A vida hojebonus estrela bet 2024kibutzbonus estrela bet 2024Israel massacrado pelo Hamas há um ano:bonus estrela bet 2024

Mas agora, após os ataquesbonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubrobonus estrela bet 20242023, o coletivo está fragmentado — psicológica e fisicamente.

Cercabonus estrela bet 2024umabonus estrela bet 2024cada dez pessoas foi morta. Poucos sobreviventes voltaram para suas casas. Alguns voltam para o kibutz diariamente para trabalhar, mas não conseguem passar a noite lá. Muitos, depoisbonus estrela bet 2024mesesbonus estrela bet 2024um hotel, estão agora vivendobonus estrela bet 2024casas pré-fabricadasbonus estrela bet 2024outro kibutz, a 40 quilômetrosbonus estrela bet 2024distância.

A comunidade, construída ao longobonus estrela bet 2024quase 80 anos, está sendo desafiada como nunca antes, e seu futuro é incerto.

Há lembranças por toda parte daqueles que não sobreviveram — conta Dafna Gerstner, que cresceubonus estrela bet 2024Be'eri, e passou 19 horas aterrorizantesbonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubro escondidabonus estrela bet 2024um cômodo seguro da casa, projetado para proteger os moradoresbonus estrela bet 2024ataquesbonus estrela bet 2024foguetes.

"Você olha para a esquerda e pensa: 'Ah, é minha amiga que perdeu os pais'. Você olha para a direita: 'É minha amiga que perdeu o pai', [e depois] 'Ela perdeu a mãe'. Estábonus estrela bet 2024todo lugar que você olha."

Dentro do Kibutz Be'eri, rodeado por uma cerca alta com arame farpado, você nunca está longebonus estrela bet 2024uma casa completamente queimada ou destruída, oubonus estrela bet 2024um pedaçobonus estrela bet 2024terra vazio onde uma casa, destruída naquele dia, foi demolida.

Algumas ruas podem, à primeira vista, parecer quase intocadas — mas se você olhar com atenção, vai ver paredes pichadas por unidades militares a partirbonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubro. As casas onde pessoas foram mortas ou sequestradas possuem faixas pretas nas fachadas com seus nomes e fotos.

Na carcaçabonus estrela bet 2024uma casa incendiada, um jogobonus estrela bet 2024tabuleiro repousabonus estrela bet 2024cimabonus estrela bet 2024uma mesabonus estrela bet 2024centro, ao ladobonus estrela bet 2024um controle remotobonus estrela bet 2024televisão derretido. A comida, há muito tempo apodrecida, ainda está na geladeira e no freezer, e o cheirobonus estrela bet 2024queimado permanece.

"O tempo parou na casa", diz Dafna,bonus estrela bet 202440 anos, enquanto remexe nos escombros cobertosbonus estrela bet 2024cinzas. Ela ebonus estrela bet 2024família estavam jogando este jogobonus estrela bet 2024tabuleiro na véspera dos ataques.

Aqui, seu pai com deficiência e abonus estrela bet 2024cuidadora filipina se esconderam por horas dentro do quarto seguro fortificado, enquanto a casa pegava fogo àbonus estrela bet 2024volta. Dafna diz que foi um milagre os dois terem sobrevivido.

Seu irmão não sobreviveu. Membro do esquadrãobonus estrela bet 2024resposta a emergênciasbonus estrela bet 2024Be'eri, ele foi mortobonus estrela bet 2024uma trocabonus estrela bet 2024tiros na clínica odontológica do kibutz. Dafna, que morava na Alemanha, estava hospedada na casa dele na época.

Dezenasbonus estrela bet 2024construçõesbonus estrela bet 2024Be'eri estão repletasbonus estrela bet 2024buracosbonus estrela bet 2024bala, inclusive a creche. O parque infantil e o zoológicobonus estrela bet 2024animaisbonus estrela bet 2024estimação estão vazios. Nenhuma criança voltou para lá, e os animais foram enviados para novos lares.

As ruas vazias do kibutz, às vezes, ganham vida, masbonus estrela bet 2024uma forma surpreendente — com tours organizados para visitantes, que fazem doações.

Soldados israelenses e alguns civisbonus estrela bet 2024Israel e do exterior vêm ver as casas destruídas, e ouvir relatos da devastação, a fimbonus estrela bet 2024compreender o que aconteceu.

Dois dos voluntários que guiam os tours, Rami Gold e Simon King, dizem que estão determinados a garantir que o que aconteceu aqui não seja esquecido.

Simon,bonus estrela bet 202460 anos, admite que este pode ser um processo difícil.

"Há muitos sentimentos contraditórios, e [os visitantes] não sabem realmente o que perguntar, mas eles podem ver, ouvir e cheirar... é uma experiência emocional muito forte."

Rami,bonus estrela bet 202470 anos, afirma que estas ocasiões costumam ser seguidasbonus estrela bet 2024noites mal dormidas. Cada tour, diz ele, o levabonus estrela bet 2024volta ao dia 7bonus estrela bet 2024outubro.

Ele é um dos poucos que voltou a morarbonus estrela bet 2024Be'eri após os ataques.

E os tours não agradam a todos. "Em algum momento, parecia que alguém havia assumido o controle do kibutz — todo mundo estava lá", diz Dafna.

Mas Simon argumenta que as histórias precisam ser contadas. "Alguns não gostam porque é a casa deles, e você não quer que as pessoas fiquem remexendo", afirma. "Mas é preciso passar a mensagem, do contrário, ela vai ser esquecida."

Ao mesmo tempo, ele e Rami dizem que estão olhando para o futuro, descrevendo-se como "otimistas irresponsáveis". Eles continuam a regar os gramados e a consertar as cercas,bonus estrela bet 2024meio à destruição, enquanto outros constroem novas casas que vão substituir as que foram destruídas.

Simon descreve a reconstrução do kibutz como uma terapia.

Fundadabonus estrela bet 20241946, Be’eri é uma das 11 comunidades judaicas desta região estabelecidas antes da criação do Estadobonus estrela bet 2024Israel. Era conhecida por seu posicionamentobonus estrela bet 2024esquerda, e muitosbonus estrela bet 2024seus moradores acreditavam e defendiam a paz com os palestinos.

Após os ataques, muitos moradores foram transferidos para um hotel à beira do Mar Morto, o David Hotel, a cercabonus estrela bet 202490 minutosbonus estrela bet 2024carro.

Testemunhei o trauma deles logo após os ataques.

Moradoresbonus estrela bet 2024estadobonus estrela bet 2024choque se reuniram no saguão ebonus estrela bet 2024outras áreas comuns, enquanto tentavam compreender o que havia acontecido e quem haviam perdido,bonus estrela bet 2024conversas sussurradas. Algumas crianças se agarravam aos pais enquanto eles falavam.

Ainda hoje, eles dizem, as conversas não avançaram.

"Todas as pessoasbonus estrela bet 2024Be'eri com quem converso sempre se referem a esse dia. Todas as conversas se voltam para como lidar com isso e os efeitos disso. Estamos sempre falando sobre isso, repetidas vezes", diz Shir Guttentag.

Assim comobonus estrela bet 2024amiga Dafna, Shir estava escondida naquele dia no cômodo seguro da casa, tentando tranquilizar vizinhos aterrorizados no grupobonus estrela bet 2024WhatsApp enquanto homens armados do Hamas invadiam o kibutz, atirandobonus estrela bet 2024moradores e incendiando casas.

Shir desmontou duas vezes a barricadabonus estrela bet 2024móveis que havia feito contra a porta da frente para permitir que os vizinhos entrassem para se esconder. Ela disse às filhas: "Está tudo bem, vai ficar tudo bem", enquanto esperavam para serem resgatadas.

Quando finalmente foram escoltadas para um local seguro, ela olhou para o chão, não querendo ver as ruínasbonus estrela bet 2024sua comunidade.

Nos meses seguintes, no hotel do Mar Morto, Shir conta que sofreu quando as pessoas começaram a ir embora — algumas para morarbonus estrela bet 2024outras partes do país ou com parentes, outras no exterior, na tentativabonus estrela bet 2024escapar das memórias.

Cada partida era como "mais uma separação, mais um adeus", diz ela.

Não é mais incomum ver alguém chorando ou com aparência triste entre os moradoresbonus estrela bet 2024Be'eri.

"Em dias normais, você perguntaria: 'O que aconteceu? Você está bem?' Hojebonus estrela bet 2024dia, todo mundo pode chorar, e ninguém pergunta por quê", relata Shir.

Shir e as filhas, assim com centenasbonus estrela bet 2024outros sobreviventesbonus estrela bet 2024Be'eri, se mudaram agora para casas pré-fabricadas idênticas, pagas pelo governo israelense,bonus estrela bet 2024uma extensãobonus estrela bet 2024terra árida no Kibutz Hatzerim, a cercabonus estrela bet 202440 minutosbonus estrela bet 2024carrobonus estrela bet 2024Be'eri.

Eu estava lá no dia da mudança.

Parece bem diferente dos gramados bem cuidadosbonus estrela bet 2024Be'eri, embora a grama já tenha sido plantadabonus estrela bet 2024toda a vizinhança.

Quando Shir, que é mãe solteira, levou as filhas,bonus estrela bet 2024nove e seis anos, para a nova moradia, ela me disse que seu estômago estava embrulhadobonus estrela bet 2024excitação e nervosismo.

Ela verificou a porta do cômodo seguro, onde as filhas dormiriam todas as noites, notando que parecia mais pesada do que a portabonus estrela bet 2024Be'eri. "Não sei se é à provabonus estrela bet 2024balas. Espero que sim", ela disse.

Ela optou por não trazer muitos itensbonus estrela bet 2024Be'eri porque quer manterbonus estrela bet 2024casa lá como era — e para se lembrarbonus estrela bet 2024que um dia vai voltar.

A mudançabonus estrela bet 2024massa para Hatzerim aconteceu depoisbonus estrela bet 2024ter sido submetida à votação dentro da comunidade — como acontece com todas as principais decisões do kibutz. Estima-se que cercabonus estrela bet 202470% dos sobreviventesbonus estrela bet 2024Be'eri vão viver lá por enquanto. Até agora, cercabonus estrela bet 2024metade dos moradores do kibutz já se mudaram, mas mais casas estão a caminho.

A viagembonus estrela bet 2024Hatzerim a Be'eri é mais curta do que a partir do hotel — e muitas pessoas se deslocam até lá diariamente, para trabalharbonus estrela bet 2024um dos negócios do kibutz, como faziam antes.

Shir voltou a Be'eri para trabalhar embonus estrela bet 2024clínica veterinária, mas ainda não consegue se imaginar voltando a morar lá.

"Não sei o que precisa acontecer, mas algo drástico, para que eu possa me sentir segura novamente."

No meio do dia, o refeitório do Be'eri se enchebonus estrela bet 2024pessoas que se reúnem para comer juntas.

Shir, assim como muitos outros, solicitou com relutância uma licençabonus estrela bet 2024portebonus estrela bet 2024arma, não querendo ser pegabonus estrela bet 2024surpresa novamente.

"É para minhas filhas e para mim porque, no dia, eu não tinha nada", diz ela.

O companheirobonus estrela bet 2024longa databonus estrela bet 2024sua mãe foi morto naquele dia. Quando falam sobre isso,bonus estrela bet 2024mãe diz: "Eles nos destruíram".

Os moradores dizem que contaram com o apoiobonus estrela bet 2024seus vizinhos no último ano, mas o trauma individual também testou uma comunidade que, historicamente, funciona como um coletivo.

O sloganbonus estrela bet 2024Be'eri é inspiradobonus estrela bet 2024Karl Marx: "Cada um dá o máximo que pode, e cada um recebe o que precisa". Mas estas palavras se tornaram agora difíceisbonus estrela bet 2024serem seguidas.

Muitos moradoresbonus estrela bet 2024idade ativa são empregados da bem-sucedida gráficabonus estrela bet 2024Be'eri ebonus estrela bet 2024outras empresas menores do kibutz. Os lucros são reunidos, e as pessoas recebem moradia e outras comodidades com basebonus estrela bet 2024suas circunstâncias individuais.

Mas a decisãobonus estrela bet 2024algumas pessoasbonus estrela bet 2024não voltar a trabalhar minou este princípiobonus estrela bet 2024trabalho e vida comunitária.

E se alguns moradores decidirem que nunca mais vão voltar a Be'eri, isso pode, porbonus estrela bet 2024vez, gerar novos problemas.

Muitos têm pouca experiênciabonus estrela bet 2024vida fora da comunidade, e enfrentariam dificuldades financeiras se vivessembonus estrela bet 2024forma independente

O ataquebonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubrobonus estrela bet 20242023 também silenciou os apelos pela paz.

O kibutz costumava ter um fundo para apoiar os habitantesbonus estrela bet 2024Gaza. Alguns residentes também ajudavam a providenciar tratamento médico para os habitantesbonus estrela bet 2024Gazabonus estrela bet 2024hospitais israelenses, dizem os membros.

Agora, alguns moradores compartilham fortes opiniões contrárias presencialmente e nas redes sociais.

"Eles [os habitantesbonus estrela bet 2024Gaza] nunca vão aceitar que estejamos aqui. Somos nós ou eles", diz Rami.

Várias pessoas mencionam o assassinato da moradora Vivian Silver — uma das mais conhecidas defensoras da pazbonus estrela bet 2024Israel.

"Por enquanto, as pessoas estão muito bravas", diz Shir.

"As pessoas ainda querem viverbonus estrela bet 2024paz, mas por enquanto não consigo ver nenhum parceiro do outro lado."

"Não gostobonus estrela bet 2024pensarbonus estrela bet 2024termosbonus estrela bet 2024ódio e raiva, não é quem eu sou, mas não consigo me desconectar do que aconteceu naquele dia."

Shir usa um colar gravado com o retratobonus estrela bet 2024sua amigabonus estrela bet 2024longa data Carmel Gat, que foi feita refémbonus estrela bet 2024Be'eribonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubro.

Seu maior sonho era que elas se reencontrassem — mas, no dia 1ºbonus estrela bet 2024setembro, o corpobonus estrela bet 2024Carmel foi encontrado ao ladobonus estrela bet 2024outros cinco reféns.

As Forçasbonus estrela bet 2024Defesabonus estrela bet 2024Israel (FDI) disseram que eles foram mortos pelo Hamas poucas horas antesbonus estrela bet 2024uma tentativabonus estrela bet 2024resgate. O Hamas afirmou, porbonus estrela bet 2024vez, que os reféns foram mortosbonus estrela bet 2024ataques aéreos — mas uma autópsia nos corpos devolvidos concluiu que todos haviam sido baleados várias vezes à queima-roupa.

Be'eri ainda está esperando e torcendo pelo retornobonus estrela bet 2024outros. Até agora, 18 foram trazidosbonus estrela bet 2024volta com vida, e dois mortos, enquanto 10 ainda estãobonus estrela bet 2024Gaza, dos quais acredita-se que pelo menos três ainda estejam vivos.

Atrás da casa do paibonus estrela bet 2024Dafna, Yuval Haran,bonus estrela bet 202437 anos, estábonus estrela bet 2024frente à residência onde seu pai foi morto e muitos parentes foram feitos reféns, no dia 7bonus estrela bet 2024outubro. Seu cunhado, Tal, ainda está detidobonus estrela bet 2024Gaza.

"Até que ele volte, meu relógio ainda marca 7bonus estrela bet 2024outubro. Não quero vingança, só quero minha famíliabonus estrela bet 2024volta, só quero ter uma vida tranquila e pacífica novamente", diz Yuval.

Ao todo, cercabonus estrela bet 20241,2 mil pessoas foram mortasbonus estrela bet 2024todo o sulbonus estrela bet 2024Israel no dia 7bonus estrela bet 2024outubro, e 251 foram levadas para Gaza como reféns. Desde então, na operação militar israelensebonus estrela bet 2024Gaza, maisbonus estrela bet 202441 mil pessoas foram mortas, segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

Centenasbonus estrela bet 2024pessoas — combatentes e civis— também foram mortas no Líbanobonus estrela bet 2024ataques aéreos israelenses contra o grupo armado Hezbollah, numa escalada significativa do conflitobonus estrela bet 2024longa data.

Os moradoresbonus estrela bet 2024Be'eri dizem que antesbonus estrela bet 20247bonus estrela bet 2024outubro, apesar da proximidade da cercabonus estrela bet 2024Gaza, sempre se sentiram seguros — tamanha era abonus estrela bet 2024fé no sistema militar israelense. Mas essa fé agora foi abalada.

"Estou menos segura e menos confiante", diz Shir.

Ela revive os acontecimentosbonus estrela bet 2024seus sonhos.

"Acordo e me lembro que acabou. Mas acho que o trauma é para toda a vida. Não sei se algum dia vou conseguir me sentir totalmente segura novamente."

Nos últimos meses, Rami e Simon também assumiram a tarefa lúgubrebonus estrela bet 2024cavar sepulturas para os mortosbonus estrela bet 2024Be'eri, que acabarambonus estrela bet 2024ser transferidosbonus estrela bet 2024cemitériosbonus estrela bet 2024outras partesbonus estrela bet 2024Israel para o kibutz.

"Depois do dia 7 [de outubro], esta área era uma zona militar, não podíamos enterrá-los aqui", explica Rami, enquanto olha para as sepulturas, com um rifle pendurado no corpo.

Simon diz que isso traz à tona sentimentos fortes e apaixonados — "mas, por fim, eles estãobonus estrela bet 2024voltabonus estrela bet 2024casa".

Cada vez que o corpobonus estrela bet 2024uma pessoa retorna, o kibutz realiza um segundo funeral, com a presençabonus estrela bet 2024muitos moradores.

Shir, que vive na moradia temporáriabonus estrela bet 2024Hatzerim, afirma que, por enquanto, está se fortalecendo com a comunidade ao seu redor.

"Não estamos inteiros, mas espero que vamos estar", diz ela.

"É uma comunidadebonus estrela bet 2024luto — mais triste e com mais raiva —, mas ainda assim, uma comunidade forte."