4 efeitos do racismo no cérebro e no corpo777 casino onlinecrianças, segundo Harvard:777 casino online

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Aqui, casos recentes777 casino onlineviolência contra pessoas negras incluem o777 casino onlineBeto Freitas, espancado até a morte dentro777 casino onlineum supermercado Carrefour777 casino onlinePorto Alegre777 casino online20777 casino onlinenovembro, e o das primas Emilly, 4, e Rebeca, 7, mortas por disparos777 casino onlinebalas enquanto brincavam na porta777 casino onlinecasa,777 casino onlineDuque777 casino onlineCaxias777 casino online4777 casino onlinedezembro.
Segundo o Instituto Brasileiro777 casino onlineGeografia e Estatística (IBGE), 53% dos brasileiros são negros, classificação do instituto que reúne quem se declarou preto ou pardo no censo777 casino online2010.
Nos EUA, os negros são 13% da população.
A seguir, quatro impactos do ciclo vicioso do racismo, segundo o documento777 casino onlineHarvard. Para discutir as particularidades disso no Brasil, a reportagem entrevistou a psicóloga Cristiane Ribeiro, autora777 casino onlineum estudo recente sobre como a população negra lida com o sofrimento físico e mental, que foi tema777 casino onlinesua dissertação777 casino onlinemestrado pelo Programa777 casino onlinePós-graduação777 casino onlinePromoção da Saúde e Prevenção da Violência da UFMG.
1. Corpo777 casino onlineestado777 casino onlinealerta constante
O racismo e a violência dentro da comunidade (e a ausência777 casino onlineapoio para lidar com isso) estão entre o que Harvard chama777 casino online"experiências adversas na infância". Passar constantemente por essas experiências faz com que o cérebro se mantenha777 casino onlineestado constante777 casino onlinealerta, provocando o chamado "estresse tóxico".
"Anos777 casino onlineestudos científicos mostram que, quando os sistemas777 casino onlineestresse das crianças ficam ativados777 casino onlinealto nível por longo período777 casino onlinetempo, há um desgaste significativo nos seus cérebros777 casino onlinedesenvolvimento e outros sistemas biológicos", diz o Centro777 casino onlineDesenvolvimento Infantil da universidade.
Na prática, áreas do cérebro dedicadas à resposta ao medo, à ansiedade e a reações impulsivas podem produzir um excesso777 casino onlineconexões neurais, ao mesmo tempo777 casino onlineque áreas cerebrais dedicadas à racionalização, ao planejamento e ao controle777 casino onlinecomportamento vão produzir menos conexões neurais.

Crédito, Reuters
"Isso pode ter efeito777 casino onlinelongo prazo no aprendizado, comportamento, saúde física e mental", prossegue o centro. "Um crescente corpo777 casino onlineevidências das ciências biológicas e sociais conecta esse conceito777 casino onlinedesgaste (do cérebro) ao racismo. Essas pesquisas sugerem que ter777 casino onlinelidar constantemente com o racismo sistêmico e a discriminação cotidiana é um ativador potente da resposta777 casino onlineestresse."
"Embora possam ser invisíveis para quem não passa por isso, não há dúvidas777 casino onlineque o racismo sistêmico e a discriminação interpessoal podem levar à ativação crônica do estresse, impondo adversidades significativas nas famílias que cuidam777 casino onlinecrianças pequenas", conclui o documento777 casino onlineHarvard.
2. Mais chance777 casino onlinedoenças crônicas ao longo da vida
Essa exposição ao estresse tóxico é um dos fatores que ajudam a explicar diferenças raciais na incidência777 casino onlinedoenças crônicas, prossegue o centro777 casino onlineHarvard:
"As evidências são enormes: pessoas negras, indígenas e777 casino onlineoutras raças nos EUA têm,777 casino onlinemédia, mais problemas crônicos777 casino onlinesaúde e vidas mais curtas do que as pessoas brancas,777 casino onlinetodos os níveis777 casino onlinerenda."
Alguns dados apontam para situação semelhante no Brasil. Homens e mulheres negros têm, historicamente, incidência maior777 casino onlinediabetes — 9% mais prevalente777 casino onlinenegros do que777 casino onlinebrancos; 50% mais prevalente777 casino onlinenegras do que777 casino onlinebrancas, segundo o Ministério da Saúde — e pressão alta, por exemplo.
Os números mais marcantes, porém, são os777 casino onlineviolência armada, como a que vitimou as meninas Emilly e Rebeca. O Atlas da Violência aponta que negros foram 75,7% das vítimas777 casino onlinehomicídio no Brasil777 casino online2018.
A taxa777 casino onlinehomicídios777 casino onlinebrasileiros negros é777 casino online37,8 para cada 100 mil habitantes, contra 13,9777 casino onlinenão negros.
Há, ainda, uma incidência possivelmente maior777 casino onlineproblemas777 casino onlinesaúde mental:777 casino onlinecada dez suicídios777 casino onlineadolescentes777 casino online2016, seis foram777 casino onlinejovens negros ou pardos e quatro777 casino onlinebrancos, segundo pesquisa do Ministério da Saúde publicada no ano passado.
"O adoecimento (pela vivência do racismo) é constante, e vemos nos dados escancarados, como os da violência, mas também na depressão, no adoecimento psíquico e nos altos números777 casino onlinesuicídio", afirma a psicóloga Cristiane Ribeiro.

Crédito, EPA
"E por que essa é violência é tão marcante entre pessoas negras? Porque aprendemos que nosso semelhante é o pior possível e o quanto mais longe estivermos dele, melhor. A criança materializa isso777 casino onlinealguma forma. Temos estatísticas777 casino onlineque crianças negras são menos abraçadas na educação infantil, recebem menos afeto dos professores. (Algumas) ouvem desde cedo 'esse menino não aprende mesmo, é burro' ou 'nasceu pra ser bandido'", prossegue Ribeiro.
Embora muitos conseguem superar essa narrativa, outros têm777 casino onlinevida marcada por ela, diz Ribeiro. "Trabalhei durante muito tempo no sistema socioeducativo (com jovens infratores), e essas sentenças são muito recorrentes: o menino que escuta desde pequeno que 'não vai ser nada na vida'. São trajetórias sentenciadas."
777 casino online 3. Disparidades na saúde 777 casino online e 777 casino online na educação
Os problemas descritos acima são potencializados pelo menor acesso aos serviços públicos777 casino onlinesaúde, aponta Harvard.
"Pessoas777 casino onlinecor recebem tratamento desigual quando interagem777 casino onlinesistemas como o777 casino onlinesaúde e educação, além777 casino onlineterem menos acesso a educação e serviços777 casino onlinesaúde777 casino onlinealta qualidade, a oportunidades econômicas e a caminhos para o acúmulo777 casino onlineriqueza", diz o documento do Centro777 casino onlineDesenvolvimento infantil.
"Tudo isso reflete formas como o legado do racismo estrutural nos EUA desproporcionalmente enfraquece a saúde e o desenvolvimento777 casino onlinecrianças777 casino onlinecor."
Mais uma vez, os números brasileiros apontam para um quadro parecido. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, 67% do público do SUS (Sistema Único777 casino onlineSaúde) é negro. No entanto, a população negra realiza proporcionalmente menos consultas médicas e atendimentos777 casino onlinepré-natal.
E, entre os 10%777 casino onlinepessoas com menor renda no Brasil, 75% delas são pretas ou pardas.
Na educação, as disparidades persistem. Crianças negras777 casino online0 a 3 anos têm percentual menor777 casino onlinematrículas777 casino onlinecreches. Na outra ponta do ensino, 53,9% dos jovens declarados negros concluíram o ensino médio até os 19 anos — 20 pontos percentuais a menos que a taxa777 casino onlinejovens brancos, apontam dados777 casino online2018 do movimento Todos Pela Educação.

Crédito, Rogerio Santana
4. Cuidadores mais fragilizados e 'racismo indireto'
Os efeitos do estresse não se limitam às crianças: se estendem também aos pais e responsáveis por elas — e, como777 casino onlineum efeito bumerangue, voltam a afetar as crianças indiretamente.
"Múltiplos estudos documentaram como os estresses da discriminação no dia a dia777 casino onlinepais e outros cuidadores, como ser associado a estereótipos negativos, têm efeitos nocivos no comportamento desses adultos e em777 casino onlinesaúde mental", prossegue o Centro777 casino onlineDesenvolvimento Infantil.
Um dos estudos usados para embasar essa conclusão é uma revisão777 casino onlinedezenas777 casino onlinepesquisas clínicas feita777 casino online2018, que aborda o que os pesquisadores chamam777 casino online"exposição indireta ao racismo": mesmo quando as crianças não são alvo direto777 casino onlineofensas ou violência racista, podem ficar traumatizadas ao testemunhar ou escutar sobre eventos que tenham afetado pessoas próximas a elas.
"Especialmente para crianças777 casino onlineminorias (raciais), a exposição frequente ao racismo indireto pode forçá-las a dar sentido cognitivamente a um mundo que sistematicamente as desvaloriza e marginaliza", concluem os pesquisadores.
O estudo identificou, como efeito desse "racismo indireto", impactos tanto777 casino onlinecuidadores (que tinham autoestima mais fragilizada) como nas crianças, que nasciam777 casino onlinemais partos prematuros, com menor peso ao nascer e mais chances777 casino onlineadoecer ao longo da vida ou777 casino onlinedesenvolver depressão.
Na infância, diz a psicóloga Cristiane Ribeiro, é quando começamos a construir nossa capacidade777 casino onlineacreditar no próprio potencial para viver no mundo. No caso da população negra, essa construção é afetada negativamente pelos estereótipos racistas, sejam características físicas ou sociais — como o "cabelo pixaim" ou "serviço777 casino onlinepreto".

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"A gente precisa ter referências mais positivas da população negra como aquela que também é responsável pela constituição social do Brasil. A única representação que a gente tem no livro didático777 casino onlinehistória é777 casino onlineuma pessoa (escravizada) acorrentada,777 casino onlineuma situação777 casino onlineextrema vulnerabilidade e que está ali porque 'não se esforçou para não estar'", diz a pesquisadora.
Mesmo atos "sutis" — como pessoas negras sendo seguidas por seguranças777 casino onlineshopping centers ou recebendo atendimento pior777 casino onlineuma loja qualquer —, que muitas vezes passam despercebidos para observadores brancos, podem ter efeitos devastadores sobre a autoestima, prossegue Ribeiro.
"Isso que a gente costuma chamar777 casino onlinesutileza do racismo não tem nada777 casino onlinesutil na minha perspectiva. Quando alguém grita 'macaco' no meio da rua, as pessoas compartilham a indignação. É diferente do olhar (preconceituoso), que só o sujeito viu e só ele percebeu. Mesmo para a militante mais empoderada e ciente777 casino onlineseus direitos — porque é uma luta sem descanso —, tem dias que não tem jeito, esse olhar te destroça. A gente fala muito da força da mulher negra, mas e o direito à fragilidade? será que ser frágil também é um privilégio?"
Como romper o ciclo
"Avanços na ciência apresentam um retrato cada vez mais claro777 casino onlinecomo a adversidade forte na vida777 casino onlinecrianças pequenas pode afetar o desenvolvimento do cérebro e outros sistemas biológicos. Essas perturbações iniciais podem enfraquecer as oportunidades dessas crianças777 casino onlinealcançar seu pleno potencial", diz o documento777 casino onlineHarvard.
Mas é possível romper esse ciclo, embora lembrando que as formas777 casino onlinecombatê-lo são complexas e múltiplas.

Crédito, Arquivo pessoal
"Precisamos criar novas estratégias para lidar com essas desigualdades que sistematicamente ameaçam a saúde e o bem-estar das crianças pequenas777 casino onlinecor e os adultos que cuidam delas. Isso inclui buscar ativamente e reduzir os preconceitos777 casino onlinenós e nas políticas socioeconômicas, por meio777 casino onlineiniciativas como contratações justas, oferta777 casino onlinecrédito, programas777 casino onlinehabitação, treinamento antipreconceito e iniciativas777 casino onlinepoliciamento comunitário", diz o Centro777 casino onlineDesenvolvimento Infantil777 casino onlineHarvard.
Para Cristiane Ribeiro, passos fundamentais nessa direção envolvem mais representatividade negra e mais discussões sobre o tema dentro das escolas.
"Se tenho uma escola repleta777 casino onlinenegros ou pessoas777 casino onlinediferentes orientações sexuais, mas isso não é dito, não é tratado, você tem a mesma segregação que nos outros espaços", opina.
"Precisamos extinguir a ideia do 'lápis cor777 casino onlinepele'. Tem tanta cor777 casino onlinepele, porque um lápis rosa a representa? Tem também a criança com cabelo crespo777 casino onlineuma escola onde só são penteados os cabelos lisos. Se a professora der conta777 casino onlinetratar aquele cabelo777 casino onlineuma forma tão afetiva quanto ela trata o cabelo lisinho, ela mudará o mundo daquela criança, inclusive incluindo nessa criança defesa para que ela responda quando seu cabelo for chamado777 casino onlineduro,777 casino onlinefeio. E daí ela se olha no espelho e vê beleza, que é um direito que está sendo conquistado muito aos poucos. A chance é777 casino onlineque faça diferença pra família inteira. A criança negra que fala 'não, mãe, meu cabelo não é feio' desloca aquele ciclo naquela família,777 casino onlinetodas as mulheres alisarem o cabelo. (...) Um olhar afetivo nessa história quebra o ciclo."
O afeto e a construção777 casino onlineredes777 casino onlineapoio também são apontados por Harvard como formas777 casino onlinealiviar o peso do estresse tóxico e construir resiliência777 casino onlinecrianças e famílias.
"É claro que a ciência não consegue lidar com esses desafios sozinha, mas o pensamento informado pela ciência combinado com o conhecimento777 casino onlinemudar sistemas entrincheirados e as experiências vividas pelas famílias que criam seus filhos sob diferentes condições podem ser poderosos catalisadores777 casino onlineestratégias eficientes," defende o Centro para o Desenvolvimento Infantil.

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