Coronavírus: enfermeiros e médicos italianos reclamamaposta artilheiro da copaesquecimento após auge da pandemiaaposta artilheiro da copacovid-19:aposta artilheiro da copa

aposta artilheiro da copa Médicos e enfermeiros na Itália foram celebrados como heróis por tratar pacientes com coronavírus que estavam gravemente doentes.

Mas agora eles estão sofrendo.

Médicos da Lombardia, a região mais atingida, estão lutando para permanecer bem.

Paolo Miranda é um enfermeiro intensivista na cidadeaposta artilheiro da copaCremona. "Estou mais irritado", diz ele. "Fico com raiva mais facilmente e começo brigas."

Há alguns meses, Paolo decidiu documentar a situação sombria dentro da unidadeaposta artilheiro da copaterapia intensiva, tirando fotografias. "Eu nunca quero esquecer o que aconteceu conosco. Logo isso se tornará história", ele diz.

Agora, com suas fotos, ele quer mostrar como seus colegas estão lidando com a chamada Fase 2 do confinamento na Itália, quando a vida começa a voltar ao normal no país.

"Embora a emergência esteja diminuindo, nos sentimos cercados pela escuridão", diz ele. "É como se estivéssemos cheiosaposta artilheiro da copaferidas. Carregamos tudo o que vimos dentroaposta artilheiro da copanós."

Pesadelos

É um sentimento ecoado por Monica Mariotti, também uma enfermeira intensivista. "As coisas estão muito mais difíceis agora do que durante a crise", diz ela.

Tínhamos um inimigo para lutar. Agora que tenho tempo para refletir, me sinto tão perdida, sem rumo."

Durante a crise, eles ficaram sobrecarregados, sem tempoaposta artilheiro da copapensar. Mas a adrenalina diminui à medida que a tensão da pandemia também cai.

Todo o estresse acumulado nas últimas semanas está se revelando agora.

"Eu tenho insônia e pesadelos", diz Monica. "Acordo 10 vezes por noite com o coração disparado e sem fôlego."

Sua colega Elisa Pizzera diz que, durante o períodoaposta artilheiro da copamais emergência, sentiu-se forte, mas agora está exausta.

Ela não tem energia para cozinhar ou cuidar da casa e, quando tem um diaaposta artilheiro da copafolga, passa a maior parte do tempo sentada no sofá.

Nenhum 'novo normal'

Martina Benedetti é uma enfermeiraaposta artilheiro da copaterapia intensiva na Toscana, e ela ainda se recusa a ver a família e os amigos, pois tem medoaposta artilheiro da copainfectá-los.

"Eu até me distancio socialmente do meu marido", diz ela. "Dormimosaposta artilheiro da copaquartos separados."

Até as coisas simples se tornaram esmagadoras. "Toda vez que tento dar um passeio, fico ansiosa e tenho que voltar para casa imediatamente", admite Martina.

Agora que ela finalmente tem tempo para refletir, está cheiaaposta artilheiro da copadúvidas.

"Não tenho mais certezaaposta artilheiro da copaque quero ser enfermeira", ela me diz. "Vi mais pessoas morrerem nos últimos dois meses do queaposta artilheiro da copaseis anos inteiros."

Cercaaposta artilheiro da copa70% dos profissionaisaposta artilheiro da copasaúde que lidam com a covid-19 nas áreas mais atingidas da Itália sofrem com o desgaste, segundo um estudo recente. "Este é realmente o momento mais difícil para médicos e enfermeiros", diz Serena Barello, autora do estudo.

Quando lidamos com uma crise, nosso corpo produz hormônios que nos ajudam a lidar com o estresse.

"Mas quando você finalmente tem tempo para refletir sobre o que aconteceu, e a sociedade está seguindoaposta artilheiro da copafrente, tudo pode desmoronar e você se sente mais exausto e emocionalmente angustiado", diz Barello.

Ela se preocupa com o fatoaposta artilheiro da copamuitos médicos e enfermeiros apresentarem sintomasaposta artilheiro da copatranstornoaposta artilheiro da copaestresse pós-traumático (TEPT) muito depois da pandemia. É quando o impactoaposta artilheiro da copauma experiência traumática afeta a vidaaposta artilheiro da copauma pessoa, às vezes meses ou até anos depois.

Para os profissionaisaposta artilheiro da copasaúde, isso pode impedi-losaposta artilheiro da copacontinuar trabalhando com a intensidade e o foco exigidos pelo emprego.

Heróis esquecidos

Em todo o mundo, médicos e enfermeiros da linhaaposta artilheiro da copafrente estão sendo considerados heróis por arriscarem suas vidas para tratar pacientes. Mas na Itália esse amor já está diminuindo.

"Quando eles estavam com medoaposta artilheiro da copamorrer,aposta artilheiro da coparepente todos nós nos tornamos heróis, mas eles já nos esqueceram", diz Monica.

"Voltaremos a ser vistos como pessoas que limpam bundas, preguiçosas e inúteis."

Em Turim, enfermeiros recentemente se acorrentaram uns aos outros usando sacosaposta artilheiro da copalixo, uma referência a como tiveram que improvisar nas enfermarias devido à faltaaposta artilheiro da copaequipamentoaposta artilheiro da copaproteção individual.

Eles fizeram um protesto para exigir reconhecimento por seu trabalho.

"Em março, éramos heróis. Agora já fomos esquecidos!", uma enfermeira gritou por meioaposta artilheiro da copaum megafone.

Um bônus por seu trabalho foi lhes prometido. Mas os profissionais ainda não viram a cor desse dinheiro.

Nenhuma escapatória

Pelo menos 163 médicos e 40 enfermeiros morreramaposta artilheiro da copacovid-19 na Itália. Quatro deles tiraram suas próprias vidas.

E, no entanto, muitos profissionaisaposta artilheiro da copasaúde agora sentem que é quase como se essa pandemia nunca tivesse acontecido. "Sinto-me sobrecarregadaaposta artilheiro da coparaiva", diz Elisa Nanino, médica que lidou com covid-19aposta artilheiro da copacasasaposta artilheiro da coparepouso.

Desde que o bloqueio foi suspenso, ela constantemente vê pessoas bebendo e comendo juntas, sem máscaras e sem distanciamento social.

"Quero ir até eles e gritar na cara deles, dizer que estão colocando todosaposta artilheiro da copaperigo", diz ela. "É tão desrespeitoso comigo e todos os meus colegas."

Uma pontoaposta artilheiro da copaque todos os profissionaisaposta artilheiro da copasaúde concordaram é que o apoio público os ajudou a superar a crise.

"Não sou herói, mas isso me fez sentir importante", diz Paolo.

O reconhecimento público é a maneira mais poderosa que temos para ajudar os profissionaisaposta artilheiro da copasaúde que lutam contra o TEPT,aposta artilheiro da copaacordo com o estudoaposta artilheiro da copaBarello.

"Todos nós temos um papel crucial a desempenhar agora", diz ela. "Temos que garantir que não esqueçamos o que médicos e enfermeiros fizeram por nós."

Os soldados podem deixar o campoaposta artilheiro da copabatalha e lidar com seus traumasaposta artilheiro da copacasa. Mas para esses médicos e enfermeiras, o próximo turnoaposta artilheiro da copa12 horas está sempre chegando.

Eles têm que lidar com tudo isso no mesmo lugaraposta artilheiro da copaque sofreram tanto.

"Sinto-me como um soldado que acabouaposta artilheiro da copavoltar da guerra", diz Paolo. "Obviamente, não vi armas ou cadáveres na rua, mas, sob muitos aspectos, sinto que estava nas trincheiras."

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