Por que este texto pode mudar seu cérebro — as descobertas da neurociência sobre a leitura:fiz casino mobile

Legenda do áudio, Por que este texto pode mudar seu cérebro — as descobertas da neurociência sobre a leitura

Antesfiz casino mobilesua palestra no evento Hay Festival Arequipa, no Peru, Mora conversou com a BBC News Mundo (serviçofiz casino mobileespanhol da BBC) sobre o cérebro, a educação e a leitura. Resumimos a conversa aquifiz casino mobilequatro pontos principais.

Francisco Mora sentadofiz casino mobileescritório, com caneta na mão e sorrido

Crédito, Francisco Mora

Legenda da foto, Francisco Mora é médico e se especializoufiz casino mobileneurociências

1. Ler é um processo artificial e recente

"Conquistamos a capacidadefiz casino mobilefalar por meiofiz casino mobileprocessosfiz casino mobilemutação genética com o Homo habilis, há cercafiz casino mobile2 a 3 milhõesfiz casino mobileanos", diz Mora.

Desde então, nós nascemos com circuitos neurais da linguagem — embora seja importante lembrar que só aprendemos a falar mediante o contato com os outros.

"Pode-se dizer que nascemos com um disco cerebral no qual podemos gravar, mas que ficará vazio se nada for gravado nele", escreveu Morafiz casino mobileNeuroeducación y lectura.

A leitura nasceu há cercafiz casino mobile6 mil anos com a necessidadefiz casino mobilese comunicar além das tribos e vilarejos, onde imperava o curto alcance do boca a boca.

Além disso,fiz casino mobilebase não é genética, mas artificial — ou melhor, cultural.

"Ler é um processo que, por não ser geneticamente codificado (e, portanto, não transmitidofiz casino mobilepais para filhos), se repete arduamentefiz casino mobilecada ser humano e exige um trabalho durofiz casino mobileaprendizado e memória" que leva anos, quando não a vida inteira, explica no livro.

Mas "árduo" não significa "sofrido", diz Mora, que aos 4 anos começou a ser submetido ao "castigo da leitura no colégio" pelo desconhecimentofiz casino mobileseus educadores sobre como funciona o cérebro.

2. Aprender a ler muito cedo não torna alguém mais inteligente

Menino lendo na cama

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Mora diz que aprender a ler exige um amadurecimento prévio do cérebro

As crianças são "verdadeiras máquinasfiz casino mobileaprendizagem" desde o útero, escreve o pesquisador. Na verdade, "o ser humano precisa aprender quase tudo".

Ler é um dos grandes marcos no desenvolvimento infantil, algo que enche os paisfiz casino mobileorgulho... oufiz casino mobilepreocupação.

"Quando uma mãe percebe que seu filhofiz casino mobile5 anos ainda tem dificuldade para aprender a ler e que a criança vizinhafiz casino mobile4 anos do outro lado da rua já lê com fluência, ela pode se perguntar: o meu filho é mais desajustado?", exemplifica o autor.

Acontece que a neurociência tem mostrado que, para aprender a ler, certas partes do cérebro devem ter amadurecido antes. Isso pode acontecer já aos 3 anosfiz casino mobileidade, masfiz casino mobilegeral se consolida quando as crianças têm 6 ou 7 anos.

Por isso, Mora defende que a leitura comece a ser ensinada formalmente aos 7 anos, "uma idadefiz casino mobileque, quase certamente, as áreas cerebrais básicas para a leitura estão suficientemente desenvolvidas e madurasfiz casino mobiletodas as crianças".

"Esta é precisamente a idadefiz casino mobileque se começa a aprender a lerfiz casino mobileum país tão avançado na educação quanto é a Finlândia."

Esse é um dos exemplos que o pesquisador mais gostafiz casino mobileusar para explicar a importância da neuroeducação, ou seja, uma educação baseada no funcionamento do cérebro.

Colocar uma criança para ler prematuramente, além do riscofiz casino mobilegerar sofrimento e frustração, é ineficaz quanto a resultados futuros.

Em outras palavras, o início precoce não gera uma vantagem acadêmica nem torna alguém mais inteligente.

Por outro lado, há algo a ser feito para ajudar no amadurecimento do cérebro, que tem um componente genético mas também cultural: crescer com pais que leem traz "uma dimensão emocional que facilita muito o aprendizado da leitura".

3. A internet está gerando um problemafiz casino mobileatenção

"Ninguém duvida que a internet foi uma revolução cultural, criando uma 'era digital'fiz casino mobileque a leitura não só é feita mais rapidamente, mas tambémfiz casino mobileuma forma diferente", escreve Morafiz casino mobileNeuroeducación y lectura.

Diversos estudos sobre os efeitos da internet nos cérebrosfiz casino mobilecrianças e adolescentes têm mostrado efeitos negativos, desde a diminuição da empatia ao enfraquecimento da capacidadefiz casino mobiletomar decisões.

Conforme explica o autorfiz casino mobileNeuroeducación, para ler precisamos inibir temporariamente "99%fiz casino mobiletudo o que normalmente pensamos ou que entra no nosso cérebro e prestarmos atençãofiz casino mobileapenas 1% disso". Além disso, ler exige tempo.

Crianças olhando para smartphones

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A internet está mudando a velocidade e a forma com que lemos, aponta neurobiólogo

Já navegar na internet "requer um focofiz casino mobileatenção muito curto e que estáfiz casino mobileconstante mudança".

Isso, diz o espanhol, está debilitando um dos muitos tiposfiz casino mobileatenção que existem: a atenção executiva.

"É aquela que você precisa quando está fazendo um planofiz casino mobiletrabalho, aquela que precisa para estudar", explica, acrescentando que se tratafiz casino mobileuma atenção "sustentada" e "repousada".

Há até quem falefiz casino mobileuma nova formafiz casino mobileatenção, a digital.

Mora reconhece que hoje não faz sentido memorizar a datafiz casino mobilenascimentofiz casino mobileuma personalidade histórica, quando o Google pode responder isso rápida e corretamente — mas isso não significa que a memória deixoufiz casino mobileser importante na salafiz casino mobileaula.

"É preciso memorizar, e muito, porque suas memórias são o que você é", diz ele. "Não é bom lembrar alguma poesia ou o trechofiz casino mobilealgum livro que vá embelezarfiz casino mobilefala?"

"Essa é uma dimensão importante dafiz casino mobileindividualidade, daquilo que o torna diferente."

4. Ler muda o cérebro (e você)

Embora o cérebro não seja geneticamente projetado para ler, esse órgão tem uma propriedade fundamental para isso: a plasticidade.

A palavra vem do grego "plastikós", que significa "mudança" ou "modelagem".

Aprender a ler altera principalmente uma parte do cérebro que tem a função tambémfiz casino mobileidentificar formas e detectar rostos — na mesma medida, com a leitura, começamos a processar e construir palavras.

"O que (o professor) ensina tem a capacidadefiz casino mobilemudar o cérebro das crianças emfiz casino mobilefísica e química, emfiz casino mobileanatomia e fisiologia, fazendo aumentar algumas sinapses, eliminando outras, formando circuitos neurais cujas funções se expressam no comportamento", escreve Morafiz casino mobileNeuroeducación.

Mas as transformações não acontecem apenas no nível fisiológico: como diz o autorfiz casino mobileseu outro livro, Neuroeducación y lectura, "uma pessoa muda não só com o vivido, mas também com o lido".

"Ler não é um ato passivofiz casino mobileabsorção do que está escritofiz casino mobiledeterminado documento ou livro, mas um processo ativo, ou até recreativo ('criar novamente'),fiz casino mobilerelação ao descrito ali."

Como escreveu o filósofo italiano Umberto Eco,fiz casino mobileuma citação que Mora adora lembrar: "Quem não lê, aos 70 anos terá vivido apenas uma vida. Quem lê, terá vivido 5 mil anos. Ler é uma imortalidade retroativa."

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