#PrimeiroAssédio: Maioriabaixar apk betnacionalparticipantesbaixar apk betnacionalcampanha sofreu 1º abuso entre 9 e 10 anos :baixar apk betnacional

  • Luiza Bandeira
  • Da BBC Brasilbaixar apk betnacionalLondres
Reproducao

Crédito, Reproducao

Legenda da foto,

Comentáriosbaixar apk betnacionalcunho sexual sobre participantebaixar apk betnacionalprogramabaixar apk betnacionalculinária deram origem à campanha

baixar apk betnacional Um levantamento feito pelos criadores da hashtag #PrimeiroAssédio mostrou que a maioria das vítimas que compartilhoubaixar apk betnacionalhistória nas redes sociais durante a campanha foi assediada pela primeira vez quando tinha entre 9 e 10 anosbaixar apk betnacionalidade.

A campanha surgiu no Twitter há uma semana e levou milharesbaixar apk betnacionalmulheres a contarem sobre a primeira vezbaixar apk betnacionalque sofreram assédio sexual.

A hashtag foi lançada por Julianabaixar apk betnacionalFaria, fundadora do coletivo feminista Think Olga e criadora da campanha Chegabaixar apk betnacionalFiu Fiu, depois que uma criançabaixar apk betnacional12 anos que participa do programabaixar apk betnacionalculinária MasterChef Júnior foi vítimabaixar apk betnacionalcomentáriosbaixar apk betnacionalteor sexual na internet.

De acordo com levantamento do Think Olga, a hashtag foi usada maisbaixar apk betnacional82 mil vezes até o último domingo. Desses, foram identificados 3.111 tuítesbaixar apk betnacionalque as mulheres mencionaram a idade que tinham quando sofreram o assédio. A médiabaixar apk betnacionalidade foibaixar apk betnacional9,7 anos.

Gráfico do Think Olga a partir da campanha online mostra percentualbaixar apk betnacionalmençõesbaixar apk betnacionalprimeiros assédios por idade
Legenda da foto,

Gráfico do Think Olga a partir da campanha online mostra percentualbaixar apk betnacionalmençõesbaixar apk betnacionalprimeiros assédios por idade

"A campanha #PrimeiroAssédio veio consolidar (a percepção de) que existe uma sexualização da menina e que isso é absolutamente normalizado na sociedade", diz Juliana. "A gente acha que pedofilia é muito distante, mas não é. Pela hashtag, vemos que é muito mais próxima do que a gente imagina e que talvez seja até endêmica, um traço muito forte do que acontece na sociedade."

Juliana afirma que é preciso buscar outros dados sobre o assunto, mas diz que a conclusão do levantamento é preocupante.

"É absurdamente preocupante pensar que não está nas mãos das mulheres decidir quando começar a vida sexual delas. A gente passa por um ritual cruel muito antesbaixar apk betnacionalestarmos preparadas", afirma ela, que deu início à campanha contandobaixar apk betnacionalprópria experiência,baixar apk betnacionalter sofrido assédio aos 11 anosbaixar apk betnacionalidade.

Casa, pai e escola

O levantamento do Think Olga também fez uma nuvembaixar apk betnacionalpalavras para identificar as mais citadas nos tuítes.

Entre as palavras que aparecem estão "casa", "pai" e "escola".

Gráfico do Think Olga com as palavras mencionadas pelas mulheres que deram depoimento à campanha
Legenda da foto,

Gráfico do Think Olga com as palavras mencionadas pelas mulheres que deram depoimento à campanha

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

Segundo Juliana, é sabido que grande parte dos abusos acontece na infância, são praticados por conhecidos e normalmentebaixar apk betnacionaluma casa, da própria vítima oubaixar apk betnacionalalguémbaixar apk betnacionalque ela confia.

"(Assédios) acontecem numa relaçãobaixar apk betnacionalconfiança. A gente acha que machistas criminosos, pedófilos, são pessoas sem rosto, monstros andando na ruabaixar apk betnacionalcapuz, mas não, são homens integrados na sociedade, com família, emprego, às vezes doutorado. Precisamos pararbaixar apk betnacionaltratar esse criminosos como loucos que não estão integrados na sociedade", diz ela.

A ativista afirma que, ao mesmo tempobaixar apk betnacionalque essa proximidade traz desafios, tem um lado bom por indicar que a solução também está mais próxima. "Não estamos tentando lutar contra um monstro desconhecido", diz.

O aparecimento da palavra "escola" na nuvem também chamou atenção da criadora da campanha.

"Não tenho dados brasileiros, mas uma pesquisa no Reino Unido mostra que 1baixar apk betnacionalcada 3 meninas já tinha sofrido assédio físico na escola. É urgente ter educaçãobaixar apk betnacionalgênero na primeira infância."

Valentina

A campanha #PrimeiroAssédio surgiu após a candidata Valentina, do programa MasterChef Júnior, na Band, ter sido alvobaixar apk betnacionalinúmeros comentários na internet - não sobre suas habilidades culinárias, masbaixar apk betnacionalcunho sexual.

"Sobre essa Valentina: se tiver consenso, é pedofilia?", dizia um dos tuítes a respeito da garotabaixar apk betnacional12 anos.

A reação nas redes veio com os relatosbaixar apk betnacionalassédios sofridos na infância e na adolescência.

Algumas mulheres contaram casos que viveram aos sete, seis ou mesmo cinco anosbaixar apk betnacionalidade.

Uma delas disse que, aos sete anos, enquanto brincava com as amigas, percebeu um homem atrásbaixar apk betnacionalum poste se masturbando. Outra conta que, aos nove, sofreu uma tentativabaixar apk betnacionalestuprobaixar apk betnacionalum dos funcionários que trabalhavam para o pai.

O Brasil tem 52 mil mulheres estupradas por ano, segundo os númerosbaixar apk betnacionalboletinsbaixar apk betnacionalocorrência registrados. Mas o Ipea (Institutobaixar apk betnacionalPesquisa Econômica Aplicada) estima que 500 mil mulheres são vítimasbaixar apk betnacionalestupro a cada ano no país e, dessas, 70% são crianças e adolescentes – sendo 51% menoresbaixar apk betnacional13 anos.