Migração: o drama que comoveu o mundo e dividiu a Europa:lotofácil da independência

Policial carrega o corpolotofácil da independênciaAlan Kurdi

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A imagem do corpo do menino Alan Kurdi numa praia comoveu o mundo

lotofácil da independência Foi uma imagem que não valeu apenas mil palavras. A cena, vista no mundo todo,lotofácil da independênciasetembrolotofácil da independência2015, deixou milhõeslotofácil da independênciaolhos cheioslotofácil da independêncialágrimas.

A foto do corpo do menino sírio Alan Kurdi,lotofácil da independênciaapenas 3 anoslotofácil da independênciaidade, numa praia na Turquia, tomou as capas dos jornais, os noticiários na TV e as redes sociais. Comoveu políticos, celebridades e pessoas comunslotofácil da independênciaforma inédita. Fez Bono, cantor do U2, mudar a letra do sucesso Pride num show para falar do "menino arrastado pelo mar para uma praia vazia". Serviulotofácil da independênciainspiração a artistaslotofácil da independênciavárias partes do mundo.

Mais do que as milhareslotofácil da independênciareportagens sobre a crise dos refugiados que cruzavam o Mar Mediterrâneo, foi o retrato da mortelotofácil da independênciaAlan o responsável por acordar a comunidade internacional para um dos mais graves problemas sociais do início do século 21.

Alan morreu afogado depois que o botelotofácil da independênciaque estava naufragou, pouco depoislotofácil da independênciainiciar viagem. Seu corpo foi encontrado nas primeiras horas da manhã do dia 2lotofácil da independênciasetembrolotofácil da independência2015, na costa turca, próximo à cidadelotofácil da independênciaBodrum.

Ele fazia partelotofácil da independênciaum grupolotofácil da independência16 sírios que haviam partidolotofácil da independênciaBodrum durante a madrugada na tentativalotofácil da independênciachegar à ilhalotofácil da independênciaKos, na Grécia. O objetivo final da famílialotofácil da independênciaAlan era o Canadá, onde uma tia do menino já vivia.

Alémlotofácil da independênciaAlan, morreram seu irmão, Galib,lotofácil da independência5 anos, e a mãe dos garotos, Rehana. O bote inflávellotofácil da independênciaque estavam transportava 16 pessoas, mas comportava apenas oito.

Segundo os testemunhoslotofácil da independênciasobreviventes, os passageiros inicialmente tinham coletes salva-vidas, mas o equipamento não funcionava.

Um segundo bote que partiu na mesma viagem também naufragou. Ao todo, as duas embarcações levavam 23 pessoas, das quais 12 morreram no duplo naufrágio - cinco delas eram crianças.

Instalação reproduz mortelotofácil da independênciaAlan Kurdi

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Artista indiano Sudarsan Pattnaik reproduz a imagem do corpolotofácil da independênciaAlan

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Alan elotofácil da independênciafamília eram sírios curdos - o sobrenome Kurdi foi usado por autoridades na Turquia e adotado desde então, mas o nome original da família era Shenu.

Eles vinham da cidade sírialotofácil da independênciaKobani, na fronteira com a Turquia e palcolotofácil da independênciafortes combates entre o grupo autodenominado Estado Islâmico (ISIS) e tropas curdas, durante a guerra civil na Síria, iniciadalotofácil da independência2012.

Fugiram várias vezes dos confrontos, mudando-se para outras cidades da região e cruzando a fronteira com a Turquia, onde se instalaram. Depoislotofácil da independênciamais um retorno a Kobani no iníciolotofácil da independência2015, novos ataques do Estado Islâmico os levaram a decidir deixar novamente a cidade, o país e, desta vez, também a região. A tentativalotofácil da independênciachegar à Europa e,lotofácil da independêncialá, partir para o Canadá terminou nas águas do Mediterrâneo.

O pailotofácil da independênciaAlan, Abdullah Kurdi, foi um dos sobreviventes da tragédia. Um ano depois,lotofácil da independênciasetembrolotofácil da independência2016, vivendo na região autônoma curda do norte do Iraque, ele deu uma entrevista à BBC News.

Falou sobre suas perdas e a ondalotofácil da independênciarefugiados tentando chegar à Europa. "No início, o mundo estava disposto a ajudar os refugiados. Mas isso não durou nem um mês. Na verdade, a situação piorou. A guerra se agravou, e mais pessoas estão saindo." Sobre a mortelotofácil da independênciaseus dois filhos, Alan e Galib, disse: "Penso neles todos os dias".

lotofácil da independência Seguidos naufrágios

A imagem do corpolotofácil da independênciaAlan na praia turca, sem vida, chocou o mundo. Seu rosto sobre a areia, levemente tocado pela água do mar, o calção azul e a camiseta vermelha molhados e os sapatos ainda nos pés reforçavam a crueldade da realidade que tiroulotofácil da independênciavida.

Essa realidade, no entanto, já estava presente no Mediterrâneo havia alguns anos. Desde 2011, ano da chamada Primavera Árabe - revoltas contra regimes autocráticos no Mundo Árabe -, aumentara o fluxolotofácil da independênciapessoas partindolotofácil da independênciaperigosas viagens no marlotofácil da independênciadireção ao sul da Europa.

A onda migratória era resultante da fugalotofácil da independênciacivislotofácil da independênciaguerras e da pobreza extrema nos continentes africano e asiático.

Em outubrolotofácil da independência2013, uma primeira tragédialotofácil da independênciagrandes proporções acendeu o alerta da comunidade internacional para o problema.

Um barco transportando maislotofácil da independência500 pessoas, que partira da cidadelotofácil da independênciaMisrata, na Líbia, naufragou a centenaslotofácil da independênciametros da ilha italianalotofácil da independênciaLampedusa. A maioria dos ocupantes da embarcação era da Eritreia e da Somália.

Segundo relatos, o barco afundou após uma sucessãolotofácil da independênciaeventos - o motor da embarcação paroulotofácil da independênciafuncionar, alguns ocupantes atearam fogolotofácil da independênciaobjetos para tentar chamar atençãolotofácil da independênciaoutros barcos, o fogo se espalhou, e o barco começou a afundarlotofácil da independênciamaio ao pânico. Ao todo, 368 pessoas morreram, e 155 foram salvas.

Sobreviventeslotofácil da independêncianaufrágiolotofácil da independênciaLampedusa

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Naufrágio na costa da ilha italianalotofácil da independênciaLampedusa matou maislotofácil da independência300 pessoas

Antes do naufrágio, Lampedusa já sofria com os desafios provocados pela chegadalotofácil da independênciamilhareslotofácil da independênciamigrantes.

Com apenas cercalotofácil da independência6 mil habitantes, a ilha italiana, localizada a apenas 120 quilômetros da costa da Tunísia, é um dos pontos da Europa mais próximos do norte da África.

Em julholotofácil da independência2013, meses antes do grande naufrágio, o recém-eleito papa Francisco visitou Lampedusa para pedir mais atenção da comunidade internacional aos migrantes que chegavam ao local.

Como noticiou a BBC News à época, o papa condenou o que chamoulotofácil da independência"indiferença" do mundo com os imigrantes. "Nós perdemos um sentidolotofácil da independênciaresponsabilidade fraterna", disse o pontífice.

Nos anos que se seguiram, a situação piorou. Balanço feito no iníciolotofácil da independência2015 pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) mostrou que,lotofácil da independência2014, "ao menos 218 mil migrantes e refugiados" haviam cruzado o Mediterrâneo por "rotas irregulares".

Segundo o Acnur, cercalotofácil da independência3.500 pessoas haviam morrido naquele ano. Ainda segundo o órgão, os números mostravam uma tendência que deveria continuarlotofácil da independência2015, o que realmente aconteceu. Juntamente com a onda migratória, vieram novas tragédiaslotofácil da independênciagrande proporções.

Em fevereirolotofácil da independência2015, maislotofácil da independência300 pessoas morreramlotofácil da independênciamais um naufrágio pertolotofácil da independênciaLampedusa - a maioria afogada, mas algunslotofácil da independênciahipotermia após terem sido resgatados.

Dois meses depois, ocorreu o mais grave naufrágio no Mediterrâneo até então. Maislotofácil da independência800 pessoas perderam a vida, segundo informou na época o Acnur, depois que um barco com cercalotofácil da independência850 migrantes, incluindo crianças, naufragou próximo à costa líbia.

O órgão da ONU disse que entre os ocupantes da embarcação, que partiulotofácil da independênciaTrípoli (Líbia), estavam cercalotofácil da independência350 eritreus, alémlotofácil da independênciaoriginárioslotofácil da independênciapaíses como Síria, Somália, Serra Leoa, Mali e Etiópia. Apenas 28 deles sobreviveram e foram levados à cidade portuárialotofácil da independênciaCatania, na Sicília (Itália).

lotofácil da independência Os resgates

As operaçõeslotofácil da independênciaresgate no Mediterrâneo intensificaram-se ao longo dos primeiros meseslotofácil da independência2015. Elas contavam com a participação da Marinhalotofácil da independênciapaíses da região elotofácil da independênciaoutras nações europeias, como Reino Unido, Espanha e Suécia.

Organizações Não-Governamentais contribuíam para esses esforços e realizavam complexas açõeslotofácil da independênciaresgatelotofácil da independênciaalto mar.

O jornal britânico The Guardian citou um militar aposentadolotofácil da independênciaMalta que participava das ações da entidade MOAS - Migrant Offshore Aid Station, ou Estaçãolotofácil da independênciaAjuda a Migrantes no Mar.

Ele disse ter ficado espantado com o tamanho do fluxolotofácil da independênciapessoas. "Eu nunca havia tido contato com nada igual."

Também houve tragédias por terra, como no caso da descoberta dentrolotofácil da independênciaum caminhão,lotofácil da independênciaagostolotofácil da independência2015, dos corposlotofácil da independência71 "refugiados e migrantes", na definição do Acnur.

O veículo, um caminhãolotofácil da independênciarefrigeração, havia sido abandonado na fronteira entre a Hungria e a Áustria.

Mulher com criançalotofácil da independênciapraia grega

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A Grécia tornou-se um dos principais pontoslotofácil da independênciachegadalotofácil da independênciamigrantes na Europa

Ao longolotofácil da independência2015, segundo o Acnur, 1.032.408 pessoas chegaram à Europa pela Grécia, Itália, Chipre, Malta e Espanha, número maislotofácil da independênciaquatro vezes o totallotofácil da independência2014 - quando 225.455 fizeram o mesmo caminho.

Cerca da metade eralotofácil da independênciasírios, 20% vinham do Afeganistão, e 7% do Iraque - estes dois países enfrentavam conflitos sangrentos desde o início do século.

Estimativa da ONU mostrava que 3.735 migrantes que tentaram viajar à Europa apenaslotofácil da independência2015 haviam desaparecido, tendo provavelmente morrido afogados.

Segundo reportagem do jornal The Guardian,lotofácil da independênciajunholotofácil da independência2015, o númerolotofácil da independênciarefugiados chegando à Itália pelo Mediterrâneo já havia ultrapassado 50 mil. Destes, 5.800 haviam sido resgatados no mar - 3.480lotofácil da independênciaapenas um dia, passageiroslotofácil da independência15 barcos que haviam partido da Líbia (norte da África).

O país mais procurado como portalotofácil da independênciaentradalotofácil da independência2015, porém, foi a Grécia. Em outubrolotofácil da independência2015, o Acnur informou que o totallotofácil da independênciapessoas chegando ao território grego naquele ano já alcançara 500 mil, 77% do totallotofácil da independência650 mil pessoas que haviam viajado à Europa por vias irregulares naquele ano até então.

A média diária eralotofácil da independência8 mil pessoas por dia. Aindalotofácil da independênciaoutubro, foi instalado na ilha gregalotofácil da independênciaLesbos o primeiro centrolotofácil da independência"recepção e registro"lotofácil da independênciamigrantes e refugiados da União Europeia.

lotofácil da independência Reações da União Europeia

Diante da pressão migratória recebida por Grécia e Itália,lotofácil da independênciasetembrolotofácil da independência2015, a União Europeia criou um plano para realocaçãolotofácil da independênciapessoas pelo continente.

O objetivo era transferir para outras nações do bloco,lotofácil da independênciadois anos, 160 mil migrantes que haviam chegado a território grego ou italiano. As pessoas precisariam ter boas chanceslotofácil da independênciaser aceitaslotofácil da independênciafuturos pedidoslotofácil da independênciaasilo.

Em 4lotofácil da independêncianovembro, a transferência para Luxemburgolotofácil da independênciaseis famíliaslotofácil da independênciasírios e iraquianoslotofácil da independênciabuscalotofácil da independênciaasilo - cercalotofácil da independência30 pessoas, incluindo 19 crianças - marcou o início do programa.

Em dezembrolotofácil da independência2016, entretanto, a União Europeia divulgou um balanço do programa:lotofácil da independênciaum ano, apenas 8.162 pessoas haviam sido realocadaslotofácil da independênciaoutros países.

O períodolotofácil da independênciadois anos foi estendido até meadoslotofácil da independência2018. Ao final do programa, segundo as Nações Unidas, 35.500 migrantes foram retirados da Grécia e da Itália e distribuídos entre os outros 25 Estados-membros da União Europeia - apenas 22% do objetivo original.

Protestolotofácil da independênciafavorlotofácil da independênciarefugiadoslotofácil da independênciaLondres

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Em 2016, protestoslotofácil da independênciacidades europeias defenderam os direitos dos refugiados

Um outro programa, para reassentamento, foi anunciado pela UE tambémlotofácil da independência2015 e contava com duas iniciativas.

A primeira visava aceitar a entrada no blocolotofácil da independênciaaté 22 mil pessoas que pedissem asilo quando ainda estivessem fora do território europeu.

A ideia era incentivar que os interessados buscassem uma via legal para entrar na Europa,lotofácil da independênciavezlotofácil da independênciase arriscarlotofácil da independênciarotas irregulares e perigosas, como a travessia do Mediterrâneo.

A segunda iniciativa foi implementadalotofácil da independênciamarçolotofácil da independência2016, como partelotofácil da independênciaum acordo finalizado entre a UE e a Turquia - país que, segundo o Acnur, recebeu 3,63 milhõeslotofácil da independênciasírios.

O acordo previa que todo refugiado cuja entrada ou pedidolotofácil da independênciaasilo fosse negado seria imediatamente enviadolotofácil da independênciavolta ao território turco.

Além disso, para cada refugiado sírio que tivesse chegado à Grécia e fosse impedidolotofácil da independênciaficar na UE, um outro sírio seria assentado no bloco, vindo diretamente da Turquia.

O acordo, que também estabeleceu uma contribuiçãolotofácil da independência6 bilhõeslotofácil da independênciaeuros da UE à Turquia, levou a uma redução drástica no númerolotofácil da independênciamigrantes dirigindo-se à Europa por meio da rota entre Turquia e Grécia.

Na época, capitais europeias foram palcoslotofácil da independênciaprotestoslotofácil da independênciadefesa dos direitos dos refugiados.

Com as medidaslotofácil da independênciareassentamento, 115.870 refugiados foram aceitoslotofácil da independênciapaíses da União Europeia entre 2015 e 2019, segundo as Nações Unidas. Pouco mais da metade - 51% - tinha menoslotofácil da independência18 anoslotofácil da independênciaidade.

O bloco também forneceu ajuda financeira à Grécia. Segundo a Comissão Europeia, entre 2015 e 2020 o país recebeu 2,77 bilhõeslotofácil da independênciaeuros para poder lidar melhor com a chegadalotofácil da independênciacentenaslotofácil da independênciamilhareslotofácil da independênciapessoas alotofácil da independênciacosta.

Entre as potências europeias, um país destacou-se emlotofácil da independênciareação à crise dos refugiadoslotofácil da independência2015: a Alemanha.

Em 25lotofácil da independênciaagostolotofácil da independência2015, o governo alemão tomou a decisãolotofácil da independênciasuspender, para o casolotofácil da independênciarefugiados sírios, os efeitos do chamado Protocololotofácil da independênciaDublin, ou Regulamentolotofácil da independênciaDublin.

A norma europeia, cuja nova versão élotofácil da independência2003, prevê que um imigrante só pode pedir asilo ao país aonde ele chegou - e que inicialmente processou seus dados pessoais.

Migrantes no sul da Alemanha

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Estado alemão da Baviera recebeu grande volumelotofácil da independênciarefugiados

Com a suspensão, na prática a Alemanha abriu suas portas para a permanêncialotofácil da independênciadezenaslotofácil da independênciamilhareslotofácil da independênciamigrantes da Síria que entraramlotofácil da independênciaseu território após terem passado por outros países da UE.

Uma semana depois, numa entrevista coletiva, a chanceler Angela Merkel disse uma frase que entraria para a história recente do país: "Nós conseguimos" ou, numa tradução mais adaptada ao português, "Nós damos um jeito".

Ela respondia a uma pergunta sobre a onda migratória ao seu país e, na prática, sinalizou que a Alemanha não expulsaria os refugiadoslotofácil da independênciaseu território.

Ao finallotofácil da independência2015, segundo noticiou a agência alemã Deutsche Welle, cercalotofácil da independência1,1 milhãolotofácil da independênciarefugiados haviam chegado à Alemanha naquele ano. A maioria deles entrara no país pelo Estado alemão da Baviera, no sul, depoislotofácil da independênciacruzarem a região europeia dos Bálcãs.

Cercalotofácil da independência160 mil ficaram na Baviera, enquanto o restante foi distribuídolotofácil da independênciaoutras regiões da Alemanha.

lotofácil da independência Impacto na política

A crise do refugiados permitiu que políticos e movimentos favoráveis a um maior controle sobre a imigração para o continente europeu elevassem o tomlotofácil da independênciaseu discurso.

O maior exemplo dessa tendência foi visto no referendo sobre a saída do Reino Unido na União Europeia, ato batizadolotofácil da independênciaBrexit, realizadolotofácil da independência23lotofácil da independênciajunholotofácil da independência2016.

Os defensores do Brexit argumentavam ser necessário deixar o bloco europeu para acabar, dentre outras coisas, com a possibilidadelotofácil da independênciacidadãoslotofácil da independênciaoutros países-membros viverem e trabalharemlotofácil da independênciaterritório britânico quando quisessem - a chamada "liberdadelotofácil da independênciamovimentolotofácil da independênciapessoas".

Também afirmavam que, fora do bloco, o Reino Unido teria independência total para implantar políticas própriaslotofácil da independênciaimigração e proteger o país da chegada descontroladalotofácil da independênciarefugiados.

Borsi Johnson discursalotofácil da independênciafavor do Brexit

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O conservador Boris Johnson liderou campanhalotofácil da independênciafavor do Brexit

Segundo várias pesquisas reunidas pelo Observatóriolotofácil da independênciaMigração, da Universidadelotofácil da independênciaOxford (Inglaterra), a rejeição a imigrantes entre os britânicos era historicamente alta, mas vinha diminuindo nas últimas décadas.

Em 2016, levantamento do instituto Ipsos MORI mostou que a taxa estavalotofácil da independência49%.

Muitos dos que faziam campanha pelo Brexit exploraram essa rejeiçãolotofácil da independênciametade da populaçãolotofácil da independênciaforma explícita, como o então líder do partido Ukip (Partido da Independência do Reino Unido), Nigel Farage.

Uma semana antes do referendo,lotofácil da independência16lotofácil da independênciajunholotofácil da independência2016, Farage apresentou um enorme cartaz, do tamanholotofácil da independênciaum outdoor, com a fotolotofácil da independênciauma filalotofácil da independênciarefugiados cruzando uma fronteira no Leste Europeu.

No cartaz, as palavras "Breaking Point" -lotofácil da independênciaportuguês, algo como "No Limite".

Na tarde do mesmo 16lotofácil da independênciajunho, a parlamentar britânica Jo Cox, do Partido Trabalhista (oposição) e conhecida defensora dos direitoslotofácil da independênciaimigrantes, foi assassinada no norte da Inglaterra por um homem com ligações com grupos nacionalistaslotofácil da independênciaextrema-direita.

Enquanto a matava, com golpeslotofácil da independênciafaca e três tiros, Thomas Mair gritou "Isto é pela Grã-Bretanha".

No dia 23, o Brexit foi aprovadolotofácil da independênciareferendo - uma vitória apertada, por 51,9% a 48,1% -, o que levou à saída do Reino Unido da União Europeia, formalizadalotofácil da independência31lotofácil da independênciajaneirolotofácil da independência2020.

Na Alemanha, depois das medidas do governolotofácil da independência2015, adversários políticoslotofácil da independênciaAngela Merkel a acusaramlotofácil da independênciaabrir as portas do país a imigranteslotofácil da independênciaforma irresponsável.

As críticas aumentaram após um grave incidente no Reveillónlotofácil da independência2015, na cidadelotofácil da independênciaColônia, quando cercalotofácil da independência80 mulheres disseram ter sido sexualmente atacadas durante as celebrações.

Segundo as autoridades, centenaslotofácil da independênciahomens,lotofácil da independênciaaparência árabe ou do norte da África, participaram dos ataques, que foram explorados por movimentos contrários à entradalotofácil da independênciarefugiados no país.

Cartaz extremista defende biquínis contra burqas

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Discurso da extrema-direita contra imigranteslotofácil da independênciadiferentes culturas dividiu a Alemanha

Nas eleições regionaislotofácil da independênciasetembrolotofácil da independência2016, Merkel sofreu uma derrotalotofácil da independênciagrande simbolismo nalotofácil da independênciaregião eleitoral, o Estadolotofácil da independênciaMecklenburg-Vorpommern.

Seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), terminoulotofácil da independênciaterceiro lugar, atrás do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), nacionalistalotofácil da independênciaextrema-direita e anti-imigração. Os social-democratas ficaramlotofácil da independênciaprimeiro.

O avanço do AfD foi considerado um retrato do clima hostil a imigrantes que ganhava espaçolotofácil da independênciapartes da Europa.

No ano seguinte, Merkel foi reeleita para um quarto mandato como chanceler, depois que seu partido venceu as eleições, com 33% dos votos.

O resultado, no entanto, mostrou enfraquecimento da líder alemã -lotofácil da independência2013 seu partido conseguira 41% - e comprovou o avanço da direita nacionalista. O AfD, que nunca havia conseguido eleger um representante no Parlamento, recebeu 13.5% dos votos, o que lhe garantiu 87 cadeiras no Bundestag.

lotofácil da independência Bloqueio italiano

O desafio enfrentado pela Itália, com a chegadalotofácil da independênciadezenaslotofácil da independênciamilhareslotofácil da independênciamigrantes àlotofácil da independênciacosta, também teve consequências políticas.

A campanha para as eleições geraislotofácil da independênciamarçolotofácil da independência2018 foi dominada por um tema: imigração.

Quando as urnas foram abertas, a coalizão conservadora composta pelos partidos Liga e Força Itália, favorável a maior controle na entradalotofácil da independênciaimigrantes, obteve o maior percentual dos votos.

O movimento Cinco Estrelas,lotofácil da independênciaplataforma populista, ficoulotofácil da independênciasegundo, e a coalizãolotofácil da independênciaesquerda, do então primeiro-ministro Matteo Renzi,lotofácil da independênciaterceiro.

Depoislotofácil da independênciatrês meseslotofácil da independêncianegociações, um novo governo conservador foi formado, liderado pela Liga e pelo Cinco Estrelas.

O independente Giuseppe Conte tornou-se primeiro-ministro. O líder da Liga, Matteo Salvini, assumiu como ministro da Justiça e vice-premiê, e o líder do Cinco Estrelas, Luigi Di Maio, ficou com a pasta da Indústria e também o títulolotofácil da independênciavice-premiê.

Dias após a formação do novo governo, ficou clara a mudançalotofácil da independênciapostura da Itália. Em junholotofácil da independência2018, o ministro Salvini decidiu não permitir que o naviolotofácil da independênciaresgate MS Aquarius, que levava 629 migrantes, a maioria originária da África subsaariana, atracasse no país.

O MS Aquarius era operado por uma ONG francesa, SOS Mediterranee, e havia resgatado o grupo próximo à costa da Líbia. Dezenaslotofácil da independênciacrianças estavam à bordo.

O primeiro-ministro da Espanha, o socialista Pedro Sanchez, que também chegara ao poder havia poucos dias, concordoulotofácil da independênciareceber a embarcação no portolotofácil da independênciaValencia.

Salvini comemorou o fato como uma vitória política e uma drástica mudança na forma como a Itália lidava com o fluxo migratório.

Salvini após fechar centro para migrantes na Sicília

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Ministro Salvini adotou linha-dura contra imigrantes na Itália

Semanas depois, o governo italiano anunciou que não mais resgataria barcoslotofácil da independênciadificuldades no mar, transferindo essa responsabilidade para as autoridades da Líbia.

A mudança na política italiana alterou a dinâmica migratória no Mediterrâneo. Segundo análise do Pew Resarch Center,lotofácil da independência2018 a rota entre Marrocos e Espanha, que até então aparecialotofácil da independênciaterceiro lugar entre os caminhos usados para cruzar o mar, superou as rotas África-Itália e Turquia-Grécia.

O levantamento do Pew mostrou que,lotofácil da independênciajaneiro a agosto, 28 mil migrantes haviam chegado à Europa via Espanha, contra 20 mil via Itália e outros 20 mil via Grécia.

O governo italiano manteve bloqueado o acesso a seus portos por embarcaçõeslotofácil da independênciaresgatelotofácil da independênciaentidadeslotofácil da independênciaajuda humanitária. Matteo Salvini disse que a Itália não mais compactuaria com o que chamoulotofácil da independência"contrabando ilegallotofácil da independênciapessoas".

Entidades humanitárias, porém, tentaram reagir à decisão italiana. Em junholotofácil da independência2019, a capitãlotofácil da independênciaum navio transportando 40 pessoas, a alemã Carola Rackete, foi presa depoislotofácil da independênciaatracarlotofácil da independênciaembarcação na ilhalotofácil da independênciaLampedusa.

O navio havia resgatado 53 migrantes na costa da Líbia, 13 dos quais haviam sido autorizados a desembarcar por motivoslotofácil da independênciasaúde. As autoridades italianas, contudo, não permitiram que ela atracasse a embarcação, seguindo o bloqueio imposto pelo governo.

Salvini chamou a açãolotofácil da independênciaRacketelotofácil da independência"atolotofácil da independênciaguerra" e "pirataria". A capitã do navio, que trabalhava para a ONG Sea-Watch, disse que tomou a decisão unilaterallotofácil da independêncialevar a embarcação à ilha devido à perigosa situação à bordo, com alguns migrantes sob riscolotofácil da independênciasuicídio.

Ela foi libertada dias depois. Navioslotofácil da independênciaresgatelotofácil da independênciaentidades como Sea-Watch e Médicos Sem Fronteiras continuaram sendo impedidoslotofácil da independênciaatracarlotofácil da independênciaportos italianos.

Cartaz defende solturalotofácil da independênciaCarola Rackette

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A capitã Carola Rackette foi detida por contrariar as ordens das autoridades italianas

Em setembrolotofácil da independência2019, houve nova mudança no poderlotofácil da independênciaRoma. O ministro Matteo Salvini voltou-se contra o governo da Itália após uma disputa interna e tentou forçar a realizaçãolotofácil da independênciauma eleição geral.

Comlotofácil da independênciabase governamental desfeita, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, renunciou ao cargo.

Anteslotofácil da independênciapartir para uma nova eleição, entretanto, os políticos italianos iniciaram as negociações para a formaçãolotofácil da independênciaum novo governo. Funcionou. Conte continuou como premiê, e a legenda populista Cinco Estrelas fez um acordo com um tradicional adversário, o Partido Democrata,lotofácil da independênciacentro-esquerda.

A composição deixou Salvini elotofácil da independênciaLiga fora do poder. Com o novo governo, vieram promessaslotofácil da independênciamudança na política para imigração.

O bloqueio italiano contra navioslotofácil da independênciaresgate no Mediterrâneo, no entanto, continuou.

As imagens dramáticaslotofácil da independência2015 ficaram para trás, mas refugiados continuaram arriscando a vida para escaparlotofácil da independênciaguerras e da pobreza extrema ao redor do mundo.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, maislotofácil da independência20 mil pessoas morreram tentando chegar à Europa entre 2013 e 2020.

Em setembrolotofácil da independência2020, a Sea-Watch denunciou a apreensãolotofácil da independênciamais umalotofácil da independênciasuas embarcações pelo governo italiano, na Sicília, como uma medidalotofácil da independêncianatureza política.

Em outubro, várias entidades humanitárias pediram o fim do bloqueio imposto pela Itália. Entre as embarcações impedidaslotofácil da independênciaatracar ou apreendidas pelas autoridades italianas, estava um naviolotofácil da independênciabandeira da Alemanha, operado pela entidade alemã Sea-Eye.

O nome da embarcação era uma homenagem àquele que desde 2016 simboliza o drama dos refugiados que tentam cruzar o Mediterrâneo: Alan Kurdi.

Belarus e Canal da Mancha

Em 2021, o númerolotofácil da independênciapessoas cruzando o Mediterrâneo continuou baixolotofácil da independênciarelação à criselotofácil da independênciaseis anos antes, mas a realidade mostrava um significativo agravamentolotofácil da independênciacomparação a 2019 e 2020.

Segundo o Alto Comissariado da ONU, 111.455 pessoas chegaram a países da União Europeia vindoslotofácil da independênciasua fronteira sul, com 105.842 chegando pelo Mediterrâneo e 5.613 por terra (à Grécia e aos enclaves espanhois no norte da África).

Já segundo a Frontex, agência europeialotofácil da independênciafronteiras, até o fimlotofácil da independênciaoutubro houve 160 mil prisõeslotofácil da independênciapessoas tentanto entrar ilegalmente na UE por meiolotofácil da independênciasuas fronteiras externas - o que não inclui aeroportos.

O número representava um aumentolotofácil da independência70%lotofácil da independênciarelação a 2020 elotofácil da independência45%lotofácil da independênciacomparação com 2019.

"O aumento mais significativo foi registrado nas rotas do Leste, o oeste dos Bálcãs e o Mediterrâneo Central", afirmou a Frontex, que mencionou um dos principais palcos do dramalotofácil da independênciarefugiados no continentelotofácil da independência2021: "A fronteira da UE com Belarus continuou sendo a mais afetada pelo fluxolotofácil da independênciamigraçãolotofácil da independência2021".

Imigranteslotofácil da independênciaBelarus

Crédito, Leonid Shcheglov/Getty Images

Legenda da foto,

A fronteiralotofácil da independênciaBelarus com a Polônia recebeu milhareslotofácil da independênciaimigrantes, grande parte do Iraque

A disparada no fluxo migratório a partirlotofácil da independênciaBelarus tornou-se uma crise política. Em agosto, os governoslotofácil da independênciaPolônia e Lituânia pediu ajuda ao comando da União Europeia devido a um súbito aumento na chegadalotofácil da independênciapessoas vinda do país vizinho, governado por um regime autoritário.

Em apenas dois dias, no iníciolotofácil da independênciaagosto, 133 pessoas foram paradas pelas autoridades polonesas na fronteira da Polônia com Belarus, noticiou a rede Aljazeera,lotofácil da independênciacomparação com 122 ao longolotofácil da independênciatodo o anolotofácil da independência2020.

Enquanto a entradalotofácil da independênciaimigrantes na Polônia e na Lituânia parecia ter sido facilidade pelas autoridadeslotofácil da independênciaBelarus, o regime bielorrusso reforçavalotofácil da independênciafronteira para impedir que os países da UE devolvessem as pessoas que haviam cruzado a fronteira.

A União Europeia passou a acusar o regimelotofácil da independênciaBelaruslotofácil da independênciausar os refugiados como peçalotofácil da independênciasuas disputas políticas com o bloco - que condenavalotofácil da independênciarepressão internalotofácil da independênciacidadãos e movimentos dissidentes.

Em novembro, imagens mostravam centenaslotofácil da independênciaimigrantes sendo levados por segurançaslotofácil da independênciaBelarus para a fronteira com a Polônia.

Na segunda metadelotofácil da independêncianovembro, a crise diminuiu: o regimelotofácil da independênciaBelarus desmantelou os camposlotofácil da independênciarefugiados que haviam sido montados na fronteira com a Polônia, e centenaslotofácil da independênciairaquianos aceitaram ser repatriados,lotofácil da independênciaum voo que partiulotofácil da independênciaMinsk e deixou seus passageiros nas cidadeslotofácil da independênciaErbil e Bagdá.

Fotoslotofácil da independênciaMaryam Amin com seu noivo

Crédito, SAFIN HAMED/Getty Images

Legenda da foto,

A iraquiana Maryam Amin tentava chegar ao Reino Unido para se reunir com seu noivo

No outro extremo da União Europeia, emlotofácil da independênciafronteira do oeste, outra crise formou-se ao longolotofácil da independência2021.

Partindo da costa francesa, um número recordelotofácil da independênciapessoas atravessou o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido.

Os perigos envolvidos na viagem sugeriam a ocorrêncialotofácil da independênciatragédias semelhantes às vistas no Mediterrâneo anos antes, o que se materializoulotofácil da independênciaforma dramática no fimlotofácil da independêncianovembro.

Um bote improvisado naufragou durante a tentativalotofácil da independênciatravessia, causando a mortelotofácil da independência27 pessoas, incluindo sete mulheres, uma delas grávida, e três crianças.

Duas pessoas sobreviveram, uma do Iraque e outra da Somália. Várias das vítimas fatais eram iraquianas, como a primeira pessoa a ser identificada, Maryam Nuri Mohamed Amin,lotofácil da independência24 anos, vinda da região do Curdistão, no norte do Iraque.

"É um pecado fazer pessoas passarem por esse sofrimento", disse à BBC News o pailotofácil da independênciaMaryam, Nuri Hamadamin. O noivolotofácil da independênciaMaryam, que vive no Reino Unido, chegou a trocar mensagens com ela por meio do celular durante o naufrágio.

A tragédia deu uma face humana a uma realidade muitas vezes discutida apenaslotofácil da independêncianúmeros, que no caso do Reino Unido dispararamlotofácil da independência2021.

Em 11lotofácil da independêncianovembro, 1.185 pessoas chegaram à costa da Inglaterra após cruzarem o Canal da Mancha, um recorde histórico.

Até o finallotofácil da independêncianovembro, maislotofácil da independência25 mil pessoas haviam cruzado a faixalotofácil da independênciaoceano entre a Grã-Bretanha e a França, o triplo do totallotofácil da independência2020,lotofácil da independência8.404.

Como o Reino Unido não faz mais parte da União Europeia, o país deixoulotofácil da independênciater um acordo com o bloco para a devoluçãolotofácil da independênciapessoas que cruzem o canal.

O agravamento da situação levou a uma crise política entre Reino Unido e França, cujos governos se acusavam mutuamentelotofácil da independêncianão fazer tudo o que podia na buscalotofácil da independênciasoluções.

Paris chegou a retirar o convite feito anteriormente à ministra da Justiça britânica para participarlotofácil da independênciaum encontro com outras autoridades europeias sobre a crise no Canal da Mancha, depois que o premiê britânico, Boris Johnson, divulgou publicamente uma mensagemlotofácil da independênciaque exigia medidas específicas por parte da França.

Os riscos enfrentados por imigrantes para obter uma vida melhor expôem o tamanholotofácil da independênciaseu desespero para fugirlotofácil da independênciaguerras, repressão política ou pobreza extrema.

Maryam Amin, Alan Kurdi e dezenaslotofácil da independênciamilhõeslotofácil da independênciaoutros refugiados ao redor do mundo representam um problema acentuado a cada ano pela desigualdade entre países, por velhos e novos conflitos e pelas mudanças climáticas.

Essa dramática realidade continuará desafiando a comunidade internacional ao longo do século 21.

Este artigo é parte da série "21 Histórias que Marcaram o Século 21", da BBC News Brasil.

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