Como países como o Brasil podem se beneficiar da vinda5.5 1xbetrefugiados:5.5 1xbet

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Outro estudo vai na mesma linha: uma onda migratória proporcional a 1% da população local resultaria5.5 1xbetganhos econômicos5.5 1xbetaté 4,35% no PIB per capita a esse local após uma década. A simulação, feita pelo professor Hyppolyte d´Albis, da Paris School of Economics, tomou por base dados compilados5.5 1xbet19 países, entre 1985 e 2015.
Mas tudo depende da forma como um governo irá receber esses imigrantes, explica a pesquisadora Cindy Huang, da organização Center for Global Development (CGD): "Se os imigrantes e refugiados são um peso ou uma oportunidade depende das escolhas políticas", diz.
"Garantir direito a trabalhar, a ter um negócio e a viajar livremente permite a eles que contribuam mais integralmente. Restringir o acesso ao trabalho ou à liberdade5.5 1xbetmovimento dificulta o potencial dos imigrantes5.5 1xbetse tornarem contribuintes econômicos e consumidores e pode deixá-los dependentes5.5 1xbetajuda."

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Questão5.5 1xbetgestão
Um levantamento do Carnegie Endowment for International Peace reconhece que, quando imigrantes forçados chegam5.5 1xbetgrandes números a Estados frágeis, "pode haver perda5.5 1xbetbem-estar social" temporária. Mas para que uma piora definitiva se materialize é necessário que o número5.5 1xbetimigrantes seja "relativamente grande5.5 1xbetrelação à população local".
No caso do Brasil, vieram 50 mil venezuelanos até abril5.5 1xbet2018, segundo relatório5.5 1xbetjulho da Organização Internacional para Migrações (OIM). Trata-se5.5 1xbet0,024%5.5 1xbetuma população5.5 1xbet208 milhões.
Um exemplo5.5 1xbetboa gestão, a Suécia é um país5.5 1xbetpopulação pequena (9,6 milhões) que ainda assim recebeu uma onda migratória expressiva. Desde a virada do século, o país escandinavo acolheu 15 mil pessoas a cada ano no período entre 2000 e 2014. Esse influxo resultou5.5 1xbetum crescimento5.5 1xbetmeio ponto percentual no PIB. Isso se explica porque os imigrantes aumentaram a população economicamente ativa, trazendo talentos complementares e se inserindo5.5 1xbetsegmentos onde havia déficit5.5 1xbetmão5.5 1xbetobra, aponta relatório da Delegação para Estudos da Imigração da Suécia.
"No caso da Suécia houve um forte investimento público5.5 1xbetintegração também porque estava claro que a maioria das pessoas iriam permanecer no país", explica Thomas Liebig, especialista5.5 1xbetimigração na OCDE.
Como inserir migrantes5.5 1xbetmeio ao desemprego?
Há uma diferença entre refugiados e imigrantes econômicos: a definição clássica5.5 1xbetrefugiado é "o imigrante (que sofre de) fundado temor5.5 1xbetperseguição por motivos5.5 1xbetraça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas", diferentemente5.5 1xbetum migrante que busca melhores condições econômicas. Mas a Acnur (agência da ONU para refugiados) já incorpora na definição5.5 1xbetrefugiados as vítimas5.5 1xbetuma crise humanitária, com fome generalizada e a ausência5.5 1xbetacesso a medicamentos e serviços básicos, que é o caso5.5 1xbetmuitos venezuelanos.
Arredondando os números da OIM, dentre os cerca5.5 1xbet50 mil venezuelanos que se encontram no Brasil, pouco menos5.5 1xbet33 mil se inscreveram para receber status5.5 1xbetrefugiados. Os restantes 17 mil solicitaram residência.

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Entre os que chegaram ao Brasil no primeiro trimestre desse ano a maioria (71%) está na faixa etária economicamente ativa, tendo entre 25 e 49 anos, é do sexo masculino (58%) e possui nível educacional secundário (51%) e superior (26%), segundo a OIM.
Esse é justamente o perfil5.5 1xbetindivíduo apto a se inserir produtivamente no mercado5.5 1xbettrabalho. Mas como aproveitar 50 mil pessoas a mais5.5 1xbetum Brasil que já regista 13 milhões5.5 1xbetdesempregados?
"Não é que simplesmente irá aumentar o número5.5 1xbetdesempregados. Essa não é a dinâmica. Essas são pessoas qualificadas, com demandas, e haverá atividade econômica criada ao redor disso, o que também pode gerar oportunidades", defende Liebig, da OCDE.
"Isso não quer dizer que não haverá problemas ou que será um êxito. O impacto vai depender muito da vontade5.5 1xbetse investir5.5 1xbetintegração e o idioma é fundamental nisso", opina.
Hyppolyte d´Albis concorda: "Nossa perspectiva macroeconômica mostra que a imigração gera um aumento5.5 1xbetdemanda global que impulsiona a economia e reduz o desemprego."

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"Além disso, a maioria dos imigrantes estão5.5 1xbetidade5.5 1xbettrabalhar e por isso ajudam a diminuir a taxa5.5 1xbetdependência na maioria das populações, promovendo um dividendo demográfico que é benéfico às economias dos países receptores", argumenta d´Albis,5.5 1xbetreferência à proporção5.5 1xbettrabalhadores ativos frente ao número crescente5.5 1xbetaposentados.
"Ao contrário do que muitos temem, a maioria das pesquisas concluiu que os efeitos gerais5.5 1xbetum influxo5.5 1xbetrefugiados sobre os salários e o desemprego é mínimo ou nulo", afirma Cindy Huang, do CGD.
Contribuintes líquidos
"Veja os Estados Unidos, por exemplo. Um estudo concluiu que refugiados se tornam contribuintes líquidos (ou seja, passam a gerar mais dinheiro5.5 1xbetimpostos do que o que recebem5.5 1xbetbenefícios estatais) à economia apenas oito anos após a chegada deles ao país", continua.
"Um relatório do departamento americano5.5 1xbetSaúde e Serviços Humanos calculou que os refugiados contribuíram com US$ 63 bilhões a mais5.5 1xbetrenda ao governo do que custaram ao longo da última década", diz Huang.
Apesar5.5 1xbetserem números oficiais, os dados do estudo ao qual ela se refere foram rechaçados publicamente pelo governo Donald Trump. Na prática, até 2016 o país vinha acolhendo grande número5.5 1xbetimigrantes, tendo recebido mais5.5 1xbet290 mil venezuelanos naquele ano.

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"É normalmente verdadeiro e os economistas tendem a concordar que os imigrantes contribuem proporcionalmente mais porque são mais jovens e estão na faixa etária economicamente ativa. Eles trazem novas ideias, novos talentos. Há5.5 1xbetcerta forma um consenso5.5 1xbetque a contribuição deles à sociedade é positiva também pelo pagamento5.5 1xbetimpostos e arrecadação aos sistemas5.5 1xbetsegurança social", resume o pesquisador especialista5.5 1xbetimigração Jasper Tjaden da OIM.
Política para dar retorno
Huang explica que, quando os refugiados chegam, precisam5.5 1xbetassistência pública, mas que esse gasto é "um investimento que pode ser mais do que repago", porque com o tempo eles também passam a pagar impostos.
"Quão cedo e quanto os refugiados vão contribuir5.5 1xbetvolta5.5 1xbettermos fiscais econômicos depende5.5 1xbetgrande parte5.5 1xbetquão rapidamente eles conseguirão ser integrados ao mercado5.5 1xbettrabalho do país anfitrião", diz.
Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmaram que casos bem-sucedidos5.5 1xbetintegração (como a Suécia e a Suíça) contaram com governos engajados, que promoveram, por exemplo, o ensino gratuito do idioma local, a promoção do acesso das crianças às escolas, o reconhecimento das qualificações acadêmicas dos imigrantes e a redistribuição dos imigrantes dentro do país.

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"Pelo que já foi observado5.5 1xbetoutros países, a experiência nos mostra claramente que saber falar o idioma é a primeira coisa que você precisa para se integrar. Apoiar as pessoas nesse sentido é fundamental", aponta Liebig.
"Muitas vezes os cursos5.5 1xbetidioma podem ser combinados com treinamento vocacional, para que as pessoas se encaminhem mais facilmente a um aperfeiçoamento local, ou um emprego", exemplifica Tjaden, da OIM.
"Investir na educação dos que buscam asilo e ajudá-los a se integrar ao mercado5.5 1xbettrabalho rapidamente são as políticas-chave que precisam ser implementadas para que um país se beneficie", reforça d´Albis.
Para evitar sobrecarregar a região5.5 1xbetRoraima, o governo brasileiro está redistribuindo os venezuelanos para outras regiões do Brasil. São Paulo, Cuiabá, Manaus, Brasília e Rio5.5 1xbetJaneiro acolheram os imigrantes. Há planos5.5 1xbetenviar 646 deles ao Rio Grande do Sul, para as cidades5.5 1xbetEsteio e Canoas.
"Se alguém está fugindo5.5 1xbetdesastres,5.5 1xbetguerra, você tem uma obrigação internacional5.5 1xbetajudar essas pessoas e5.5 1xbetoferecer abrigo. Isso não deveria ser uma discussão econômica", opina Tjaden. "Antes5.5 1xbetmais nada, é um dever moral e humano."








