#SalaSocial: Após denúncia no Facebook, novos casosmrjack bet pngassédiomrjack bet pngfuncionáriosmrjack bet pngoperadoras vêm à tona:mrjack bet png
- Camilla Costa e Rafael Barifouse
- Da BBC Brasilmrjack bet pngSão Paulo

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Jornalista denunciou investidamrjack bet pngatendente da Net, que ironizou alertasmrjack bet pngque poderia ser processado
mrjack bet png "Você é solteira?" foi uma das perguntas ouvidas por Mariana*mrjack bet pngum técnico da Net, operadoramrjack bet pnginternet, telefonia e TV a cabo, que fazia uma segunda visita emmrjack bet pngcasa,mrjack bet pngFlorianópolis,mrjack bet png2012.
"Na primeira vezmrjack bet pngque ele veio, meu pai estava aqui. Ele foi simpático e prestativo. Depoismrjack bet pnguns dias, a internet começou a cair e solicitei outro atendimento. Dessa vez, estava sozinha", disse à BBC Brasil.
Depoismrjack bet pngpedir que o funcionário da operadora parasse com as perguntas íntimas, Mariana diz ter sido atacadamrjack bet pngseu apartamento. "Ele tentou vir pra cimamrjack bet pngmim. Ficava me rodeando pela casa, tentando me agarrar. Empurrei ele e o ameacei, porque tinha facas por perto. Ele saiu, mas ameaçou me ligar e voltar."
Mariana decidiu compartilharmrjack bet pnghistória pela primeira vez depois que a jornalista paulistana Ana Prado,mrjack bet png26 anos, publicou no Facebook as mensagens que recebeumrjack bet pngum funcionário da Net na última terça-feira.
"Falei com você hoje. Desculpa, mas fiquei curioso por causa damrjack bet pngvoz", dizia o atendente, que, poucos minutos antes, ligou para Ana para oferecer um pacotemrjack bet pngserviços.
Ao ser alertadomrjack bet pngque a atitude era invasiva, ele respondeu: "Relaxa, tenho apenas o número do seu telefone... nós temos acesso aos dadosmrjack bet pngtodos os clientes (...) Só gravei o número do seu celular no meu... =)".
Após o relato públicomrjack bet pngAna, mais históriasmrjack bet pngassédios sofridos mulheres e homens vieram à tona.

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Casomrjack bet pngassédio por Whatsapp levou a outras denúncias semelhantes - e mais graves - nas redes sociais
A BBC Brasil ouviu uma dezenamrjack bet pngdenúnciasmrjack bet pngclientes das principais operadorasmrjack bet pngtelefonia do país. Eles vão desde simples contatos não solicitadosmrjack bet pngatendentes e técnicos através do Whatsapp a casosmrjack bet pngassédio sexual e tentativamrjack bet pngestupro.
"Postei isso porque a gente precisa discutir como essas empresas estão lidando com nossos dados e com a nossa integridade física. Cadê treinamento desse pessoal? O treinamento é só pra conseguir vender pacotes?", disse Ana Prado à BBC Brasil.
Em nota, a Net afirmou que está averiguando seu caso e que "tomará todas as medidas cabíveis para apurar, identificar e afastar sumariamente qualquer colaborador ou prestadormrjack bet pngserviço que faça uso indevidomrjack bet pnginformações pessoais, confidenciais e sigilosas dos clientes".
"Todos os prestadoresmrjack bet pngserviços da companhia estão obrigados contratualmente a assegurar a proteção dos dados dos consumidores e são proibidosmrjack bet pngutilizar estas informações para qualquer outro fim. Também ficam cientes das sanções contratuais, cíveis e criminais aplicáveismrjack bet pngcasomrjack bet pngdescumprimento", disse a empresa.
Na noite desta quinta-feira, a Net informou que o funcionário que entroumrjack bet pngcontato com Ana Prado foi identificado e demitido. A empresa também afirmou que desviosmrjack bet pngcondutamrjack bet pngfuncionários poderão ser denunciados pelo e-mail conduta.net@net.com.br.
'Sua voz é linda'
A maior partemrjack bet pngsituações do tipo deixammrjack bet pngser noticiadas porque as vítimas se sentem intimidadas ou consideram que as atitudes não são graves, apesarmrjack bet pnginvasivas. Uma busca no Twitter e no Facebook revelou diversos relatos – alguns até bem-humorados –mrjack bet pngcontato pessoal feito por funcionáriosmrjack bet pngoperadoras.
Em abrilmrjack bet png2014,mrjack bet pngSão Paulo, um funcionário da Oi escreveu para a publicitária Andressa Jordano,mrjack bet png23 anos, oferecendo "atendimento personalizado" pelo Whatsapp, mas pedindo que ela não mencionasse isso à empresa. "Ele não deumrjack bet pngcimamrjack bet pngmim nem nada, mas bloqueei o cara e mandei mensagem para a Oi", disse à BBC Brasil.
Leia mais: 'Usam Whatsapp para pedofilia, tráfico e assaltos', diz delegado que pede bloqueio do app
Em novembromrjack bet png2014, o publicitário paulistano Pietro Brugnera,mrjack bet png23 anos, foi abordado após o atendimento por uma funcionária da Vivo. "Sua voz é linda", dizia a mensagem, acompanhadamrjack bet pngum coração.
Em nota à BBC Brasil, a Vivo afirmou que "os casos mencionados pela reportagem encontram-semrjack bet pngapuração interna e estão totalmente desalinhados com as práticas e valores da empresa" e que possui um canalmrjack bet pngdenúncias para incidentesmrjack bet pngsegurança da informação, pelo e-mail csirt.br@telefonica.com.
Já a Oi disse que "os contatos da companhia com seus clientes são para tratar exclusivamentemrjack bet pngassuntosmrjack bet pnginteresse das duas partes" e que "preserva o sigilo dos dadosmrjack bet pngseus clientes"."Qualquer desvio pontual que venha a ocorrer no atendimento será apurado pela companhia", afirmou, por e-mail.

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Publicitária recebeu mensagensmrjack bet pngfuncionário da operadora Oi
Ataques
A maior parte dos clientes descreve cantadas ou tentativasmrjack bet pngmanter contato, mas,mrjack bet pngcasos como omrjack bet pngMariana, que abre esta reportagem, o assédio dos funcionários vai mais longe.
Ela fez um boletimmrjack bet pngocorrência e chegou a fazer uma denúncia à Net, mas afirma que a única resposta que recebeu da empresa foi que não seria possível obter dados sobre o homem que foi atémrjack bet pngcasa, nem mesmo o número do atendimento.
"Eles passaram a ligação pra várias pessoas e todas respondiam a mesma coisa, mesmo eu explicando a situação. Alguns até pareciam estar duvidando que aquilo tinha acontecido."
A fotógrafa Andressa Araújo,mrjack bet png27 anos, passou por uma situação semelhante. Em novembromrjack bet png2014, um técnico da Net esqueceu uma mala emmrjack bet pngcasa,mrjack bet pngSão Paulo, após o atendimento. Pouco depois, outro técnico foi até lá sob o pretextomrjack bet pngbuscar o material.
"Ele chegou na minha casa, fechou a porta e olhou tudo, como se o interesse fosse outra coisa, não os cabos. Avisei que estava tudo bem, e ele insistiamrjack bet pngassuntos dispersos. Abri a porta, e ele atendeu o celular, foimrjack bet pngdireção à porta e a fechou novamente, como quem estava incomodado com a porta aberta", conta.

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Especialistas dizem que usomrjack bet pngdadosmrjack bet pngclientes por funcionários para fins pessoais são 'abusomrjack bet pngdireito'
Segundo o relatomrjack bet pngAndressa, o rapaz disse que a mala "foi esquecidamrjack bet pngpropósito". "O outro rapaz me pediu para que viesse aqui porque você estava dandomrjack bet pngcima dele, aí vim terminar o serviço que ele não terminou", teria dito.
"Abri a porta, corri para o corredor e berrei para ele sair da minha casa. Depois, meu interfone não paravamrjack bet pngtocar", afirmoumrjack bet pngum post no seu Facebook. "Eu não fiz absolutamente nada a não ser oferecer água pra ele (o primeiro atendente)."
Ao fazer a denúncia, Andressa ouviu da Net que a empresa não se responsabilizava pelo comportamentomrjack bet pngfuncionários terceirizados.
A BBC Brasil detalhou os casos citados nesta reportagem para a empresa. A Net limitou-se, no entanto, a responder sobre o ocorrido com Ana Prado, alegando que está apurando as informações sobre os demais episódios internamente.
Uma semana depois, a Net informou que todas as pessoas foram contatadas e que os casos estão sendo devidamente apurados**.
O que fazer?
Normalmente a primeira opção dos consumidores, o Procon-SP esclarece que, por não se tratarmrjack bet pngdano material mensurável, a instituição não pode intermediar este tipomrjack bet pngcaso, mas recomenda que o consumidor registre boletimmrjack bet pngocorrência e acione a empresa na Justiça por danos morais.

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Casosmrjack bet pngcontato não solicitado por partemrjack bet pngfuncionários envolve as principais operadorasmrjack bet pngtelefonia e internet do país
A advogada Sandra Weber, sócia do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, especializadomrjack bet pngdireito digital, explica que a empresa envolvida deve responder pelos atosmrjack bet pngseus empregados e pode ser acionada com um pedidomrjack bet pngindenização.
"A empresa temmrjack bet pngproteger as informações do cliente e orientar seus funcionáriosmrjack bet pngcomo elas podem ser usadas. E eles não podem se valermrjack bet pnguma informação interna para fins não profissionais", disse à BBC Brasil.
"Isso vale inclusive para casosmrjack bet pngfuncionáriosmrjack bet pngempresas terceirizadas, pois o cliente tem uma relação contratual com a empresa principal e pode nem saber que a empresa terceirizada existe."
Weber aconselha os consumidores a preservarem as provas, como o aparelho no qual as mensagens se encontram, para que a polícia possa fazer uma perícia deste conteúdo, ou mesmo cópias da tela com a conversa. Também é possível ir até um tabeliãomrjack bet pngnotas, que olhará as mensagens e fará uma ata notarial, relatando que elas existiram.
"Ainda é importante, quando sofrer a abordagem, não dar margem para que ela continue, bloqueando o contato ou não atendendo as ligações, e faça uma denúncia à empresa responsável", afirma Weber.
"Nestes casos, se não houve a tentativamrjack bet pngobter uma vantagem sexual, como pedir para mandar uma fotomrjack bet pngdeterminada posição ou um vídeo íntimo, talvez não se configure o assédio sexual, mas há um abusomrjack bet pngdireito, por estar invadindo a esfera pessoal do cliente, o perseguindo e o importunando, gerando constrangimento e medo", afirma.
A especialista considera que o surgimentomrjack bet pngnovos casos a partir da primeira denúncia mostram a importânciamrjack bet pngtrazer à tona situações assim. "Isto demonstra que os casos vinham sendo tratadosmrjack bet pngforma isolada, mas que eles já ocorriam com certa frequência e que, por não virem a público, talvez nem a própria empresa tomava conhecimentomrjack bet pngque eles ocorriam."
*Nome trocado a pedido da entrevistada
**Esta reportagem foi atualizada às 20h08 do dia 28mrjack bet pngmaiomrjack bet png2015 com as informações sobre a demissão do funcionário da Net e sobre o canal para denúncias da empresa. O texto foi atualizado novamente às 17h do dia 3mrjack bet pngjunhomrjack bet png2015 com informações fornecidas pela Net sobre o andamento da apuração dos casos relatados aqui.




