'Virei meme e minha vida se tornou um pesadelo': brasileira abandonou a escola e tentou se matar após piadas:baixar o aplicativo betfair

A repercussão da imagem fez com que a garota evitasse sairbaixar o aplicativo betfaircasa para não ser reconhecida. "Eu me sentia muito feia, muito humilhada e inferior às outras meninas. Nos comentários sobre os memes com a minha foto, falavam muito sobre a minha aparência e isso me chateava", conta Débora, atualmente com 22 anos, à BBC News Brasil.

Na época, ela abandonou a escola, deixoubaixar o aplicativo betfairsairbaixar o aplicativo betfaircasa e chegou a tentar o suicídio. "Não tinha forças pra nada. Só chorava e me culpava por ter tirado aquela foto."

Semanas atrás, maisbaixar o aplicativo betfairsete anos depois dos primeiros compartilhamentos da foto, Débora viubaixar o aplicativo betfairimagem voltar a ser utilizada como meme nas redes sociais. "As pessoas tinham paradobaixar o aplicativo betfaircompartilhar a selfie. Mas, recentemente, muitas páginasbaixar o aplicativo betfairFacebook, e algumas do Instagram, resgataram aquela foto e fizeram chacota. Foi como se tudo tivesse voltado."

Hoje, ela é mãebaixar o aplicativo betfairum garotobaixar o aplicativo betfairtrês anos, trabalha como atendentebaixar o aplicativo betfairuma farmáciabaixar o aplicativo betfairSão Paulo e tem tentado fazer com que a situação não a afete como antes.

E também decidiu não se esconder como anos atrás. Em seu perfil no Facebook, ela afirmou que irá processar as páginas que compartilharem a fotografia. "Hoje, entendo que o problema não estábaixar o aplicativo betfairmim. Não vou aceitar que façam tudo aquilo comigobaixar o aplicativo betfairnovo."

Nos memes, Débora é classificada como um exemplobaixar o aplicativo betfairmulher feia.

A selfie

Quando publicou a selfie que se tornou meme, Débora acreditava que ganharia inúmeros elogios. "Pensava que estava maravilhosa. Eu tinha uma autoestima muito grande", relata. Ela comenta que a imagem passou a repercutir na internet após um rapaz, que tinha amigosbaixar o aplicativo betfaircomum com a jovem, compartilhar a foto. "Ele viu um colega curtindo a minha foto e compartilhou a imagem, tirando sarrobaixar o aplicativo betfairmim", relembra.

A jovem pediu que o rapaz excluísse a fotografia. Ele deletou a imagembaixar o aplicativo betfairseu perfil, mas incontáveis páginas já haviam compartilhado a selfie.

Na primeira vezbaixar o aplicativo betfairque saiubaixar o aplicativo betfaircasa após o fato, Débora notou que muitas pessoas haviam visto os memes feitos com ela. "Não tinha ideia da repercussão. Quando fui a um estabelecimento, pertobaixar o aplicativo betfaircasa, muitas pessoas me reconheceram. Alguns meninos começaram a rirbaixar o aplicativo betfairmim. Foi horrível", diz.

"Muita gente apontava para mim e ria. Eu passei a acreditar que qualquer pessoa que risse pertobaixar o aplicativo betfairmim, era porque tinha visto o meu meme."

Os memes começaram no períodobaixar o aplicativo betfairférias escolares. Quando Débora voltou ao colégio, descobriu que os colegas também haviam visto as publicações. "Muitos alunos me reconheceram e começaram a tirar sarrobaixar o aplicativo betfairmim." Em poucos dias, a jovem, que na época estava no nono ano do ensino fundamental, abandonou os estudos.

A mãebaixar o aplicativo betfairDébora, a aposentada Eliana dos Santos, relembra que a filha passou a se isolar. "Eu não sabia o que fazer. Eu tentava ajudá-la, mas não tinha nada que a gente pudesse fazer. A minha filha sofreu muito com tudo isso."

"As redes sociais podem ter peso muito grande na vida da pessoa. Essa ridicularizaçãobaixar o aplicativo betfairum indivíduo, antes poderia ser feitabaixar o aplicativo betfairuma dimensão menor. Hoje, tem proporções maiores, porque basta um clique para compartilhar com inúmeras pessoas,baixar o aplicativo betfairqualquer lugar do mundo", pontua o psicólogo Marckbaixar o aplicativo betfairSouza.

"Como o conteúdo pode viralizar e não ser mais permitido apagar totalmente das redes, o indivíduo acaba não podendo se desligar daquilo. Então, a ridicularização na internet pode ficar presente para sempre", acrescenta.

Em meadosbaixar o aplicativo betfair2012, Débora quis morrer. "Eu não tinha mais motivo nenhum para viver. Eu estava com depressão e arrasada com tudo o que tinha acontecido comigo", revela. Ela tomou diversos remédios que encontroubaixar o aplicativo betfaircasa. "Fui socorrida por parentes e contei que tinha tomado os remédios. Se tivesse algum venenobaixar o aplicativo betfaircasa naquele momento, eu tomaria. Só queria me livrar daquilo tudo o que estava vivendo", diz.

Por sorte, os remédios que ela tomou não chegaram a colocar a vida delabaixar o aplicativo betfairrisco.

Recomeço

Em meadosbaixar o aplicativo betfair2014, o cyberbullying - hostilização por meio da internet - praticado contra Débora cessou. "Com o tempo, a minha selfie foi perdendo a graça para as pessoas e elas pararambaixar o aplicativo betfaircompartilhar. Então, fui voltando a viver a minha vida normalmente", diz. A jovem passou a se olhar no espelho com mais tranquilidade. "Minha autoestima foi melhorando."

De volta à salabaixar o aplicativo betfairaula, Débora concluiu o ensino médiobaixar o aplicativo betfair2016, por meio do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA) - modalidadebaixar o aplicativo betfairensino mais rápida, destinada a alunos que estão atrasados. "Concluir os estudos foi um passo importante pra recomeçar a minha vida", diz.

Em 2015, ela começou a namorar. No ano seguinte, pouco antesbaixar o aplicativo betfairconcluir o ensino médio, descobriu que estava grávida. Ela e o pai da criança não estão mais juntos, mas "ele foi importante para que eu pudesse voltar a acreditarbaixar o aplicativo betfairmim".

O retorno dos memes

No início deste mês, Débora se surpreendeu ao descobrir quebaixar o aplicativo betfairselfie novamente voltou a se tornar meme nas redes sociais. Em publicaçõesbaixar o aplicativo betfairdiversas páginasbaixar o aplicativo betfairFacebook, as características físicas dela voltaram a ser motivobaixar o aplicativo betfairchacota.

Ela enviou mensagens aos donos das páginas que compartilharam memes combaixar o aplicativo betfairfoto e pediu que excluíssem as publicações. "Um garoto até disse que pensava que eu tinha morrido e por isso compartilhavam a minha foto, por achar que ninguém se incomodaria."

Para Débora, o fatobaixar o aplicativo betfairter se tornado meme nas redes sociais mostrou um tema que ela até então não se preocupava: o racismo. "Desde que começaram os compartilhamentos da minha foto, leio muitos comentários racistas sobre mim. Por eu estar com blusa preta na selfie, chegaram a dizer que eu estava nua. Antes, eu não me aceitava, então não entendia muito sobre racismo. Hoje, entendo melhor e tenho orgulho da minha pele."

"Nesses memes que fizeram comigo recentemente, é possível ver racismo porque sempre colocam as garotas brancas como as bonitas e eu como a feia. Poderiam colocar uma mulher negra como bonita, mas não fazem isso. Por tudo isso que passei e continuo passando, sei que é fundamental lutar contra o racismo."

O principal passo que Débora pretende dar sobrebaixar o aplicativo betfairexposição nas redes sociais é processar por injúria os donosbaixar o aplicativo betfairperfis e páginas que mantêm os memes com ela, mesmo com o pedido da jovem para que o conteúdo fosse excluído. "Vou tomar as providências cabíveis, se a pessoa não quiser excluir a foto. Ninguém tem o direitobaixar o aplicativo betfairme expor assim."

Por meiobaixar o aplicativo betfairnota à BBC News Brasil, o Facebook informou que bullying e assédio violam os padrões da comunidade da rede social. No comunicado, a empresa solicita que as pessoas denunciem conteúdos que acharem que não deveriam estar na plataforma.

Débora, porém, afirma que desde 2012 tem denunciado todos os memes combaixar o aplicativo betfairselfie e também pede para amigos reportarem o caso ao Facebook. No entanto, diz que as imagens nunca foram excluídas. "Eu só consegui que as fotos fossem apagadas quando pedi diretamente ao dono do perfil ou da página", diz.

O Facebook declarou,baixar o aplicativo betfaircomunicado, que a rede social tem atuado cada vez mais para coibir os casosbaixar o aplicativo betfairbullying. Em 2018, lançou uma ferramentabaixar o aplicativo betfairrevisãobaixar o aplicativo betfairfotos, vídeos ou postagens, na qual é possível pedir que determinada denúncia, caso não tenha tido resultados esperados, seja reavaliada.

O Instagram informou à BBC News Brasil que tem ferramentas para combater e prevenir o bullying. Os casos devem ser denunciados à rede social, para que sejam avaliados.

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