Varíola dos macacos: 'Brasil repete os mesmos erros cometidos com a covid', alerta presidente do Conass:roulette mini

"Com o coronavírus, não tivemos critériosroulette minitestagem para casos suspeitos logo no início. À época, isso impediu que o país conhecesse o real tamanho do problema com o qual estávamos lidando", contextualiza.

Fernandes explica que, no momento, existe uma espécieroulette mini"silêncio epidemiológico" sobre o vírus monkeypox, o causador da condição,roulette minialgumas regiões brasileiras.

Em outras palavras, isso significa que o patógeno pode estar se espalhando pela população sem que tenha sido detectadoroulette miniforma adequada pelos serviçosroulette minisaúde.

"Por ora, cada Estado está agindoroulette miniforma independente e tem critérios própriosroulette minitestagem e acompanhamentoroulette minicasos", avalia.

"Precisamosroulette miniuma coordenação nacional para atualizar e padronizar a estratégiaroulette minitodo o território e não permitir que o monkeypox se torne uma ameaça ainda maior."

"Sem coordenação nacional, a aquisiçãoroulette miniinsumos, medicamentos e tecnologias também fica muito mais difícil", completa.

De acordo com o portal Our World In Data, há maisroulette mini17 mil casos confirmadosroulette minivaríola dos macacos no mundo. Desses, 813 foram diagnosticados no Brasil.

'Questãoroulette minitempo'

Na avaliaçãoroulette miniFernandes, o decretoroulette miniemergênciaroulette minisaúde públicaroulette miniimportância internacional feito pela Organização Mundialroulette miniSaúde (OMS)roulette mini23roulette minijunho foi um acerto.

"A decisão permite acelerar açõesroulette minivigilância e desenvolvimentoroulette minitecnologias para responder rapidamente à doença."

"Sem esse estadoroulette miniemergência, a comunicação e as ações para conter o problema variam muitoroulette minipaís para país", analisa.

O médico sanitarista explica que,roulette miniaspectos como as característicasroulette minitransmissão e a ação dos patógenos, não faz sentido comparar o coronavírus e o monkeypox.

"Não podemos usar a covid como critério para reconhecer outras situações como uma emergênciaroulette minisaúde pública. A doença causada pelo monkeypox, mesmo com uma letalidade mais baixa, circula numa velocidade relevante eroulette miniproporções internacionais", diz.

Fernandes também argumenta que a noção distorcidaroulette minique a doença só aconteceroulette minigrupos específicos, como jovens, gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens, representa uma armadilha das grandes.

"É normal e esperado que algumas enfermidades afetem com mais frequência alguns grupos específicos", explica.

"Porém, pelas próprias características do monkeypox, é questãoroulette minitempo, talvezroulette miniapenas algumas semanas, para que ele comece a ser encontrado cada vez mais tambémroulette minioutros grupos, como heterossexuais ou idosos."

Mas o que precisa ser feito?

Questionado pela BBC News Brasil sobre quais são as ações concretas que o Brasil precisa tomar agora para lidar com o monkeypox, o presidente do Conass resumiu a necessidaderoulette minimudar as políticas públicasroulette minitrês aspectos.

Primeiro, reconhecer que todos os Estados estãoroulette minirisco e já devem ter a transmissão comunitária deste vírus.

"A partir disso, precisamos aumentar a nossa capacidaderoulette minitestagem e ampliar a suspeita clínica, que define quando uma pessoa deve passar por um exame desses", sugere.

Em segundo lugar, Fernandes diz que é preciso ter uma atenção especial com os critériosroulette miniisolamento dos casos confirmados — a principal formaroulette minitransmissão do patógeno acontece por meio do contato direto com as feridasroulette minium paciente. Outras vias infecção são gotículasroulette minisaliva e o compartilhamentoroulette miniobjetos contaminados.

A restriçãoroulette minicontatoroulette minialguém que está com a varíola dos macacos é essencial para quebrar as cadeiasroulette minitransmissão do vírus na comunidade e impedir um aumento ainda mais acelerado do númeroroulette minicasos.

"Nos preocupa o cenário atual,roulette minique se recomenda apenas o isolamentoroulette miniquem teve contato direto com alguém infectado. Vemos que,roulette minimuitos casos, a doença evolui com sintomas leves e poucas lesões, que podem passar despercebidos", avalia.

"Deveríamos ter medidas objetivasroulette minisaúde pública e criar uma comunicação clara sobre o que fazer", complementa.

A terceira e última ação urgente, na visão do especialista, é acelerar a busca por vacinas que protegem contra a enfermidade.

"O Brasil está lento e precisaroulette miniesforços mais vigorosos para adquirir esses imunizantes", critica.

"Fora que nós temos no país instituições reconhecidas internacionalmente, que poderiam ser mobilizadas para a produção desta vacina. Nosso país também tem um peso internacional grande, e poderia utilizar essa influência na OMS ou no mercado para garantir as doses", indica.

"Precisamos entender que o Brasil é um pontoroulette minigrande circulaçãoroulette minipessoas. Ter essa doença descontrolada no nosso país representa um risco não só para nós, mas para a América Latina e o mundo inteiro."

Por fim, o sanitarista entende que ainda há temporoulette minicontrolar a crise sanitária relacionada ao monkeypox.

"Se tivermos respostas atualizadas, que aumentem a testagem, o bloqueio da transmissão e a vacinação, podemos falar num controle dessa doença ao longo dos próximos anos", acredita.

"Porém, os países que subestimarem o monkeypox agora, terão um impacto muito maior", conclui.

Após a publicação desta reportagem, o Ministério da Saúde enviou uma nota à BBC News Brasilroulette minique diz atuar "para garantir que todos os casos suspeitos da varíola dos macacos fossem diagnosticadosroulette minitempo adequado".

"A pasta realiza o constante monitoramento e analisa diuturnamente a situação epidemiológica para orientar as açõesroulette minivigilância e resposta à doença no Brasil."

O texto também diz que, "antes mesmo da ocorrênciaroulette minicasos suspeitos ou confirmados da varíola dos macacos no país, o Ministério da Saúde buscou implementar estratégias para enfrentamento da doença. Uma dessas ações foi dar condições para testagem e diagnóstico dos casos suspeitos, atualmente realizadas nos quatro laboratóriosroulette minireferência do Brasil. Essas unidades têm atendido as necessidades atuais, sem sobrecarga."

"Os testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definiçãoroulette minicasos suspeitos para varíola dos macacos. Além disso, o Ministério da Saúde tem se antecipado para propor estratégias para ampliaçãoroulette minitestagensroulette minioutros laboratórios nacionais."

Por fim, a nota pontua que "o Ministério da Saúde também tem articulado com a OPAS/OMS as tratativas para aquisição da vacina contra a varíola dos macacos,roulette miniforma que o Programa Nacionalroulette miniImunizações (PNI) possa definir a estratégiaroulette miniimunização para o Brasil."

- Este texto foi publicado originalmenteroulette minihttp://roberthost1.accountsupport.com/brasil-62309648

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