Os pastores evangélicos perseguidos pela ditadura:bet nacional é bom

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Na época, ocupava o cargobet nacional é bomdiretor do Departamento Nacionalbet nacional é bomJuventude da Igreja Metodista e era editorbet nacional é bomuma revista da igreja dirigida a esse público.
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Fim do Matérias recomendadas
Fez parte desde abet nacional é bomjuventude da Ação Popular, uma organização criada por militantes da juventude católica que se expandiu para um caráter não confessional e defendia o conceito-chave do “socialismo como humanismo”.
Além das suspeitasbet nacional é bominfiltração comunista, ele entrou na mira do regime por auxiliar na proteçãobet nacional é bomperseguidos políticos que buscavam o exílio e informar às redes ecumênicas internacionais sobre o que acontecia nas prisões da ditadura brasileira.
"Forçaram-me a tirar minha roupa e me colocaram na 'cadeira do dragão'. Uma cadeira revestida com folhasbet nacional é bommetal conectadas por um fio a um rádio militarbet nacional é bomcampanha", contou Padilha sobre as torturas que sofreu na prisãobet nacional é bomdepoimento realizado para Procuradoria da República e Conselho Mundialbet nacional é bomIgrejas (CMI)bet nacional é bom2011.
"Fui colocado nu no assento com minhas mãos e pés amarrados. Exigiram que eu desse todas as informações que eu possuía. A cada negativa, o torturador girava a manivela do telefone para aumentar a intensidade dos choques."
Padilha foi solto e se exilou no Uruguai, Suíça e Estados Unidos, tendo retornado ao Brasil somente após a Leibet nacional é bomAnistia,bet nacional é bom1979. Por seu tempo fora, só conheceu o filho Alexandre aos 8 anos.
O ministro relembrou a experiênciabet nacional é bomsua família com a perseguição ao paibet nacional é bomum ato pró-democraciabet nacional é bom2014.
"Muito cedo tive que aprender o que era a ditadura para entender porque eu e minha mãe mudávamosbet nacional é bomcasa e não tínhamos residência fixa até meus 4 anos. Só falava com meu pai por carta ou por fita cassete", contou.
Anivaldo Padilha não foi o único integrantebet nacional é bomuma igreja evangélica denunciado por membros da própria comunidade.
Segundo os relatórios elaborados pela Comissão Nacional da Verdade após anosbet nacional é bominvestigações sobre as violaçõesbet nacional é bomdireitos humanos ocorridas durante o regime militar, boa parte das lideranças evangélicas se alinharam ao governobet nacional é bomexceção depois da tomada do poder há 60 anos.
Com isso, pastores e membros das congregações que teciam críticas à ditadura, faziam partebet nacional é bomorganizaçõesbet nacional é bomoposição ou mantinham posições consideradas nocivas para a segurança nacional naquele momento foram perseguidos e tiveram que atuar na clandestinidade.
Os denunciados ao regime foram acusadosbet nacional é bomsubversão, forçados ao exílio, torturados e,bet nacional é bomalguns casos, ficaram desaparecidos.
Muitos também sofreram processos eclesiásticos e foram até excluídosbet nacional é bomsuas igrejas. Concílios inteiros e unidades administrativas locais também foram dissolvidas.

Crédito, Igreja Metodista
Entre as vítimas evangélicas, estavam principalmente aqueles que pregavam uma renovação nas ideias tradicionais defendidas por esse segmento cristão desde o século 19,bet nacional é bomespecial o fundamentalismo bíblico, o puritanismo e um isolamento das coisas consideradas mais mundanas, como a política.
Em vez disso, essas lideranças pregavam a responsabilidade das igrejas diantebet nacional é bommudanças políticas e a luta por justiça social.
Os movimentos ecumênico, que defende a unidadebet nacional é bomdiferentes igrejas e comunidades cristãs, ebet nacional é bomjuventude evangélica tiveram forte papel na pressão por mudanças.
"Essa forte aproximação com a Igreja Católica era rejeitada pelos mais conservadores", afirma Alderi Souza, pastor presbiteriano e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O historiador e teólogo explica que, ao mesmo tempo, também havia grande preocupação do comandobet nacional é bomrelação a uma corrente que crescia: o liberalismo teológico.
"Quem apoiava essas ideias acreditava na ênfase na teologia que já não priorizava mais a evangelização no sentido clássico, ou a espiritualidade e a teologia no sentido tradicional, mas sim o envolvimento político social", diz Souza.
Do mundo para as igrejas
Não foi apenas a pressão por mudanças internas que incomodou. A cisão interna que atingiu as igrejas evangélicas no Brasil foi um reflexo das convulsões experimentadas pela sociedade brasileira como um todobet nacional é bommeados do século 20, explica o historiador.
O momento erabet nacional é bomextrema polarização, com um contexto internacional também agitado.
Enquanto o Murobet nacional é bomBerlim marcava a tensão geopolítica entre a União Soviética e os Estados Unidos e seus respectivos aliados, internamente, João Goulart sofria uma forte resistência conservadora contra seu governo.
Antes mesmo do golpebet nacional é bom1964, as reações antagônicas aos ideais que cresciam na época e o movimento contra a chamada "ameaça vermelha" do comunismo também tiveram impacto nas igrejas.
Houve uma cisãobet nacional é bomposições ideológicas dentro das igrejas como estava acontecendo na sociedade brasileira, diz Souza.
"Enquanto alguns indivíduos estavam alarmados com aquilo que entendiam como a ascensão da esquerda e o risco iminente da tomada do poder pelos comunistas, outros estavam empolgados com as novas ideias que surgiam e defendiam até mesmo soluções mais radicais, como a luta armada para tomada do poder."
Na cúpula da maioria das igrejas evangélicas, predominou a primeira posição, segundo o historiador.

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Dois anos após a tomada do poder pelos militares, a Igreja Presbiteriana do Brasil elegeu o pastor Boanerges Ribeiro, que defendia uma posição conservadora, para presidir o Supremo Concílio, que manteriabet nacional é bominfluência por quase 20 anos.
Movimentos semelhantes acontecerambet nacional é bomoutras denominações protestantes, entre elas a batista e a metodista.
Não demorou muito para que essas lideranças entrassembet nacional é bomconflito direto com os pastores e membros da comunidade que defendiam ideias opostas àquelas pregadas pelo regime militar.
Segundo Raimundo Barreto, pastor batista, historiador e professor da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, muitos integrantes foram influenciados "pelas discussõesbet nacional é bomtorno do marxismo e das promessas não cumpridas do desenvolvimento capitalistabet nacional é bommelhores condiçõesbet nacional é bomvida".
"Muito desse movimento aconteceu às margens das igrejas protestantes, porque o mundo do protestantismo brasileiro sempre foi conservador e influenciado por movimentos missionários americanos mais individualistas cuja maior preocupação era a conversão."

Crédito, Arquivo Nacional
Em umbet nacional é bomseus relatórios, a Comissão da Verdade aponta como "protestantes com engajamento social, especialmente, aqueles vinculados ao movimento ecumênico, eram identificados pelos agentes do sistema como inimigos da nação".
O comitê aponta como uma das provasbet nacional é bomtal perseguição um documento elaborado pelo Serviço Nacionalbet nacional é bomInformações (SNI), o órgãobet nacional é bomcoletabet nacional é bominformações ebet nacional é bominteligência do regime militar,bet nacional é bom30bet nacional é bomoutubrobet nacional é bom1980.
O texto afirma que grupos religiosos evangélicos procuravam "influir na política governamental nos diversos campos do poder nacional, atravésbet nacional é bomeducação e doutrinação das massas, visando a consecuçãobet nacional é bomseus objetivos políticos”.
O colegiado que investigou as violações ocorridas durante os anosbet nacional é bomautoritarismo afirma ainda que os agentes da repressão denominavam “progressistas” tanto católicos quanto protestantes, por contabet nacional é bomações consideradas “contestação ao regime vigente e às autoridades constituídas”.
Em 1964, ano do golpe que deu início ao regime militar, as igrejas evangélicas passavam por um momentobet nacional é bomexpansão.
O protestantismo chegou ao Brasil no início dos anos 1900, mas foi apenas a partir dos anos 1960 que um crescimento substantivo pôde ser notado, especialmente com o aparecimento das igrejas neopentecostais a partir dos anos 1970
Na décadabet nacional é bom1960, segundo dados do censo, cercabet nacional é bom4,3% da população se declarava evangélica - uma parcela pequena se comparada aos 23% registradosbet nacional é bom2010.
Em contrapartida, maisbet nacional é bom90% da população se declarava católica daquele momento.
Mas, assim como as igrejas evangélicas, as lideranças católicas também desempenharam papéis contraditórios durante a ditadura militar no Brasil.
Por um lado, parte da cúpula da Igreja Católica apoiou os militares. Por outro, muitas lideranças e fiéis católicos foram personagens importantes na resistência e foram perseguidos por isso.
Outro grupo religioso que entrou na mira dos militares foram as Testemunhasbet nacional é bomJeová, por se absterembet nacional é bomqualquer participação política e recusarem o alistamento militar e a idolatria a símbolos nacionais.
'Pastor por conveniência'
Assim como Anivaldo Padilha, Zwinglio Dias, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), também foi preso, no DOI-Codi no Riobet nacional é bomJaneiro, onde sofreu tortura psicológica.
Ele era membro do Centro Ecumênicobet nacional é bomDocumentação e Informação (Cedi), que promovia reuniõesbet nacional é bomque havia a trocabet nacional é bominformações sobre os colegas que estavam sendo perseguidos.
Foi presobet nacional é bom1971 e contou que, embora não tenha sido submetido às torturas físicas, foi bastante ameaçado, assistindo pessoas serem torturadas nabet nacional é bomfrente.
Em Memórias Ecumênicas Protestantes, livro publicadobet nacional é bom2014, ele afirma ter sido investigado pela igreja por ser um "ateu por convicção, político por profissão, e pastor por conveniência" antes mesmobet nacional é bomser ordenado pastor, quando ainda era licenciado.
Já o pastor presbiteriano Leonildo Silveira Campos foi presobet nacional é bom1969 aos 21 anos, quando ainda era seminarista da Igreja Presbiteriana Independente.
Ele foi acusadobet nacional é bomsubversão e ficou 15 dias detido nas dependências da Operação Bandeirantes (Oban) e no Departamentobet nacional é bomOrdem Política e Social (Dops),bet nacional é bomSão Paulo.
O centrobet nacional é bominformações e investigações criado pelos militares e conhecido como Oban também é lembrado por conta do pastor batista Roberto Pontuschka, capelão do Exército que, segundo depoimentos, teria atuado também como torturador no local.
Segundo o relatório produzido pela Comissão da Verdade, Silveira Campos ainda carrega marcasbet nacional é bomqueimadura no polegar e no indicador da mão esquerda produzidas por descargas elétricas nas sessõesbet nacional é bomtortura.
Ele não se esquece do modus operandi do religioso que à noite torturava os presos ebet nacional é bomdia visitava celas distribuindo o Novo Testamento.
"Um dia bateram na cela: ‘Quem é o seminarista que está aqui?'", contou Silveira Camposbet nacional é bomdepoimento ao historiador Rodrigo Patto Sá Motta.
"De terno e gravata, ele se apresentou como capelão e disse que trazia uma Bíblia para eu ler para os comunistas f.d.p. e tentar converter alguém.”
O pastor batista teria então afirmado, com uma pistola apontada debaixo do paletó, segundo Silveira Campos: "Para os que desejam se converter, eu tenho a palavrabet nacional é bomDeus. Para quem não quiser, há outras alternativas".

Crédito, Paulo Pinto/Agência Brasil
Há relatos e registrosbet nacional é bomoutros muitos religiosos evangélicos vítimas do regime e, inclusive,bet nacional é bommulheres que tinham relação próxima com a igreja.
Zenaide Machadobet nacional é bomOliveira, jovem da Igreja Presbiteriana Independente, ficou presa por 3 anos e foi torturada por 60 dias.
Ana Maria Ramos Estevão, líderbet nacional é bomjovens da Igreja Metodista que chegou a ser integrante da Aliançabet nacional é bomLibertação Nacional, foi presa três vezes e torturada por maisbet nacional é bom15 dias.
Heleny Guariba, também da Igreja Metodista, foi presa e desapareceubet nacional é bom1971.
Outros nomes citados com frequência são obet nacional é bomJether Ramalho, membro da Confederação Evangélica (CEB) do Brasil nos anos 1950, Dorival Beulke, pastor da Igreja Metodista, e Weber Fernandes Ferrer, pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil.
O escritor Rubem Alves, que foi pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, também foi acusado, junto com outros membros,bet nacional é bompecados como comunismo e desprezo pela doutrina protestante nos tribunais da igreja.
Ele entrou para a lista dos vigiados da ditadura ebet nacional é bom1965 optou pelo autoexílio com a família.
Muitos dos ativistas do movimento ecumênico que se envolveram na organização da Conferência do Nordeste, um evento que reuniu pastores, reverendos e fiéisbet nacional é bompelo menos 20 Estadosbet nacional é bomRecifebet nacional é bom1962 para debater a responsabilidade das igrejas diante das mudanças políticas e sociais, também foram vítimasbet nacional é bomperseguição anos depois.
O pastor e sociólogo Waldo César, falecidobet nacional é bom2007, foi preso pelo regime militar por uma semanabet nacional é bom1966 e, algum tempo depois, se exilou.

Crédito, Comissão da Verdade
Muitos dos religiosos expulsosbet nacional é bomsuas congregações se refugiarambet nacional é bomuniversidades para lecionar teologia e outros camposbet nacional é bomestudo. Outros fundaram novas igrejas.
É o caso da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil, no Espírito Santo, criadabet nacional é bom1979 por pastores que sofreram perseguição porbet nacional é bomvisão ecumênica, defesa do ministério feminino e oposição ao regime.
Resistência e documentação
Lideranças religiosas também desempenharam um papel importante nos esforçosbet nacional é bompreservação e recolhimentobet nacional é bomdocumentos sobre os crimes cometidos nesta época no Brasil.
Entre os evangélicos, se destaca o nome do pastor Jaime Wright, irmãobet nacional é bomPaulo Stuart Wright, ex-deputado estadual por Santa Catarina e dirigente nacional da Ação Popular (AP), que desapareceu durante o regime militar,bet nacional é bom1973.
Chefe da Missão Presbiteriana do Brasil Central,bet nacional é bomSão Paulo, Jaime Wright representou uma importante forçabet nacional é bomresistência ao regime, denunciando as violaçõesbet nacional é bomdireitos humanos ocorridas no Brasil para colegas no exterior.
"Com a prisão do meu tio, muitos colegas pastores presbiterianos do meu pai viraram as costas para ele e o acusarambet nacional é bomser irmãobet nacional é bomum comunista,bet nacional é bomum subversivo", relata Anita Wright, filhabet nacional é bomJaime, à BBC News Brasil.
Segundo a presbítera da Igreja Presbiteriana Unida, foi durante as buscas por informações sobre o paradeiro do irmão que seu pai passou a trabalhar lado a lado com Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo eméritobet nacional é bomSão Paulo, pela causa dos direitos humanos.
"Todos tinham muito medobet nacional é bomque houvesse um sumiço, uma queimabet nacional é bomarquivo, do material da repressão. Por isso eles elaboraram uma estratégia para conseguir copiar todos os processosbet nacional é bomprisão e tortura", conta.
Arns, Wright e outros ativistas alugaram uma sala com uma máquina copiadora para onde advogados comprometidos com a causa levavam os arquivos que seriam xerocados. "Os advogados tinha direitobet nacional é bomretirar os processos do Superior Tribunal Militar por algumas horas e corriam para copiá-los antesbet nacional é bomserem devolvidos", diz Anita Wright.

Crédito, BR UNICAMP IFCH/AEL BNM
"Se meu pai teve medo [da repressão]bet nacional é bomalgum momento, ele não demonstrou", relata. "Ele mantinha seu trabalhobet nacional é bomforma reservada, até como uma formabet nacional é bomproteção para a família."
Os documentos reunidos deram origem ao projeto Brasil: Nunca Mais, que resultou na publicaçãobet nacional é bomum livro que é um inventário sobre a tortura no Brasil durante os 21 anosbet nacional é bomditadura.
"Só ficamos sabendo da grandeza do projeto depois que tudo acabou."
Ao ladobet nacional é bomDom Evaristo Arns e do rabino Henry Sobel, Jaime Wright também conduziubet nacional é bom1975 o cultobet nacional é bommemória a Vladimir Herzog, jornalista assassinado pela ditadura militar e que se tornou símbolo da luta a favor da democracia.
"Foi um momento muito marcante porque houve uma grande mobilização dos militares para impedir que o evento acontecesse. Me lembro que foram feitas barreiras na [Avenida] 23bet nacional é bomMaio e meu pai quase não conseguiu chegar a tempo da celebração", diz Anita.
Diferentebet nacional é bomHerzog, o corpo do tio da presbítera, Paulo Stuart Wright, nunca foi encontrado. Há suspeitasbet nacional é bomque ele tenha sido morto sob tortura após ser preso no DOI-Codibet nacional é bomSão Paulo.











