'Se aumentar mais, profissão acaba': alta dos combustíveis já levou 25% dos motoristasevent freebet slotapps a desistir:event freebet slot
- Felipe Souza - @felipe_dess
- Da BBC News Brasilevent freebet slotSão Paulo

Crédito, Arquivo pessoal
Ana Paula Aparecidaevent freebet slotOliveira já acumula maisevent freebet slot25 mil corridasevent freebet slotaplicativosevent freebet slottransporte, mas pensa "todos os diasevent freebet slotdesistir"
event freebet slot O aluguel do carro que Daniela Cristina Teles,event freebet slot37 anos, usava para trabalhar subiuevent freebet slotR$ 1.400 para R$ 2.000 por mês. O litro do etanol passouevent freebet slotR$ 1,89 para R$ 4. O aumento do númeroevent freebet slotcasos e mortes por covid-19 a deixou com medoevent freebet slotestar no mesmo ambiente que desconhecidos.
"Pareievent freebet slottrabalhar com aplicativosevent freebet slotjaneiroevent freebet slot2021 porque tudo aumentou e a demandaevent freebet slotpassageiros diminuiu. Tantas desvantagens me fizeram procurar outra coisa", afirmou. Ela conseguiu emprego na Câmara Municipalevent freebet slotSão Paulo.
"Eu ainda tentei fazer Uber no fimevent freebet slotsemana, mas nem assim estava valendo a pena", contou Teles à reportagem.
Ela disse que nos últimos meses desistiu definitivamenteevent freebet slottrabalhar com aplicativos, depoisevent freebet slotse desanimar com o valor que gastava para abastecer o carro.
"Eu ganhavaevent freebet slotR$ 200 a R$ 300 reais por dia, mas eu gastava R$ 200 para encher o tanque com gasolina. Não valia a pena nem como complemento da renda", afirmou ela.
Essa foi a decisãoevent freebet slotmilharesevent freebet slotpessoas cadastradas como motoristasevent freebet slotaplicativosevent freebet slottransporteevent freebet slottodo o Brasil,event freebet slotacordo com o número apresentado por associações. Procurados, Uber e 99 — as maiores empresas do segmento no país — não apresentaram seus números ou discordaram desses dados.
As plataformas disseram que não têm nenhuma relação com o aumento dos combustíveis, mas que fazem parcerias com redesevent freebet slotpostos, o que garante descontos aos motoristas.
O presidente da Associaçãoevent freebet slotMotoristasevent freebet slotAplicativosevent freebet slotSão Paulo (Amasp), Eduardo Limaevent freebet slotSouza, — que diz representar até 62 mil profissionais — afirma que as tarifas não são reajustadas desde 2015. Segundo ele, 25% dos motoristasevent freebet slotaplicativo deixaramevent freebet slottrabalhar para a plataforma desde o inícioevent freebet slot2020.
De acordo com o representante da categoria, esse número foi colhido a partirevent freebet slotuma baseevent freebet slotdados da prefeitura. Souza diz que ela tinha 120 mil motoristas cadastrados no inícioevent freebet slot2020 e, hoje, tem 90 mil.
"Os motoristas entraram numa fase crítica depois desses consecutivos aumentos dos combustíveis. Uma situação muito grave. Não tivemos reajusteevent freebet slottarifa nem para acompanhar a inflação desde 2015. O motorista vem sentindo isso e muitos vêm desistindo desde o início da pandemia,event freebet slot2020", afirmou.

Crédito, Arquivo pessoal
Daniela Cristina Teles desistiuevent freebet slottrabalhar como motoristaevent freebet slotaplicativo após alta dos combustíveis, do aluguel do carro e medoevent freebet slotcontrair covid
A 99 disse que conecta maisevent freebet slot750 mil motoristas a passageirosevent freebet slotquase 2.000 cidades brasileiras e que este número se manteve estável mesmo durante a pandemia. "Podemos afirmar que não registramos diminuição significativaevent freebet slotmotoristas parceiros na plataforma", disse a empresa por meioevent freebet slotnota.
A empresa também admitiu que "o aumentoevent freebet slotpedidosevent freebet slotcorrida pode ocasionar maior tempoevent freebet slotespera na plataforma". A 99 disse ainda que " penaliza o motorista parceiro que cancelaevent freebet slotforma recorrente as corridas, assim como ocorre para passageiros".
A Uber disse que tem "equipes e tecnologias próprias que revisam constantemente as viagens e cancelamentos para identificar suspeitasevent freebet slotviolação e, caso sejam comprovadas, banir as contas envolvidas".
A Uber disse ainda que "os usuários estão tendoevent freebet slotesperar mais tempo por uma viagem porque, especialmente nos horáriosevent freebet slotpico, há mais chamados do que parceiros dispostos a realizar viagens."
Valor do repasse
O presidente da associação pede que os aplicativos tomem medidas para aumentar os rendimentos dos motoristas. A principal é aumentar os valores repassados aos trabalhadores.
Souza diz ainda que a categoria estáevent freebet slotnegociação com o governo paulista, a quem eles pedem uma redução do ICMS (imposto sobre mercadorias e serviços) dos combustíveis. Eles também querem a implantaçãoevent freebet slotum programa para auxiliar os motoristas a converterem seus carros para o Gás Natural Veicular (GNV) — que permite uma economiaevent freebet slotmaisevent freebet slot50%event freebet slotrelação ao consumoevent freebet slotgasolina.
Para instalar o equipamento, porém, os motoristas dizem que precisam desembolsar até R$ 4.000. Caso a situação persista sem acordo, os sindicalistas ameaçam fazer protestos e até entrarevent freebet slotgreve.
"Queremos que o governo estadual zere o ICMS do combustível. Esses dias, abasteci R$ 220, mas R$ 94 foi apenasevent freebet slotimposto. Se a gasolina chegar a R$ 7, como dizem, não tem como trabalhar. A gente busca o diálogo, mas numa possível manifestação, a população também estaria do nosso lado porque os combustíveis e a qualidade do transporte impactam e também prejudicam diretamente a vida deles", afirmou Eduardo Limaevent freebet slotSouza.
Ele disse estarevent freebet slot"negociação avançada" com o governo para a implantação do projeto sobre o GNV e que tem participadoevent freebet slotreuniões com a Uber e a 99 para tratarevent freebet slotaumentos dos repasses.
Procurado, o Governo do Estadoevent freebet slotSão Paulo resumiu a dizer que "houve reuniões sobre o tema e há interesse no projeto".
Daniela Cristina Teles, que desistiuevent freebet slottrabalhar como motoristaevent freebet slotaplicativos, começou a atuar na áreaevent freebet slot2017, depoisevent freebet slot15 anos trabalhando como gerenteevent freebet slotlojaevent freebet slotum shoppingevent freebet slotSão Paulo. Ela disse que migrouevent freebet slotprofissão na época porque já estava cansada, queria ter um trabalho sem terevent freebet slotlidar com chefe e poder fazer o próprio horário.
"Atualmente, o motorista escolhe corridas porque tem algumas inviáveis. Deveria haver um reajusteevent freebet slottarifas para fazer as corridas girarem e mais gente querer usar. As plataformas aumentaram o valor para os passageiros, mas ele não foi repassado para os motoristas e o serviço piorou. Todo mundo perdeu".
Vontadeevent freebet slotdesistir
Usuários frequentesevent freebet slotaplicativosevent freebet slottransporte ouvidos pela BBC News Brasil disseram que, no último ano, se tornou mais difícil fazer uma corrida, pois é comum motoristas cancelarem antesevent freebet slotbuscar os passageiros.
Motoristas disseram que isso é verdade e que ocorre porque muitas vezes o percurso não vale a pena, por conta do grande deslocamento até o local onde o passageiro está.

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Presidente da Associaçãoevent freebet slotMotoristasevent freebet slotAplicativosevent freebet slotSP (à esq.), Eduardo Limaevent freebet slotSouza, diz que 25% dos motoristasevent freebet slotaplicativo deixaramevent freebet slottrabalhar desde o início da pandemia
A massoterapeuta Ana Paula Aparecidaevent freebet slotOliveira,event freebet slot38 anos, trabalha há cinco como motoristaevent freebet slotaplicativo, depois que se divorciou e abandonou o emprego na empresa do ex-marido. Com o dinheiro do trabalho com aplicativos, ela criou os dois filhos, hoje com 18 e 14 anos, mas agora reflete: "penso todos os diasevent freebet slotdesistir".
"É triste quando fecha o dia e eu saio para abastecer. Estou há muito tempo fora do mercadoevent freebet slottrabalho e tenho dois filhos para criar, senão eu voltaria para a minha área", afirmou.
Ana Paula é uma motorista exemplar e possui um status que os mais novos almejam: 25 mil corridas acumuladas nos aplicativos, sendo 15 mil na Uber e 10 mil na 99.
Ela ainda é avaliada pelos passageiros com nota 5 (máxima) na 99 e 4,99 na Uber. Quanto maior a nota e o númeroevent freebet slotcorridas, mais chances ela temevent freebet slotser selecionada pelo algoritmo para transportar mais passageiros.
Com tamanha experiência no mercado, ela diz trabalhar 14 horas por dia, das 18h às 8h. Como a Uber só libera 12 horasevent freebet slotjornada por dia, as outras duas ela complementa com a 99.
"É uma jornada muito puxada, mas necessária. É um horárioevent freebet sloturgência e emergência, no qual somos muito acionados. Se você ligar para a ambulância, ela demora, mas a preta aqui chegaevent freebet slot5 minutos", afirmou sorrindo.
Ela disse que dezenasevent freebet slotmotoristas relatam,event freebet slotgruposevent freebet slotWhatsApp que ela participa, que estão exaustos, deprimidos, com ansiedade e desesperados por não terem certezaevent freebet slotque conseguirão pagar as contas no fim do mês. Ela também se diz "lutando contra o psicológico", mas afirma que usa truques para não ficar no prejuízo. Entre eles, está a escolhaevent freebet slotcorridas.
"Eu escolho corridas, não nego. Quando toca uma corrida longa, eu aceito. Já no horárioevent freebet slotpico, se eu pego muitas curtas, o lucro é menor porque algumas vezes demora 10 minutos para chegar até o passageiro. Geralmente, eu perco esse tempo e gasto combustível para fazer uma corrida pequena", relatou.
Para ela, o ideal seria ter condiçõesevent freebet slotinstalar um kit GNV no carro para economizar combustível.
"Assim, eu teria um fôlego maior. Eu tenho um carnê do carro para pagar, responsabilidades e dois filhos adolescentesevent freebet slotcasa. Eu pago R$ 300event freebet slotluz. Eu queria ter uma válvulaevent freebet slotescape, mas a minha área é descartável. As pessoas abrem mãoevent freebet slotmuita coisa e deixam a minha área por último. Ninguém quer fazer massagem na crise", afirmou.
Escolha e cancelamentoevent freebet slotcorridas
O presidente da Amasp, que também trabalha como motorista, disse que se tornou comum ocorrer situações nas quais o motorista gasta mais para buscar o passageiro do que ganha para levá-lo ao destino.
"Semana passada, tiveevent freebet slotrodar 17 minutos (5,9 km) para chegar ao passageiro. Quando o peguei, percorri 1,5 kmevent freebet slotcinco minutos. Ganhei R$ 8 pela corrida, o que mal deu para pagar o combustível, já que meu carro faz 5,9 km com um litroevent freebet slotetanol", afirmou Eduardo Limaevent freebet slotSouza.
Ele ainda critica o algoritmo do aplicativo, que, segundo ele, liga motoristas a passageiros que estão mais distantes. Ele mesmo disse ter feito testes com outros motoristas, que apontaram que o aplicativo acionou motoristas mais longe, ao invésevent freebet slotalguns que estavam mais próximos dos passageiros.
Souza também diz que o aplicativo, muitas vezes, cancela a corrida sozinho.
"As plataformas estão com problemas nos aplicativos e a culpa está caindo nos motoristas", afirmou.

Crédito, Arquivo pessoal
Rosemar diz que só não desistiuevent freebet slottrabalhar como motoristaevent freebet slotaplicativo porque ganhou kit GNV, que reduz custoevent freebet slotcombustível pela metade
Rosemar Pereira,event freebet slot48 anos, disse que só não desistiuevent freebet slottrabalhar como motoristaevent freebet slotaplicativo porque ganhou há um mês um kit GNVevent freebet slotum amigo.
"Eu só tiveevent freebet slotpagar R$ 800 para instalar e R$ 600 para alterar a documentação do carro, mas te garanto que a economia é gigante. O problema é que a maioria dos motoristas não tem condiçãoevent freebet slotfazer esse investimento. Eu mesmo tiveevent freebet slotusar o cartão da minha esposa para pagar a instalação", contou.
Pereira é motorista profissional há maisevent freebet slot20 anos. Já dirigiu táxi, ônibus e agora trabalha com aplicativos porque não consegue voltar para a áreaevent freebet slotorigem. Ele conta que já deixou o currículo deleevent freebet slotdiversas empresasevent freebet slottransporte para voltar a dirigir ônibus, mas acredita que não é contratado por ser considerado velho para a profissão.
Na opinião dele, se a previsãoevent freebet slotalguns economistas se concretizar e o combustível continuar aumentando, a categoria não conseguirá mais trabalhar e acabará.
"Se tiver mais dois aumentos, a profissão acaba, se torna inviável. Essas promoções que os aplicativos fazem para os passageiros são inviáveis para nós. Os carros são lavados pelo menos duas vezes por semana. Eu só não desisti porque não arrumei nada e ganhei esse kit que caiu do céu. Mas se os aplicativos diminuíssem a taxa deles e o governo reduzisse os impostos, ajudaria bastante o motorista".

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