'Nordexit?' - como o Brexit animou movimentos separatistas no Brasil:betfast bonus cadastro
- Néli Pereira - @neli_pereira
- Da BBC Brasilbetfast bonus cadastroSão Paulo

Crédito, São Paulo Livre
Grupo São Paulo Livre quer realizar plebiscito "Sampadeus" outubro
betfast bonus cadastro Líderesbetfast bonus cadastromovimentos separatistas brasileiros veem no resultado do plebiscito no qual os britânicos votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia um bom momento para conquistar novos adeptos.
Eles não são necessariamente novos ─ a maioria surgiu nas décadasbetfast bonus cadastro80 e 90, como "O Sul é meu País" e o Grupobetfast bonus cadastroEstudos para o Nordeste Independente (Gesni), fundamentadosbetfast bonus cadastroum históricobetfast bonus cadastrorevoluções como a Praieira (1850), e as guerras do Contestado (1912) e dos Farrapos (1845), entre outras.
Há movimentos mais recentes, que afirmam ter "ares mais modernos", inspirados nas demandas da Catalunha e da Escócia ─ caso do Movimento São Paulo Livre, criado logo após as eleições presidenciaisbetfast bonus cadastro2014.
Na origem, grande parte desses grupos baseava seus discursosbetfast bonus cadastroum tripé que geralmente envolvia faltabetfast bonus cadastrorepresentatividade no Congresso, contribuição fiscal versus o retorno recebido do governo federal e diferenças culturais.
Hoje, incorporaram como justificativas temas atuais, como a crise política e a fragilidade da economia brasileira.

Crédito, O Sul é o meu País
O movimento "O Sul é o Meu País" foi criadobetfast bonus cadastro1992
betfast bonus cadastro Influência do 'Brexit'
Além dos fatores internos, o contexto internacional também é usado pelos grupos, que falambetfast bonus cadastroum "fracasso da globalização" ─ corroborado, na visãobetfast bonus cadastrovários deles, pela decisão britânicabetfast bonus cadastrodeixar a União Europeia.
Para esses movimentos, há a imposiçãobetfast bonus cadastrouma cultura ebetfast bonus cadastroeconomia centralbetfast bonus cadastrodetrimento dos movimentos locais.
"Quando a Inglaterra saiu da União Europeia, começamos a ver que outras coisas impensáveis poderiam acontecer, como São Paulo sair do Brasil. Sei que temos diferença com a Inglaterra, que é um país independente que saibetfast bonus cadastrouma estrutura multinacional, e que São Paulo ainda é um Estado preso dentrobetfast bonus cadastrouma federação", diz Flavio Rebello, presidente do movimento que quer a separação paulista.
"Mas dá para fazer um paralelo interessante: o que aconteceu é a vitória do poder local sobre um poder maior tido como distante e burocrático. Nesse sentido, o paralelo com o SP Livre é total."
O grupo dele, ao ladobetfast bonus cadastrooutros separatistas como "O Sul é o Meu País", está mobilizando esforços para a realizaçãobetfast bonus cadastroum plebiscito no dia 2betfast bonus cadastrooutubro para avaliar o apoio popular para a separação.
Em São Paulo, a votação está sendo chamadabetfast bonus cadastro"Sampadeus". A divulgação é feita através pela internet e com distribuiçãobetfast bonus cadastropanfletos.

Crédito, São Paulo Livre
O Movimento São Paulo Livre já tem até as cédulas da moeda do novo país; o "Ouro" teria personalidades paulistanas, como Mariobetfast bonus cadastroAndrade
"O Brexit não é um movimento separatista, mas mostra que não é possível matar a cultura local. O Brasil sempre buscou a união na marra. Se o Brasil calcassebetfast bonus cadastroidentidade pela diversidade do povo, mas não: pegou todas as culturas e transformou todosbetfast bonus cadastrobrasileiros", justifica Celso Deucher, diretorbetfast bonus cadastromobilização estratégica do "Sul é o Meu País", quer a emancipação dos três Estados do Sul.
"Somos diferentes, queremos fazer nossas próprias leis com nossos costumes, hábitos e tradições", acrescenta Deucher.
Apesarbetfast bonus cadastroreforçar as diferenças culturais, ele afirma que o movimento respeita todas as culturas e minorias.
"A separação precisa ser democrática, as pessoas precisam ir lá votar no nosso plebiscito nem que seja para dizer que não querem. Nosso movimento é pacífico, e não há segregação. Temos negros, homossexuais, mulheres, estrangeiros, muita gente fazendo parte", diz.

Crédito, Movimento Nordeste Independente
Nas redes sociais, movimento que quer a independência do Nordeste passou a ser chamadobetfast bonus cadastro'Nordexit'
betfast bonus cadastro 'Nordexit'?
Autor do livro Nordeste Independente e representante do grupo que quer a separação da região do restante do país, Jaques Ribemboim vem discutindo o tema há maisbetfast bonus cadastro20 anos e acredita que não houve momento melhor para propagar as ideias.
Professor universitário e com pós-doutoradobetfast bonus cadastroSistemas Produtivos Locais na Universidade Pierre Mendes, na França, ele acredita que, além dos fatores externos e internos, a juventude atual está mais aberta a discutir mudanças, o que favoreceria os movimentos separatistas.
"É um momento oportuno para conquistar novos adeptos. Separatismo dentro do Brasil é um tabu, se tornou algo impensável. Eu lhe asseguro que hoje temos mais chancebetfast bonus cadastrosucesso do que no passado", aposta.
"O jovem aprendeu a rever conceitos, é mais liberal na recepçãobetfast bonus cadastronovas ideias. É capazbetfast bonus cadastrodialogar sobre prós e contras sem aversão inicial à ideia. Ou seja: separatismo entre jovens não tem o mesmo estigmabetfast bonus cadastrotabu que tinha no passado, e nossas ideias terão uma ampla aceitação."
Ele também reforça o papel do Brexit para agregar mais simpatizantes à discussão.
"É claro que um movimento separatista tende a ter mais sucesso e maior adesãobetfast bonus cadastroperíodosbetfast bonus cadastrocrise. De certo que a crise econômica e politica e a descrença nos nossos representantes no governobetfast bonus cadastroforma geral e algumas movimentações aqui e ali no exterior estimulambetfast bonus cadastroalguma forma o desejo separatista, e mostram que ele é algo possível", afirma.
Faltabetfast bonus cadastroapoio
Ainda que os líderes desses grupos acreditem na possibilidadebetfast bonus cadastrouma insurgência separatista, esses movimentos ainda são inconstitucionais no Brasil.
Logo no primeiro artigo da Constituição está definido que a República Federativa do Brasil é "formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal".
O professorbetfast bonus cadastroantropologia social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ruben George Oliven, autor do livro A Parte e o Todo, sobre a diversidade cultural do Brasil, afirma que há muitos obstáculos para que os grupos separatistas tenham sucesso.
Para ele, embora esses movimentos estejam animados com o que está acontecendo na Europa, a ideia não é viável.
"Legalmente não se pode separar o Brasil, portanto do pontobetfast bonus cadastrovista jurídico é crime. Na atual conjuntura jurídica não existe possibilidadebetfast bonus cadastroum plebiscito sobre isso. Em segundo lugar, não há um partido político sequer que abrace essa causa,betfast bonus cadastroqualquer tendência ideológica, muito menos grupos econômicos interessados nisso, nem empresários nem sindicatos, porque todos teriam muito a perder", afirma.
Oliven cita plebiscitos que ocorrerambetfast bonus cadastrooutras partes do mundo para justificar outro elemento que, segundo ele, pesa contrário ao separatismo no Brasil: o sentimentobetfast bonus cadastro"pertencimento" que os brasileiros,betfast bonus cadastrogeral, têm com o país.
"Mesmo que houvesse um plebiscito, duvido que alguma região majoritariamente faria a opção pela separação", opina.
O professor cita o caso da provínciabetfast bonus cadastroQuébec, no Canadá, que embora tenha "um forte sentimentobetfast bonus cadastrocultura própria", decidiubetfast bonus cadastroplebiscitos permanecer no país.
"As pessoas pesam coisas diferentes: como vai ficar minha aposentadoria, sistemabetfast bonus cadastrosaúde, enfim. Uma coisa é você se sentir muito diferente, outra é não querer mais ser brasileiro."




