'Como um suplemento alimentar me colocou na fila do transplantehc betsfígado' :hc bets

"Quando olhei no espelho, levei um choque."

Foi chocante,hc betsparte, porque Jim, na época com 50 anos, estava se esforçando para adotar um estilohc betsvida mais saudável e perder peso, cuidando da alimentação e praticando exercícios físicos regularmente.

"Meu pai enfartou aos 59 anos e não sobreviveu", diz.

"Ele deixouhc betsviver vários momentos com a gente e eu estava determinado a fazerhc betstudo para me cuidar da melhor maneira possível, para não perder nada."

Mas, logo após a formatura do filho, Jim foi internado com suspeitahc betslesão hepática.

Investigando o problema

Na tentativahc betsidentificar a causa da lesão, os médicos descartaram imediatamente o álcool.

"Nos últimos 30 anos, talvez eu tenha tomado seis latashc betscerveja por ano, nadahc betsvinho. Então, o álcool não estava muito presente na minha vida", conta Jim McCants.

Também afastaram a hipótesehc betster sido provocada por algum medicamento - ele não estava tomando nenhum na época - ou por cigarro, uma vez que ele nunca foi fumante.

"Então, meu hepatologista perguntou: 'E suplementos sem receita?'."

Como parte do seu projeto saúde na meia-idade, Jim começou a tomar um suplementohc betschá verde - ele tinha ouvido dizer que ajudava na prevençãohc betsdoenças cardíacas.

A popularidade destes suplementos tem crescido. Eles são vendidos na internet e anunciados como produtos com benefícios antioxidantes, suposta capacidadehc betsajudar a perder peso e prevenir o câncer.

"Eu me sentia bem", lembra Jim, que morahc betsProsper, no nortehc betsDallas.

"Andava ou corriahc bets30 a 60 minutos, durante cinco ou seis dias por semana."

Ele trabalhava como gerentehc betsfinanças, mas queria mudarhc betsprofissão e estava fazendo um retreinamento para ser médico assistente.

"Eu estudava duas ou três disciplinas à noite e nos finshc betssemana", relembra.

O pior dos cenários

Jim estava tomando o suplementohc betschá verde havia dois ou três meses quando ficou doente. De acordo com o prontuário, essa é a causa presumidahc betssua lesão no fígado.

"Foi chocante porque eu só tinha ouvido falar sobre os benefícios."

"Nunca soubehc betsnenhum problema", completa.

Após ser internado, Jim ficou aguardando os resultadoshc betsuma sériehc betsexames para determinar a gravidade da lesão.

Assim, cercahc betstrês semanas apóshc betsesposa perceber que ele não estava bem, uma das médicas deu a notícia que ele temia:

"Ela disse: Você precisahc betsum transplantehc betsfígado. Tem que ser rápido. Você tem dias - nem uma semana ."

Jim ficou atordoado.

"Tudo isso parecia muito sombrio para mim. E ficou cristalizado o que é realmente importante na vida. Eu não estava pensandohc betsprojetos do trabalho. E simhc betsvárias pessoas que eram importantes para mim por razões diferentes."

Por que o suplementohc betschá verde pode ser prejudicial,hc betsdeterminadas doses, para algumas pessoas?

Os cientistas não sabem ao certo. Como o chá verde é consumido há milhareshc betsanos, os suplementos - que sãohc betsforma concentrada - são regulamentados nos EUA e na Europa como alimentos, e não medicamentos.

Isso significa que não são necessários testeshc betssegurança específicos e, portanto, a perspectiva científicahc betscomo podem afetar nossa saúde é inconclusiva.

"Se você toma quantidades pequenashc betschá verde, não tem problema", diz o professor Herbert Bonkovsky, diretorhc betscuidados com o fígado da Escolahc betsMedicina da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte, que acompanha lesões relacionadas a suplementoshc betschá verde há quase 20 anos.

"O risco maior é para quem consome extratos mais concentrados."

A preocupação girahc betstornohc betsum ingrediente potencialmente tóxico chamado epigalocatequina-3-galato (EGCG), composto natural com propriedades antioxidantes mais abundante no chá verde, as catequinas.

É provável que haja uma sériehc betsfatores que podem deixar um indivíduo suscetível às ameaças do EGCG, incluindo a genética, e a forma como os suplementos são usados.

"Normalmente, as pessoas tomam esses extratoshc betschá verde para tentar perder peso, então, muitas vezes estão sem comer", explica Bonkovsky.

"Nós sabemos, a partirhc betsestudos realizados com animais, que animaishc betsjejum absorvem um percentual muito maiorhc betscatequina do que animais bem alimentados. Pode haver outros fatores relacionados a medicamentos, outros produtos químicos e consumohc betsálcool, que também são importantes fatoreshc betsalteração."

Antioxidantes

Os antioxidantes são um grupohc betsvitaminas e outros compostos que, para muitos, adquiriram propriedades "milagrosas", ajudando a impulsionar o mercado globalhc betssuplementoshc betstodos os tipos, avaliado hojehc betsmaishc betsR$ 500 bilhões por ano.

Os antioxidantes combatem os radicais livres, moléculas produzidashc betsnossas células à medida que transformam oxigênio e alimentohc betsenergia. Assim como o oxigênio e a água corroem o ferro, muitos radicais livres podem danificar nossas células.

Na décadahc bets1950, o professor Denham Harman lançou a teoriahc betsque os radicais livres estimulam o processo pelo qual o corpo envelhece e pode levar a doenças.

Mas alguns cientistas acreditam agora que determinados níveishc betsradicais livres podem ser benéficos à saúde, e argumentam que a visão ortodoxa do último meio séculohc betsque os antioxidantes fazem apenas bem está desatualizada.

Enquanto milhõeshc betspessoas consomem suplementoshc betschá verde com segurança, pelo menos 80 casoshc betslesões hepáticas ligadas ao produto foram registradoshc betstodo o mundo -hc betslassidão (cansaço extremo) e icterícia a casos que exigem transplantehc betsfígado.

Entre as vítimas, estão adolescentes, como Madeline Papineau,hc bets17 anos,hc betsOntário, no Canadá, que desenvolveu lesão hepática e renal, e uma mulherhc bets81 anos diagnosticada com hepatite tóxica aguda.

Uma pesquisa recente da Autoridade Europeiahc betsSegurança Alimentar (EFSA, na siglahc betsinglês) concluiu que as catequinas presenteshc betsbebidas a basehc betschá verde são "geralmente seguras", mas quando ingeridas como suplementos, com doseshc bets800 mg ou mais por dia, "podem causar problemashc betssaúde".

A EFSA não conseguiu identificar o que seria uma dose segura com base nos dados disponíveis e sugeriu que fossem realizados mais estudos.

No dia seguintehc betsque foi informado sobre a necessidade do transplante, Jim recebeu a notíciahc betsque haviam encontrado um doador.

"Fiquei radiante. O telefonema me deu esperançahc betsque haveria algo positivo no fimhc betstudo", diz ele.

O transplantehc betsfígado salvou a vidahc betsJim. Mas, quatro anos depois, ele ainda tem sérios problemashc betssaúde, incluindo uma doença renal que pode demandar hemodiálise e um transplante no futuro.

Ele consulta o hepatologista e o nefrologista duas vezes por ano e convive com uma dor abdominal crônica.

"Minha vida antes era muito ativa. Agora é bem mais sedentária e luto contra a fadiga", conta.

É uma "tremenda bênção", nas palavras dele, que seus chefes o autorizem a trabalharhc betscasa.

"Às vezes eu preciso deitar por 20 ou 30 minutos durante o dia. Apenas aviso meu gerente para ele saber que vou ficar offline, e depois eu volto."

Jim está processando a empresa americana Vitacost, que vende o suplementohc betschá verde que ele tomava.

"Espero que eles tomem a decisãohc betscolocar uma advertência bem grande no rótulo do produto e no site, para que as pessoas saibam anteshc betscomprá-lo", diz ele.

A Vitacost não quis comentar a respeito do processo judicial, mas disse: "Levamos muito a sério a segurança dos suplementos da marca Vitacost e defendemos a qualidadehc betsnossos produtos".

Quatro anos depois, Jim faz uma reflexão sobre como a vida dele e dahc betsfamília mudaram após começar a tomar as cápsulashc betschá verde.

"Eu não esperava qualquer perigo. Imaginava que poderia ser um desperdíciohc betsdinheiro, que eu poderia tomar e não fazer efeito. E aceitei correr esse risco", diz ele.

"Mas o riscohc betsdesenvolver falência hepática, é um risco alto demais para alguém topar."

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