Varíola dos macacos: 3 erros cometidospalpites santos x coritibaepidemias do passado que podem ser evitados no surto atual:palpites santos x coritiba

Crédito, Getty Images
O HIV e o coronavírus são exemplos desse fenômeno: a definição genéricapalpites santos x coritiba"grupospalpites santos x coritibarisco" fez com que muita gente relaxasse e não acreditasse na possibilidadepalpites santos x coritibauma infecção. Isso, porpalpites santos x coritibavez, criou novas cadeiaspalpites santos x coritibatransmissão na comunidade e permitiu que os patógenos se espalhassempalpites santos x coritibaforma silenciosa, sem chamar atenção.
A seguir, especialistas ouvidos pela BBC News Brasil listam três erros cometidospalpites santos x coritibaepidemias passadas que podem ser evitados agora, no surtopalpites santos x coritibavaríola dos macacos, epalpites santos x coritibaoutras crises futuras.
Xenofobia
Durante décadas, o sistemapalpites santos x coritibaclassificaçãopalpites santos x coritibanovos vírus, variantes ou até mesmopalpites santos x coritibadoenças levavapalpites santos x coritibaconta a localizaçãopalpites santos x coritibaque eles eram detectados ou noticiados pela primeira vez.
Zika, por exemplo, é uma floresta tropicalpalpites santos x coritibaUganda, onde o patógenopalpites santos x coritibamesmo nome foi encontrado pela primeira vezpalpites santos x coritiba1947.
Em 1918, a doença causadorapalpites santos x coritibauma das pandemias mais mortais da história ficou conhecida como "gripe espanhola" — apesarpalpites santos x coritibamuito provavelmente o vírus ter surgidopalpites santos x coritibacampos militares dos Estados Unidos (ela só foi noticiada antes por jornais na Espanha).
"E até hoje nós nomeamos as novas cepas do vírus influenza, o causador da gripe,palpites santos x coritibaacordo com a cidadepalpites santos x coritibaque elas foram detectadas", acrescenta a infectologista Raquel Stucchi, professora da Universidade Estadualpalpites santos x coritibaCampinas (Unicamp).
Vamos a um exemplo prático disso: as versões do patógeno que mais circularam no Brasil nos últimos meses foram o H1N1 Victoria e o H3N2 Darwin.
Victoria e Darwin são cidades do sul e do norte da Austrália, respectivamente.
Um sistema desses traz muitos problemas. O primeiro deles é que nem sempre o lugar onde um vírus, uma variante ou uma doença foram descritospalpites santos x coritibaprimeira mão são realmente o nascedouro daquele patógeno ou daquela condição.
A descoberta pode significar apenas que aquela cidade (ou aquele país) possuem um excelente sistemapalpites santos x coritibavigilância, que detectou casos importadospalpites santos x coritibaoutra região do planeta.
E, mesmo se o local tenha sido o "berço" do agente infeccioso ou da enfermidade, parece não fazer muito sentido usar o nomepalpites santos x coritibaum bairro, uma floresta, uma cidade ou um país para descrever aquele novo quadro.
Esse costume só cria um incentivo desnecessário à xenofobia — o nome adotado pode levar a interpretações errôneas, como se a culpa pelo problema fosse das pessoas que vivem no epicentro original do surto, da epidemia ou da pandemia.
A OMS percebeu esse risco e já mudou as coisas desde que a covid-19 apareceu.
O último coronavírus a chamar a atenção antes da pandemia atual foi o Mers-CoVpalpites santos x coritiba2012, detectado pela primeira vez na Arábia Saudita. O nome Mers é uma siglapalpites santos x coritibainglês para Síndrome Respiratória do Oriente Médio.
Na crise sanitária atual, essa tendência foi corrigida. O nome do vírus causador é Sars-CoV-2 (Sars é sigla para Síndrome Respiratória Aguda Severa) e a doença ficou conhecida como covid-19 (algo como "coronavírus doença 2019" na tradução literal da siglapalpites santos x coritibainglês).

Crédito, Getty Images
Termos mais neutros também foram adotados com as variantes do coronavírus. Quando surgiram, elas eram chamadaspalpites santos x coritibalinhagens "do Reino Unido", "da África do Sul" ou "de Manaus".
Mas isso foi rapidamente corrigido e as variantespalpites santos x coritibapreocupação foram atreladas às letras gregas — como alfa, beta, gama, delta e ômicron.
E a OMS parece mostrar a mesma preocupação agora com a varíola dos macacos. A entidade se posicionou depois que maispalpites santos x coritiba30 cientistas assinaram uma cartapalpites santos x coritibaque destacavam "a necessidade urgentepalpites santos x coritibabuscar nomes que não sejam discriminatórios ou estigmatizantes".
Stucchi, que também integra a Sociedade Brasileirapalpites santos x coritibaInfectologia, considera essa discussão "prudente".
"Isso é algo que deve ser muito bem pensado para a gente não incentivar constrangimentos ou preconceitos", avalia.
"Mas é curioso que essa preocupação mundial com o nome só apareça agora que a doença saiu da África e começou a atingir as Américas e a Europa", observa.
Estigmatizaçãopalpites santos x coritibagrupos sociais
O surgimentopalpites santos x coritibauma nova doença infecciosa sempre instiga a mesma pergunta: quem tem mais probabilidadepalpites santos x coritibaser acometido?
Por um lado, definir os chamados "grupospalpites santos x coritibarisco" é algo importante do pontopalpites santos x coritibavista da saúde pública.
"Em nenhuma doença o riscopalpites santos x coritibaadoecer ou morrer é homogêneo na população", explica o epidemiologista Alexandre Grangeiro, do Departamentopalpites santos x coritibaMedicina Preventiva da Faculdadepalpites santos x coritibaMedicina da Universidadepalpites santos x coritibaSão Paulo (USP).
"Portanto, ao determinar quem tem mais probabilidadepalpites santos x coritibaser afetado, você direciona as políticas públicaspalpites santos x coritibaforma adequada e não aumenta as desigualdades."
"Isso não apenas garante o cuidado aos pacientes no momento adequado, como ajuda a interromper a cadeiapalpites santos x coritibatransmissão do vírus", completa.
O problema é quando essa definição dos grupospalpites santos x coritibarisco acontecepalpites santos x coritibaforma precipitada, atabalhoada ou levapalpites santos x coritibaconta apenas os primeiros casos.
E foi exatamente isso o que ocorreu (e ainda ocorre)palpites santos x coritibaalgumas das epidemias das últimas décadas.
Nos anos 1980, quando a aids virou um problema global, as primeiras informações divulgadas davam contapalpites santos x coritibaque só homens que faziam sexo com outros homens estavam sob risco — à época, o termo "peste gay" era usado pejorativamente para falar da infecção pelo HIV.
Mais recentemente, na atual pandemiapalpites santos x coritibacovid-19, alguns conteúdos divulgados pela imprensa e nas redes sociais diziam que apenas idosos e indivíduos com sistema imunológico comprometido desenvolviam as complicações.

Crédito, Getty Images
Nos dois casos, essas mensagens iniciais confirmaram a noçãopalpites santos x coritibaque outras pessoas que não se encaixavam nos tais "grupospalpites santos x coritibarisco" estavam livrespalpites santos x coritibaqualquer ameaça.
E o resultado disso a gente viu na prática: os vírus se espalharam e afetaram gravemente pessoas que, supostamente, segundo essas informações erradas, não precisariam se preocupar com aids ou covid, como mulheres heterossexuais e adultos jovens, por exemplo.
Grangeiro avalia que o problema começa quando as definiçõespalpites santos x coritibarisco são muito genéricas e baseadas apenas nos primeiros casos detectados, que costumam ser mais graves e acabam encaminhados para serviços especializados.
"A princípio, algumas informações sobre os grupospalpites santos x coritibarisco não estão erradas, mas elas podem levar a estratégiaspalpites santos x coritibasaúde pública que, na prática, têm até impacto negativo", aponta o especialista.
"No caso da aids, por exemplo, se definiu que o risco era maior entre homens que fazem sexo com homens. Isso está errado? Não, o riscopalpites santos x coritibafato erapalpites santos x coritiba10 a 11 vezes maior nesse público", calcula.
"O erro estápalpites santos x coritibalevarpalpites santos x coritibaconta somente essa única observação nas políticaspalpites santos x coritibasaúde. Porque quem tinha maior risco eram os indivíduos com redes sexuais amplas e desprotegidas, inclusive heterossexuais", diz.
Agora com a varíola dos macacos, existe uma probabilidade desse mesmo padrão se repetir. De acordo com um relatório publicado pela Agênciapalpites santos x coritibaSegurançapalpites santos x coritibaSaúde do Reino Unido, a vasta maioriapalpites santos x coritibacasos foi identificadapalpites santos x coritibaindivíduos que se consideram gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens.
O estudo acompanhou 152 pacientes com a infecção confirmada. Desses, 151 diziam fazer partepalpites santos x coritibauma das três características listadas acima.
Mas, como as experiências passadas nos revelam, é um perigo fechar tão cedo assim grupospalpites santos x coritibarisco tão genéricos e dizer que o restante da população pode relaxar.
"Toda doença nova traz ansiedade, insegurança e medo. E esses conceitos iniciais acabam sendo muito fortes e ficam marcados", aponta Grangeiro.
"No próprio HIV, mesmo com décadaspalpites santos x coritibatrabalho, ainda vemos muito preconceito com a população homossexual e trans."
"Não podemos repetir esse erro mais uma vez", conclui o epidemiologista.
Ameaças à natureza
Para fechar a lista, não dá pra ignorar o fatopalpites santos x coritibaque a escolha do nome e as informações divulgadas sobre a doença trazem perigo a alguns animais.
O Brasil teve um exemplo clássico disso entre 2016 e 2017, quando alguns Estados registraram um surtopalpites santos x coritibafebre amarela.
Nesse contexto, o grande problema era que o vírus, transmitido por alguns mosquitos silvestres, afeta seres humanos e macacos, como os bugios.
"E nós tivemos registros lamentáveispalpites santos x coritibaepisódiospalpites santos x coritibaagressão e mortes violentaspalpites santos x coritibaalguns primatas nesse período", lembra a médica veterinária Paula Rodriguespalpites santos x coritibaAlmeida, professora da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.

Crédito, Getty Images
Isso aconteceu porque algumas pessoas interpretaram que os macacos eram os culpados ou até transmitiam o vírus — quando na verdade eles eram vítimas como os seres humanos.
"Eles são até mais suscetíveis que a gente", corrige Almeida.
"E como esses bugios morrem mais rapidamente, eles servem como sentinela e nos alertam sobre o possível aumentopalpites santos x coritibacasospalpites santos x coritibadeterminada região", complementa.
No caso da varíola dos macacos — como o próprio nome adianta, aliás — se repete esse risco aos animais por causapalpites santos x coritibauma interpretação equivocada dos fatos.
"E, mais uma vez, os macacos são vítimas dessa história. Eles são infectados, mas os reservatórios desses vírus na natureza são alguns roedores", esclarece Almeida.
Isso dá ainda mais força para uma eventual mudançapalpites santos x coritibanome do vírus ou da doença.
"Não podemos reforçar ou estimular estigmas, seja contra seres humanos ou contra os animais", conclui a especialista.

- Este texto foi publicadopalpites santos x coritibahttp://roberthost1.accountsupport.com/geral-61930716
palpites santos x coritiba Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal palpites santos x coritiba .
palpites santos x coritiba Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube palpites santos x coritiba ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospalpites santos x coritibaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapalpites santos x coritibausopalpites santos x coritibacookies e os termospalpites santos x coritibaprivacidade do Google YouTube antespalpites santos x coritibaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepalpites santos x coritiba"aceitar e continuar".
Finalpalpites santos x coritibaYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospalpites santos x coritibaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapalpites santos x coritibausopalpites santos x coritibacookies e os termospalpites santos x coritibaprivacidade do Google YouTube antespalpites santos x coritibaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepalpites santos x coritiba"aceitar e continuar".
Finalpalpites santos x coritibaYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimospalpites santos x coritibaautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticapalpites santos x coritibausopalpites santos x coritibacookies e os termospalpites santos x coritibaprivacidade do Google YouTube antespalpites santos x coritibaconcordar. Para acessar o conteúdo cliquepalpites santos x coritiba"aceitar e continuar".
Finalpalpites santos x coritibaYouTube post, 3









