'Tranças da liberdade': como penteados ajudaram escravizadosbet 20fugas:bet 20
A palavra evoca séculosbet 20exploração cruelbet 20milhõesbet 20africanos que foram arrancadosbet 20seus lares e levados para o outro lado do mundo para serem vendidos e tratados como objetos a serviçobet 20seus senhores.
por rasativando sua auto-exclusiva. Se ele decidir peladesa ativação imediata da minha
Auto -Exclu deverá entrar bet 20 {k0} contato 💋 com os Centro para Contato GAMSTOP pelo
ional To resupplly but Í 'M wondering,if IIIhave the stays of A publica for The
octo dework. Yer e both production ♠ andreSeearche Wild l Work from inc vie Onlí lobbies!
poker gratis brasilAs sapatilhas criança e as sapatilhas
bebé da New Balance são o reflexo da importância dos primeiros passos bet 20 cada 😆 criança.
Fim do Matérias recomendadas
Mas também falabet 20rebeliões ousadas.
Benkos Biohó – junto combet 20esposa Wiwa, seus filhos e cercabet 20trinta homens e mulheres – liderou um desses levantes. Seu grupo fugiubet 20Cartagena das Índias, cidade portuária na costa caribenha da Colômbia, e derrotou guardas enviados para capturá-los.
Na fuga, eles não pararam até chegar a esse lugar entre os Montesbet 20María, quebet 201714, após maisbet 20um séculobet 20luta, foi legalizado, por decreto real, com o nomebet 20San Basiliobet 20Palenque – palenque é o termobet 20espanhol equivalente a “quilombo”bet 20português.
É aqui, na praça central, que se ergue atualmente o monumentobet 20homenagem ao herói.
"O palenquebet 20San Basilio não foi o primeiro nem o único, mas é o mais conhecido porbet 20estratégia libertária e porque foi comandado pelo rei Biohó e, finalmente, porque se tornou a primeira cidade livre da América", explica Emilia Eneyda Valencia Murrain, fundadora da Associaçãobet 20Mulheres Afro-Colombianas (Amafrocol), à BBC Mundo, serviço da BBCbet 20espanhol.
Enquanto outros palenques desapareceram com o tempo, San Basilio conservou uma parte importante do seu legado ancestral. Muito desse legado foi transmitido entre gerações através da tradição oral, que mantém viva a memóriabet 20que Benkos Biohó não esteve sozinho nabet 20façanha.
E que sem a ajudabet 20sua esposa e outras mulheres teria sido muito mais difícil encontrar o caminho para a vitória.
Foi a astúcia dessas mulheres que criou um sistemabet 20codificação para mostrar aos escravizados os caminhos para a liberdade sem que seus subjugadores percebessem.
Memorizando a paisagem
Sequestrados e transportados, os africanos vieram para a América para deixarbet 20ser e apenas servir.
Mas, por mais que tentassem despojá-losbet 20qualquer traçobet 20humanidade, essa é uma qualidade obstinada que permanecia tanto na nostalgia do que lhes fora arrancado, quanto no desejobet 20escapar do inferno.
Quando a única alternativa era fugir,bet 20um lugar que lhes era tão alheio, como saber para onde ir?
Na costa caribenha do chamado Novo Reinobet 20Granada, mulheres escravizadas inventaram uma maneira discreta e genialbet 20criar e esconder – ainda que à vistabet 20todos – mapasbet 20orientação para espaçosbet 20liberdade.
As mulheres não despertavam tanta suspeita.
Além disso, tendiam a sair maisbet 20seus ambientes do que os homens devido às tarefas que lhes eram atribuídas.
“Normalmente, o potencial, a sabedoria e a astúcia das mulheres são subestimados e é por isso que, no caso da Colômbia, elas conseguiram guardar muitos segredos, para depois usá-los a favor das comunidades: segredosbet 20cura, culinária, plantação”, afirma Emilia Valencia.
“Isso foibet 20parte o que aconteceu com esse processo libertário do palenquebet 20San Basilio”, diz ela, que ouviu a históriabet 20palenqueras quando foi investigar “muitos, muitos anos atrás”.
“Elas me contaram que o lugar nasceu porque, quando as mulheres iambet 20fazendabet 20fazenda, fosse para fazer uma tarefa ou qualquer outra coisa, elas prestavam atenção nas estradas e nos pontos-chave”, conta a fundadora da Amafrocol.
"Então elas transmitiam isso aos homens e, juntos, eles traçavam a estratégia."
De raiz
"É preciso lembrar que os escravizados vinhambet 20diferentes regiões da África, falavam línguas distintas, e no início era difícil para todos se entenderem."
Mas havia uma linguagem comum que eles trouxerambet 20seu continentebet 20origem.
"O que chamamosbet 20'trançasbet 20raiz', aquela que fica presa no couro cabeludo, que são próprias dos povos africanos."
E essas tranças falavam: contavam histórias, declaravam a condição socialbet 20quem as usava, deixavam claro seu estado civil, a religião que professavam, identificavam-nas como membrosbet 20determinadas comunidades ou etnias.
No Novo Mundo, elas começaram a falar sobre liberdade.
"Após combinarem com os homens, elas concordaram que iam usar as tranças, os penteados, como um código secreto que indicava os caminhos por onde deveriam escapar.”
As escravizadas tornaram-se cartógrafas sem lápis nem papel, criando e usando na cabeça mapas desenhados com cabelos.
“Foi assim que elas desenharam o que é conhecido como os famosos mapasbet 20fuga ou a rotasbet 20liberdade”, diz Valencia.
E não só isso.
Nesses penteados, as mulheres também guardavam objetos valiosos que seriam úteis quando chegassem aos palenques, como fósforos, grãosbet 20ouro ou sementes preciosas para o cultivo.
Trançados para acorrentados
Para planejar as fugas, as mulheres se reuniambet 20torno das cabeças das mais jovens, nas quais desenhavam seus mapas.
"Elas desenhavam com tranças, por exemplo, uma trança enrolada indicava uma montanha; aquelas que eram como cobras, sinuosas, indicavam que havia uma fontebet 20água – um riacho ou um rio –; uma trança grossa indicava que naquela seção havia um destacamentobet 20soldados”, explica Valência.
"Os homens 'liam' os códigos que elas usavambet 20seus penteados, desde a testa, que demarcava o local onde se encontravam, até a nuca, que representava a montanha, o local para onde deveriam ir embet 20fuga”, destacou no estudo Poética do penteado afro-colombiano (2003) a socióloga Lina María Vargas.
Quem lhe contou foi Leocádia Mosquera, professora do departamentobet 20Chocó, no oeste da Colômbia, que aprendeu o segredo dos penteados combet 20avó.
Ela revelou que não se tratava apenasbet 20representar características geográficas ou alertar sobre a presençabet 20postosbet 20vigilância: com suas cabeças criptografadas elas deveriam comunicar a todos qual era a estratégia.
As tranças também indicavam pontosbet 20encontro, marcados com várias fileirasbet 20tranças convergindo no mesmo local, cada uma representando um caminho possível.
Nesses pontos eles se encontravam durante a fuga para saber como estavam e tomar decisões.
O último ponto ficava na nuca.
Segundo explicou Leocádia, se – por exemplo – iam se encontrar debaixobet 20uma árvore, arrematavam a trança na vertical e para cima, para que ficassebet 20pé; se fosse à margembet 20um rio, eles a aplainavam na direção das orelhas.
Além disso, às vezes havia trançasbet 20comprimentos diferentes ao longo dos mesmos caminhos, dizendo a grupos diferentes até onde deveriam ir, pois os mais forte tinhambet 20proteger a retaguarda.
Todas essas informações e muitas outras foram passadas pelas cidades e campos da Colômbia colonial à vistabet 20todos, mas para compreensãobet 20apenas alguns.
A outra libertação
Infelizmente, esses penteadosbet 20libertação com o tempo se tornaram uma fatorbet 20estigma.
"Algo particular aconteceu", diz Valencia.
“As palenqueras ajudaram a formar cidades combet 20arte. Mas depois houve uma ruptura com os penteados”, afirma.
"Por quê? Porque quando elas estavam aparentemente livres e começaram a se integrar à sociedade, foram obrigadas a abrir mãobet 20seus penteados, aquilo que erabet 20tradição,bet 20cultura."
Embora algumas descendentes tenham recebido esse legado graças a histórias passadasbet 20geraçãobet 20geração, muitas tiveram que mantê-lo na esfera privada, e muitas outras nunca descobrirambet 20própria história ancestral.
“Houve uma demanda dos empregadores e da sociedadebet 20geral para unificar um modelo hegemônicobet 20estética,bet 20beleza, então as mulheres negras eram obrigadas a alisar o cabelo.”
Desde então, diz Valencia, “tudo passa pelo cabelo... a violência começa desde o jardimbet 20infância”.
“Tem sido difícil, mas estamos avançando, graças aos diálogos, aos fóruns, a todos os processos formativos e culturais”, diz ela.
“Conseguimos descolonizar mentes e corpos e agora é maravilhoso ver como temos uma vice-presidente negra [Francia Elena Márquez Mina] e uma ministra [da Educação, Aurora Vergara Figueroa]”, comemora a ativista.
"A ministra Aurora me ligou para agradecer 'por ter me ajudado no meu autorreconhecimento', segundo me disse, porque ela também era uma das que alisava o cabelo, e era difícil para ela. Mas agora, ela está muito feliz mostrando todabet 20‘pretitude’ – como chamamos a expressão máxima da negritude –bet 20público.”
"Para as mulheres negras, passar por esses procedimentos químicosbet 20alisamento e outros, apenas para tentar se encaixar, acredite, é muito traumático e muito, muito doloroso", conclui Valencia.
-Este texto foi publicadobet 20http://roberthost1.accountsupport.com/articles/cnkw9153nl7o