As categorias raciais do apartheid que ainda são usadas oficialmente na África do Sul:arenaesportiva bet

O governo ainda usa a terminologia do apartheid para coletar dados que ajudem a corrigir os desequilíbrios flagrantesarenaesportiva betrenda earenaesportiva betoportunidades econômicas, que são um legado do racismo oficial do passado.

Mas muitos no país, incluindo Snyman, que fundou a organização "People Against Racial Classification" (Povo contra a Classificação Racial)arenaesportiva bet2010, acreditam que o uso das categorias não tem lugararenaesportiva betuma África do Sul democrática.

"A remoção da Leiarenaesportiva betRegistro da População retira dos funcionáriosarenaesportiva betrecrutamentoarenaesportiva betmãoarenaesportiva betobra earenaesportiva betqualquer governo ou sistema privado o direito legalarenaesportiva betclassificar os sul-africanos por raça", escreveu elearenaesportiva betuma apresentação à Comissãoarenaesportiva betDireitos Humanos do país.

'Use classe, não raça'

Embora Snyman reconheça que ainda existam enormes desequilíbrios que precisam ser corrigidos, ele sugere que o governo use uma medidaarenaesportiva betrenda para substituir a classificação racial.

"O governo não precisa saber a identidade das pessoas por grupos, ele precisa conhecer as pessoas que precisamarenaesportiva betserviços, empregos ou o que for necessário", explica.

"O governo e o setor privado devem entregar a todos os sul-africanos igualmente e não discriminar com base emarenaesportiva betidentidade", diz ele.

Ryland Fisher, ex-editor do jornal Cape Times que iniciou o projeto "One City, Many Cultures" (Uma cidade, muitas culturas,arenaesportiva bettradução literal), da Cidade do Cabo, concorda com a avaliação.

"Se adotarmos a classe social como marcoarenaesportiva betreparação, inevitavelmente poderemos beneficiar mais os negros", afirma. "Os negros são a maioria neste país e também a maioria das pessoas pobres deste país."

"E se você diz que vai se consertar os problemas com base na classe, um negro que viveu uma vida privilegiada não se qualificará para oportunidades econômicas por meio das políticasarenaesportiva betação afirmativa do governo", detalha.

Hoje, a agência oficialarenaesportiva betestatística da África do Sul aponta que a população do país,arenaesportiva bet57,7 milhõesarenaesportiva betpessoas, é composta por 80,9%arenaesportiva betnegros, 8,8%arenaesportiva betmestiços, 7,8%arenaesportiva betbrancos e 2,5%arenaesportiva betindianos.

'Nos consideramos negros'

Durante a décadaarenaesportiva bet1970, quando a luta contra o apartheid estava ganhando força — inspirada pelo Movimento da Consciência Negra, liderado pelo famoso ativista Steve Biko e pela Organizaçãoarenaesportiva betEstudantes da África do Sul —, muitas das pessoas marginalizadas do país (africanos, negros e indianos) se identificaram como negrosarenaesportiva betuma declaraçãoarenaesportiva betsolidariedade com a luta pela derrubada do regime do apartheid.

E é nesse sentido que Snyman recebeu o apoio do maior sindicatoarenaesportiva betprofessores do país, o Democratic Teachers Union of South Africa, quando se autodeclarou como "sul-africano"arenaesportiva betum processo seletivo.

"Muitosarenaesportiva betnós tomamos uma decisão conscientearenaesportiva betnão nos identificarmos com a classificação racial prescrita pelo regime do apartheid. Nós nos consideramos negros, africanos, sul-africanos", diz Jonavon Rustin, porta-voz do sindicato dos professoresarenaesportiva betCabo Ocidental, uma das províncias da África do Sul.

Destacando uma compreensão muito mais matizadaarenaesportiva betidentidade, ele acrescenta que "algumas pessoas adotam a classificação étnicaarenaesportiva betcor: Khoisan, Africano, Xhosa, Zulu, Branco, Camissa Africano, Korana Africano, Griqua, Europeu, africâner e muitos outros."

Alguns, entretanto, fazem uma distinção entre uma identidade política ou cultural e a necessidadearenaesportiva betlidar com os desequilíbrios criados pelo apartheid.

Zodwa Ntuli, comissária do Broad Based Black Economic Empowerment (Base Amplaarenaesportiva betEmpoderamento Econômico dos Negros), argumenta que, embora a classificação racial seja uma anomaliaarenaesportiva betum país que tenta se afastararenaesportiva betseu passado baseadoarenaesportiva betraça, os reguladores e o governo só podem medir o progresso social e econômico da população por meioarenaesportiva betestatísticasarenaesportiva betacordo com as velhas categorias.

O impacto da discriminação do apartheid contra negros, africanos e indianos, observa Ntuli, foi tão generalizado que os brancos continuam a dominar a economiaarenaesportiva bettermosarenaesportiva betpropriedade e poderarenaesportiva betdecisão.

Mas ela ressalta que "ninguém na África do Sul está autorizado a usar a classificação racial ouarenaesportiva betgênero para excluir qualquer cidadão do gozo dos direitos no país, isso seria ilegal".

Kganki Matabane, que chefia o Conselho Empresarial Negro, concorda. Para ele, embora o governo democrático tenha quase 27 anos, ainda é cedo para abandonar as velhas categorias.

"Precisamos perguntar: conseguimos corrigir esses desequilíbrios? Se não, como é o caso, se você olhar para as 100 maiores empresas listadas na Bolsaarenaesportiva betValoresarenaesportiva betJoanesburgo, 75% ou mais dos CEOs são homens brancos", diz.

Uma vez que o apartheid discriminava a população com base na raça, essa é a única maneiraarenaesportiva betabordar as questões da atualidade, e não a classe social, acrescenta.

"Só podemos ter uma cláusulaarenaesportiva betcaducidade (da classificação racial) quando a economia refletir a demografia do país. Até chegar lá, será prematuro falar sobre o fim do empoderamento econômico dos negros", afirma.

Novos problemas

Em alguns casos, entretanto, o uso contínuo da classificação racial para monitorar as mudanças sociais levou ao endurecimento das categorias.

No Cabo Ocidental, que possui um grande númeroarenaesportiva betpessoas anteriormente classificadas como negras, há um sentimento antigo entre algunsarenaesportiva betque,arenaesportiva betum esforço para resolver os problemas do passado, o governo democrático ignorou suas necessidades.

Na Cidade do Cabo, um grupoarenaesportiva betativistas que se identificam como negros fundou um equipearenaesportiva betlobby chamado Gatvolarenaesportiva bet2018.

Em um vídeo introdutório na página do grupo no Facebook, o líder do grupo, Fadiel Adams, explica que "todos os braços do governo declararam uma guerra econômica contra os negros", reclamando que não há trabalho para membros da comunidade, mesmo que sejam a maioria na área.

Fisher, ex-editor do jornal Cape Times, disse que as pessoas classificadas como mestiças ficam felizesarenaesportiva betlutar ao lado dos negros na luta contra o apartheid. Mas ele culpa o governo do Congresso Nacional Africano (ANC) pelo agravamento das diferenças raciais.

"O que aconteceu nos últimos anos é que a maioria (no Cabo Ocidental) decidiu levantar a voz e fazer valer seu direitoarenaesportiva betse identificar como negro", acrescenta.

"O ANC realmente não levou esses tiposarenaesportiva betnuancesarenaesportiva betconsideração. Eles alienaram pessoas que se identificavam como pessoasarenaesportiva betcor. O que isso significa é que essas pessoas identificaram os tiposarenaesportiva betcoisas que poderiam afirmararenaesportiva betidentidade, incluindo elementos relacionados à cultura, comida, música e idioma ", explica ele.

Ele e outros acusam o governo liderado pelo ANCarenaesportiva betnão fazer o suficiente pelos negros earenaesportiva better como alvo a maioria nacional, que é oficialmente classificada como africana ou negra.

'Precisamos nos identificar como sul-africanos'

Saths Cooper, um psicólogo próximo a Steve Biko durante seus diasarenaesportiva betestudante na décadaarenaesportiva bet1970, argumenta que a imposiçãoarenaesportiva betuma classificação racial impediu a formaçãoarenaesportiva betuma identidade verdadeiramente comum.

"Não aprendemos primeiro que somos seres humanos", diz ele.

"Nós sempre colocamos uma cor, colocamos atributos externos e então colocamos talvez a linguagem e a crença, e isso permite mais divisão. Essa narrativa é então perpetuada", explica Cooper.

"Não demos às pessoas motivos suficientes para dizer que nos identificamos como sul-africanos", lamenta.

Enquanto isso, Snyman, atravésarenaesportiva betParc, continua a luta para banir a classificação racial do apartheid.

"Tomaremos todas as medidas, inclusive as legais, para livrar a África do Sul desse flagelo que mais uma vez gerou discriminação contra aqueles que não atendem aos critérios preferenciais do atual governo", afirma.

arenaesportiva bet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube arenaesportiva bet ? Inscreva-se no nosso canal!