Crise na Venezuela: a vida no Country Clubbonus de 200 bet365Caracas, oásisbonus de 200 bet365riqueza no país:bonus de 200 bet365

Crédito, Norberto Paredes
"A monstruosidadebonus de 200 bet365algumas casas é impressionante. Parece Miami", afirma Juan Carlos*, da sacadabonus de 200 bet365seu moderno apartamentobonus de 200 bet365um bairro vizinho.
"Em qualquer lugar do mundo as pessoas perderiam um olho para ter uma casa dessas."
O bairro ganhou o nome graças ao Caracas Country Club (CCC), construídobonus de 200 bet3651928 pelo escritório do arquiteto americano Frederick Law Olmsted, o mesmo que codesenhou o Central Parkbonus de 200 bet365Nova York e os jardins da Casa Branca, e tido como clube mais elitista do país.

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O preço médiobonus de 200 bet365uma casa no bairro passabonus de 200 bet365US$ 1 milhão (cercabonus de 200 bet365R$ 4,2 milhões), e a cifra persiste apesar do declínio generalizado no mercado imobiliário da Venezuela nos últimos anos.
'Uma bolha, uma fantasia'
A famíliabonus de 200 bet365Juan Carlos é sócia do clube há gerações — o custo para se associar pode chegar a US$ 100 mil (cercabonus de 200 bet365R$ 420 mil).
Frequentemente, Juan Carlos convida amigos a comer e beber nas instalações do clube.
"Eu vejo tudo isso como uma formabonus de 200 bet365escape para toda essa gente com poder aquisitivo", afirma Juan Carlos.
"É como um parquebonus de 200 bet365diversões, você se isola dos problemas e permite que você fiquebonus de 200 bet365um lugar tranquilo, onde você não é roubado. Morando lá: uma bolha, uma fantasia. Um lugar que não representa a realidade do país."

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Um bairro também atingido pela crise
Mas o Country Clubbonus de 200 bet3652019 não é o mesmo bairro do passado.
Embora à primeira vista isso não seja totalmente óbvio, essa área da capital venezuelana também não está imune à crise.
Algumas casas estão abandonadas, outras estão sendo demolidas e muitas foram vendidas para órgãos diplomáticos e depois transformadasbonus de 200 bet365embaixadas.
Os habitantes locais também sofreram financeiramente com o colapso da produção industrial do país,bonus de 200 bet365pouco maisbonus de 200 bet36530 milhõesbonus de 200 bet365habitantes.
Boa parte dos vizinhos são empreendedores que precisam reduzir suas operações ou até fechar seus negócios, demitindo milharesbonus de 200 bet365funcionários. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o desemprego na Venezuela deve atingir 44,3% da população.
"A crise acabou com os negócios do meu pai e com a capacidadebonus de 200 bet365produzir dinheiro neste país", diz Luis*, outro sócio do Country Club.

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Mas o que mais afeta a todos é a hiperinflação.
"Trabalhobonus de 200 bet365uma empresa estrangeira e sempre ganheibonus de 200 bet365dólares. Sempre tive um padrãobonus de 200 bet365vida estável, mas a hiperinflação atingiu um nível tão alto que corrói até os dólares."
"Você vai ao mercado e tem tudo. Mas o que custa US$ 10 hoje, se você for daqui a duas semanas, custará US$ 20. E você se pergunta: por quê? Simplesmente não faz sentido", segundo ele.
A atual Venezuela, que sofre com escassezbonus de 200 bet365alimentos e remédiosbonus de 200 bet365grande parte do território, contrasta com abonus de 200 bet365alguns anos atrás, devido à dolarização que o país vive na prática.
Muitas lojas exibem etiquetas tanto com preçosbonus de 200 bet365moeda local quantobonus de 200 bet365dólares. E a maioria aceita pagamentosbonus de 200 bet365moeda estrangeira.
"Saí para beberbonus de 200 bet365um bar há uma semana e pedimos uma garrafabonus de 200 bet365rum, que custava US$ 70 (quase R$ 300)", acrescenta Luis. A mesma garrafa da bebida venezuelana é vendidabonus de 200 bet365Nova York por US$ 24 (cercabonus de 200 bet365R$ 100).
Por outro lado, o governo do presidente Nicolás Maduro aprovou no mês passado um aumento do salário mínimo para 300 mil bolívares soberanos, cercabonus de 200 bet365US$ 18 ou R$ 75. Um litrobonus de 200 bet365leite chega a custar 38 mil bolívares soberanos, ou US$ 1,31.

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Uma geração perdida
Sob um sol escaldante, crianças nadam e brincam ao redor da piscina do clube enquanto seus pais bebem e socializam. Todos parecem se conhecer.
Um pequeno grupo joga golfebonus de 200 bet365um campobonus de 200 bet36518 buracos, outro joga tênis. No restaurante, não cabe uma alma.
A idade dos presentes chama a atençãobonus de 200 bet365Luis, cuja família é sócia do clube há maisbonus de 200 bet36550 anos.
"Há uma geração inteira que simplesmente não está aqui, e essa é minha geração", afirma o jovem,bonus de 200 bet365quase 30 anos.
Como ocorre a todos os setores da sociedade venezuelana, a emigração também atingiu as famílias do Caracas Country Club.
"Neste clube, foram sempre os esnobes que estiveram no comando, mas ultimamente só ficaram os velhos. Não há uma geração relevante. O Country Club está forabonus de 200 bet365moda", sussura Luis, tomando o cuidadobonus de 200 bet365falar com ninguém por perto.

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Algumas normas do Country Club também parecem datadas, como o traje formal exigido para almoçarbonus de 200 bet365um dos restaurantes dali.
'Hoje só restou um amigobonus de 200 bet365Caracas'
Gabriela* é uma integrante dessa "geração perdida"bonus de 200 bet365torno do Country Club que vive no exterior e lembra com nostalgia dabonus de 200 bet365adolescência no clube.
"Era divertidíssimo, havia muitos jovens, com as roupas da moda, mas quase todos migraram. Acho que só restou um amigobonus de 200 bet365Caracas."
"Hoje, se você é jovem e vai até lá, dá pena. Os mais velhos pensam: 'não teve oportunidadebonus de 200 bet365ir embora ou foi loucabonus de 200 bet365não querer sair'. Eles acham que todo mundo se foi."
Gabriela é uma das maisbonus de 200 bet3654 milhõesbonus de 200 bet365pessoas que deixaram o país, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Os seis principais destinos são, nesta ordem: Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Equador e Brasil.
A jovem diz que não pensaria duas vezesbonus de 200 bet365voltar caso a situação do país mudasse.
"Seria incrível voltar. Aqui na Europa há muitas coisas boas, mas pensando na minha carreira, lá na Venezuela eu poderia começar um negócio com mais facilidade e ao mesmo tempo contribuir com o desenvolvimento do país."
Outro motivo para querer voltar, afirma ela, é a responsabilidade que sente pela Venezuela.
"Nós fomos muito sortudos. Nossas famílias puderam fazer dinheiro quando dava para isso."
"Mas somos uma parcela muito pequena. Quando fomos embora, saímos com a desculpabonus de 200 bet365obter um diploma no exterior. Agora sinto que temos a responsabilidadebonus de 200 bet365voltar com nossos conhecimentos adquiridos e levar o país adiante", diz.

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Grandes sobrenomes, pouco dinheiro
Para muitos venezuelanos, o riscobonus de 200 bet365ir para um estrato social mais pobre é bem maior que a chancebonus de 200 bet365ascender.
"Como dizemos aqui: há muita gente com grandes sobrenomes, mas com contas bancárias desse tamanhinho aqui", gesticula Juan Carlos.

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Segundo Gabriela, o estilobonus de 200 bet365vidabonus de 200 bet365muitos sócios do Country Club mudou drasticamente.
"Se a pessoa vive na Venezuela talvez não note muito, mas quando viaja ao exterior, se dá contabonus de 200 bet365que não pode mais se permitir tantos luxos como antes."
Futuro incerto
Alémbonus de 200 bet365todos os problemas que enfrenta a Venezuela, há um fato que preocupa especialmente às classes mais abastadas: a incerteza.
"Minha maior dorbonus de 200 bet365cabeça é não saber o que o futuro me reserva. Às vezes me pergunto se tomei a decisão correta quando decidi ficar no país. Vejo que no exterior muita gente está se desenvolvendo profissionalmente e prosperando", reflete Luis.

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Juan Carlos diz ter a mesma dorbonus de 200 bet365cabeça, sem saber se há uma "luz no fim do túnel".
Ele começou seu próprio negócio recentemente e garante que, se você tem um espírito empreendedor, é relativamente fácil prosperar profissional e economicamente.
"A Venezuela sempre foi, e ainda é, um país cheiobonus de 200 bet365oportunidades."
*Os nomes com asteriscos foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.

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