Coronavírus: o que é a polêmica proposta do 'passaportequer valer faz um sportingbet aíimunidade' da covid-19:quer valer faz um sportingbet aí

Exame no Estadoquer valer faz um sportingbet aíNevada, nos EUA

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Legenda da foto, A imunidade à covi-19 é chave para essa iniciativa, mas ainda se sabe pouco sobre isso

A ideia geral é simples: verificar se alguém já teve o SARS-Cov-2 e está imune ao vírus, e conceder a essa pessoa um documentoquer valer faz um sportingbet aíidentificação, como um passaporte ou certificado.

A proposta é que o documento permita que a pessoa retorne ao trabalho ou não cumpra algumas das restrições impostas pela pandemia, como uma maneiraquer valer faz um sportingbet aísair da crise e poder levar uma vida mais normal.

Masquer valer faz um sportingbet aíimplementação enfrenta vários desafios e riscos,quer valer faz um sportingbet aíacordo com especialistas consultados pela BBC News Mundo, o serviçoquer valer faz um sportingbet aíespanhol da BBC.

Plano 'imprudente'

Para começar, eles alertam, não sabemos o suficiente sobre o vírus, nem temos as ferramentas adequadas.

Examequer valer faz um sportingbet aísanguequer valer faz um sportingbet aícoronavírus no Brasil

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Legenda da foto, Os exames para detectar imunidade têm uma precisão limitada, segundo os especialistas consultados

"Do pontoquer valer faz um sportingbet aívista da viabilidade, hoje é imprudente usar isso", diz Ildefonso Hernández, ex-diretor geralquer valer faz um sportingbet aíSaúde Pública da Espanha (2008-2011) e atual porta-voz da Sociedade Espanholaquer valer faz um sportingbet aíSaúde Pública.

O especialista explica que testes rápidosquer valer faz um sportingbet aíanticorpos, que são as propostas para determinar a imunidade, "têm precisão limitada".

Portanto, pode acontecerquer valer faz um sportingbet aídarmos certificados a muitas pessoas que na verdade não são imunes. Ou então dizermos a muitas pessoas que não são imunes, quando na verdade podem ser.

"É arriscadoquer valer faz um sportingbet aívárias maneiras. Tem problemasquer valer faz um sportingbet aíviabilidade e interpretação que podem tornar os erros mais sérios", alerta Hernández.

Outra questão importante não resolvida, e fundamental para essa proposta, é quantoquer valer faz um sportingbet aíimunidade uma pessoa pode desenvolver para o SARS-Cov-2 e durante quanto tempo.

"O nome [passaportequer valer faz um sportingbet aíimunidade] revelaquer valer faz um sportingbet aísi uma hipótese que pode se mostrar falsa", diz I. Glenn Cohen, especialistaquer valer faz um sportingbet aípolíticasquer valer faz um sportingbet aídireito da saúde e bioética na Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

"Ainda não sabemos se os testesquer valer faz um sportingbet aíanticorpos realmente detectam imunidade à covid-19. Pode ser imunidade parcial, imunidade com uma duração incerta, e há várias outras perguntas não respondidas."

Plano abrangente

Especialistas estão analisando a experiência com outros coronavírus e a imunidade desenvolvida nesses casos para fazer estimativas, mas enfatizam que ainda são necessários mais dados para serem conclusivosquer valer faz um sportingbet aísuas recomendações.

Autoridades examinando cidadãos chinesesquer valer faz um sportingbet aíum aeroporto

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Legenda da foto, A China criou um aplicativo que estabelece se pessoa pode caminhar livremente, deve se isolar por 7 dias ou ficarquer valer faz um sportingbet aíquarentena durante duas semanas

Por esse motivo, alguns apostam no usoquer valer faz um sportingbet aípassaportesquer valer faz um sportingbet aíimunidadequer valer faz um sportingbet aíáreas muito específicas e dentroquer valer faz um sportingbet aíum planoquer valer faz um sportingbet aíreabertura cuidadosamente projetado.

"É importante fazer isso como partequer valer faz um sportingbet aíuma sériequer valer faz um sportingbet aíintervenções, para que todos possam levantar as restrições gradualmente equer valer faz um sportingbet aímaneira controlada, vendo se os indivíduosquer valer faz um sportingbet aíquestão realmente desenvolveram imunidade", diz Rifat Atun, professorquer valer faz um sportingbet aíSistemasquer valer faz um sportingbet aíSaúde Globalquer valer faz um sportingbet aíHarvard, assessor do Banco Mundial, da Organização Mundialquer valer faz um sportingbet aíSaúde (OMS) equer valer faz um sportingbet aídiferentes governos.

O especialista, que assessorou o governo do Chile por maisquer valer faz um sportingbet aí25 anos, sugere aumentar os testes, não apenas para anticorpos, que determinam se a doença já passou, mas também para a chamada RCP (reaçãoquer valer faz um sportingbet aícadeia da polimerase), que indica se alguém está infectado.

"Nenhum país deve repentinamente suspender todas as restrições, o que seria tremendamente perigoso. Mas, como partequer valer faz um sportingbet aíum aumento gradual e coordenado, esse [passaportequer valer faz um sportingbet aíimunidade] nos daria informações cruciais para a construçãoquer valer faz um sportingbet aípolíticas futuras."

Liberdades

Além da viabilidadequer valer faz um sportingbet aícriar um passaportequer valer faz um sportingbet aíimunidade, o que aconteceria com as liberdades individuais e a privacidade?

Controles no aeroportoquer valer faz um sportingbet aíSantiago, no Chile

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Legenda da foto, O ministro da Saúde do Chile afirmou que na semana que vem implementará o 'certificado covid-19' no país

Esse é outro aspecto que preocupa, dadas as medidas estritas adotadas pela China e outros países asiáticos emquer valer faz um sportingbet aíluta contra a pandemia.

Na segunda maior economia do mundo, foram desenvolvidos aplicativos com códigos QR que determinam a condiçãoquer valer faz um sportingbet aíque uma pessoa está por meioquer valer faz um sportingbet aítrês cores e que podem impor restriçãoquer valer faz um sportingbet aímovimentos.

O código verde permite que a pessoa se mova livremente; alguém com o amarelo pode terquer valer faz um sportingbet aíficarquer valer faz um sportingbet aícasa por sete dias. E o código vermelho estabelece uma quarentenaquer valer faz um sportingbet aíduas semanas.

Além disso, existem outras ferramentas tecnológicas para estabelecer onde uma pessoa está e há quanto tempo.

O controle se tornou tão intenso que os dadosquer valer faz um sportingbet aílocalizaçãoquer valer faz um sportingbet aíuma pessoaquer valer faz um sportingbet aítempo real ou seus movimentos já são requisitos fundamentais diariamentequer valer faz um sportingbet aíalgumas empresas, segundo apurou a BBC Mundo.

O próprio sistema jurídico dos países ocidentais dificulta o acesso a dados pessoais, e os governos analisam a questão com cautela, embora não seja a primeira vez que uma crise tenha causado perdaquer valer faz um sportingbet aíliberdade ou privacidadequer valer faz um sportingbet aíprolquer valer faz um sportingbet aísegurança.

"É uma ferramenta que deve ser analisadaquer valer faz um sportingbet aídetalhes (...) Toda vez que um princípio fundamental é violado, um direito fundamental, corremos o riscoquer valer faz um sportingbet aímuitos outros ficarem para trás", alerta Hernández.

Imunidade, um privilégio

Somado a tudo isso, há o riscoquer valer faz um sportingbet aíaumentar a desigualdade no mundo, um problema que a pandemia voltou a destacar.

Se os passaportes "são usados ​​para determinar quem pode retornar ao trabalho ou quem pode retornar à vida pública, é essencial que não abandonemos aqueles sem anticorpos (...) Não queremos incentivar as pessoas a se exporem ao vírus", Cohen diz.

Pode parecer loucura, diz o especialistaquer valer faz um sportingbet aíHarvard, mas "se você disser às pessoas que elas ou suas famílias perderãoquer valer faz um sportingbet aícasa ou morrerãoquer valer faz um sportingbet aífome se não tiverem anticorpos, podemos colocar as pessoasquer valer faz um sportingbet aíuma situação insustentável".

Mulher mostra o passaporte a um guardaquer valer faz um sportingbet aísegurançaquer valer faz um sportingbet aíum aeroporto

Crédito, AFP

Legenda da foto, A propostaquer valer faz um sportingbet aícriar 'passaportesquer valer faz um sportingbet aíimunidade' enfrenta múltiplos desafios e riscos

A história se repete

Em artigo recente no jornal The New York Times, a professoraquer valer faz um sportingbet aíhistória da Universidadequer valer faz um sportingbet aíStanford Kathryn Olivarius revisitou o que aconteceu no século 19quer valer faz um sportingbet aíNova Orleans, nos EUA, com a febre amarela.

Ela alertou sobre os perigos do "privilégio da imunidade", que aprofundou a discriminação racial e a divisão entre ricos e pobres.

"A imunidade analisadaquer valer faz um sportingbet aícasoquer valer faz um sportingbet aícaso permitiu, sim, que a economia crescesse, masquer valer faz um sportingbet aíuma forma desigual:quer valer faz um sportingbet aíbenefício daqueles já no topo da escala social e às custasquer valer faz um sportingbet aítodos os outros."

"Já vimos o que acontece quando pessoas com imunidade a uma doença fatal recebem tratamento especial. Não é uma coisa bonita", resumiu.

Vamos insistir no mesmo erro?

Não há motivo, diz Cohen, "mas já que vimos alguns desses padrões antes, temosquer valer faz um sportingbet aíestar duplamente atentos".

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