A fonoaudióloga que quer transformar policiaismelhores casas de apostas para cassino'princípes' com métodomelhores casas de apostas para cassinonão-violência:melhores casas de apostas para cassino

  • Ingrid Fagundez
  • Da BBC Brasilmelhores casas de apostas para cassinoSão Paulo
Maismelhores casas de apostas para cassino3.000 policiais já fizeram os cursosmelhores casas de apostas para cassinoComunicação Não Violenta dados por Azzariti

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Maismelhores casas de apostas para cassino3 mil PMs já fizeram os cursosmelhores casas de apostas para cassinoComunicação Não Violenta dados por Azzariti

"Vocês querem ser homens ou sapos?". É o que pergunta a fonoaudióloga Mônica Azzariti aos policiais das UPPs (Unidadesmelhores casas de apostas para cassinoPolícia Pacificadora) do Riomelhores casas de apostas para cassinoJaneiro.

Não importa o que dizem os ouvintes,melhores casas de apostas para cassinoresposta é sempre a mesma: "Mas não quero homens, quero príncipes".

O diálogo acontece nos cursosmelhores casas de apostas para cassinoComunicação Não Violenta que Azzariti dá aos PMs desde o ano passado.

Nas aulas, ela adapta o método - baseadomelhores casas de apostas para cassinoobservação e diálogo - ao dia a dia das favelas. O objetivo é evitar conflitos com os moradores, melhorando a interação dos soldados e tornandomelhores casas de apostas para cassinoação mais racional. A iniciativa faz partemelhores casas de apostas para cassinoum projetomelhores casas de apostas para cassinoPolíciamelhores casas de apostas para cassinoProximidade, que pretende integrar as unidades à população.

No primeiro semestremelhores casas de apostas para cassino2015, foram registradas 73 mortesmelhores casas de apostas para cassinoáreasmelhores casas de apostas para cassinoUPPs, 17 classificadas como homicídios decorrentesmelhores casas de apostas para cassinointervenção policial. Do outro lado, seis policiais militares morreram no período, segundo o Institutomelhores casas de apostas para cassinoSegurança Pública (ISP) do governo do Estado.

Entre as lições do cursomelhores casas de apostas para cassinoduas horas estão desfazer a "caramelhores casas de apostas para cassinotigre" - caramelhores casas de apostas para cassinomau ensinada no treinamento -, controlar o tommelhores casas de apostas para cassinovoz e usar abraços para criar laços com os locais.

"Para isso, falo do funcionamento do cérebro. Digo: vocês querem agir pelo tronco encefálico, o cérebro primitivo-reptiliano, o dos sapos? Ou querem ser homens e usar as capacidadesmelhores casas de apostas para cassinoraciocínio que só o ser humano tem?"

Voluntária na polícia, Mônica Azaritti assessora o Bope desde 2014, especialmente sobre negociaçãomelhores casas de apostas para cassinoreféns. No ano passado, foi convidada a orientar as UPPs. De lá para cá, maismelhores casas de apostas para cassino3 mil homens assistiram suas aulas.

O que paga as contas, diz, são seus trabalhos como perita e professoramelhores casas de apostas para cassinopós-gradução. Especialistamelhores casas de apostas para cassinoleitura comportamental, faz análisesmelhores casas de apostas para cassinodepoimentos e delações, entre elas amelhores casas de apostas para cassinoPaulo Roberto Costa e Alberto Youssef, envolvidos na Operação Lava Jato.

Alémmelhores casas de apostas para cassinofonoaudióloga, Azzariti também é perita e especialistamelhores casas de apostas para cassinoleitura comportamental

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Alémmelhores casas de apostas para cassinofonoaudióloga, Azzariti também é perita e especialistamelhores casas de apostas para cassinoleitura comportamental

Neurociência

A transformação citada por Azzariti passa pela neurociência. Ao falar sobre o cérebro, ela quer impedir comportamentos impulsivos e os erros que eles trazem.

A fonoaudióloga usa dois conceitos: a fisiologia da primeira impressão e a primazia do negativo.

O primeiro trata dos perfismelhores casas de apostas para cassinopessoas e situações que construímosmelhores casas de apostas para cassinonossas mentes e podem representar um perigo, por exemplo. Quando identificamos algum deles, reagimos. Azzariti explica que, por trabalharemmelhores casas de apostas para cassinoambientes instáveis, os PMs têm essas reações mais afloradas.

"Todos temos algum tipomelhores casas de apostas para cassinopreconceito inconsciente, mas eles têm isso muito forte porque suas vidas estãomelhores casas de apostas para cassinorisco. É o que faz policiais atiraremmelhores casas de apostas para cassinopessoas que estão segurando uma furadeira. Às vezes tomam atitudes automáticas,melhores casas de apostas para cassinoautoproteção."

O segundo termo diz respeito aos pensamentos negativos que imperam nos soldados. Eles sempe esperam o pior, porque foram treinados assim.

"É uma espéciemelhores casas de apostas para cassinoblindagem. É o melhor? É correto? Não. Mas é fisiológico. Tento conscientizá-los para que racionalizem mais."

Uma das situações que Azzariti trabalha é a relação com os líderes comunitários, muitas vezes conflituosa. Ao dar um recado ao representante da comunidade, o policial pode ouvir um "vocês não mandam na gente".

Em vezmelhores casas de apostas para cassinogritar, ele é orientado a observar a ação sem julgar ou criticar, reconhecer os sentimentos que estão ali, identificar o que é preciso para resolver o problema e saber o que pedir e como pedir. Essa é a metodologia da Comunicação Não Violenta.

Post na página do curso; método serve para melhorar relação com as comunidades

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Post na página do curso; método serve para melhorar relação com as comunidades

Moradores, não bandidos

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Questionada sobre a aplicação do método quando há suspeitosmelhores casas de apostas para cassinocrimes, a fonoaudióloga destaca que ele serve para o contato com os moradores, não com "bandidos".

"Os policias usam o termo 'vagabundo'. Eles conhecem muito bem. O tratamento é para todo cidadão que não está cometendo nenhum tipomelhores casas de apostas para cassinodelito."

As revistas nos moradores, prática bastante criticada por ONGsmelhores casas de apostas para cassinodireitos humanos, é defendida pela especialista.

Prevenir crimes, diz Azzariti, é função dos policiais. Mas há formas e formasmelhores casas de apostas para cassinorevistar alguém. Namelhores casas de apostas para cassinoopinião, abordar pessoas com educação diminuiria o constrangimento.

Apesar da importância das lições para evitar episódios violentos, ela diz que sempre há resistência nas primeiras aulas.

"Tenho que convencê-losmelhores casas de apostas para cassinoque precisam usar as estratégias. Chegam blindados e preciso desconstruir isso. Por isso é tão apaixonante."

Depois da persuação, há fotos ao lado da instrutora, mensagensmelhores casas de apostas para cassinoagradecimento e até aplicação das técnicas nos casamentos dos PMs: "dizem 'professora, vou usar isso com a minha mulher".

Azzariti e policiais da UPP da Fazendinha

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Azzariti e policiais da UPP da Fazendinha, no Complexo do Alemão

Origem dos problemas

Os problemasmelhores casas de apostas para cassinocomunicação, são, para a fonoaudióloga, explicados por dois fatores-chave: as condições ruinsmelhores casas de apostas para cassinotrabalho e a visão negativa que a sociedade tem dos policiais. Eles aumentariam o estresse, facilitando posturas mais agressivas.

"Eles dizem 'Ah, a senhora não sabe, tem serviçomelhores casas de apostas para cassinoque a gente fica 24 horas, 12 horasmelhores casas de apostas para cassinopé e recebe um pão duro com mortadela verde e água'. E, realmente, não tem água para beberem, não tem lanche, sem falar que trabalham muito."

Além disso, a perita diz que a população não está disposta a conversar com os policiais e que culpa toda a corporação pelos erros cometidos por parte dela. Segundo Azzariti, o perfil do soldado mudou, mas a maioria continua pagando pelos equívocos do passado, quando a brutalidade era a única via.

"Antigamente havia um perfil truculento. Um soldado teria dificuldade para ler e escrever. Hoje há soldados que fazem pós-graduação e isso transforma completamente seu perfil. Vejo formadosmelhores casas de apostas para cassinoPedagogia, Arquitetura, Engenharia. As coisas mudaram."