Escuridão, aperto e doenças: uma visita a uma prisão maranhense:app para apostar dinheiro

Já o governo maranhense diz investir para ampliar o númeroapp para apostar dinheirovagas e reformar os presídios no interior.

Carcaçasapp para apostar dinheiroveículos

A BBC Brasil visitou o Centroapp para apostar dinheiroDetenção Provisória (CDP)app para apostar dinheiroAçailândia no último sábado. Embora se destine a presos provisórios, a unidade – uma delegacia reformada para virar presídio – também abriga internos definitivos. Naquele dia, 120 presos ocupavam uma área projetada para abrigar 70.

Apesar da superlotação, parte da área externa do presídio serveapp para apostar dinheirodepósito a cercaapp para apostar dinheiro30 veículos apreendidos pela polícia. Expostos a sol e chuva há vários anos, alguns automóveis viraram carcaças.

Atrás da recepção e da gaiola onde os detentos tomam banhoapp para apostar dinheirosol duas vezes por semana, corredores ligam as nove celas. Escuros e abafados, dão a impressãoapp para apostar dinheiroque se está numa masmorra medieval.

Para driblar a faltaapp para apostar dinheiroespaço nas celas, presos se penduramapp para apostar dinheiroredes, enquanto os demais – quase todos sem camisa, por causa do calor – se encolhem no chão.

Pequenas frestas nas paredes impedem a entradaapp para apostar dinheiroluz natural e a circulação do ar. Há forte cheiroapp para apostar dinheiromofo, cigarro e suor.

A visita agita os detentos, que abrem espaço junto às grades para que os colegas que aguardam julgamento há mais tempo exponham seus casos.

Na única cela feminina do presídio, separada das demais por um portãoapp para apostar dinheiroferro, Elisângela Santanaapp para apostar dinheiroLima,app para apostar dinheiro32 anos, está presa há dois anos e cinco meses sem jamais ter sido condenada.

Acusadaapp para apostar dinheirohomicídio, crime que ela nega, Lima diz não ter ideiaapp para apostar dinheiroquando seu caso será levado a júri. "Tenho uma filha pequena lá fora, nunca mais vou recuperar os anos que passei longe dela."

Na cela vizinha, misturado a outros 18 presos, Samuel Alvesapp para apostar dinheiroSouza mostra feridas no braço. O preso diz que tem hanseníase e que interrompeu o tratamento após ser preso, no fimapp para apostar dinheiro2013.

Antes chamadaapp para apostar dinheirolepra, a doença é contagiosa e pode provocar graves deformidades no corpo.

A BBC Brasil enviou fotos das feridas a um dermatologista do Hospital das Clínicasapp para apostar dinheiroSão Paulo. Ele diz que, embora sejam necessários exames para confirmar o diagnóstico, sinais na mão do preso indicam que ele pode mesmo ter a doença.

Segundo o médico, caso ele esteja com hanseníase e não se trate, há riscoapp para apostar dinheiroque os demais colegasapp para apostar dinheirocela sejam infectados.

Responsável pelos processos criminais na Justiçaapp para apostar dinheiroAçailândia, o juiz Pedro Guimarães Junior diz que um laudo médico atestou que Souza está curado da hanseníase e não oferece risco aos outros presos. Mesmo assim, ele afirma que o interno terá nova consulta médica no dia 27.

Outros detentos da prisão aguardam atendimento. Numa das celas, um preso com febre foi posto pelos demais junto às grades para diminuir o riscoapp para apostar dinheirocontágio.

A direção do presídio afirma que não dispõeapp para apostar dinheiroveículos nem funcionários suficientes para transportar os presos a hospitais sempre que necessário.

Outros presos se queixam da lentidão da Justiça ou do que consideram falhasapp para apostar dinheiroseus ritos processuais. Ao menos cinco detentos disseram estar presos há quase um ano sem ter sequer sido convocados para audiências judiciais, uma das primeiras etapas do julgamento.

O juizapp para apostar dinheiroAçailândia, no entanto, afirma priorizar os casosapp para apostar dinheiroque os réus estão presos, "alcançando a instrução e o julgamento sempre dentro do prazo legal".

Há uma semana, outro juiz,app para apostar dinheiroSão Luís, deu prazoapp para apostar dinheiro60 dias para que o governo maranhense ampliasse o númeroapp para apostar dinheirovagasapp para apostar dinheiroseus presídios.

O governo do Maranhão diz que "tem cumprido com os prazos determinados por lei para a licitaçãoapp para apostar dinheiroobrasapp para apostar dinheiroconstrução e ampliaçãoapp para apostar dinheirounidades prisionais no Estado". Em nota, a gestão afirma que, alémapp para apostar dinheiroImperatriz, outros oito municípios do interior ganharão novos presídios, e quatro terão suas unidades reformadas.

Segundo o governo, recentemente foram entregues cinco Unidades Prisionaisapp para apostar dinheiroRessocialização (UPR) no interior maranhense.

Fossa no limite

Entre os agentes prisionaisapp para apostar dinheiroAçailândia, teme-se que as más condições agravem a tensão entre os detentos.

O diretor do presídio, Bruno Marcos Peixoto Costa, diz que as verbas do governo para limpar a fossa sanitária da prisão estão atrasadas e que, se ela encher, excrementos poderão voltar para as celas.

Ele também se queixa da faltaapp para apostar dinheirofuncionários na unidade. Hoje, somente três agentes penitenciários se revezam nos plantões do presídio, que também contam com um vigilante armado e oito monitores terceirizados.

Segundo o coordenador da Pastoral Carcerária no Maranhão, padre Elisvaldo Cardoso Silva, a prisãoapp para apostar dinheiroBalsas, também no interior maranhense, é ainda pior que aapp para apostar dinheiroAçailândia. Ele diz que lá há 150 presos para 50 vagas.

Na prisão do município vizinhoapp para apostar dinheiroImperatriz, o segundo maior do Maranhão, 345 presos ocupam local projetado para 280.

O diretor do presídio, Francisco Firminoapp para apostar dinheiroBrito Silva, diz temer que o caosapp para apostar dinheiroPedrinhas faça o governo dar menos atenção aos presídios do interior.

"Como dizia a minha avó, aqui no interior está queimando um fogoapp para apostar dinheiroMontoro", diz ele. "É como aquele fogo que ninguém vê porque está coberto por folhas, mas queapp para apostar dinheirorepente ganha força e, aí, ninguém mais consegue apagar."