Meio séculotruques apostas desportivastrabalho por aposentadoria integral: entenda a propostatruques apostas desportivasreforma da Previdência:truques apostas desportivas
- Ingrid Fagundez
- Da BBC Brasiltruques apostas desportivasSão Paulo

Crédito, Valdecir Galor/SMCS
truques apostas desportivas Os brasileiros vão precisar trabalhar por mais tempo para garantir a aposentadoria.
Esse foi o recado principal do governo ao apresentar, no iníciotruques apostas desportivasdezembro, a PEC (Propostatruques apostas desportivasEmenda Constitucional) que inclui uma Reforma da Previdência Social.
O texto foi enviado ao Congresso, onde precisa ser aprovado. Segundo o presidente Michel Temer, as novas regras vão ajudar a manter a sustentabilidade das contas públicas diantetruques apostas desportivasum buraco crescente do setor previdenciário.
Entre as principais alterações estão o tempo mínimotruques apostas desportivascontribuição à Previdência, que passatruques apostas desportivas15 anos para 25 anos, e a idade mínimatruques apostas desportivasaposentadoria para homens e mulheres, fixadatruques apostas desportivas65 anos. Mudam também as normas para a pensão por morte e aposentadoria rural.
Diantetruques apostas desportivastantas modificações, os brasileiros se perguntam: elas são rígidas demais ou estão dentrotruques apostas desportivasum padrão razoável?
Especialistas entrevistados pela BBC Brasil dividem-se sobre o tema. Parte deles considera que os 65 anos representam um limite duro para um paístruques apostas desportivasdesenvolvimento, onde a expectativatruques apostas desportivasvida não é das mais altas. Outros, no entanto, argumentam que grandes economias já tinham adotado uma idade mínima - e que o Brasil demorou a fazê-lo.
Conheça abaixo os principais pontos da proposta e as análises sobre ela.

Crédito, AP
Reforma da Previdência é uma das apostastruques apostas desportivasMeirelles e Temer para conter rombo nas contas federais
Idade mínima e tempotruques apostas desportivascontribuição
Hoje, os brasileiros podem se aposentar por idade ou por tempotruques apostas desportivascontribuição.
No primeiro caso, os homens precisam ter 65 anos e mulheres, 60 - ambos devem ter contribuído por pelo menos 15 anos. No segundo, não há idade mínima exigida e basta que homens tenham contribuído por 35 anos e mulheres, 30.
Com a reforma, o tempo mínimotruques apostas desportivascontribuição passa para 25 anos e otruques apostas desportivasaposentadoria, para 65. Os fatores, portanto, passam a ser conjuntos: é preciso preencher os dois requisitos para receber o benefício.
Nesses termos, quem se aposentasse receberia 76% da média dos saláriostruques apostas desportivascontribuição, acrescidostruques apostas desportivasum ponto percentual para cada anotruques apostas desportivascontribuição. Para chegar a 100% desse valor, sempre respeitando o teto do INSS, hoje emtruques apostas desportivasR$ 5.189, uma pessoa teria que trabalhar 49 anos.
O professortruques apostas desportivaseconomia da FEA-USP José Roberto Savoia considera tais condições excessivas. Ele diz quetruques apostas desportivaspaíses desenvolvidos, como Alemanha e França, é possível chegar aos 100% da médiatruques apostas desportivascontribuiçõestruques apostas desportivas43 anos.
A diferença fica ainda mais gritante quando são comparadas as expectativastruques apostas desportivasvida ao nascer. No Alemanha, por exemplo, a dos homens étruques apostas desportivas77 anos. No Brasil, o número ficatruques apostas desportivas71,9.
"Quase 50 anos é muito puxado para a realidade brasileira. (Com as novas regras), se alguém começa a trabalhar aos 18 anos, tem que ir até os 68 para ter o benefício integral."
De acordo com Savoia, muitos dos que conseguem um emprego cedo não contribuem por tanto tempo porque ficam,truques apostas desportivasalgum momento, fora do mercado formal. Hoje, essas pessoas, normalmentetruques apostas desportivasclasses mais baixas, se aposentam por idade - aos 65 anos para homens e 60 para mulheres, e 15 anostruques apostas desportivascontribuição. Com as novas regras, precisarão comprovar os 25 anostruques apostas desportivascontribuição.

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Proposta impediria que pessoas com menostruques apostas desportivas25 anostruques apostas desportivascontribuição se aposentassem
Além da informalidade, a propostatruques apostas desportivasreforma não levoutruques apostas desportivasconta outras transformações do mercadotruques apostas desportivastrabalho, diz Jorge Félix, professor convidado da USP e autortruques apostas desportivasvários livros sobre o assunto.
Ela afirma que, para reduzir os custos, muitas empresas estão cortando os salários mais altos, demitindo pessoas com maistruques apostas desportivas40 anos, que não conseguem voltar ao mercado e paramtruques apostas desportivascontribuir.
Félix também cita a precarização das vagas, fazendo com que muitos brasileiros não tenham a carteira a assinada e também paremtruques apostas desportivascontribuir para a Previdência.
"A idade mínima penaliza os mais pobres, que começaram a trabalhar mais cedo sem registro e não podem comprovar os 25 anos. E também a geração Y, que já está sofrendo com a fragilização do mercado. Vamos criar um exércitotruques apostas desportivaspessoas que não vão conseguir se aposentar."
Por outro lado, os 65 anos são considerados "bem razoáveis" pelo professortruques apostas desportivaseconomia da FGV e PUC-SP Nelson Marconi.
Ele diz que, com os novos padrões, o governo vai privilegiar quem entra mais cedo no mercado. Segundo o professor, cria-se um incentivo para que as próximas gerações comecem a contribuir quando jovens.
"Alongar o períodotruques apostas desportivascontribuição é necessário, porque a população está envelhecendo."

Crédito, Volkswagen do Brasil
Medidas adiariam aposentadoriatruques apostas desportivasquem começa a trabalhar cedo - seria obrigatório esperar até os 65 anos
Na mesma linha, o professortruques apostas desportivasContabilidade da USP Luís Eduardo Afonso afirma que a mesma idade mínima é usadatruques apostas desportivasoutros países da América Latina e Europa, e acrescenta que, dada a situação das contas públicas, o governo demorou para sugerir a medida.
Ele elogia o aumentotruques apostas desportivas1% no valor do benefício a cada anotruques apostas desportivascontribuição.
"É um incentivo para que os brasileiros adiem a aposentadoria, o que dá um alívio para o sistema. A importância (de contribuir) vai ficar mais clara na cabeça das pessoas."
Ele concorda que os mais pobres serão afetados, mas diz que apenas no médio prazo.
"É provável que um grupo que conseguiria comprovar os 15 anostruques apostas desportivascontribuição (na regra atual) vai ter que trabalhar mais para comprovar o período adicional."
Segundo Afonso, os brasileirostruques apostas desportivasrenda mais alta - que hoje entram no mercado cedo, se aposentam por tempotruques apostas desportivascontribuição e normalmente paramtruques apostas desportivastrabalhar aos 50 e poucos anos - serão os mais prejudicados.
No novo cenário, terão que esperar até os 65 anos.

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Regimetruques apostas desportivasmilitares não é citado na reforma
Regrastruques apostas desportivastransição
Se aprovadas no Congresso e sancionadas por Temer, as novas regras não valerão para todos os brasileiros. Quem recebe o benefício ou já preenche todos os requisitos para se aposentar não será afetado.
Já homens que têm maistruques apostas desportivas50 anos e mulheres com maistruques apostas desportivas45 entrarão no grupotruques apostas desportivastransição, que seguirá normas intermediárias.
Eles pagarão um "pedágio"truques apostas desportivas50% do tempotruques apostas desportivascontribuição que ainda falta,truques apostas desportivasacordo com as regras atuais: 30 anostruques apostas desportivascontribuição para mulheres e 35 para homens ou 60 anostruques apostas desportivasidade para mulheres e 65 anos para homens, com 15 anostruques apostas desportivascontribuição.
Hoje, um homemtruques apostas desportivas50 anos e 33truques apostas desportivascontribuição precisatruques apostas desportivasmais dois anos para receber o benefício. Com o "pedágio"truques apostas desportivas50%, o tempo aumentaria para três anos.
Para o professor Jorge Felix, a transição vale para um conjunto muito restrito, que está à beiratruques apostas desportivasse aposentar com todos os anostruques apostas desportivascontribuição comprovados. Mas voltaria a excluir os informais ou os desempregados, que perdem nessa conta.
"Uma parcela minúscula teve tanta estabilidade para se beneficiar dessa condição."
Já Luís Eduardo Afonso, da USP, vê padrões que poderiam ser ainda mais rigorosos e diz que o Brasil já fez coisas parecidastruques apostas desportivasoutras tentativastruques apostas desportivasreforma.
"Talvez o governo tenha colocado uma transição menos dura do que gostaria, até pelas reações que poderia causar. Essa está no meio termo."

Crédito, Ag. Brasil
Proposta do governo foi explicada por Marcelo Caetano, secretário do Ministério da Fazenda
Servidores públicos e militares
Se aprovada, a Reforma da Previdência vai equiparar os direitos e benefíciostruques apostas desportivastrabalhadores do setor privado e do público. Ficarão sujeitos às mudanças os funcionários públicos que tenham menostruques apostas desportivas45 anos (mulheres) ou 50 anos (homens). Os que passarem dessa idade e ainda não se aposentaram também terão que pagar o tempo adicionaltruques apostas desportivas50%.
No caso dos servidores públicos com menostruques apostas desportivas50 anos (homens) ou 45 anos (mulheres), e que ingressaram no serviço antestruques apostas desportivas2003, será extinta a chamada "integralidade", o recebimento da aposentadoria com base no salário integral do servidor.
Também está previsto o fim da "paridade", que faz com que o benefício dos aposentados acompanhe os reajustes dados aos servidores ativos.
Segundo os entrevistados, essas mudanças são importantes para colocar todos os brasileiros no mesmo patamar, pelo menos no aspecto previdenciário.
Os rombos da previdência do setor público e do INSS - onde estão os profissionais da iniciativa privada - são semelhantes, ficando na casa dos R$ 90 bi, mas o primeiro tem menos gente e salários muito mais altos.
Apesartruques apostas desportivasaprovarem a medida, os economistas acham que elas não terão um impacto tão grande no curto prazo.
"Para o futuro é perfeito, porque está dizendo que não vai ter diferenciação, mas para o presente continua o deficit."
Eles questionam também o fatotruques apostas desportivasmilitares, que correspondem a 45% do rombo da Previdência dos servidores da União, terem ficadotruques apostas desportivasfora.
Os economistas apontam razões políticas, como o forte lobby que o grupo tem no Congresso, para o governo evitar as medidas. Leia mais no texto da BBC Brasil sobre o assunto.




