O plano para transformar metade do mundo6 bet pagareserva ambiental:6 bet paga

Gato

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Legenda da foto, A natureza está passando por um processo6 bet pagaextinção6 bet pagamassa à medida que habitats naturais são alterados pela atividade humana

Uma das principais razões para a adoção dessas metas extremas6 bet pagapreservação é um relatório6 bet paga2019 da Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla6 bet pagainglês), que descobriu que mais6 bet paga1 milhão6 bet pagaespécies estão ameaçadas6 bet pagaextinção.

Conduzido por centenas6 bet pagapesquisadores ao redor do mundo, o estudo é considerado a análise mais abrangente já realizada da situação da biodiversidade mundial.

Esse relatório concluiu, no entanto, que não são apenas as espécies que estão correndo risco.

A infinidade6 bet pagafunções essenciais à vida que essas espécies e ecossistemas exercem também estão ameaçadas — desde água e ar limpos até controle6 bet pagaenchentes e regulação do clima, assim como fornecimento6 bet pagaalimentos e uma série6 bet pagaoutros serviços.

Floresta

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Legenda da foto, Preservar grandes extensões6 bet pagaterra pode ajudar a estabilizar ecossistemas vitais, como florestas tropicais, que atuam como reservatórios6 bet pagacarbono

Além disso, alguns cientistas têm receio6 bet pagaque a superfície da Terra tenha sido tão alterada que o ecossistema global possa estar perto6 bet pagaum ponto crítico, que desestabilizaria o clima e os sistemas biológicos que sustentam a vida, causando uma instabilidade ambiental generalizada — e talvez até desastrosa.

A ambiciosa meta6 bet pagaproteger e restaurar sistemas naturais6 bet pagagrande escala é compartilhada por vários grupos e indivíduos.

A Wyss Campaign for Nature está trabalhando6 bet pagaparceria com a National Geographic Society para apoiar os objetivos do movimento "30x30", uma iniciativa altamente ambiciosa que visa proteger 30% do planeta,6 bet pagaterra e mar, até 2030.

Outra organização chamada Nature Needs Half atraiu cientistas e grupos conservacionistas, incluindo o Sierra Club, para pressionar pela proteção6 bet paga50% do planeta até 2030.

O Parlamento Europeu se comprometeu a proteger 30% do território da União Europeia, a restaurar ecossistemas degradados, adicionar metas6 bet pagabiodiversidade a todas as políticas do bloco e destinar 10% do orçamento para a melhoria da biodiversidade.

Nos EUA, políticos que trabalham com organizações conservacionistas introduziram recentemente uma resolução para angariar apoio para a proteção6 bet paga30% das áreas terrestres e marinhas do país.

Família indígena

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Legenda da foto, A defesa dos direitos dos povos indígenas é fundamental para a proteção6 bet pagaalguns habitats naturais6 bet pagamaior biodiversidade do mundo, como a Amazônia brasileira

Todos os olhos estão voltados agora para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um tratado multilateral criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para elaborar um plano6 bet paga10 anos para a biodiversidade.

A convenção6 bet paga2010 fez um apelo para que 17% das terras e 10% dos oceanos do planeta fossem protegidos6 bet pagaalguma forma até 2020. Essa meta não foi alcançada — cerca6 bet paga16% da superfície terrestre e menos6 bet paga8% dos ecossistemas marinhos foram protegidas.

Portanto, atingir a meta6 bet paga2030 exigiria quase o dobro6 bet pagaáreas protegidas6 bet pagaterra, e quatro vezes mais nos mares — tudo isso na próxima década.

É um desafio assustador, mesmo que haja boa vontade, uma vez que alguns países — sobretudo Brasil e Estados Unidos — se movem na direção contrária. O presidente Jair Bolsonaro tomou medidas que podem abrir a Floresta Amazônica para uma onda6 bet pagadesmatamento, exploração madeireira e desenvolvimento agrícola.

E no ano passado, o governo do presidente Donald Trump acabou com o Landscape Conservation Cooperative Network, um programa da era Obama que criou 22 centros6 bet pagapesquisa para combater problemas6 bet pagaconservação no país.

O governo Trump também está abrindo, ou propondo abrir, grandes áreas6 bet pagaterras protegidas — como o Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico, no Alasca — para perfuração6 bet pagapetróleo e gás, além6 bet pagaoutras atividades6 bet pagaexploração6 bet pagarecursos naturais.

Estima-se que os EUA sozinho perde um campo6 bet pagafutebol6 bet paganatureza a cada 30 segundos. Muito mais terras estão sendo perdidas na Amazônia brasileira, com mais6 bet paga25 quilômetros quadrados6 bet pagafloresta tropical sendo queimados ou desmatados todos os dias.

Mesmo assim, há motivo para ser otimista.

O relatos6 bet pagamudanças climáticas6 bet pagagrande escala, incluindo o derretimento do gelo marinho do Ártico, assim como os holofotes voltados para a ativista climática sueca Greta Thunberg,6 bet paga17 anos, parecem ter despertado6 bet pagaalguma forma as pessoas.

"Os jovens6 bet pagageral estão focando nas questões ambientais", diz Brian O'Donnell, diretor da Campaign for Nature.

"E estamos vendo muito menos uma abordagem isolada, aqueles que trabalham com clima e aqueles que trabalham com conservação estão trabalhando mais juntos."

Alguns países já estão avançando6 bet pagadireção a metas ambiciosas. No Canadá, o primeiro-ministro, Justin Trudeau, se comprometeu com a iniciativa Pathway to Canada Target 1, que visa atingir as metas do movimento 30x30.

Mas, ao mesmo tempo, Trudeau se comprometeu a construir o oleoduto Trans Mountain para transportar óleo das areias betuminosas6 bet pagaAlberta para os portos do Pacífico, um movimento que gerou críticas ferozes dos líderes dos povos nativos locais e ambientalistas.

A Costa Rica, Colômbia e outros também países também estão aumentando seus esforços6 bet pagaconservação.

As metas ambiciosas6 bet pagacampanhas como 30x30 e Half Earth enfrentaram críticas. Alguns questionam se o foco6 bet pagapreservar até metade da superfície da Terra contribuirá o bastante para proteger a biodiversidade remanescente.

Comunidade trabalhando

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Legenda da foto, Encontrar maneiras6 bet pagaas pessoas viverem dentro6 bet pagareservas ambientais,6 bet pagavez6 bet pagatentar mantê-las do lado6 bet pagafora, pode ajudar a preservar6 bet pagabiodiversidade

Em um artigo6 bet paga2018, Stuart Pimm, biólogo conservacionista da Duke University, nos EUA, entre outros, argumentam que a maior parte da biodiversidade se encontra6 bet pagaregiões tropicais, e grande parte dela já está fragmentada.

Segundo eles, a proteção6 bet pagagrandes áreas naturais6 bet pagaregiões praticamente intocadas — como a Floresta Boreal do Canadá — traz benefícios. Mas as grandes paisagens selvagens remanescentes estão localizadas principalmente6 bet pagaregiões temperadas, o que não ajuda muito na proteção da biodiversidade, uma vez que, sem dúvida, a maioria das espécies do mundo está nos trópicos.

"Isso levanta a questão6 bet pagaquanta biodiversidade iremos proteger se a tendência6 bet pagaproteger lugares selvagens continuar," diz Pimm.

Em artigo publicado ano passado na revista científica Nature Sustainability, uma equipe6 bet pagapesquisadores argumenta que proteger vastas áreas da Terra poderia,6 bet pagaforma conservadora, afetar 1 bilhão6 bet pagapessoas e,6 bet pagaalguns casos, aumentar a pobreza.

"As questões sociais precisam desempenhar um papel mais proeminente se quisermos gerar uma conservação eficaz que funcione tanto para a biosfera quanto para as pessoas que a habitam", afirma Judith Schleicher, pesquisadora da Universidade6 bet pagaCambridge, no Reino Unido, que liderou o estudo.

Embora a conservação tenha aspectos positivos tremendos, acrescenta ela, "certas formas6 bet pagaconservação por isolamento podem fazer com que as pessoas sejam deslocadas6 bet pagasuas terras ancestrais e tenham acesso negado a recursos dos quais dependem para sobrevivência".

Há quem conteste esse argumento.

"Quando o IPBES foi lançado, dizia que 1 milhão6 bet pagaespécies estavam ameaçadas", afirma Gary Tabor, presidente do Center for Large Landscape Conservation6 bet pagaBozeman, Montana, nos EUA.

"Mas não se trata apenas6 bet pagasalvar espécies, trata-se6 bet pagamanter os processos ecológicos que sustentam toda a vida na Terra. São 1 milhão6 bet pagaespécies interagindo entre si que limpam6 bet pagaágua, fornecem solo fértil, que eliminam o CO2 do ar — é isso que você perde."

A prevenção6 bet pagadoenças, por exemplo, é um importante serviço prestado pelo ecossistema6 bet pagasistemas naturais intactos.

Conforme as pessoas desmatam terras selvagens ou comem animais selvagens, as doenças que essas criaturas carregam podem ultrapassar a barreira das espécies e se espalhar para as sociedades humanas. A pandemia6 bet pagacoronavírus, por exemplo, pode ter se originado6 bet pagamorcegos.

Segundo Tabor, a natureza também precisa ser integrada aos lugares onde as pessoas vivem.

"O maior mal entendido sobre o Half Earth é6 bet pagaque haverá uma construção bizarra onde as pessoas vivem6 bet pagaum lado e a natureza do outro", diz ele.

"Isso não funciona6 bet pagatermos6 bet pagafunção ecológica, e não funciona porque há valor6 bet pagaconservação fora das áreas protegidas."

Conservacionistas afirmam ainda que grande parte6 bet pagaalcançar as metas6 bet paga30% ou 50% se refere a apoiar terras indígenas e áreas6 bet pagaconservação comunitárias.

Os povos indígenas ocupam ou controlam 28% das terras do planeta, e mais6 bet paga40% das áreas protegidas, segundo o relatório do IPBES, copresidido por Sandra Díaz, professora6 bet pagaecologia da Universidade Nacional6 bet pagaCórdoba, na Argentina.

Quais são as principais barreiras para reservar 30%, quem sabe até 50%, do planeta para a natureza, mesmo com a população global crescendo rapidamente?

"A maneira como nosso sistema agrícola mundial funciona", diz O'Donnell, da Wyss Campaign for Nature.

"Incentiva o uso cada vez maior6 bet pagaterras para pecuária e agricultura. Esse é um fator-chave."

A Wyss Campaign for Nature está priorizando soluções6 bet pagafinanciamento para proteção ambiental.

"Estamos estudando o custo da proteção e também observando qual seria o custo se você não protegesse essa quantidade6 bet pagaterra,6 bet pagatermos6 bet pagaserviços ambientais perdidos, água limpa e atividade pesqueira", explica O'Donnell.

"Há um custo para conservar a terra, e outro custo se não conservarmos."

E transformar terras6 bet pagareserva ambiental não é6 bet pagaforma alguma o fim da história. A Campaign for Nature está estudando possíveis fontes6 bet pagafinanciamento para que os países possam pagar pelos custos6 bet pagagerenciamento e proteção dessas terras.

Entre as muitas ameaças que grandes extensões6 bet pagaterra enfrentam, incluindo aquelas ostensivamente sob proteção, estão a construção6 bet pagaestradas e a fragmentação.

Segundo Tabor, o número6 bet pagaestradas pavimentadas deverá dobrar nos próximos 25 anos, abrindo grandes áreas para a exploração ilegal6 bet pagarecursos, caça clandestina e outras ameaças.

"As pessoas irão primeiro para a [floresta] boreal ou para a África Central", para proteger grandes extensões da natureza, acrescenta ele.

"Mas a maior parte onde há biodiversidade está6 bet pagaáreas fragmentadas. Para ter natureza efetiva nessas áreas, teremos que ter uma estratégia6 bet pagaconectividade".

O'Donnell concorda que há enormes desafios.

"Assim como a crise climática exige grandes mudanças sistemáticas nas próximas décadas, o mesmo acontece com a biodiversidade", diz ele.

"Há muitas outras coisas competindo por dinheiro e atenção."

* Este artigo foi publicado originalmente pela revista americana Yale e360 e republicado pela BBC Future com autorização — leia o texto original aqui.

6 bet paga Leia a versão original 6 bet paga desta reportagem (em inglês) no site BBC Future 6 bet paga .

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