'Americano não manda, pede': a experiênciagiros gratis sportingbetbrasileiras que foram ser domésticas nos EUA:giros gratis sportingbet

Costureiragiros gratis sportingbetGuanhães (MG),giros gratis sportingbetcidade natal, Fernandes se uniu a outros imigrantes para entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México, a pé. Ela diz que o grupo esperou 28 dias pelo momento certogiros gratis sportingbetatravessar a fronteira. "A gente usava roupas rajadas para se misturar com o deserto."

Ao entrar nos Estados Unidos, logo se instalougiros gratis sportingbetMassachusetts e começou a trabalhar como doméstica. Hoje Fernandes é cidadã americana, condiçãogiros gratis sportingbetuma minoria dos imigrantes brasileiros no país, e alcançou o topo da hierarquia no ramo. Ela se tornou "donagiros gratis sportingbetschedule", diarista que negocia diretamente com os empregadores e costuma contratar ajudantes para auxiliá-las na limpeza.

Muitas imigrantes que começam como ajudantes ambicionam chegar a "donasgiros gratis sportingbetschedule", posição associada a maior estabilidade e independência.

"Eu faço meu horário, o dia que eu quero. Elas (as clientes) já sabem: se nevar, eu não vou", diz Fernandes, que hoje limpa 45 casas, algumas há maisgiros gratis sportingbet20 anos.

Ela conta que uma das principais diferenças entre o trabalho doméstico no Brasil e nos Estados Unidos é a formagiros gratis sportingbetcalcular o pagamento. Nos Estados Unidos, o valor costuma se basear no totalgiros gratis sportingbethoras trabalhadas, modelo que tende a encurtar as jornadas, enquanto no Brasil patrões e empregados geralmente combinam uma quantia para um determinado númerogiros gratis sportingbettarefas.

São raros nos Estados Unidos os trabalhadores domésticos fixos, que atuamgiros gratis sportingbetuma só casa. Muitas domésticas se referem a seus empregadores como clientes, e não patrões.

Como geralmente não há vínculos formais entre trabalhadores e empregadores, imigrantes sem documentos conseguem desempenhar as funções com mais facilidade. Por outro lado, podem ficar mais vulneráveis a abusos que trabalhadores americanos e não usufruem das redesgiros gratis sportingbetproteção social.

Vantagensgiros gratis sportingbetser brasileiro

Algumas imigrantes brasileiras foram além e abriram empresasgiros gratis sportingbetlimpeza pra atender a clientela.

A paulista Lilian Radke chegou aos Estados Unidos aos 18 anos com uma bolsa para jogar vôlei – modalidadegiros gratis sportingbetque era profissional – e cursar administraçãogiros gratis sportingbetempresas na Universidadegiros gratis sportingbetArkansas.

Hoje Radke preside a Unic Pro, companhia com 65 funcionários e responsável pela limpezagiros gratis sportingbet72 prédiosgiros gratis sportingbetMassachusetts.

Para ela, ser brasileira conta pontos no ramo. "Às vezes um americano não consegue ter uma empresagiros gratis sportingbetlimpeza porque teriagiros gratis sportingbetfalar português ou espanhol com os funcionários", diz, referindo-se à mãogiros gratis sportingbetobra majoritariamente latino-americana na região.

Radke afirma que o setor atrai imigrantes por não exigir o domínio do inglês e pagar mais que muitas ocupaçõesgiros gratis sportingbetescritório.

As vantagens, diz ela, fazem com que muitos imigrantes brasileiros – inclusive vários com diplomas universitários – optem por permanecer no ramo indefinidamente.

'Herança da escravidão'

A professora universitária e diretora executiva do Centro do Trabalhador Brasileirogiros gratis sportingbetBoston, Natalícia Tracy, diz que o trabalho doméstico tem feições distintas no Brasil e nos Estados Unidos.

"Quando você trabalha como trabalhador doméstico aqui, eles (patrões) não mandamgiros gratis sportingbetvocê: eles pedem e agradecem", diz Tracy.

Já no Brasil, segundo ela, a profissão é "muito desvalorizada". "Acho um absurdo que (no Brasil) você tenhagiros gratis sportingbetusar uniforme para mostrar ao mundo que você é menos", afirma.

Tracy também critica o fatogiros gratis sportingbetmuitos trabalhadores domésticos no Brasil acessarem as casasgiros gratis sportingbetpatrões por entradas e elevadores separados. "Vejo isso como o que restou da escravidão, (como práticas)giros gratis sportingbetdesvalorizar as pessoas", diz.

Tracy conta, porém, que nem todas as imigrantes brasileiras têm boas experiências como trabalhadoras domésticas nos Estados Unidos.

Ela mesma diz ter sido submetida a condições análogas à escravidão ao trabalhar como babá para a família brasileira que a levou ao país, nos anos 1990.

Tracy diz que, alémgiros gratis sportingbetcuidargiros gratis sportingbetum bebêgiros gratis sportingbetdois anos, executava todas as tarefas da casa e dormia numa varanda com "cimento grosso no chão".

Longas jornadas

Pode haver problemas quando patrões brasileiros viajam aos Estados Unidos com suas domésticas e mantêm o esquemagiros gratis sportingbettrabalho vigente no Brasil.

A brasiliense Edilene Almeida, que se mudou para Boston para servir uma família brasileiragiros gratis sportingbet2009, afirma quegiros gratis sportingbetjornada às vezes se estendia das 6h às 21h.

"Eu ficava esperando um tempão, sentada, até ele (patrão) pedir comida. Se pedisse às nove horas, eu dava comida; se pedisse às 8, eu achava bom, que terminava mais cedo."

Quando os patrões deixaram o país, ela não quis continuar a servi-los e ficou para tratar um tumor benigno na cabeça. Hoje Almeida estuda inglês e trabalha como babá enquanto aguarda pela regularizaçãogiros gratis sportingbetseu status migratório.

Embora seus sete filhos estejam no Brasil e ela tenha netos que jamais conheceu, diz que pretende voltar ao país "só para passear".