Coronavírus no Haiti: os perigos da chegada da covid-19 ao país mais pobre das Américas:fnf minijogos

Crédito, AFP
Enquanto novos casos apareciam e se multiplicavamfnf minijogosquase todo o planeta, o Haiti aparecia no mapa como um dos poucos lugares livresfnf minijogoscovid-19.
Mas era apenas uma questãofnf minijogostempo.
"Suponho que ele (coronavírus) já estava circulando pelo país antes e receio que o que esteja por vir seja muito preocupante", diz Conor Shapiro, diretor-geral da Health Equity International, ONG que oferece assistência médica no país, à BBC News Mundo.
"Se está sendo muito difícil para todos os países, acho que já devemos estar alarmados com o que acontecerá no Haiti", acrescenta.
O país mais pobre
Antes da chegada do coronavírus e mesmo antes do terremoto - que fezfnf minijogosPorto Príncipe uma pilhafnf minijogosescombros, matou maisfnf minijogos316 mil pessoas e deixou maisfnf minijogos1,5 milhãofnf minijogosdesabrigados - o Haiti já era havia muito tempo a nação mais pobre do Hemisfério Ocidental.
Antes do tremor, ocorridofnf minijogos2010, dois terços dos seus 10 milhõesfnf minijogoshabitantes já viviamfnf minijogosextrema pobreza e sem acesso à água potável. Depois do sismo, um surtofnf minijogoscólera que já se tornou endêmico deixou cercafnf minijogos10 mil mortos.
Agora, depoisfnf minijogosuma década efnf minijogosmeio à instabilidade social que até levou a mortefnf minijogospoliciais por militares, o país caribenho talvez esteja enfrentando um problema maior.
"Tantas pessoas vivendofnf minijogosmoradias superlotadas, sem água corrente ou sabão, incapazesfnf minijogosestocar alimentos efnf minijogoscomer se não trabalharem... Acho que a epidemiafnf minijogoscólera foi preditiva (do que pode acontecer agora): o Haiti passou por tudo o que éfnf minijogosruim emfnf minijogoshistória. O pesadelo será pior que o da Itália", diz Brian Concannon, fundador do Institutofnf minijogosJustiça e Democracia no Haiti (IJDH).

Crédito, Getty Images
Franciscka Lucien, diretora-geral da IJDH e que trabalhou no Haiti durante a epidemiafnf minijogoscólera, diz que o cenário pode ser ainda pior do quefnf minijogosoutras nações, dados os altos níveisfnf minijogospobreza e faltafnf minijogossaúde.
"Estamos falandofnf minijogosum país onde a maioria da população vive bem abaixofnf minijogostodos os padrõesfnf minijogospobreza,fnf minijogosuma infraestrutura que foi praticamente destruída", diz ela à BBC News Mundo.
"Outras epidemias evidenciaram que as partes mais afetadas são aquelas onde vivem as pessoas mais vulneráveis e é por isso que o coronavírus gera grande preocupação, porque o maior número da população haitiana vive na pobreza", ressalta.
Shapiro, porfnf minijogosvez, diz que as altas taxasfnf minijogosdesnutrição ou o alto númerofnf minijogospessoas imunossuprimidas, com HIV ou mesmo com tuberculose, tornam a populaçãofnf minijogosrisco comparativamente mais vulnerável do que na maioria das nações do mundo.
O Haiti é o país com o maior númerofnf minijogoscasosfnf minijogosAids do Caribe e suas taxasfnf minijogosprevalência do HIV estão entre as mais altas da região. Além disso, também tem a maior incidênciafnf minijogostuberculosefnf minijogostodo o continente e 22% das crianças com menosfnf minijogos6 anos sofremfnf minijogosdesnutrição grave.
Mas, segundo Lucien, alémfnf minijogostudo isso, um dos maiores perigos é que a doença se torne incontrolávelfnf minijogosum país onde o sistemafnf minijogossaúde não provê o básico.
"Uma das coisas que mais me preocupa é que essa doença (covid-19) vem resultandofnf minijogosum colapsofnf minijogossistemasfnf minijogossaúdefnf minijogostodo o mundo e, no caso do Haiti, este já não é suficiente no dia a dia", diz ele.
Um sistema no limite
Shapiro, que coordena os esforços humanitários no Haiti há quase duas décadas, diz que, para se ter uma ideia do impacto que o coronavírus pode ter no país, basta lembrar como eram os serviçosfnf minijogossaúde antes mesmo da chegada da pandemia.
"Até agora, receber serviços médicos tem sido muito difícil para a maioria da população. Muitas pessoas precisam viajarfnf minijogosuma parte do país para outra por horas até os poucos hospitais existentes para receber atendimento. Há mulheres grávidas que no momento precisam viajarfnf minijogosuma cidade para outra para ter uma cesariana", diz.
Não há dados oficiais sobre o númerofnf minijogoshospitais atualmente operando no Haiti ou o númerofnf minijogosprofissionais na área da saúde, embora, segundo a imprensa local, ambos vêm diminuindo nos últimos anos.
Um relatóriofnf minijogos2018 da St Luke Foundation e do Maryland Medical Center mostrou que, naquele ano,fnf minijogostodo o país, havia apenas 90 leitos para cuidados intensivos. O país tem 10 milhõesfnf minijogoshabitantes.
Desses, apenas 45 tinham respiradores, um dos equipamentos mais essenciais para os casos mais críticosfnf minijogoscoronavírus.

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"A assistência à saúde não é um serviço acessível. Se o coronavírus colocoufnf minijogosxeque o sistemafnf minijogossaúde dos países desenvolvidos, podemos imaginar que esta é uma situação extrema para o Haiti", diz Shapiro.
De acordo com um estudo do Banco Mundialfnf minijogos2010 (últimos dados disponíveis), o governo haitiano mal tem fundos para operar a redefnf minijogoshospitais públicos da ilha e o orçamento para a saúde caiufnf minijogos16,6%fnf minijogos2004 para 4,4% do PIBfnf minijogospouco maisfnf minijogosuma década.
E desse total, segundo o relatório, quase 90% está destinado a pagar os salários dos profissionaisfnf minijogossaúde.
O Ministério da Saúde Pública do Haiti afirma que o país está fazendo tudo ao seu alcance para conter a epidemia.
"Nenhum país estava preparado para isso e nem nós estamos. Mas tomamos medidas e ativamos um planofnf minijogoscontingência para tentar conter o vírus", diz um porta-voz do órgão à BBC News Mundo.
"Fechamos as fronteiras, estamos realizando campanhasfnf minijogosconscientização para que as pessoas lavem as mãos, para que conheçam o vírus e tomem medidas parafnf minijogosproteção", acrescenta.
O governo haitiano anunciou no início desta semana o fechamento das fronteiras com a República Dominicana, cancelou a maioria dos voos internacionais (com exceção dos EUA) e suspendeu a maioria dos eventos sociais.
No entanto, Etant Dupain, jornalista local, diz à BBC News Mundo que, apesar do governo ter decretado estadofnf minijogosemergência, feiras e comércio, bases da economia informal haitiana e fontefnf minijogossubsistência para milharesfnf minijogospessoas, continuam a operar comofnf minijogoscostume.
A grande incerteza
Para Shapiro, a grande preocupação com a chegada do coronavírus no Haiti transcende a pobreza, que multiplicará os contágios, ou a faltafnf minijogosinfraestrutura sanitária, que resultaráfnf minijogosum número terrívelfnf minijogosmortes.
"Trabalho no Haiti desde 2003 e é a primeira vez que o país corre o riscofnf minijogosser deixado sozinhofnf minijogosmeio a uma epidemia que pode dizimarfnf minijogospopulação", diz ele.

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"Todos os países que se lembraram do Haitifnf minijogosmomentos críticos estão agora tentando combater a pandemiafnf minijogosseus territórios, por isso tenho medofnf minijogosque o Haiti tenha que enfrentar sozinho essa pandemia", diz ele.
Além disso, lembra o especialista, que comanda o hospital St Boniface, no sul do Haiti, há anos as instalações médicas foram mantidas a duras penas só por meiofnf minijogosajuda internacional.
"Agora, estamos preocupados com o fatofnf minijogospodermos continuar recebendo o suporte externo e os suprimentos médicosfnf minijogosque precisamos, não apenas para covid-19, mas para continuar mantendo os serviços que pudemos oferecer até agora", acrescenta.
"Não podemos minimizar as circunstâncias. O Haiti enfrenta um desafio nunca visto antes", conclui.

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