamento adequado para que não haja um excessocbet study guidealertas que poderiam sobrecarregar o CICC.

"Quando você coloca uma pessoa que não é agentecbet study guidesegurança pública ou policial para monitorar ameaçascbet study guidecrimes comuns e terrorismo, tem que se dar contacbet study guideque treinar é tão importante quanto a tecnologia, e que essa pessoa pode ficar exposta também. É igual uma arma. Se você tem uma arma nas mãos sem treinamento ela pode ter o efeito contrário", diz.

Questionado se o aplicativo pode oferecer algum problemacbet study guidesegurança aos usuários ou causar confusão no outro lado, onde as mensagens serão recebidas, William Murad, da Sesge, diz que as pessoas não terão qualquer exposição a risco e que os alertas serão filtrados.

"A pessoa não se colocacbet study guiderisco. Ela não aborda ninguém. Só manda informações pelo celular. É só mais um canalcbet study guideinformação, e o objetivo é justamente evitar confusão. Os alertas e mensagens serão filtrados por uma equipecbet study guideinteligência ecbet study guidepoliciais qualificados para isso", diz.

Supervia, Light e Rodoviária Novo Rio

A BBC Brasil conversou com representantescbet study guidetrês concessionárias que participaram do treinamento com a Sesge, Polícia Federal e Ministério da Justiça e cujos funcionários já receberam o aplicativo "Vigia" e agora devem multiplicar o conhecimento para colegas. Por segurança, os funcionários que participaram do treinamento optaram por não conceder entrevistas, mesmo sem identificação.

Juvenil Luna Barbosa, coordenadorcbet study guidesegurança patrimonial da Light, concessionáriacbet study guideenergia elétrica no Rio, relatou que a capacitação na empresa ocorreu no último dia 12, e cercacbet study guide90 pessoas participaram.

Na Rodoviária Novo Rio, a gerentecbet study guidecomunicação Beatriz Lima diz maiscbet study guide30 agentes já foram treinados.

O terminal rodoviário, segundo maior da América Latina, se prepara para a circulaçãocbet study guidequase 2,5 milhõescbet study guidepassageiros durante as Olimpíadas. Os picos devem ocorrer nos dias 5, 18 e 22cbet study guideagosto, datascbet study guideque foi decretado feriado no Riocbet study guideJaneiro e que coincidem com a mudança das férias escolarescbet study guidejulho para agosto. Lima acrescenta que, a partir do finalcbet study guidejulho, haverá alertascbet study guidesom e nos televisores sobre bagagens abandonadas e atividades suspeitas.

Na Supervia, concessionáriacbet study guidetrens metropolitanos do Riocbet study guideJaneiro, 240 funcionários já passaram pelo treinamento e receberam o aplicativo.

Nos últimos meses, a concessionária passou por treinamentoscbet study guidesegurança e antiterrorismo com o Bope, o Batalhãocbet study guideOperaçõescbet study guideFuzileiros Navais, o Batalhãocbet study guideAções com Cães e a forçacbet study guideelite da Polícia da França, a Raid (Unitécbet study guideRecherche, Assistance, Intervention et Dissuassion).

Terrorismo e Rio 2016

A pouco maiscbet study guideduas semanas dos Jogos, o noticiário recente elevou a preocupação com terrorismo durante as Olimpíadas e gerou reações do governo brasileiro.

Após o ataque terrorista da última quinta-feira,cbet study guideNice, no sul da França, deixando ao menos 84 mortos, o presidente interino Michel Temer convocou reuniões para rever o planocbet study guidesegurança dos Jogos.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse na sexta-feira que o rigor com as revistas e checagens será intensificado como parte da revisão.

"Estamos revendo e ampliando os nossos controles, as nossas checagens, embora isso venha representar um desconforto a mais para aqueles que vão participar ou para aqueles que vão assistir as Olimpíadas, mas isso se faz necessáriocbet study guidenome da segurançacbet study guidetodos", disse.

Também na sexta-feira, o general Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do GSI (Gabinetecbet study guideSegurança Institucional), disse que a preocupação com o terrorismo nas Olimpíadas "subiucbet study guidepatamar".

Além do recente ataquecbet study guideNice, no últimos seis meses houve atentados do tipocbet study guideOrlando, na Flórida, e outroscbet study guideParis, Bruxelas e Istambul.

Na semana passada, Christophe Gomart, deputado e diretorcbet study guideinteligência militar francês, disse no Parlamento da França que havia informações sobre um brasileiro que pretendia atacar a delegação francesa nas Olimpíadas.

Além disso, outros quatro casos levantaram o alerta da Abin para a possibilidadecbet study guideações terroristas durante os Jogos.

No dia 6cbet study guidejulho, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmou que o governo brasileiro procura o sírio Jihad Ahmad Deyab, ex-prisioneirocbet study guideGuantánamo que estava refugiado no Uruguai e que teria cruzado a fronteira para o Brasil. O sírio figura numa lista internacionalcbet study guideprocurados por possíveis ligações com terrorismo.

No iníciocbet study guidejunho, a Polícia Federalcbet study guideSanta Catarina começou a monitorar com tornozeleira eletrônica o libanês Ibrahim Chaiboun Darwiche, donocbet study guideum restaurante na cidadecbet study guideChapecó, e a Justiça o proibiucbet study guidefrequentar aeroportos, escolas, cursoscbet study guideartes marciais ou atividades envolvendo armascbet study guidefogo e explosivos. Ele também não tem autorização para deixar a cidade sem comunicar a PF.

Após investigações, os agentes concluíram que Darwiche, que mora há muitos anos no Brasil, teria passado ao menos 87 dias numa cidade dominada pelo Estado Islâmico na Síria,cbet study guide2013. Além disso, anotações encontradas por policiais federais emcbet study guidecasa sugerem que ele conduzia treinamentoscbet study guidetiro e orações com o Alcorão durante as madrugadas.