Apneia do sono: por que pararbetway ao vivorespirar enquanto dorme é tão perigoso:betway ao vivo

  • Neil Steinberg*
  • Especial para a BBC Future
A única maneirabetway ao vivodiagnosticar a apneia do sono é monitorando o sonobetway ao vivoalguém

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A única maneirabetway ao vivodiagnosticar a apneia do sono é monitorando o sonobetway ao vivoalguém

betway ao vivo Pensei que estivesse morrendo. Durante o dia, eu ficava tão cansado que meus joelhos cambaleavam. Ao dirigir, minha cabeça pesava. Meu rosto denunciava sem piedade o esgotamento físico.

À noite, eu dormia mal, com as pernas agitadas, depois acordava sobressaltado, ofegante, com o coração acelerado.

Meu médico estava intrigado. Pediu examebetway ao vivosangue,betway ao vivourina, eletrocardiograma – ele cogitou que poderia ser um problema cardíaco – por causa daquelas palpitações noturnas...

Mas, não, meu coração estava bem. Meu sangue estava ótimo.

Ele pediu então uma colonoscopia. Era finalbetway ao vivo2008, e eu tinha 47 anos – quase na horabetway ao vivofazer umabetway ao vivoqualquer maneira. Tomei então os quatro litrosbetway ao vivoNulytely para limpar o intestino, e o gastroenterologista poder dar uma boa olhada lá dentro.

Meu cólon estava limpo, disse o médico quando acordei. Nenhum sinalbetway ao vivocâncer. Tampoucobetway ao vivopólipos preocupantes.

No entanto, havia um problema.

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“Enquanto estava anestesiado, você paroubetway ao vivorespirar num determinado momento. É bom você dar uma investigada. Pode ser apneia do sono”.

Eu nunca tinha ouvido falar nisso.

O sono é marcado por alterações dinâmicas por todo o corpo. É composto por diferentes fases e, conforme você passa por elas,betway ao vivorespiração, pressão arterial e temperatura corporal caem e aumentam.

A tensão nos músculos geralmente permanece a mesmabetway ao vivoquando você está acordado – exceto durante a fase REM, que representa até um quarto do seu sono. Durante esta fase, a tensão na maioria dos principais grupos musculares diminui significativamente.

Mas se os músculos da garganta relaxarem demais, podem bloquear as vias aéreas. O resultado é apneia obstrutiva do sono – do grego ápnoia, que significa "sem respirar".

Na apneia do sono, seu suprimentobetway ao vivoar é interrompido continuamente, causando a queda dos níveisbetway ao vivooxigênio no sangue. É por isso que você se mexe ofegante, tentando respirar. Isso pode acontecer centenasbetway ao vivovezes por noite, e os danos são muitos e graves.

A apneia coloca pressão sobre o coração, uma vez que leva o órgão a bombear o sangue mais rápido para compensar a faltabetway ao vivooxigênio. Os níveis flutuantesbetway ao vivooxigênio também causam acúmulobetway ao vivoplacas nas artérias, aumentando o riscobetway ao vivodoenças cardiovasculares, hipertensão e derrame.

Em meados da décadabetway ao vivo1990, a Comissão Nacionalbetway ao vivoPesquisas sobre Distúrbios do Sono dos EUA estimou que 38 mil americanos morriam todos os anosbetway ao vivodoenças cardíacas agravadas pela apneia.

Um estudobetway ao vivo2017 mostrou que a apneia do sono pode estar presentebetway ao vivoaté 40% da população na Alemanha

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Um estudobetway ao vivo2017 mostrou que a apneia do sono pode estar presentebetway ao vivoaté 40% da população na Alemanha

Também há evidências cada vez maioresbetway ao vivoque a condição afete a metabolização da glicose e promova resistência à insulina – levando ao diabetes tipo 2 –, alémbetway ao vivoincentivar o ganhobetway ao vivopeso. Sem contar no cansaço provenientebetway ao vivonunca ter realmente uma boa noitebetway ao vivosono, que está associado à perdabetway ao vivomemória, ansiedade e depressão.

A faltabetway ao vivosono também causa desatenção, que pode levar a acidentesbetway ao vivotrânsito. Um estudo realizado com motoristas na Suécia,betway ao vivo2015, mostrou que aqueles que sofrembetway ao vivoapneia do sono têm 2,5 vezes mais chancebetway ao vivose envolverbetway ao vivoum acidente.

Também se traduzbetway ao vivoatrasos e faltas sucessivas ao trabalho – as pessoas com apneia costumam ser demitidas com mais frequência do que as que não têm o distúrbio.

Mas, assim como aconteceu com o tabagismo durante as primeiras décadas após ser identificado como um hábito letal, há um descompasso entre os danos que a condição causa e a percepção da populaçãobetway ao vivoque é uma ameaça.

"Eles não conseguem associar a apneia do sono com suas muitas doenças graves relacionadas a ela", diz um relatório encomendado pela Academia Americanabetway ao vivoMedicina do Sono, que estima que a condição afete 12% dos adultos americanos – mas 80% não são diagnosticados.

O mesmo acontece globalmente: quase 1 bilhãobetway ao vivopessoasbetway ao vivotodo o mundo sofrebetway ao vivoapneia do sono leve a grave,betway ao vivoacordo com um estudobetway ao vivo2019.

Os cientistas correm agorabetway ao vivobuscabetway ao vivouma solução. Há desde estudos aprofundados sobre hipóxia – como o corpo reage à faltabetway ao vivooxigênio – até novos tiposbetway ao vivocirurgias e equipamentos para tratar a condição.

Mas o fato é que das cercabetway ao vivo1 bilhãobetway ao vivopessoasbetway ao vivotodo o mundo que sofrembetway ao vivoapneia do sono, a maioria provavelmente nem sequer está ciente disso, quanto mais recebendo tratamento – como era o meu caso.

Diante da possibilidadebetway ao vivoestar enfrentando um problemabetway ao vivosaúde ainda pouco estudado, mas potencialmente fatal, minha principal preocupação era: como posso corrigir isso?

Embora existam fatoresbetway ao vivorisco para a apneia do sono – como obesidade, pescoço ou amígdala grande, mandíbula pequena e envelhecimento –, ela não se manifesta até que a pessoa adormeça. A única maneirabetway ao vivodiagnosticar é monitorando o sonobetway ao vivoalguém.

Assim, no iníciobetway ao vivo2009, movido pela exaustão e pela sugestão do meu médico, marquei uma consulta na Northshore Sleep Medicine, uma clínica do sonobetway ao vivoIllinois, nos EUA.

Fui recebido por Lisa Shives, especialistabetway ao vivomedicina do sono. Ela deu uma olhada na minha garganta, depois sugeriu que eu fizesse uma polissonografia – exame que mede a atividade respiratória, muscular, cerebral e cardíaca durante o sono.

Voltei então para fazer o exame algumas semanas depois, numa quinta-feira às 21h.

Uma técnica me levou para um pequeno quarto, onde havia uma camabetway ao vivocasal e um armário. Atrás da cama, uma janela horizontal dava para uma salabetway ao vivolaboratório cheiabetway ao vivoequipamentos.

Uma técnica grudou eletrodos no meu peito e na cabeça, depois me deu uma camisa para vestir, parecida com uma redebetway ao vivopesca, no intuitobetway ao vivoprender os fios no lugar.

Por volta das 22h, apaguei a luz e logo peguei no sono.

Acordei às 4h30 da manhã e, ainda meio zonzo, me ofereci para tentar voltar a dormir, mas a técnica disse que eles tinham coletado seis horasbetway ao vivodados, e eu podia ir embora.

Depois que vesti minha roupa, ela disse que minha apneia era "grave" e que Shives me daria os detalhes depois. Eu tinha planejado me darbetway ao vivopresente um bom café da manhã, masbetway ao vivovez disso, fui para casa. Não estava com fome – estava com medo.

Várias semanas depois, eu estavabetway ao vivovolta à clínica, desta vez durante o dia. Shives me mostrou uma tela cheiabetway ao vivorabiscos e números multicoloridos, havia um pequeno vídeobetway ao vivopreto e brancobetway ao vivomim dormindo no canto. Foi desconcertante, como ver a imagembetway ao vivomim mesmo na cenabetway ao vivoum crime, morto.

Por falarbetway ao vivomorte, eu pareibetway ao vivorespirar, Shives me disse, por 112 segundos – quase dois minutos.

Um nível normalbetway ao vivosaturaçãobetway ao vivooxigênio no sangue, medido por um oxímetrobetway ao vivopulso, fica entre 95% e 100%. Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica podem ter uma leitura pertobetway ao vivo80%. A minha, às vezes, caía para 69%.

Quão grave isso é? A Organização Mundial da Saúde (OMS),betway ao vivoum guia cirúrgico, sugere que, se a oxigenação do sanguebetway ao vivoum paciente cair para 94% ou menos, o médico deve intervir para verificar se as vias aéreas estão bloqueadas, se um pulmão entroubetway ao vivocolapso ou se há algum problemabetway ao vivocirculação.

Eu tinha poucas opções. Poderia, segundo Shives, fazer uma uvulopalatofaringoplastia, procedimento tão assustador quanto o nome: remover o tecido do palato mole e ampliar as vias aéreas na partebetway ao vivotrás da garganta.

Mas envolveria muito sangue, e a recuperação poderia ser longa e complicada. Shives levantou a possibilidade, mas logo depois descartou – e apresentou a segunda opção: a máscara.

Na primeira década e meia após a apneia do sono ser identificada, havia apenas uma opçãobetway ao vivotratamento.

Você podia fazer uma traqueostomia – procedimento cirúrgico que consistebetway ao vivofazer uma abertura na traqueia para permitir a passagembetway ao vivoar. O procedimento oferecia alívio certo, mas apresentava complicações significativas por si só.

"Nos início, os médicos não sabiam muito", diz Alan Schwartz, que recentemente se aposentou como professorbetway ao vivomedicina na Universidade Johns Hopkins,betway ao vivoBaltimore, nos EUA, depoisbetway ao vivoanosbetway ao vivoestudos pioneiros sobre distúrbios do sono.

A apneia do sono significa que você nunca dorme bem, sobrecarregando o corpo e a mente

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A apneia do sono significa que você nunca dorme bem, sobrecarregando o corpo e a mente

“Nos anos 1980, quando comecei, estávamos vendo a ponta do iceberg, pacientes com apneia mais grave. Eles acordavam com dorbetway ao vivocabeça, porque os tecidosbetway ao vivoseus corpos não recebiam oxigênio suficiente. E se sentiam muito cansados, como você pode imaginar. Ficavam deprimidos, tinham mudançasbetway ao vivohumor, ficavam impacientes."

Apesarbetway ao vivotodos esses problemas, os pacientes tinham compreensivelmente receiobetway ao vivorealizar uma traqueostomia, que hoje é “uma opção cirúrgicabetway ao vivoúltima instância”, realizada apenasbetway ao vivocasosbetway ao vivoextrema urgência médica.

"Eu sempre ronquei muito e alto, acordando no meio da noite ofegante", diz Angela Cackler,betway ao vivoHot Springs, Arkansas, que foi diagnosticada com apneia do sonobetway ao vivo2008, apesarbetway ao vivoacreditar que o distúrbio começou quando ela era “muito pequena".

Em 2012, ela teve um quadrobetway ao vivoinsuficiência cardíaca.

"Fui para o pronto-socorro porque estava muito cansada, não estava me sentindo bem", conta Angela.

“E descobri que era insuficiência cardíaca. Na manhã seguinte, eles falaram: 'Vamos fazer uma traqueostomia'.”

E como é viver com uma traqueostomia após sete anos?

"É uma batalha", diz ela. “Exige muita limpeza. É desagradável. Dá trabalho. Você não respira normalmente. Seu umidificador natural se foi completamente. Você tem que suprir isso. E é suscetível a infecções."

A maior desvantagem para Angela é que a traqueostomia a impedebetway ao vivonadar, uma das suas atividades preferidas. Ela também odeia os olhares que recebe das pessoas.

Mas o fato é que o procedimento acabou com a apneia.

"Eu não ronco e posso respirar e dormir melhor."

Mas será que ela se submeteria a tudo issobetway ao vivonovo?

"Se eu tivesse que fazerbetway ao vivonovo, é claro que faria", diz ela.

"Salvou minha vida."

Os inconvenientes que afetam a vida dos traqueostomizados inspiraram Colin Sullivan, hoje professorbetway ao vivomedicina da Universidadebetway ao vivoSydney, na Austrália, a inventar a máquinabetway ao vivopressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP, na siglabetway ao vivoinglês), que se tornaria o principal métodobetway ao vivotratamento da apneia do sono.

No fim da décadabetway ao vivo1970, ele foi à Universidadebetway ao vivoToronto, no Canadá, para ajudar um pesquisador a investigar o controle respiratóriobetway ao vivocães durante o sono. A pesquisa envolvia fornecer gases experimentais para os animais por meiobetway ao vivouma traqueostomia. De volta à Austrália, Sullivan projetou uma máscara que poderia caber no focinhobetway ao vivoum cachorro para liberar os gases.

Um paciente agendado para uma traqueostomia, mas "ansioso para saber se havia mais algum recurso que pudesse funcionar" – nas palavrasbetway ao vivoSullivan –, o inspirou a tentar adaptar a máscarabetway ao vivocachorro para seres humanos.

Sullivan fez um moldebetway ao vivogesso dos narizes dos pacientes, criando uma máscarabetway ao vivofibrabetway ao vivovidro à qual os tubos podiam ser conectados. Usou o motorbetway ao vivoum aspiradorbetway ao vivopó como compressorbetway ao vivoar, e a faixa para prender o dispositivo à cabeça foi adaptadabetway ao vivoum capacetebetway ao vivobicicleta.

Em um artigobetway ao vivo1981, ele e os colegas descreveram como, ao colocar a máscara sobre o narizbetway ao vivocinco pacientes, o CPAP "impedia completamente a oclusão das vias aéreas superiores".

Sullivan patenteou o dispositivo e, após alguns anosbetway ao vivodesenvolvimento, conseguiu chegar a uma versão que poderia ser usada por pessoas com apneia fora do laboratório. Hoje, milhõesbetway ao vivopaciente usam o CPAP, embora muitas vezes o sucesso do aparelho exija perseverança.

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A maioria das pessoas com apneia não se dá conta que tem o distúrbio

No entanto, à medida que mais pacientes eram tratados e a tecnologia do CPAP era aperfeiçoada – hoje eles podem enviar dados automaticamente para a nuvem para serem analisados – os médicos fizeram uma descoberta indesejável: seus primeiros tratamentos muitas vezes não foram bem-sucedidos.

"No fim dos anos 1980, nos sentávamos com um paciente e perguntávamos: 'Como está sendo usar a máscara?'", lembra Schwartz.

O paciente relatava, falsamente, quão bem a máscara estava funcionando.

"Até começarmos a colocar chips eletrônicos nas máquinas no fim dos anos 1990, não tínhamos noçãobetway ao vivoquão pouco eles estavam usando os aparelhos".

Os chips monitoravam por quanto tempo as máscaras tinham sido usadas, e os médicos descobriram que não estavam sendo usadas com frequência.

"A máscara parece que saiubetway ao vivoum filmebetway ao vivoficção científica ruim: é grande, volumosa e indiscreta", dizia um artigo do jornal americano New York Timesbetway ao vivo2012. Estudos sugerem que entre 25% e 50% dos usuários abandonam o aparelho no primeiro anobetway ao vivouso.

Eu, sem dúvida, abandonei.

O CPAP me fez sentir melhor na primeira noitebetway ao vivoque usei – novamente sob observação na clínica. Acordei revigorado, alerta, com uma energia que não sentia há anos.

Mas o efeito positivo da máscara diminuiu consideravelmente após aquela primeira noite deliciosamente restauradora. Fora do laboratório, não consegui reproduzir os benefícios.

O primeiro “C”betway ao vivoCPAP se refere a “contínuo”, o que significa que o fluxobetway ao vivoar é constante, não só quando você inspira, mas também quando expira. Você luta contra esse fluxobetway ao vivoar enquanto expira, e eu acordava sufocando.

Havia ainda o fato da presença contínua da máscara, presa ao meu rosto. E o ar vazava pelas bordas e secava meus olhos, mesmo fechados.

Na maioria das noites,betway ao vivoalgum momento, eu acordava e tirava a máscara. De manhã, checava as estatísticas e via que quase não estava funcionando.

Depois disso, voltei algumas vezes para a clínica, onde Shives ajustaria a pressão do aparelho ou me incentivaria a experimentar outras máscaras. Foram tantas vezes que comecei a me sentir um frequentador assíduo. Nada parecia funcionar.

Por fim, Shives, exasperada, disse: "Se você perder 13 kg, o problema pode desaparecer".

Embora seja possível ser magro e ter apneia do sono, a obesidade multiplica a probabilidade.

Eu tenho 1,75 m e pesava 68 kg quando me formei na faculdade. Em 2009, estava com 95 kg.

Em 2010, decidi então perder peso. Eu tinha um objetivo – os 13kg que Shives havia sugerido. E foi assim que passeibetway ao vivo94,3 kg,betway ao vivo1betway ao vivojaneirobetway ao vivo2010, para 80,73kg,betway ao vivo31betway ao vivodezembro. Perder peso resolveu o problema. Adeus à máscara.

Mas acontece que eu tinha vencido uma batalha, e não a guerra. Os quilos que eu havia perdidobetway ao vivoalguma forma me encontraram novamente, e foram voltando lentamente à balança na década seguinte.

E junto com eles, a apneia voltou. Só que eu não tinha percebido isso até o verãobetway ao vivo2019, quando fui submetido a uma cirurgia na coluna.

O questionário pré-operatório do Northwestern Memorial Hospital,betway ao vivoChicago, perguntava se às vezes eu roncava, se costumava me sentir cansado e se já havia sido diagnosticado com apneia do sono.

Sim, sim e sim.

"É importante saber se as pessoas têm apneia do sono, pois pode ser um fatorbetway ao vivorisco para a cirurgia", diz Phyllis Zee, diretora do Centrobetway ao vivoMedicina Circadiana e do Sono da Northwestern University, nos EUA.

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Um estudo realizado com motoristas na Suécia,betway ao vivo2015, mostrou que aqueles que sofrembetway ao vivoapneia do sono têm 2,5 vezes mais chancebetway ao vivose envolverbetway ao vivoum acidente

As perguntas sobre ronco e exaustão são importantes porque, apesar dos esforços da comunidade científica para chamar a atenção para o problema, a maioria das pessoas com apneia não se dá conta que tem o distúrbio.

Um estudo alemãobetway ao vivo2017 mostrou que, embora a apneia obstrutiva do sono possa estar presentebetway ao vivoaté 40% da população alemã, apenas 1,8% dos pacientes hospitalizados foram identificados como portadores da condição – o que, segundo os autores, se deve possivelmente à baixa conscientização sobre o distúrbio tanto por parte dos pacientes, quanto da equipe médica do hospital.

De acordo com um artigo da revista científica New England Journal of Medicine, há uma "epidemia"betway ao vivoapneia do sono entre pacientes cirúrgicos nos EUA.

Umbetway ao vivocada quatro candidatos a cirurgia eletiva tem apneia, masbetway ao vivocertos grupos, a taxa é ainda maior – oitobetway ao vivocada dez pacientesbetway ao vivotratamento contra obesidade, por exemplo, apresentam a condição, o que resultabetway ao vivouma sériebetway ao vivoriscos.

"Pacientes com apneia do sono submetidos a cirurgia ortopédica ou geral pareciam ter um risco maiorbetway ao vivocomplicações pulmonares e necessidadebetway ao vivoUTI, o que aumenta significativamente os custos com assistência médica", observaram os autores.

Quando informei no questionáriobetway ao vivorisco cirúrgico que já havia sido diagnosticado com apneia do sono, os efeitos foram imediatos.

Minha cirurgia na coluna foi agendada rapidamente – uma semana depoisbetway ao vivoo cirurgião ter examinado minha ressonância magnética – mas naquele breve período, o hospital insistiubetway ao vivoque eu fosse submetido a um estudobetway ao vivosono caseiro para avaliar a gravidade da apneia.

Em vezbetway ao vivoir para uma clínicabetway ao vivosono, levei para casa um kit que me orientava a colocar as faixas do sensorbetway ao vivovolta do peito, um oxímetrobetway ao vivopulso no dedo e um clipe embaixo do nariz para monitorar a respiração.

Não havia eletroencefalograma, e uma desvantagem desses testes caseiros é que os aparelhos nunca sabem se você está realmente dormindo ou não enquanto as leituras estão sendo feitas.

Ainda assim, a redução tanto do custo quanto da inconveniência deste tipobetway ao vivodiagnóstico dá esperançabetway ao vivoque mais gente descubra que tem apneia – o custo e o tempo necessários para realizar uma polissonografiabetway ao vivolaboratório são considerados uma das razões pelas quais as taxasbetway ao vivodiagnóstico são tão baixas.

O teste constatou que eu tinha apneia moderada – talvezbetway ao vivofunçãobetway ao vivoter mantido 4,5 kgbetway ao vivofolga –, informação que o anestesista usou na horabetway ao vivome sedar.

"A perdabetway ao vivopeso é curativa", diz Philip Smith, professorbetway ao vivoMedicina na Universidade Johns Hopkins, especialistabetway ao vivodoenças pulmonares e apneia do sono.

"O problema é que as pessoas não conseguem."

Além disso, há o fatobetway ao vivoque muitos pacientes não conseguem usar o CPAP – e fica claro que há uma "necessidade crítica não atendida", acrescenta Schwartz.

Assim, nas últimas duas décadas, foi lançada uma sériebetway ao vivooutros tratamentos.

Em meados dos anos 1990, um aparelho dentário começou a ser usado por quem não era capazbetway ao vivotolerar a máscara.

"A apneia obstrutiva do sono ocorre no fundo da boca", diz David Turok, dentista especializadobetway ao vivoapneia.

"Basicamente, a língua não encontra espaço suficiente na boca e recua até as vias aéreas. O CPAP força a língua a sair do caminho empurrando o ar para baixo. O aparelho oral traz a mandíbula inferior para a frente, e a língua vem junto com ela.”

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Bom sono é essencial para bem-estar

Imagine um aparelho ortodôntico, que usa os dentes superiores como âncora para empurrar os dentes inferiores e, com eles, a mandíbula inferior para a frente, alargando as vias aéreas na partebetway ao vivotrás da garganta.

Mas, assim como o CPAP, o aparelho oral tampouco é uma solução perfeita. Ele mantém a mandíbulabetway ao vivouma posição que não é natural, então pode ser desconfortável, e o uso prolongado pode mudar a mordida do paciente, deixando a mandíbula para a frente. A pressão que ele exerce também pode alterar um pouco a posição dos dentes.

No entanto, durante os anosbetway ao vivoque se dedicou ao tratamento da apneia, Turok diz que a maioriabetway ao vivoseus pacientes teve sucesso com um aparelho oral.

"Mas esses são casos leves a moderados", afirma.

“Para alguém com apneia do sono grave, é preferível usar o CPAP. Eu nunca digo que você tem uma escolha. Você precisa experimentar o CPAP primeiro."

Segundo ele, a maneira mais segurabetway ao vivolidar com a apneia, para pacientes que não conseguem se adaptar ao CPAP ou aos aparelhos orais, é a cirurgiabetway ao vivoavanço mandibular, um procedimento melhor do que ampliar os tecidos moles da garganta.

"A recuperação é mais fácil porque se tratabetway ao vivocicatrização óssea, e nãobetway ao vivocicatrizaçãobetway ao vivotecidos", explica Turok.

Mas esta cirurgia também tem desvantagens, incluindo a necessidadebetway ao vivoquebrar a mandíbulabetway ao vivodois locais e a mobilização da boca após a cirurgia, o que até pouco tempo atrás era feito com arames.

Uma outra estratégia é,betway ao vivoessência, a versão elétrica do aparelho oral: a estimulação elétrica do nervo hipoglosso (HNS, na siglabetway ao vivoinglês),betway ao vivoque uma pequena carga elétrica é usada para fazer a língua se contrair e impedir que ela caia para trás durante o sono.

Lawrence Epstein, ex-presidente da Academia Americanabetway ao vivoMedicina do Sono, classifica o CPAP como “a primeira linhabetway ao vivoterapia recomendada”, mas diz que o tratamento é,betway ao vivoúltima instância, “mais sobre conhecer todas as opções e tentar adequar o tratamento ao que o paciente tem e ao que ele estaria disposto a usar”.

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Excessobetway ao vivopeso pode contribuir para apneia

Ele ressalta que, embora a apneia obstrutiva do sono seja vista como uma condição única, ela é motivada por várias causas – configuração facial e da garganta, tensão muscular, obesidade – e, portanto, nem todo tratamento funciona da mesma maneira para todos os pacientes.

“Temos tratamentos muito eficazes, mas todos apresentam desvantagens. É uma questãobetway ao vivocombinar o tratamento certo com o paciente certo.”

Há apenas um teste a fazer: "Certifique-sebetway ao vivoque funcione", diz ele, observando que "ainda temos um longo caminho pela frente" quando se tratabetway ao vivoaperfeiçoar o tratamento.

A expectativa é que, um dia, haja um comprimido para tratar a apneia.

"O futuro é neuroquímico", afirma Smith, da Universidade Johns Hopkins.

“Podemos tratar a apneiabetway ao vivoratos. Provavelmente nos próximos dez anos, talvez cinco anos, você vai poder tomar remédio para apneia do sono, porque é um problema neuroquímico. Não é a obesidadebetway ao vivosi, não é a gordura pressionando as vias aéreas, mas a gordura libera certos hormônios que levam ao colapso das vias aéreas."

Schwartz é mais cauteloso – ele acha que "é uma combinação dos dois" fatores –, mas também está investigando os hormônios secretados pelas células adiposas.

Há ainda experimentos promissores realizados com humanos. Um estudobetway ao vivo2017 mostrou que o dronabinol, versão sintéticabetway ao vivouma molécula encontrada na cannabis, reduz a gravidade da apneia do sonobetway ao vivocomparação com um placebo, alémbetway ao vivoser "seguro e bem tolerado".

"O aparelho CPAP tem como alvo o problema físico, não a causa", escreveu Phyllis Zee, principal autora do estudo.

“A droga tem como alvo o cérebro e os nervos que regulam os músculos das vias aéreas superiores. E altera os neurotransmissores do cérebro que se comunicam com os músculos. ”

Há outras notícias promissoras. Um pequeno estudo internacional duplo-cego com dois medicamentos combinados – atomoxetina e oxibutinina – mostrou que eles “reduziram bastante” a apneia, diminuindo a obstrução das vias aéreas durante o sonobetway ao vivopelo menos 50%betway ao vivotodos os participantes.

Mas para alguém como eu, que luta contra a apneia agora, a espera pode ser longa.

"A previsão é quebetway ao vivo20 anos teremos alguma droga para lidar com o problema", estima Schwartz.

"O único problema é que houve um atraso acumuladobetway ao vivo20 anos. Nós vamos chegar lá, não tenho dúvida. Há algumas abordagens farmacológicas promissoras no horizonte. ”

A paciência e a assistência médica estão frequentemente ligadas, seja à espera da chegadabetway ao vivonovos tratamentos ao mercado, à esperabetway ao vivomudanças no estilobetway ao vivovida para dar frutos, ou até mesmo à esperabetway ao vivoencontrar o especialista certo.

No meu caso, voltei à dieta e estou aguardando uma nova consulta com um especialista do sono.

Para ter uma ideiabetway ao vivoquantas pessoas estão lidando com essa condição, quando descobri que a apneia havia voltado, entreibetway ao vivocontato com a clínica do sono para marcar uma consulta – e eles só tinham horário para três meses depois.

*Esta é uma versão editadabetway ao vivoum artigo que foi publicado pela primeira vez no site Mosaic e republicado aqui sob a licença Creative Commons.

betway ao vivo Leia a versão original betway ao vivo desta reportagem (em inglês) no site BBC Future

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