O que 2ª Guerra tem a ver com crisepix na betalergia no Japão:pix na bet

Mulher espirrando

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A alergia ao pólen afeta 42,5% da população do Japão, segundo dados oficiais

Nos Estados Unidos, cercapix na bet8% da população sofre com a febre do feno. Em outros países, esse número varia entre 10 e 30%.

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No Japão, a febre do feno ou kafunsho ("doença do pólen",pix na betjaponês) afeta 42,5% da população, segundo um estudo feito pelo Ministério do Meio Ambiente do paíspix na bet2019.

O percentual — o dobro do observado há duas décadas — equivale hoje a maispix na bet50 milhõespix na betpessoas acometidas.

A Agência Florestal do Japão estimou que a alergia ao pólen causa perdas econômicaspix na betpelo menos US$ 2,2 bilhões (R$ 10,8 bilhões) por ano, incluindo despesaspix na betsaúde médicas e diminuição da produtividade do trabalhador.

Mas por que a febre do feno tem tamanha magnitude neste país asiático?

A resposta está,pix na betgrande parte, nas florestas japonesas epix na betuma história que começou há maispix na bet70 anos.

Pessoaspix na betmáscara atravessando a rua

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A alergia ao pólen, ou 'kafunsho', causa perdas econômicaspix na betpelo menos US$ 2,2 bilhões por ano no Japão,pix na betacordo com o governo

As florestaspix na betcedros e ciprestes

A rinite alérgica, ou febre do feno, é uma doença na qual a mucosa nasal fica inflamada.

O termo surgiu no século 19, quando se pensava que o cheiro do feno tinha um efeito irritante. Mas então descobriu-se que a doença não tinha nada a ver com febre ou feno, mas com a alergia ao pólen das plantas.

Os sintomas incluem espirros, coceira no nariz, congestão nasal (nariz entupido), coriza e olhos lacrimejantes, entre outros.

Os grãospix na betpólenpix na betmuitas plantas podem causar essas reações alérgicas. Mas, no Japão, o problema se origina principalmente nas florestaspix na betduas espéciespix na betárvores: os cedros e os ciprestes.

Densas nuvenspix na betpólen sobem das florestaspix na betcedro japonês na primavera

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Densas nuvenspix na betpólen sobem das florestaspix na betcedro japonês durante a primavera

O mesmo estudo do Ministério do Meio Ambiente do país asiático indica que 38,8% dos indivíduos sofrempix na betalergia ao pólen do cedro japonês (Cryptomeria japonica), a árvore nacional do Japão conhecida localmente como sugi. E 25% da população tem alergia ao pólen do cipreste japonês, ou hinoki (Chamaecyparis obtusa).

Pessoas com essas alergias podem nunca ter visto um cedro ou cipreste antes.

Mas as nuvenspix na betpólen liberadas das florestas são levadas pelo vento a longas distâncias.

Tanto o cedro japonês quanto o cipreste são árvores nativas do país e fazem parte da paisagem local há centenaspix na betanos.

O fatopix na betterem contribuído para uma "doença nacional" se deve a políticas adotadas após a Segunda Guerra Mundial.

As flores masculinas do cedro japonês

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As flores masculinas do cedro japonês produzem pólen. Na mesma árvore, há flores masculinas e femininas

A tarefa 'hercúlea' da reconstrução

"Durante a Segunda Guerra Mundial, as florestas do Japão foram derrubadas e devastadas", explica Iwao Uehara, professor do Departamentopix na betFlorestas da Universidadepix na betAgriculturapix na betTóquio.

"Por causa da escassezpix na betmadeira depois da guerra, foram plantados grandes númerospix na betcedros e ciprestes, porque eles crescem relativamente rápido, com tronco reto."

Cedros japoneses

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Os cedros japoneses, com seus troncos retos, pareciam ser ideais para resolver a escassezpix na betmadeira no pós-guerra.

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David Fedman, historiador da Universidade da Califórnia-Irvine, nos EUA, é especialistapix na bethistória ambiental do Japão e autor do livro Seeds of Control: Japan's Forestry Empire in Colonial Korea ("Sementespix na betControle: o Império Florestal do Japão na Coreia Colonial",pix na bettradução livre).

"Uma das necessidades materiais mais prementes após a guerra erapix na betmateriais para reconstrução urbana no Japão", explica Fedman.

"Vale a pena relembrar aqui a campanhapix na betbombardeios incendiários que devastou os edifícios japoneses, que erampix na betgrande partepix na betmadeira, nos meses finais da Segunda Guerra Mundial."

"Portanto, as autoridadespix na betocupação enfrentaram uma tarefa hercúleapix na betreconstrução urbana, bem como uma grave escassezpix na betmadeira epix na betrecursos florestais como resultado da mobilização do Japão para uma guerra total."

A ocupação do Japão pelos Aliados na guerra durou até 1952. As plantaçõespix na betcedro se expandiram nos anos seguintes.

Em alguns casos, até mesmo diversas florestas naturais foram derrubadas para criar as monoculturaspix na betcedro, acrescenta o professor Uehara.

“Dessa forma, as plantaçõespix na betcedro e cipreste aumentarampix na bettodo o país e foram ampliadaspix na betgrande escala, mesmopix na betáreas montanhosas que não eram adequadas para essas espécies”, pontua.

“O cedro japonês representa hoje 45% das florestas plantadas no Japão e o cipreste 25% do total”, calcula Uehara.

Para completar, algumas ações individuais foram adicionadas à política estadual.

"As pessoas também acreditavam que plantar cedros e ciprestes beneficiaria o Japão. Havia até uma canção que incentivava as pessoas a plantar essas espécies."

Tóquio depois da Segunda Guerra Mundial

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Tóquiopix na bet1945, após a campanhapix na betbombardeio durante a Segunda Guerra Mundial

Plantações inviáveis

As vastas plantaçõespix na betcedro e cipreste se tornaram um péssimo negócio nas décadas seguintes.

"Cultivar e manter plantaçõespix na betcedro é um esforço intensivo. Nos anos 1950 e início dos anos 1960, a mão-de-obra barata era abundante, então o plantio generalizadopix na betcedro fazia sentido", contextualiza Fedman.

Alterações e crisespix na betoutros setores industriais e agrícolas no final dos anos 1960 e 1970, porém, tornaram o cedro um empreendimento cada vez menos viável, acrescenta o especialista.

Florestapix na betCedros no Japão

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O plantiopix na betcedros foi promovido durante a ocupação do Japão pelos Aliados após a Segunda Guerra Mundial

As mudanças no mercadopix na betmadeira tiveram consequências terríveis para o cedro.

"A economia da extração domésticapix na betmadeira tornou-se proibitivamente cara. A gaizai ("madeira do exterior") foi cada vez mais importada. Ela era mais barata e deixou um grande número das operações madeireiras domésticaspix na betapuros."

A faltapix na betexploração da madeira local fez com que as florestaspix na betcedro ficassem mais densas e as árvores maiores, o que agravou o problema das nuvenspix na betpólen.

Estima-se que atualmente as florestaspix na betcedro cubram 12% do território japonês.

Muito além das florestas

O Ministério do Meio Ambiente japonês estima que, no início da primaverapix na bet2023, a quantidadepix na betpólenpix na betcedro circulante seria a maior dos últimos 10 anos.

No entanto, para o professor Uehara, há algo que não pode ser esquecido: as florestaspix na betcedros e ciprestes não são as únicas "culpadas" pela crise da febre do feno no Japão.

Outros fatores agravam o problema da alergia ao pólen e têm impacto global.

Um deles é a poluição nas cidades.

Um estudo na Suíça constatou, por exemplo, que alguns poluentes se ligam às partículaspix na betpólen, o que amplia a reação alérgica.

Outras partículas presentes na poluição atmosférica também podem danificar a superfície do pólen, fazendo com que ele se quebrepix na betpequenos fragmentos.

Pessoas espirrando

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Poluição e mudanças climáticas estão exacerbando a crisepix na betalergia ao pólen, mostram estudos

As mudanças climáticas também estão afetando a temporadapix na betpólen, que não apenas começa cada vez mais cedo, mas dura por um tempo prolongado.

Há indíciospix na betque as plantas produzem mais pólen — epix na betforma antecipada — quando as temperaturas ficam mais altas.

Um estudo realizado neste ano nos Estados Unidos constatou que, entre 1990 e 2018, a duração da temporadapix na betpólen na América do Norte aumentoupix na betpelo menos 20 dias — e a concentraçãopix na betpólen no ar subiupix na bet21%. Isso se deve,pix na betgrande parte, segundo os autores, ao aquecimento global.

Uma lição para o mundo

O primeiro-ministro Fumio Kishida alertou que a crise da febre do feno no Japão "não será resolvida da noite para o dia e requer esforçospix na betlongo prazo".

Um painelpix na betministros deve propor medidas concretas para o problema no próximo mêspix na betjunho.

O governo já identificou algumas ações, segundo a imprensa local: derrubar florestaspix na betcedro e substituí-las por variedades dessa espécie que produzem menos pólen, usar inteligência artificial para tornar mais precisos os alertas sobre os níveispix na betpólen e melhorar os tratamentos médicos disponíveis.

O primeiro-ministro Fumio Kishida

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O primeiro-ministro Fumio Kishida disse que a crisepix na betalergia ao pólen 'não será resolvida da noite para o dia'

Para Uehara, a febre do feno do pós-guerra e a crise florestal no Japão trazem, acimapix na bettudo, uma lição profunda e global: a destruição da biodiversidade pode ter consequências imprevistas décadas depois.

"O principal problema é o plantio artificialpix na betuma espéciepix na betárvore. A principal medida deveria ser promover florestas mistaspix na betcedro epix na betoutras espécies", resume ele.

"A riqueza da biodiversidade e a crise da febre do feno são inversamente proporcionais."

Uehara lembrou um versopix na betuma "famosa coleçãopix na betpoemas japoneses do século 7 chamada Manyoshu: 'O pólen voa na primavera, e a primavera chegou'."

"Portanto, esse problema do pólen existe há 1,4 mil anos", estima.

"Na minha opinião, a resposta mais básica ao problema da febre do feno é estarpix na betharmonia com a natureza", conclui o pesquisador.