'FrasesortepixbetKeith Richards me revelou que sobreviveria', diz brasileiro sobre atentado que vai a julgamentosortepixbetParis:sortepixbet

Crédito, Gabriel Sepe Camargo | Acervo pessoal
A inclusãosortepixbetSepe no processo foi feitasortepixbetforma automática por um fundosortepixbetassistência às vítimassortepixbetatentados terroristas na França.
Na primeira entrevista à imprensa desde os atentados, o arquiteto disse à BBC News Brasil que não espera uma compensação individual nesse julgamento. Ele avalia que o processo judicial é importante para as pessoas que perderam familiares e amigos obterem um encerramentosortepixbettodo esse período.
Para ele, o que estásortepixbetjogo no julgamento é o "ato último" que leva uma pessoa envolvidasortepixbetextremismos na internet a pegar armas e sair atirando. As investigações revelaram que autores dos ataques assistiam regularmente a vídeos do Estado Islâmico e integraram a organização, fazendo inclusive viagens à Síria.
Entre os 20 acusados, há o único sobrevivente dos grupos que atacaram diversos locaissortepixbetParis e o StadesortepixbetFrance: o franco-belga Salah Abdeslam, que abandonou seu cinturãosortepixbetexplosivos na periferia da capital e conseguiu fugir para Bruxelas, onde foi detidosortepixbet2016 e entregue às autoridades francesas.
Os demais são acusadossortepixbetcumplicidade. Eles participaram da logística (esconderijos, transporte, armas, fabricaçãosortepixbetbombas) ou do financiamento dos ataques. Seis deles serão julgados à revelia, sendo que cinco são tidos como mortos. As penas vãosortepixbetseis anossortepixbetdetenção à prisão perpétua, como no casosortepixbetAbdeslam e dez outros acusados.
Não há expectativasortepixbetque Abdeslam, que completará 32 anos na próxima semana, responda algo durante o julgamento. Nos últimos anos, ele tem se mantido calado sobresortepixbetimplicação nos atentados. Detidosortepixbet2016 na periferiasortepixbetParis, ele é vigiado por câmeras 24 horas por dia para evitar um eventual suicídio.
"Falar seria uma concessão à sociedade que ele quer destruir", avalia Sepe.
O fatosortepixbetconsiderar que foi vítimasortepixbetuma violência aleatória,sortepixbetque ele não era um alvo premeditado, garante ao arquiteto paulistasortepixbet35 anos mais tranquilidadesortepixbetrelação ao drama.
Na época do atentado, aos 29 anos, ele tinha feito poucas viagens internacionais e estava apenassortepixbetpassagem por Paris. Seu destino era Valência, na Espanha, onde apresentaria um projetosortepixbetarquitetura na Fundação Le Corbusier.
Sepe estava à mesa no Le Petit Cambodge - no 10° distritosortepixbetParis, uma área popular esortepixbetimigrantes repletasortepixbetbares e restaurantes - com sete outras pessoas (seis brasileiros e um francês).
Ele conta que o que mais o impressionou foi descobrir a dimensãosortepixbetseus ferimentos após as cirurgias na perna e para a retiradasortepixbetum dos lóbulos do pulmão direito.
"Foi aí que entendi o que aconteceu e me emocionei. A enfermeira me levantou para cuidar do ferimento nas costas e vi um cortesortepixbetdiagonal sobre a coluna. Foi por pouco que não fiquei paraplégico."

Crédito, Getty Images
O arquiteto avalia que,sortepixbetmeio à tragédia, teve sucessivas "sortes": o pulmão direito baleado tem três lóbulos, enquanto o esquerdo tem apenas dois, e a bala não pegou a coluna por uma curta distância.
Muito ferido, ele quase foi deixadosortepixbetlado na triagem feita pelas equipessortepixbetsocorro no local, que estavam dando prioridade para levar ao hospital às pessoas que tinham mais chancessortepixbetsobreviver. "Um médico disse que tinhamsortepixbetme levar porque ainda dava (para salvar)", diz Sepe, se baseandosortepixbetrelatos que ouviusortepixbetamigos presentes.
O arquiteto conta que entendeu imediatamente que se tratavasortepixbetum atentado terrorista e nãosortepixbetum atosortepixbetviolência urbana, como um assalto. "O grausortepixbetviolência, o som das metralhadoras, não era algo normal", afirma.
Ele ouviu os tiros, saiu correndo e caiu baleado, consciente. Ele teve a impressãosortepixbetficar ali 15 minutos, mas segundo pessoas presentes foram maissortepixbet40. Ele se lembrasortepixbetsua chegada ao hospital e até dos azulejos nas paredes.
Processosortepixbetrecuperação
Sepe ficou 40 dias hospitalizado na França, sendo cercasortepixbetduas semanassortepixbetum serviçosortepixbetpneumologia. Depois foi transferido para um asilosortepixbetidosos. "Foi uma experiência curiosa. Eu me senti como no filme Um Estranho no Ninho."
Seu progressivo processosortepixbetrecuperação levou um ano, o que acabou provocando uma interrupção temporáriasortepixbetsuas atividades profissionais e acadêmicas. Na época, ele havia acabadosortepixbetabrir seu próprio escritóriosortepixbetarquitetura e diz que fez questãosortepixbetcontinuar morando sozinho, sendo monitorado pela família. "Estava independente esortepixbetrepente regredi."
Sepe afirma que não tem sequelas e que leva uma vida normal. Ele diz que não tem dificuldades para caminhar nem respirar, mas ressalta que às vezes sente cansaço.
O arquiteto diz ainda não ter visto a dimensão da violência do ataque que matou 12 pessoas no restaurante asiático, situado na área do Canal Saint-Martin, a poucos metrossortepixbetum hospital. Apesarsortepixbetsaber que tinha sido baleado e estar consciente,sortepixbetpercepção, atenuada com o passar do tempo, estava concentrada nele mesmo e não no que ocorria ao seu redor. "Não vi o que aconteceu depois dos tiros. Quem não ficou ferido viu cenas piores, pessoas sangrando, casais mortos", afirma.
É o caso da brasileira Amanda Antunes, que também estava no Le Petit Cambodge - a única do grupo que residesortepixbetParis. Na época recém-chegada à capital francesa, ela conta que durante um tempo viveu com medosortepixbetdescobrir as coisas na cidade. Ela também afirma ter tido pesadelos durante meses.
"Parecia que eu estavasortepixbetum filmesortepixbetficção. Nada fazia sentido. Não podia ser real. São cenas que nunca imaginamos", conta, acrescentando que depois as situaçõessortepixbetmedo foram passando, apesarsortepixbetalguns sobressaltos quando ouvia barulhos diferentes.

Crédito, Acervo pessoal
Amanda, que realiza cenografiassortepixbetexposições, também é uma das partes interessadas no julgamento dos atentados que começa nesta quarta. Segundo ela, essa participação faz sentido por conta da dimensão coletiva do processo. "Nada consegue substituir o fatosortepixbetter vivido isso. Mas é uma maneirasortepixbetdar voz às vítimas,sortepixbetpermitir que elas sejam ouvidas".
Ela diz estar vivendo o início do julgamentosortepixbetmaneira distante. Mas como mora na França, ouve diariamente notícias a respeito, o que trazsortepixbetvolta algumas cenas e provoca emoções, que ela diz conseguir "filtrar".
DiferentementesortepixbetSepe, Amanda afirma não ter entendido na hora que se tratavasortepixbetum ataque terrorista. "Achei que era um acertosortepixbetcontas entre criminosos", diz ela.
Isso não a impediusortepixbetreagir rapidamente aos disparos. "Derrubei a mesa, me joguei no chão e me arrastei para dentro do restaurante. Protegi minha cabeça com as mãos logo que começaram os disparos. Eu ouvia pessoas se perguntando o que estava acontecendo, mas eu já estava deitada", relembra. Seu grande temor no momento era que os três atiradores entrassem no restaurante, o que não ocorreu.
Sala especial
Vários números tornam esse julgamento um dos maiores já realizados na França. Além das 1,8 mil partes interessadas (vítimas ou parentessortepixbetpessoas mortas) e seus maissortepixbet300 advogados - cujos honorários são pagos pelo Estado francêssortepixbetcasossortepixbetterrorismo -, o dossiê com relatóriossortepixbetinvestigações, testemunhos e perícias possui 542 volumes, totalizando cercasortepixbet1 milhãosortepixbetpáginas.
O julgamento é considerado "histórico" tambémsortepixbetrazão da organização das audiências. Uma sala dentro do TribunalsortepixbetJustiça foi construída especialmente para a ocasião, com capacidade para 550 lugares. Ela custou 8 milhõessortepixbeteuros.
Um canalsortepixbetradio pela internet, com sistemasortepixbetsegurança, foi criado para permitir às vítimas que não podem comparecer assistir aos debates à distância. A medida custou 250 mil euros.
A duraçãosortepixbetnove meses do julgamento, que será integralmente filmado, também é considerada excepcional.
Ele ocorrerá sob forte esquemasortepixbetsegurança. Os acusados serão escoltadossortepixbetfurgões blindados com o apoiosortepixbetum helicóptero. Eles não serão julgados por um júri popular, e sim por juízes.

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