O que pensam os imigrantes ilegais brasileiros que apoiam Trump:365bet cadastro

Waldir e Família arquivo pessoal

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Se o Trump mandou a gente embora, então a gente vai embora', diz Waldir (na foto com a família)

"Eu apoio o Trump. Sempre gostei dele porque ele é uma pessoa rígida, que quer as coisas certas e bem feitas. Cada país tem a365bet cadastropolítica e eu não tenho nada que discordar. Se o Trump mandou a gente embora, então a gente vai embora. Acho que o Brasil tinha que ser assim também, o Brasil é muito liberal, qualquer um entra, faz o que quer. O Trump é maneiro, segue princípios bíblicos, é sério, melhorou a economia e fala tudo o que ele pensa na cara mesmo", diz Silva, fiel da igreja evangélica Assembleia365bet cadastroDeus. Ele também é fã365bet cadastroBolsonaro e da relação do atual presidente brasileiro com o americano. "Meu sogro sempre dizia: a gente tem que se escorar365bet cadastroárvore grande, que dá sombra", explica.

Sem documentos, a favor365bet cadastroTrump

Silva resume365bet cadastromodo simples os motivos pelos quais uma parcela significativa365bet cadastromigrantes brasileiros sem documentos apoia Trump, mesmo que as políticas do americano os mantenham sob risco constante365bet cadastrodeportação: uma economia que apresentava pleno emprego até a pandemia365bet cadastrocovid-19 atingir o país, a defesa365bet cadastrouma agenda cristã e conservadora nos costumes e uma imagem365bet cadastropolítico destemido e durão.

Bandeira com Donald Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Donald Trump está na reta final da365bet cadastrocampanha por reeleição

A comunidade brasileira nos EUA é composta por cerca365bet cadastro1,2 milhão365bet cadastropessoas, das quais entre 250 mil e 400 mil estão365bet cadastrosituação ilegal, segundo estimativa365bet cadastro2016 do Migration Policy Institute. Embora não haja pesquisas sobre preferência eleitoral dos brasileiros no país para o pleito presidencial atual, existe uma impressão generalizada365bet cadastroque a maior parte da comunidade apoia o democrata Joe Biden, mas que o percentual dos que preferem Trump tenham ou não documentos — não é nada desprezível.

Prova disso é o outdoor que adorna atualmente a cidade365bet cadastroGovernador Valadares (MG), origem365bet cadastrogrande contingente365bet cadastromigrantes brasileiros no país. Ao lado365bet cadastrouma foto365bet cadastroTrump, há os dizeres: "A favor365bet cadastroDeus, a favor da família, a favor da vida, a favor365bet cadastroIsrael e a favor do Brasil".

Migrantes indocumentados não votam nas eleições americanas, mas suas convicções políticas têm capacidade365bet cadastroinfluenciar a comunidade como um todo e o voto365bet cadastrobrasileiros com cidadania americana.

A BBC News Brasil entrou365bet cadastrocontato com ao menos duas dezenas365bet cadastroindocumentados apoiadores365bet cadastroTrump na última semana, mas a maioria deles não quis falar mesmo365bet cadastrocondição365bet cadastroanonimato. Isso porque, além da frágil situação migratória, esse grupo enfrenta também a censura do outro lado da comunidade brasileira, que vê na reeleição365bet cadastroTrump um risco iminente para a manutenção365bet cadastroseu sonho americano.

"Quando eu falo que eu gosto do Trump, o pessoal me chama365bet cadastroracista, mas eu olho pelo lado do governo, quero saber se ele está sabendo trabalhar. E ele está, está funcionando", afirma Leandro*,365bet cadastro37 anos, que365bet cadastrojunho365bet cadastro2015 entrou nos EUA com um visto365bet cadastroturista e nunca mais foi embora. Hoje ele trabalha365bet cadastrouma agência365bet cadastroremessa365bet cadastrodinheiro ao Brasil365bet cadastroMiami, na Flórida. "É claro que eu sei que Trump não gosta365bet cadastromigrantes, mas tenho a esperança365bet cadastroque depois365bet cadastrofazer a limpa que ele quer, ele vai legalizar quem quer ficar aqui pra trabalhar", diz Leandro.

Prisões, separação365bet cadastrocrianças, muro na fronteira

O próprio Trump, no entanto, nunca deu qualquer pista concreta que sustente a esperança365bet cadastroLeandro. Ele se elegeu365bet cadastro2016, prometendo construir um muro na fronteira com o México e colocar pra fora do país o que chamou365bet cadastro"bad hombres",365bet cadastrouma referência a latinos que vivem sem documentos nos EUA. E embora só365bet cadastroalguns trechos o plano do muro na divisa com o México tenha realmente saído do papel, o republicano, que concorre à reeleição365bet cadastromenos365bet cadastro20 dias, aumentou o número365bet cadastrodetenções e prisões365bet cadastropessoas indocumentadas durante seu mandato e segue fazendo do assunto uma bandeira política importante.

Sob a gestão365bet cadastroTrump, além da deportação sumária, os brasileiros também passaram a ser submetidos a um protocolo que os impede365bet cadastroesperar pela audiência na Justiça365bet cadastromigração365bet cadastroterritório americano e os devolve automaticamente ao México.

Muro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O muro contra imigrantes vindos do México foi uma das grandes promessas365bet cadastroTrump365bet cadastro2016

Algumas dezenas365bet cadastrocrianças brasileiras estavam entre os menores365bet cadastroidade separados365bet cadastroseus pais após entrarem ilegalmente nos EUA,365bet cadastro2018,365bet cadastrouma medida da gestão Trump considerada cruel até mesmo por políticos do partido do presidente e mais tarde suspensa. E o governo intensificou também ações365bet cadastrofiscalização e prisão365bet cadastromigrantes365bet cadastroempresas conhecidas por empregar mão365bet cadastroobra indocumentada — como frigoríficos — e365bet cadastrocidades com forte presença365bet cadastrocomunidades latinas.

O bolso explica

Leandro se considera um "refugiado econômico". Quando diz que o governo Trump "está funcionando", ele se refere à saúde econômica do país. "O giro da economia aumentou muito no governo dele. É difícil ver gente aqui falar: 'eu tô parado'. Índice365bet cadastrodesemprego baixíssimo, é isso o que as pessoas querem", afirma o paulistano, que deixou o Brasil depois que a agência365bet cadastroturismo365bet cadastroque trabalhava fechou.

Governador Valadares tem outdoor365bet cadastroapoio a Trump

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Governador Valadares tem outdoor365bet cadastroapoio a Trump

Se no Brasil, Leandro conseguia um salário mensal365bet cadastrocerca365bet cadastroR$ 8 mil,365bet cadastroMiami, ele afirma que, fora da pandemia, ganhava U$ 5 mil por mês (algo365bet cadastrotorno365bet cadastroR$ 25 mil). Mesmo na atual recessão, afirma tirar mensalmente cerca365bet cadastroUS$ 3,5 mil (ou R$ 17 mil), uma renda que não conseguiria no Brasil.

"Ninguém gosta do Trump pessoalmente, mas ele tem uma política econômica muito boa. Ele diminuiu impostos para pequenas empresas e investiu365bet cadastroretomar a industrialização, pra trazer mais empregos pra cá", diz a paranaense Flora,365bet cadastro25 anos, eleitora365bet cadastroTrump, ressoando argumentos que o próprio republicano não cansa365bet cadastrorepetir.

Flora conseguiu se naturalizar nos Estados Unidos há 8 anos, depois que365bet cadastromãe se casou com um americano. Já Ricardo*, o irmão mais velho dela, era maior365bet cadastroidade na época do casamento e não teve direito à documentação. Isso não o impediu365bet cadastrose mudar com a mulher e os dois filhos para a pequena cidade365bet cadastroRoselle,365bet cadastroNova Jersey, onde também mora Flora.

Ali, Ricardo mantém uma empresa365bet cadastroinstalações elétricas registrada sob o nome da irmã. Durante a pandemia, o negócio365bet cadastroRicardo foi socorrido pelo auxílio emergencial dado pelo governo Trump, o que parece ter selado definitivamente a simpatia dos irmãos pelo republicano.

O argumento desses brasileiros é comum a parte dos americanos. Durante a campanha presidencial, embora sempre aparecesse com vantagem na intenção365bet cadastrovotos, Biden era considerado pelos eleitores pior do que Trump para lidar com a economia.

De acordo com uma pesquisa da rede CNN feita365bet cadastromaio, 54% dos eleitores acreditavam que Trump teria mais condições365bet cadastrofazer o país crescer, contra 42% dos que acreditavam que Biden fosse o melhor. Essa liderança, no entanto, foi diminuindo gradativamente até desaparecer na última pesquisa, divulgada na primeira semana365bet cadastrooutubro: agora o resultado é 50% a 48% a favor365bet cadastroBiden.

Protestos

Crédito, EPA

Legenda da foto, Centros365bet cadastrodetenção365bet cadastroimigrantes dividiram americanos nas eleições

Flora diz que sente medo pelo destino do irmão, da cunhada e dos sobrinhos, caso sejam localizados pelos agentes365bet cadastroimigração. Ela teme estar tomando uma "decisão errada" ao apoiar Trump, mas encontra segurança no comportamento do próprio irmão, potencialmente o maior prejudicado pelas políticas do republicano. "Ele é bem mais365bet cadastrodireita do que eu, apoia o Trump e gosta do Bolsonaro também", diz Flora.

O mito do bom migrante e o 'self made man'

A realidade da deportação não é algo distante da família. Um amigo paranaense que também mora365bet cadastroNova Jersey enfrenta há meses um processo migratório que deve resultar em365bet cadastroexpulsão do país. Apesar disso, Flora acredita que o irmão empresário não seria um candidato à deportação.

"Trump não quer nos país apenas quem acabou365bet cadastrochegar ou quem tem ficha criminal. Se a pessoa está aqui pra contribuir com o país, ele não tem porque deportar".

Raciocínio parecido é repetido à BBC News Brasil por Leandro. "Nesse tempo todo, eu sempre paguei meus impostos, nunca fiz nada errado, sempre fugi365bet cadastroconfusão. Se o governo quisesse me expulsar, já tinha me encontrado. Mas não tem interesse porque eu contribuo economicamente para o país", diz o apoiador365bet cadastroTrump.

Dono365bet cadastrouma empresa365bet cadastroconstrução civil na região365bet cadastroBoston, Massachussets, o paulistano Roberto*,365bet cadastro38 anos vai ainda mais fundo no argumento. Ele veio ao país como turista e foi ficando ao longo365bet cadastrodez anos, eventualmente365bet cadastrosituação irregular, até que se casou com uma americana.

Hoje é cidadão dos EUA e entusiasta365bet cadastroTrump. "O tanto que eu já sofri, passei fome, morei365bet cadastrofavor… Sem sacrifício não tem retorno. O motivo que eu voto no Trump é que ele quer aqui quem faz bem pro país dele, quem quer trabalhar. Quem não quer, tchau. Hoje eu tenho muitos funcionários, mas sempre trabalhei 50, 60 horas por semana. Agora as pessoas querem que o governo dê tudo pra elas, querem ficar aqui sem pagar imposto, eu sou contra. Eu nunca ganhei nada365bet cadastrograça365bet cadastroninguém", diz Roberto, que já não vive sob risco365bet cadastroexpulsão.

A lógica por trás do argumento desses migrantes apoiadores365bet cadastroTrump mistura dois conceitos importantes na comunidade brasileira nos EUA. O primeiro é o365bet cadastroque o expatriado aqui se torna capaz365bet cadastroconsumir e crescer dependendo apenas do suor365bet cadastroseu rosto. Para aqueles que não têm documentos, e portanto são invisíveis aos olhos do Estado, a ideia365bet cadastroser um "self made man" é poderosa.

"Essa ideologia365bet cadastromeritocracia, a ideia da cultura americana365bet cadastrofazer por si só, permeia o imaginário da comunidade. E quando o migrante chega aqui e percebe que365bet cadastroduas semanas ganha o suficiente não só para se sustentar como para consumir, essa ideia fica ainda mais forte", afirma a paraense Heloiza Barbosa,365bet cadastro53 anos, idealizadora do podcast Faxina, que conta histórias365bet cadastrobrasileiros que vieram ilegalmente para os Estados Unidos e ganharam a vida com limpeza doméstica. A própria Heloiza trabalhou também como faxineira365bet cadastroBoston, logo que chegou ao país,365bet cadastromeados dos anos 1990.

O segundo conceito é o que Heloiza chama365bet cadastro"discurso do bom imigrante". É a ideia365bet cadastroque não serão denunciados ou expulsos do país "se não causarem problemas, se deixarem365bet cadastrousar até os serviços públicos a que têm direito, se não questionarem caso não sejam pagos conforme o combinado".

Mas Silva, deportado no início do ano, percebeu na pele os limites desse argumento. "A sorte não é para todos", ele diz.

'Deus vai tocar o coração dele'

A brasiliense Simone*,365bet cadastro40 anos, chegou há 5 anos aos EUA com visto365bet cadastroturista, mas para ficar. Sem documentos, trabalha como faxineira na região365bet cadastroBoston. Evangélica, casada com um brasileiro também indocumentado e mãe365bet cadastrodois filhos nascidos nos EUA, ela é pessoalmente contra Trump, pois vê seu posicionamento365bet cadastrorelação à migração como uma ameaça contra365bet cadastrofamília.

Mas foi durante um ato numa igreja metodista que ela presenciou uma das defesas mais contundentes365bet cadastroTrump,365bet cadastrouma brasileira também indocumentada no país. "Ela disse que ninguém poderia falar mal do presidente Trump, olhou pra mim e falou: 'Deus vai colocar no coração dele o desejo365bet cadastrolegalizar cada um365bet cadastronós'".

Eleitores cristãos são parte da base eleitoral365bet cadastroTrump, considerado um dos maiores defensores das bandeiras conservadoras desses grupos, especialmente numerosos entre latinos. Às vésperas da eleição, Trump indicou para uma cadeira na Suprema Corte a juíza católica Amy Coney Barrett, que poderá ser o voto decisivo para a derrubada da decisão judicial dos anos 1970 que legalizou o aborto365bet cadastrotodo o país.

"Pra mim, a questão do aborto é um divisor365bet cadastroáguas. Coloco a vida desses bebês acima da minha questão365bet cadastromigração", afirma Leandro, católico que vai todo domingo à missa das 9 da manhã365bet cadastrouma igreja com cerimônias religiosas365bet cadastroLíngua Portuguesa na Flórida.

'Macho man'

Entre os migrantes com origem na América Latina, não só uma parcela365bet cadastrobrasileiros mostra simpatia por Trump. De acordo com as pesquisas, a despeito365bet cadastrosua posição anti-imigração, ele conta com o apoio365bet cadastro30% do eleitorado latino.

É certo que nesse grupo há um grande contingente365bet cadastrovenezuelanos e cubanos, para quem o discurso anticomunista do presidente tem um apelo especial. Mas as pesquisas365bet cadastrodiferentes Estados têm mostrado na verdade um apoio desproporcional365bet cadastrohomens latinos a Trump, quando comparados a mulheres365bet cadastromesma origem.

De acordo com um levantamento365bet cadastroagosto feito pelo Instituto Equis, por exemplo, no Arizona, um dos chamados Estados-pêndulo (onde não há favorecimento histórico a determinado partido), enquanto Trump recebia o apoio365bet cadastro40% dos homens latinos, apenas 19% das mulheres latinas diziam apoiar o republicano.

Interessado365bet cadastroentender o fenômeno, o jornal The New York Times entrevistou homens365bet cadastroorigem mexicana, que apontaram no estilo político365bet cadastroTrump, que inclui elementos365bet cadastrouma masculinidade assertiva e até mesmo agressiva, um traço que os atrai.

O mesmo aspecto surge nas conversas com brasileiros, e nesse caso, a contraparte brasileira365bet cadastroTrump, o presidente Jair Bolsonaro, ajuda a compor esse quadro. "A semelhança entre Bolsonaro e Trump é que eles são eles mesmos, não fazem cena365bet cadastrobom mocinho. Que eu saiba, o Trump vai no cassino, gosta da mulherada, e o Bolsonaro também, fala o que quer, xinga, fala palavrão, não fica fazendo a ceninha do cara engravatadinho, que fala tudo bonitinho. Ele não tem essa etiqueta e acho que é por isso que o povo se identifica", afirma Leandro.

Para Silva, "Bolsonaro é o cara", assim como Trump.

Ciente desse efeito, na semana passada,365bet cadastroum comício na Flórida, Trump afirmou diante do avião presidencial: "me sinto tão poderoso". Na sequência, dançou ao som365bet cadastroMacho Man, do grupo Village People, para delírio da plateia365bet cadastroapoiadores.

* Os nomes dos entrevistados foram alterados para evitar que possam ser localizados

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