Brasil terá 11,3 milhõesbot realsbetcrianças obesasbot realsbet2025, estima organização:bot realsbet
- Keila Guimarães
- De São Paulo para a BBC Brasil

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bot realsbet A população mundial está ganhando peso rapidamente, principalmente crianças e adolescentes.
Segundo estudo publicado nesta terça-feira na revista científica The Lancet, a taxa globalbot realsbetobesidadebot realsbetcrianças disparoubot realsbet41 anos. Por outro lado, o índicebot realsbetbaixo peso caiu.
O Brasil segue na mesma direção. Entidadesbot realsbetsaúde alertam que, se não houver uma mudançabot realsbetrumo, o país, assim como a população global, enfrentará um forte crescimentobot realsbetdoenças associadas à obesidade, como diabetes, pressão arterial elevada e doençasbot realsbetfígado.
De acordo com o estudo divulgado na Lancet, a prevalênciabot realsbetobesidade globalbot realsbetmeninas saltoubot realsbet0,7%bot realsbet1975 para 5,6%bot realsbet2016. Em meninos, a alta foi ainda maior: saiubot realsbetapenas 0,9%bot realsbet1975 para 7,8%bot realsbet2016. Como consequência, 124 milhõesbot realsbetcrianças e adolescentes entre 5 e 19 anos ao redor do mundo estavam obesosbot realsbet2016.
Os pesquisadores do estudo, coordenado pela universidade inglesa Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alertam que, se a obesidade continuar crescendo nos níveis das últimas décadas,bot realsbetcinco anos o mundo terá mais crianças e adolescentes obesos do que com baixo peso.
Sem uma mudançabot realsbethábitos,bot realsbetmenosbot realsbetuma década a obesidade pode atingir 11,3 milhõesbot realsbetcrianças no Brasil,bot realsbetacordo com um alerta divulgado pela Federação Mundialbot realsbetObesidade.
Vilões

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A principal razão para a altabot realsbetpeso na população mais jovem é o consumobot realsbetalimentos ricosbot realsbetaçúcar e gordura, principalmente os industrializados.
"Essas tendências preocupantes refletem o impacto da publicidade da indústria alimentícia e das políticas públicas ao redor do globo, com alimentos saudáveis e nutritivos se tornando algo muito caro para famílias e comunidades pobres", afirmoubot realsbetum comunicado a pesquisadora que liderou o estudo publicando na Lancet, Majid Ezzati, da Escolabot realsbetSaúde da Imperial College London.
No Brasil a tendência é semelhante. Nas últimas quatro décadas, o índicebot realsbetobesidade entre meninos saltoubot realsbet0,93% para 12,7%. Entre meninas, o crescimento foi menor, mas ainda assim elevado: passoubot realsbet1,01%bot realsbet1975 para 9,37% no ano passado,bot realsbetacordo com dados compilados pela redebot realsbetcientistasbot realsbetsaúde NCD Risk Factor Collaboration, utilizados na pesquisa.
"O estudo mostra que,bot realsbet40 anos, o mundo passou por uma transição nutricional,bot realsbetsaída da desnutrição ebot realsbetentrada na obesidade", afirma Maria Ednabot realsbetMelo, presidente do Departamentobot realsbetObesidade da Sociedade Brasileirabot realsbetEndocrinologia e Metabologia (SBEM).
"A situaçãobot realsbetBrasil é semelhante ao que o estudo aponta - vivemosbot realsbetum ambientebot realsbetque o númerobot realsbetcrianças abaixo do peso não mais preocupa. O que mais preocupa é o númerobot realsbetcrianças com excessobot realsbetpeso ebot realsbetobesidade", avalia.
Questãobot realsbetstatus

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Assim como nos outros países pesquisados, a elevação dos níveisbot realsbetobesidade no Brasil está relacionada ao maior consumobot realsbetprodutos industrializados, ricosbot realsbetaçúcar e gorduras.
No país, porém, o consumo não estaria relacionado apenas a uma disparidadebot realsbetpreços entre alimentos saudáveis (normalmente, mais caros) e industrializados (mais baratos), mas também por uma questãobot realsbetstatus associada ao consumo desses itens.
"Hoje temos as famílias com disponibilidade grandebot realsbetalimentos industrializados e isso, para algumas delas, é chique. É como se fosse uma afirmação social poder consumir produtos industrializados. Esses produtos são saborosos, mas ricosbot realsbetsal, gordura e açúcares, e as pessoas não têm a real dimensão do quão nocivos eles são", alerta Melo.
De acordo com a Federação Mundialbot realsbetObesidade, o crescente nívelbot realsbetobesidade entre crianças e adultos coloca a saúde desse público "em perigo imediato".
Estimativa da organização aponta que,bot realsbet2025, 150 mil crianças e jovens no Brasil desenvolverão diabetes tipo 2, enquanto 1 milhão terão pressão arterial elevada. Outro dado alarmante é o númerobot realsbetcrianças e jovens brasileiros que sofrerão com gordura no fígado - cercabot realsbet1,4 milhão, segundo a entidade.
"O crescimento dos níveisbot realsbetobesidade é muito preocupante porque não temos um sistemabot realsbetsaúde preparado para lidar com a obesidade e com os problemas que ela gera", aponta Melo.
Como reduzir
A médica afirma que muitas vezes o indivíduo não compreende o que é a obesidade e não imagina que seus filhos possam sofrer com o problema.
"As pessoas acham que uma pessoa só tem obesidade quando é a obesidade grave. Falta uma identificação correta da doença também pelos profissionais da saúde", aponta.
Aumentar o aleitamento materno na infância e limitar o consumobot realsbetalimentos ricosbot realsbetaçúcar e gordura, como refrigerantes, biscoitos e fast food também é essencial para evitar que crianças se tornem obesas e para reduzir os níveis atuais da doença, alerta a Federação Mundialbot realsbetObesidade.
Também é importante encorajar os jovens a praticar exercícios físicos -bot realsbetacordo com a entidade, 80% dos jovens não atingem os níveis recomendadosbot realsbetatividade.
Reduzir a presença da doença na população significa mudar hábitos, conceitos e retomar algumas lições. "Tem que voltar a comer arroz com feijão. Pelo menos uma vez por dia", afirma Melo. Para as crianças pequenas que estão ainda aprendendo a comer, é importante que a família não consuma produtos que são proibidos para a criança. "Os pais, antesbot realsbetdizer não, precisam dar o exemplo."











