Como a ‘cidade dos migrantes’ mexicana acabou se virando contra uma caravanabancas com bonus de cadastromigração:bancas com bonus de cadastro

bancas com bonus de cadastro "Fora hondurenhos, não queremos vocês aqui", gritavam centenasbancas com bonus de cadastromoradores enfurecidosbancas com bonus de cadastroTijuana, no norte do México, nos arredores do ginásio que abriga a caravanabancas com bonus de cadastromigrantes da América Central que tenta chegar aos Estados Unidos. Eles agitavam bandeiras e cantavam o hino nacional do México.

Na cidade, que faz fronteira com os EUA, estão concentrados milharesbancas com bonus de cadastromigrantes, a maioriabancas com bonus de cadastroHonduras, que pretendem entrar no território americano para pedir asilo.

Eles fazem parte da caravana que deixou a cidade hondurenhabancas com bonus de cadastroSan Pedro Sula no dia 12bancas com bonus de cadastrooutubro e passou a reunir cada vez mais pessoas ao longo do trajeto - muitos se juntaram ao grupo quando a marcha atravessava a América Central.

Eles dizem fugir principalmente da pobreza e da violência das "maras", gangues que atuambancas com bonus de cadastroalguns países do continente.

A tropabancas com bonus de cadastrochoque da políciabancas com bonus de cadastroTijuana precisou deter os manifestantes para evitar possíveis agressões. Houve momentosbancas com bonus de cadastrotensão quando eles começaram a empurrar e arremessar garrafasbancas com bonus de cadastroágua.

Os migrantes foram mantidos no interior do ginásio esportivo Benito Juárez, onde estão abrigados. Alguns espiavam pelas grades e observavam a cena com perplexidade.

"Estamos fugindo da violência. Queremos paz", disse Carlos, mostrando as mãos deformadas por agressões.

Essa hostilidade e a xenofobiabancas com bonus de cadastrorelação à caravana é algo sem precedentesbancas com bonus de cadastroTijuana, concordam os especialistas ouvidos pela BBC News Mundo, serviçobancas com bonus de cadastroespanhol da BBC.

A frase "Tijuana é uma cidadebancas com bonus de cadastromigrantes" é ouvida por toda a parte. E é um fato: umbancas com bonus de cadastrocada dois habitantes da cidade não nasceu lá, segundo o Conselho Nacionalbancas com bonus de cadastroPopulação mexicano.

Os moradoresbancas com bonus de cadastroTijuana repetem a frase com orgulho e têm tradicionalmente acolhido os migrantes. Mas a chegada da caravana provocou um sentimentobancas com bonus de cadastrorejeição aos que vêmbancas com bonus de cadastrofora.

Tijuana ainda é hospitaleira?

Os especialistas concordam que se tratabancas com bonus de cadastrouma minoria, mas que se fez ouvir, e que a rejeição aos migrantes está aumentando, mesmo na hospitaleira Tijuana.

No domingo, esse setor da população organizou uma manifestação com cartazes que diziam: "Essa é uma invasão disfarçadabancas com bonus de cadastromigração".

Muitos justificaram o incômodo com os migrantes pela suposta forma com que a caravana entrou no México.

"Eles chegaram ilegalmente, destruindo cercas e agredindo."

Ao mesmo tempo, a poucos metros do protesto, era realizado um ato a favor dos migrantes. Mas o grupo estavabancas com bonus de cadastronúmero menor e acabou se dispersando quando os manifestantes rivais se aproximaram para enfrentá-los.

Segundo os especialistas, há vários fatores que motivaram essa ondabancas com bonus de cadastrorejeição à caravana da América Central.

Feijão e redes sociais

Nos últimos dias, o vídeobancas com bonus de cadastrouma migrante hondurenha reclamando da comida que deram a ela viralizou nas redes sociais.

"A comida que eles estão dando aqui (é)bancas com bonus de cadastromorrer. Olha o que eles oferecem: feijão puro batido, como se estivessem alimentando porcos. E não tem jeito, temosbancas com bonus de cadastrocomer essa comida porque senão morremosbancas com bonus de cadastrofome ", diz elabancas com bonus de cadastroum vídeo gravado pela redebancas com bonus de cadastrotelevisão alemã Deutsche Welle.

"Aqui somos pobres, comemos feijão", gritavam os manifestantes na marcha contra a caravana.

Outro vídeo afirma que os migrantes não querem mais a comida que recebem e pedem pizza e refrigerante.

Esse tipobancas com bonus de cadastromanifestação tem indignado até moradores que inicialmente apoiavam os migrantes.

A divulgação dos vídeos "marca um antes e depois" na forma como os migrantes são vistos no México, explica Claudia Benassini, pesquisadorabancas com bonus de cadastromídia digital na Universidade La Salle, na Cidade do México.

Segundo ela, as redes sociais desempenharam um papel crucial nesse processo: "A informação circulou forabancas com bonus de cadastrocontexto e sem espaço para desmentidos".

Nessas ocasiões, não faltam comentários xenófobos, inapropriados e com muito pouco conhecimento sobre o tema, explica a especialista.

Coincidentemente, partes do Estadobancas com bonus de cadastroNayarit foram consideradasbancas com bonus de cadastrosituaçãobancas com bonus de cadastrocalamidade devido às fortes chuvas e inundações. Nas redes sociais, várias mensagens foram publicadas pedindo ao governo que resolvesse primeiro o problema dos mexicanos afetados pelas enchentes antesbancas com bonus de cadastroajudar os migrantes.

"São dois problemas distintos. Se o governo não resolveu a questãobancas com bonus de cadastroNayarit, não é necessariamente por causa dos migrantes", acrescenta Benassini.

No fimbancas com bonus de cadastrosemana, os migrantes que estão no ginásio tentaram compensar essa imagem negativa,bancas com bonus de cadastroque não receberam bem a comida, com um vídeobancas com bonus de cadastroque agradecem aos mexicanos pelo "lanche que levaram para dar a eles".

Além disso, antes do ataque dos moradoresbancas com bonus de cadastroTijuana, eles saíram para varrer as ruasbancas com bonus de cadastrovolta do abrigo.

Trump e o prefeitobancas com bonus de cadastroTijuana

O prefeito da cidade, José Manuel Gastélum, tampouco ajudou os tijuanenses a ter uma atitude positivabancas com bonus de cadastrorelação aos migrantes, segundo os especialistas.

Em várias ocasiões, ameaçou deportá-los.

"Os direitos humanos são para os humanos direitos", disse elebancas com bonus de cadastroentrevista ao canalbancas com bonus de cadastrotelevisão mexicano Milenio, após um confronto entre migrantes e moradores locais nas praiasbancas com bonus de cadastroTijuana, no diabancas com bonus de cadastroque a caravana chegou.

Segundo ele, os migrantes "chegaram com um plano agressivo e rude, com cantorias, desafiando as autoridades".

"Não me atrevo a dizer que são todos os migrantes, mas há alguns que são preguiçosos, maconheiros, agridem as famílias", afirmou.

Além disso, há um setor da sociedade que está se deixando influenciar pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "um homem racista e que muitos consideram um líder", diz Jorge Bustamante, pesquisador emérito do Colegiobancas com bonus de cadastrola Frontera .

Trump tem sido hostil com os migrantes, mobilizou milharesbancas com bonus de cadastrosoldados na fronteira e prometeu endurecer os processos para solicitaçãobancas com bonus de cadastroasilo.

Na manifestação que repreendeu os hondurenhos, Jonathan Zuñiga,bancas com bonus de cadastro25 anos, disse entender por que Trump é duro com os latino-americanos: "Ele sente que seu país está ameaçado e, portanto, o protege. O México deveria fazer o mesmo".

Paralelamente, os Estados Unidos restringiram temporariamente as viasbancas com bonus de cadastroacessobancas com bonus de cadastroTijuana a San Diego, interferindo na vida cotidiana na cidadebancas com bonus de cadastrofronteira.

"Isso incomodou muito os tijuanenses que vão trabalhar lá diariamente. Aumentabancas com bonus de cadastromuito as filas e o tempo que eles gastam para se deslocar. Eles interpretaram isso erroneamente como culpa dos migrantes", explica José Moreno Mena.

Tamanho da caravana

As caravanasbancas com bonus de cadastromigrantes se tornaram um fenômeno recorrente nos últimos anos. Mas, desta vez, várias marchas se juntaram, e o movimento tomou grandes proporções, o que levou algumas pessoas a vê-lo como uma ameaça, acrescenta o especialista.

Além disso, ele diz que o governo mexicano também não conseguiu controlar as caravanas.

Aqueles que repudiam o movimento chamam os migrantesbancas com bonus de cadastro"invasores".

Para entrar no México, qualquer cidadão pode solicitar um vistobancas com bonus de cadastrotrânsito na fronteira, o que permite uma estada legalbancas com bonus de cadastro30 dias no país, que pode ser renovada.

No entanto, como a caravana entrou pelo rio Suchiate na fronteira com a Guatemala - e não pelo posto da fronteira -, o controle foi perdido e não foi possível documentá-los.

"Embora uma parte deles tenha sido registrada", esclarece Mena.

Racismo

O especialista também vê sinaisbancas com bonus de cadastroracismo na hostilidade aos migrantes.

"Os racistas mexicanos veem os moradores da América Central como inferiores", afirma o acadêmico, acrescentando que o mesmo não aconteceria com americanos.

Os especialistas concordam que o medo dos tijuanensesbancas com bonus de cadastroque os migrantes sejam um fardo para a economia é um mito. Na cidade, há ofertabancas com bonus de cadastrotrabalho, pelo menosbancas com bonus de cadastrosetores que exigem menos qualificação, como na áreabancas com bonus de cadastroconstrução, sempre há empregosbancas com bonus de cadastrosobra.

Mas os entrevistados pela BBC News Mundo acreditam que, embora seja algo novo e possa estar aumentando, a xenofobia e o racismo se referem apenas a uma "minoria" da sociedadebancas com bonus de cadastroTijuana.

José Rendón, que se manifestou a favor das boas-vindas aos imigrantes, disse à BBC News Mundo que eles devem fazer isso "por solidariedade, por simples humanidade".

Federico Garza, como outros tijuanenses, afirma estar desapontado com a atitudebancas com bonus de cadastroalguns moradores que rejeitam os migrantes da América Central.

"Eles dizem que os hondurenhos podem aumentar a insegurança e a violência na cidade. Mas, pelo que vimos hoje, os tijuanenses intolerantes que são o problema: eles que querem brigar e perturbar os mais vulneráveis."

Após a tentativabancas com bonus de cadastroatacar o abrigo, as forçasbancas com bonus de cadastrosegurança limitaram a entrada e saída dos migrantes do ginásio.

Ainda não se sabe quanto tempo os milharesbancas com bonus de cadastrointegrantes da caravana podem ficarbancas com bonus de cadastroTijuana. Os pedidosbancas com bonus de cadastroasilo deles se somam a uma filabancas com bonus de cadastro2,8 mil pessoasbancas com bonus de cadastrodiferentes nacionalidades que também estão na cidade esperando a liberação do governo dos Estados Unidos para cruzar a fronteira.

bancas com bonus de cadastro Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube bancas com bonus de cadastro ? Inscreva-se no nosso canal!