Por que gatos extinguiram mais espécies que qualquer outro predador:apostas on line no grande velódromo

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Predador solitário e caçador implacável; ágil, rápido, voraz e com forte instinto territorial. O gato é um carnívoro cruel e indomável, mas também cativante. Ele é um exemploapostas on line no grande velódromoperfeição evolutiva.
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Todas essas características fazem dos gatos uma espécie extremamente relutante a ser domesticada, com forte tendência à liberdade e à desobediência.
Maior predadorapostas on line no grande velódromovertebrados
Os gatos já extinguiram mais vertebrados do que qualquer outro predador.
Seu cosmopolitismo,apostas on line no grande velódromoeficiência como animal carnívoro eapostas on line no grande velódromoenorme capacidadeapostas on line no grande velódromoadaptação lhes permitiram colonizar todo o mundo, desde as ilhas subantárticas até as regiões quentes e secas, próximas aos trópicos.
Eapostas on line no grande velódromogrande fecundidade os transformaapostas on line no grande velódromouma bomba demográfica muito difícilapostas on line no grande velódromoser desativada.
A extinção mais rápidaapostas on line no grande velódromouma espécie foi provocada por um gato.
Tibbles era o mascote do faroleiro da ilha Stephen, uma pequena saliência rochosa entre as duas principais ilhas da Nova Zelândia. Ali vivia um estranho pássaro noturno não voador parecido com uma cotovia.
O ornitólogo britânico Lionel Walter Rothschild (1868–1937) descreveu a aveapostas on line no grande velódromo1895 com o nome científico Xenicus lyalli — a cotovia-da-ilha-stephen.
Milionário, Rothschild comprou todos os exemplares dissecados conhecidos e dedicou o nome da ave ao faroleiro da ilha, D. Lyall.

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Ao todo, são conhecidos 13 espécimes — os mesmos que o gato Tibbles colocou aos pés do seu tutor.
Apaixonado pela ornitologia, o faroleiro os dissecou antesapostas on line no grande velódromoenviá-los a Rothschild. E, desde então, não foram encontrados novos espécimes.
Tibbles se especializou na caça deste pássaro. Ele os descobriu e, sozinho, exterminou a espécie no frio invernoapostas on line no grande velódromo1895.
Com isso, a cotovia-da-ilha-stephen e o dodô (Raphus cucullatus) passaram a dividir a honra indesejávelapostas on line no grande velódromoserem espécies extintas antesapostas on line no grande velódromoserem descritas pela ciência.
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Cálculos muito conservadores levaram alguns autores a estimar que os gatos consomem maisapostas on line no grande velódromo1 milhãoapostas on line no grande velódromoaves por ano,apostas on line no grande velódromoilhas como as Kerguelen, nas terras austrais do extremo sul do Oceano Índico.
E se sabe que,apostas on line no grande velódromoapenas 75 anos, os gatos fizeram desaparecer diversas espéciesapostas on line no grande velódromorépteisapostas on line no grande velódromoilhas pequenas como Santa Luzia,apostas on line no grande velódromoCabo Verde.
Existe também o caso das ilhas Canárias, pertencentes à Espanha.
Estima-se que a chegada dos gatos ao arquipélago, 2 mil anos atrás, seja uma das causas do desaparecimentoapostas on line no grande velódromoalgumas aves,apostas on line no grande velódromodois roedores gigantes e do lagarto-gigante-de-la-palma.
Mesmo comapostas on line no grande velódromopequena estatura e os inúmeros memesapostas on line no grande velódromogatinhos encantadores nas redes sociais, os gatos domésticos (Felis catus) são máquinasapostas on line no grande velódromomatar, equipadas com garras retráteis, presas afiadas e visão noturna.
Esses potentes predadores podem ser tudo, menos melindrosos. Eles estão sempre à procuraapostas on line no grande velódromopresas para caçar ou carniça para remexer. E comem tudo o que houver disponível.

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Graças aos seres humanos, os gatos se espalharam por todo o mundo nos últimos milharesapostas on line no grande velódromoanos.
Esses ferozes felinos foram provavelmente domesticados há 10 mil anos no Oriente Médio.
Atualmente, eles vivemapostas on line no grande velódromotodos os continentes, exceto na Antártida.
Os gatos foram introduzidosapostas on line no grande velódromocentenasapostas on line no grande velódromoilhas e se transformaramapostas on line no grande velódromouma das espécies mais amplamente distribuídas do planeta.
Dieta muito variada
O cosmopolitismo dos gatos fez com que eles alterassem muitos dos ecossistemas onde foram introduzidos.
Os gatos transmitem novas doenças para muitas espécies, incluindo os seres humanos.
Seus impactos ecológicos superam os causados pelos felinos nativos e outros predadoresapostas on line no grande velódromoporte médio.
Eles ameaçam a integridade genética dos felinos silvestres e se alimentam da fauna autóctone, tendo levado muitas espécies à extinção.
Por tudo isso, os gatos criadosapostas on line no grande velódromoliberdade (ou seja, gatos domésticos ou silvestres com acesso ao seu entorno externo) formam uma das espécies invasoras mais problemáticas do mundo.
Uma meta-análiseapostas on line no grande velódromo530 artigos, livros e relatos científicos publicados ao longoapostas on line no grande velódromomaisapostas on line no grande velódromoum século resultou no primeiro registro completo dos animais que costumam ser devorados pelos gatos domésticos.
A lista das vítimas é longa: 2.084 espécies diferentes.
A maioria delas é composta por aves (981 espécies), seguidas por répteis (463), mamíferos (431), insetos (119), anfíbios (57) e outros grupos taxonômicos (33).
As presas mais comuns são os ratos, camundongos, pardais e coelhos, mas também há registrosapostas on line no grande velódromogatos que caçam presas surpreendentes, como as tartarugas-das-galápagos, emas-australianas e até gado doméstico.
Algumas das criaturas mencionadas na lista — incluindo os seres humanos — são grandes demais para serem caçadas pelos gatos.
Mas elas refletem as tendências necrófagas dos felinos.
Quase 350 dessas espécies figuramapostas on line no grande velódromodiversas listas vermelhasapostas on line no grande velódromoespéciesapostas on line no grande velódromoriscoapostas on line no grande velódromoextinção.
E várias delas já estão extintas.
Muitas são pequenas aves, mamíferos e répteis endêmicosapostas on line no grande velódromoilhas que não possuem predadores naturais como os felinos.
Isso significa que as presas incautas não contam com reações defensivas.
Onze das espécies registradas, incluindo o corvo-do-havaí (Corvus hawaiiensis), a codorniz-da-nova-zelândia (Coturnix novaezelandiae) e o rato-coelho-do-pé-branco (Conilurus albipes) da Austrália, são consideradas extintas.
Comedoresapostas on line no grande velódromoinsetos
Os dados do artigo são conservadores. Os registros são uma representação das espécies que servemapostas on line no grande velódromoalimento para os gatos, mas os felinos comem muito mais do que podemos identificar.
Os insetos, por exemplo, representam apenas pouco menosapostas on line no grande velódromo6% das espécies devoradas pelos gatos.
Mas esse número provavelmente é subestimado, devido à dificuldadeapostas on line no grande velódromoidentificaçãoapostas on line no grande velódromorestosapostas on line no grande velódromoinsetos no estômago e nos excrementos dos felinos,apostas on line no grande velódromocomparação com penas ou ossosapostas on line no grande velódromovertebrados.

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Além disso, o númeroapostas on line no grande velódromopresas aumenta proporcionalmente à quantidadeapostas on line no grande velódromopublicações científicas.
E, como a maioria das fontes utilizadas para a meta-análise provém da Austrália e da América do Norte, é provável que esse viés geográfico oculte a totalidade das espécies consumidas.
Afinal, os animais nativos desses continentes dominaram o conjuntoapostas on line no grande velódromodados.
Com toda certeza, pesquisas futuras irão ajudar a compreender o impacto dos gatosapostas on line no grande velódromooutras regiões que possuem biodiversidade extraordinária, como a América do Sul, a Ásia e a África.
Serão então descobertas inúmeras criaturasapostas on line no grande velódromoriscoapostas on line no grande velódromoextinção que acabam indo parar na caixinhaapostas on line no grande velódromoareia dos gatos.
Mas a verdade é que colocar a culpa nos felinos acaba criando um bode expiatório para um problema muito maior, que envolve o nosso próprio compromisso ecológico.
Se nós, seres humanos, não conseguimos mudar nosso comportamento para proteger a biodiversidade, por que deveríamos esperar essa mesma consciência dos gatos?
*Manuel Peinado Lorca é catedrático emérito e diretor do Real Jardim Botânico da Universidadeapostas on line no grande velódromoAlcalá, na Espanha.
Este artigo foi publicado originalmente no siteapostas on line no grande velódromonotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão originalapostas on line no grande velódromoespanhol.











