O que China tem a perder ao apoiar Rússia?:bonus f12 bet

  • Julia Braun - @juliatbraun
  • Da BBC News Brasilbonus f12 betSão Paulo
Presidente chinês Xi Jinping

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Presidente chinês Xi Jinping não falou sobre a ação militar da Rússia na Ucrânia e todas as declarações foram emitidas por representantes dos ministérios

bonus f12 bet Antes mesmo da invasão russa na Ucrânia se tornar realidade, uma possível aliança entre Rússia e China já vinha se desenhando.

Os líderes das duas potências se reunirambonus f12 betPequim no iníciobonus f12 betfevereiro e deram mostrasbonus f12 betsua proximidade. O encontro, que aconteceu às margens das Olimpíadasbonus f12 betInverno, foi marcado por declaraçõesbonus f12 betapoiobonus f12 betXi Jinping a Moscou e suas preocupações com a segurança nacional.

Em um comunicado divulgado após a reunião, os dois países afirmaram que "a amizade entre [Rússia e China] não tem limites, não há áreas 'proibidas'bonus f12 betcooperação" e que pretendem "combater a interferênciabonus f12 betforças externasbonus f12 betassuntos internosbonus f12 betpaíses soberanos".

Mas desde que Vladimir Putin reconheceu oficialmente a independência das províncias ucranianasbonus f12 betDonetsk e Luhansk e deu início à operação militar no país vizinho, as declaraçõesbonus f12 betapoio da China se tornaram menos consistentes e mais discretas.

Segundo analistas consultados pela BBC News Brasil, a forma cautelosa com que Pequim vem lidando com a guerra na Ucrânia é reflexo dos temores do paísbonus f12 betrelação a possíveis retaliações econômicas e políticas.

Nesse contexto, as açõesbonus f12 betPutin tornam mais distante o sonho chinêsbonus f12 bet"reanexar" Taiwan, segundo analistas. Ao contrário do caso ucraniano,bonus f12 betque a comunidade internacional no começo buscou sanções verbais e financeiras para só depois começar a enviar ajuda bélica,bonus f12 betum casobonus f12 betguerra sino-taiwanesa ébonus f12 betse esperar uma ação imediata.

Entenda:

Qual a posição da China no conflito?

Desde que a Rússia iniciou o enviobonus f12 betsuas tropas para a fronteira com a Ucrânia, no finalbonus f12 bet2021, a China vem adotando um comedido discurso pró-Moscou.

Nas semanas que antecederam a invasão, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, classificou as preocupaçõesbonus f12 betMoscoubonus f12 betrelação àbonus f12 betsegurança nacional como "legítimas", afirmando que elas deveriam ser "levadas a sério e discutidas".

Por meio da imprensa estatal, o governobonus f12 betPequim também afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) adota uma posição agressiva ao se recusar a respeitar o direito soberanobonus f12 betoutros países - como Rússia e China -bonus f12 betdefender seu território.

Policial patrulha ruas na Ucrânia

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Policial faz patrulha nas ruas na Ucrânia

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"Tanto a Rússia quanto a China desejam criar uma posiçãobonus f12 betantagonismobonus f12 betrelação aos Estados Unidos e encontram nessa ambição uma posiçãobonus f12 betcomum", diz Alexandre Uehara, coordenador acadêmico do Centro Brasileirobonus f12 betEstudosbonus f12 betNegócios Internacionais da ESPM.

Para Vicente Ferraro Jr., cientista político e pesquisador do Laboratóriobonus f12 betEstudos da Ásia da Universidadebonus f12 betSão Paulo (USP), há também um componente ideológico envolvido na aproximação entre as duas potências.

"Ambas contestambonus f12 betparte o liberalismo político e acusam o Ocidentebonus f12 bettentar 'exportar' seus modelos políticos,bonus f12 betmaneira inapropriada, a outras sociedades e contextos culturais. O liberalismo político e, indiretamente, a democracia representativa são apresentados por ambas não como valores universais, mas como construções do Ocidente instrumentalizadas para fins geopolíticos", diz.

Após o início oficial da operação militar russa na Ucrânia na semana passada, o governo chinês disse acreditar na "soberania e integridade territorialbonus f12 bettodos os países", mas também expressou a opiniãobonus f12 betque a Rússia tem "preocupações legítimasbonus f12 betsegurança" que "devem ser levadas a sério e tratadas adequadamente".

Na quarta-feira (2/3), Pequim ainda rechaçou a possibilidadebonus f12 betimpor sanções contra a Rússia e classificou as penalidades econômicas anunciadas por Estados Unidos e Europa como ilegais.

"Não aprovamos as sanções financeiras, especialmente as sanções lançadas unilateralmente, porque elas não funcionam bem e não têm fundamento legal", disse Guo Shuqing, presidente da Comissão Reguladorabonus f12 betBancos e Seguros da China,bonus f12 betentrevista coletiva. "Continuaremos a manter as trocas econômicas e comerciais normais com as partes relevantes", disse ele.

De forma bastante significativa, a China também não usoubonus f12 betnenhumbonus f12 betseus pronunciamentos a palavra "invasão" quando se trata das ações da Rússia na Ucrânia.

No entanto,bonus f12 betforma surpreendente, Pequim absteve-se do voto do Conselhobonus f12 betSegurança das Nações Unidas condenando a invasão russa da Ucrânia.

O país também preferiu se absterbonus f12 betuma segunda resolução, votada pela Assembleia-Geral da ONU. O texto, aprovado por 141 Estados-membros, também critica o governo russo por suas ações militares e classifica o reconhecimento da independência das regiõesbonus f12 betDonetsk e Luhansk como uma "violação da integridade territorial e soberania da Ucrânia, inconsistente com os princípios da Carta das Nações Unidas".

Vladimir Putin

Crédito, SERGEI GUNEYEV/SPUTNIK/AFP VIA GETTY IMAGES

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A China é aliada histórica do presidente russo Vladimir Putin

'Ajuda humanitária à Ucrânia'

Nesta terça-feira (8/3), o presidente Xi Jinping faloubonus f12 betforma direta sobre o confronto pela primeira vez e expressou uma posição mais solidária à Ucrânia.

Durante uma videoconferência com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, o líder chinês pediu "contenção máxima" no conflito sobre a Ucrânia.

Durante a conversa, Xi declarou que estava "profundamente triste por acompanhar uma nova guerra no continente europeu", segundo a televisão estatal chinesa CCTV. Ele disse ainda que "aprecia os esforçosbonus f12 betFrança e Alemanha para atuar como mediadores na Ucrânia" e que Pequim também está disposto a desempenhar um papel ativo nas negociações.

"Devemos apoiar juntos as negociaçõesbonus f12 betpaz", afirmou Xi, que ainda disse que a China "está pronta para proporcionar ajuda humanitária à Ucrânia".

O que Pequim tem a perder?

Segundo especialistasbonus f12 betpolítica internacional, o maior receio da China ao apoiar Moscou é prejudicar seus laços econômicos com a Europa e os Estados Unidos.

"A China tem interesses econômicos gigantescos na Europa e tem que tomar cuidado para que seu apoio a Putin não fique tão óbvio a pontobonus f12 betprovocar reações negativas da França, Alemanha ou do continentebonus f12 betgeral", diz o americano Bruce Jones, diretor do Projeto sobre Ordem Internacional e Estratégia do think tank Brookings Institution.

Ao todo, a China exportou cercabonus f12 betUS$ 420 bilhões (R$ 2,1 trilhões)bonus f12 betbens para a Europabonus f12 bet2020, segundo a própria União Europeia (UE), e foi a principal fontebonus f12 betorigem das importações do bloco. O montante só fica atrás do que foi comercializado pela potência chinesa para os Estados Unidos, que chegou a US$ 452 bilhões (R$ 2,2 trilhões).

Já o mercado chinês foi o terceiro principal destino das exportações europeiasbonus f12 bet2020, responsável por 10,5% das exportações da UE.

O governo chinês teme que um apoio vigoroso e vocal à operação militar russa possa desencorajar seus parceiros comerciais na Europa e América a expandir ainda mais os negócios.

Ao mesmo tempo, receia que uma piora nas sanções aplicadas contra Moscou possa prejudicarbonus f12 betprópria relação econômica com o mercado russo.

A Rússia também é um parceiro comercial importante para a China e os dois países vêm estreitando ainda mais os laços nos últimos anos.

O comércio total entre as potências saltou 35,9% no ano passado, segundo dados da alfândega chinesa, e Moscou serve como uma importante fontebonus f12 betpetróleo, gás, carvão e commodities agrícolas para Pequim.

"Há uma expectativabonus f12 betque o aprofundamento das relações comerciais com a China poderá amortizar, ao menosbonus f12 betparte, o impacto das sanções econômicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia", diz Vicente Ferraro Jr. "Contudo, o alcance dessa amortização ainda é uma incógnita e não é descartável um efeito colateral das sanções para empresas chinesas que têm relações comerciais tanto com a Rússia quanto com países do Ocidente".

Presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping

Crédito, AFP

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Segundo especialistas, o maior receio da China ao apoiar Moscou atualmente é prejudicar seus laços econômicos com Europa e EUA

Segundo o especialista, as sanções econômicas contra a Rússia podem gerar o encarecimentobonus f12 betcommodities devido às tensões, sobretudo petróleo e gás.

Contudo, a quebra das relações comerciais com a Europa e os EUA pode ser ainda mais danosa para Pequim. "O volume comercial entre a China e países do Ocidente é muito superior ao volume comercial da China com a Rússia", diz Ferraro Jr.

Afronta a interesses internos

Para além do impacto econômico, a China ainda tem interesses políticosbonus f12 betjogo.

Do pontobonus f12 betvista geopolítico, o governobonus f12 betXi Jinping pode estar buscando não se contradizer, pois uma mensagem repetida constantemente pelos líderes chineses é abonus f12 betque o país não interferebonus f12 betassuntos internosbonus f12 betoutros e que outras nações não deveriam interferirbonus f12 betsuas questões internas.

Para Alexandre Uehara, a China não aprovou o reconhecimento da independência das regiõesbonus f12 betDonetsk e Luhansk, e assim que a decisão foi anunciada por Putin passou a amenizar seu discurso a favorbonus f12 betMoscou.

"A China também possui territórios que demandam mais autonomia e independência, como Taiwan, Tibete e Xinjiang, e vê no reconhecimento da independênciabonus f12 betregiões separatistas na Ucrânia uma afronta aos seus interesses internos", diz.

Segundo Uehara, o governo chinês teme que se apoiar as ações da Rússia na Ucrânia, outros países possam tomar atitudes semelhantes àbonus f12 betPutinbonus f12 betrelação aos seus próprios territórios.

E ao se abster das votações nas Nações Unidas contra a Rússia, Pequim pode estar buscando sinalizar para o resto do mundo qual abonus f12 betposição verdadeira sobre o tema.

"Embora tal movimento não represente um veto contra a Rússia, ele traz diferentes implicações políticas. Pode representar uma sinalização à Rússiabonus f12 betque a China está preocupada com a escaladabonus f12 bettensões e com o impacto político e econômico que o conflito pode ocasionar no sistema internacional", diz Vicente Ferraro Jr., do Laboratóriobonus f12 betEstudos da Ásia da USP.

"Mas também pode sinalizar a paísesbonus f12 betdesenvolvimento e do sul global que a China não compactuabonus f12 betpráticas intervencionistas promovidas por grandes potências".

Ao mesmo tempo, quando o governo chinês rejeitou a imposiçãobonus f12 betsanções contra a Rússia, nos últimos dias, sabia que poderia receber tratamento semelhante se decidir tomar Taiwan à força, no que seria uma operação custosa e sangrenta.

A ilha se proclamou república independentebonus f12 bet1911 e se estabeleceu como uma democracia, mas a China a considera parte inalienável do seu território e nos últimos anos tem se empenhado ostensivamente no projetobonus f12 betreunificação.

Durante um encontro regular com a imprensabonus f12 betPequim, Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse que a China nunca acreditou que sanções eram a melhor formabonus f12 betresolver problemas entre nações.

Para o Partido Comunista Chinês, a forma como a atual crise poderá impactar seu próprio povo ebonus f12 betvisãobonus f12 betmundo também é uma preocupação.

Por esse motivo, o governo está manipulando e controlando as informações sobre a situação na Ucrânia nabonus f12 betimprensa e mídias sociais.

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