Cinturão do Sahel, o esconderijocassino dinheiro no cadastrojihadistas na África que preocupa cada vez mais a Europa:cassino dinheiro no cadastro

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Os esforços estão focadoscassino dinheiro no cadastroevitar que a zona, principalmente Mali, se torne um reduto extremista. Mas o desafio militar, devido à grande e complexa geografia, é enorme.
Uma regiãocassino dinheiro no cadastrocrise
O coronel Ignacio Fuente Cobo, analista do Instituto Espanholcassino dinheiro no cadastroEstudos Estratégicos (IEEE), ligado ao Ministério da Defesa da Espanha, define o cinturão como uma regiãocassino dinheiro no cadastrocrise.
E vários fatores contribuem para isso. Em primeiro lugar, explica, há uma crise política: trata-secassino dinheiro no cadastro"Estados muito fracos que surgiramcassino dinheiro no cadastroprocessos coloniais, cujas fronteiras não coincidem com a natureza das populações que se estabelecem nesses Estados".

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E são Estados muito diversos, diz Eduard Soler, analista do Centrocassino dinheiro no cadastroBarcelona para Assuntos Internacionais (Cidob), think thank sediado na cidade espanhola, nos quais "o poder nem sempre foi representativo do conjunto. Há comunidades que se sentem marginalizadas da estruturacassino dinheiro no cadastropoder".
Há, por exemplo, as populações que se deslocam a cavalo por vários desses países, como os Tuareg, que rejeitam a existênciacassino dinheiro no cadastrofronteiras entre eles.
Muitos desses lugares têm conflitos internos, como Mali, e a situação é agravada pelo terrorismo internacional e o crime organizado, já que a região converge rotascassino dinheiro no cadastrotráfico ilegalcassino dinheiro no cadastrotodos os tipos -cassino dinheiro no cadastrodrogas a pessoas e armas, camufladas entre fronteiras porosas e áreascassino dinheiro no cadastroque a presença do Estado não existe.
Além disso, um fator socioeconômico contribui para essa deterioração: na maioria dos casos, são Estados com uma renda per capita muito baixa e um crescimento explosivo da população. "É uma espéciecassino dinheiro no cadastrobomba demográfica", resume o coronel Fuente Cobo.
Isso implicacassino dinheiro no cadastroum enorme númerocassino dinheiro no cadastrojovens sem perspectivas econômicas e, portanto, "presas fáceis" dos grupos criminosos e extremistas que atuam na área, explica Soler.
Como se isso tudo não bastasse, as mudanças climáticas afetam drasticamente a região, e áreas que antes eram férteis, como Lago Chade, agora estão desertificando.
Novo berço do jihadismo?
"O jihadismo islâmico se movecassino dinheiro no cadastromaneira muito confortávelcassino dinheiro no cadastrotoda a região", afirma Fuente Cobo.

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A al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) está presente na área - principalmente na Argélia, no Mali, na Mauritânia e no Níger - desde 2007. O Boko Haram foi fundadocassino dinheiro no cadastro2002 e há vários anos operacassino dinheiro no cadastropartes da Nigéria, do Níger, do Chade ecassino dinheiro no cadastroCamarões, da mesma forma que acontece com a Al Shabaab na parte oriental, principalmente na Somália.
E estes são apenas alguns exemploscassino dinheiro no cadastrogrupos que chegaram às manchetes após perpetrarem ataques sangrentos. Muitos outros operam na região.
Ou seja, a ameaça não é nova ou desconhecida para os países europeus. Na verdade, as primeiras tropas francesas que combateram o terrorismo na região foram implantadascassino dinheiro no cadastro2013 - primeiro com a Operação Serval, no Mali, substituída um ano depois pela Operação Barkhane, com fococassino dinheiro no cadastrotodo o Sahel.
Mas existem dois fatores que estão aumentando a tensão e o medo.
Em primeiro lugar, "o Sahel foi previamente isolado da Europa por uma sériecassino dinheiro no cadastropaíses na margem sul do Mediterrâneo que tinham uma situação política estável", explica o coronel Funte Lobo, "mas agora se abriu um buraco muito importante nessa região, que é a Líbia, um país que ninguém controla".
Por meio desse grande buraco, "muitos dos problemas do Sahel estão chegando ao território europeu", alémcassino dinheiro no cadastropermitir um movimento significativocassino dinheiro no cadastromercenários e armas da Líbia para o sul, alimentando os grupos jihadistas que atuam na região.

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Muitos desses combatentes são integrantes do grupo autodenominado Estado Islâmico (EI) derrotados na batalha ocorrida na cidade líbiacassino dinheiro no cadastroSirtecassino dinheiro no cadastro2016. E agora, teme-se que os derrotados na Síria e no Iraque também busquem se estabelecer na região.
Todos os analistas consultados para esta reportagem pela BBC Mundo, o serviçocassino dinheiro no cadastroespanhol da BBC, ponderaram que não se tratarácassino dinheiro no cadastroum movimento maciço vindo do Oriente Médio, uma vez que a maioria desses combatentes não consegue deixar a Síria e o Iraque, mas reconheceram que há uma preocupação.
"Uma parte (desses indivíduos) também está indo para o Afeganistão, uma zonacassino dinheiro no cadastroacolhidacassino dinheiro no cadastrojihadistas. Alguns estão indo para a região da Ásia-Pacífico e outros estão tentando chegar à zona do Sahel", diz Fuente Cobo.
"Uma das grandes preocupações, ainda que não tenhamos dados confiáveis, é que possa se tornar uma nova área segura (para extremistas), uma espéciecassino dinheiro no cadastronovo Afeganistão, mas muito mais próximo das fronteiras europeias."
Sergio Altuna, pesquisador especialista no Magrebe e no Sahel do think thank espanhol Instituto Real Elcano, avalia que a derrota do Estado Islâmicocassino dinheiro no cadastrooutras regiões está fazendo com que a área seja vista como um "potencial pontocassino dinheiro no cadastroreunificação" do movimento jihadista.

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Mas, para isso, não há necessidadecassino dinheiro no cadastroo Estado Islâmico enviar novos combatentes para lá - os jihadistas estão operando na área há anos. Então, "um problema que já existia está sendo redescoberto", acrescenta Altuna.
O analista Eduard Soler concorda. Para ele, o Sahel "não será a próxima etapa da luta contra o jihadismo, já é", mas não será o único foco. "Há outros pontoscassino dinheiro no cadastropreocupação, como o Afeganistão e o Sudeste Asiático", embora, no caso africano, exista uma "proximidade real" para a Europa.
A federação dos grupos jihadistas
Há uma grande mudanças nos sistemascassino dinheiro no cadastrolealdade entre os grupos jihadistas que operam no Sahel, mas "al-Qaeda sempre foi o cavalo vencedor no Magrebe Islâmico", diz Fuente Cobo.
"Quando o Estado Islâmico chegou, muitos desses grupos romperamcassino dinheiro no cadastrolealdade com a al-Qaeda e foram com o EI."
Mas o que acontece agora, após o EI ser derrotado na Líbia e, recentemente, no Iraque e na Síria? Eles vão competir uns com os outros ou vai haver uma absorção pela al-Qaeda?
Embora esta seja uma das grandes questões, já houve uma sériecassino dinheiro no cadastromovimentos que mostram uma reconfiguração das forças.
"A diminuição do poder geopolítico e da capacidade do EI também o fez perder influência dentro do mundo islâmico", explica o coronel. "Estamos assistindo ao ressurgimentocassino dinheiro no cadastrogrupos ligados à al-Qaeda".
No marco desse ressurgimento,cassino dinheiro no cadastromarçocassino dinheiro no cadastro2017 vários grupos na órbita da al-Qaeda, incluindo a AQMI, se uniram para formar a maior organização jihadista no Sahel: a Nusrat al Islam, ou Frentecassino dinheiro no cadastroApoio ao Islã e aos Muçulmanos.

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A união ocorre, explica Fuente, para impedir que integrantes remanescentes do EI oriundos das batalhas da Líbia ou do Oriente Médio possam se infiltrar no território que eles controlam.
"Para evitar que o EI use a área como uma nova base logística e uma zonacassino dinheiro no cadastrorecuperação, todos os grupos na órbita da al-Qaeda se juntaram a esta nova organização."
A resposta: militarizar o Sahel
Todo esse acúmulocassino dinheiro no cadastroameaças e problemas levaram a uma presença militar cada vez mais intensa na área, principalmente europeia, embora existam também tropas americanas.
Há várias operações e missõescassino dinheiro no cadastrocurso no Sahel, ligadas a diferentes organizações e países. Os esforços e concentram principalmente no Mali, o foco vermelho na região.
"O Mali é um país crítico, é o mais frágil, com um norte fundamentalmente árabe e touareg e um sul principalmentecassino dinheiro no cadastropopulações negras, animistas cristãos. É um país claramente muito dividido, com fronteiras que são produto da descolonização", explica Fuente Cobo.
É lá que as Nações Unidas operam, por meio da Missão Multidimensionalcassino dinheiro no cadastroEstabilização Integrada das Nações Unidas no Mali (Minusma), criadacassino dinheiro no cadastro2013 para apoiar as autoridades malinesas na pacificação do país após uma sériecassino dinheiro no cadastrorebeliões islâmicas e um golpecassino dinheiro no cadastroEstadocassino dinheiro no cadastro2012.
Trata-se da missão mais poderosa da ONU, com cercacassino dinheiro no cadastro13 mil soldados, mas que também é muito atacada por grupos jihadistas. Trata-secassino dinheiro no cadastrouma das missões mais perigosas do órgãocassino dinheiro no cadastrodécadas, com maiscassino dinheiro no cadastro115 capacetes azuis mortoscassino dinheiro no cadastroquatro anos.

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Do outro lado, está a Operação Barkhane, uma missão puramente antiterrorismo realizada pela França. Envolveu cercacassino dinheiro no cadastro3 mil soldados distribuídoscassino dinheiro no cadastrouma sériecassino dinheiro no cadastrofortes, da Mauritânia ao Chade, "tentando criar uma espéciecassino dinheiro no cadastrobarreira para que os jihadistas não se movam facilmente entre o norte do Sahel e a zona sul".
Também existem as missõescassino dinheiro no cadastrotreinamento das forças locais pela União Europeia na área - a mais importante é a que está no Mali, atualmente liderada pela Espanha.
E, junto a isso, uma nova iniciativa criadacassino dinheiro no cadastro2017: a força G5-Sahel, composta por um totalcassino dinheiro no cadastro5 mil soldadoscassino dinheiro no cadastroMauritânia, Mali, Chade, Burkina Faso e Níger, financiada pela UE e pelos Estados Unidos. Seu objetivo é tanto a luta contra o jihadismo como a contenção das redescassino dinheiro no cadastrotráfico e migração ilegal.
A agência AFP informou que um documento interno do G5 descreve o norte do Mali como um "conhecido esconderijo para terroristas" e uma "plataforma para o lançamentocassino dinheiro no cadastroataques contra outros países".
Os especialistas, porém, destacam que o aumento da militarização não pode ser o único caminho.
Os planoscassino dinheiro no cadastrocooperação para o desenvolvimento local, realizados pincipalmente pela França, a antiga potência colonial na região, estão se revelando insuficientes.
"A militarização não pode ser a única resposta. É indispensável criar condiçõescassino dinheiro no cadastrosegurança, mas não é o suficiente", diz Soler.
Segundo apontou o especialista no documento das Tendênciascassino dinheiro no cadastro2018 do Centrocassino dinheiro no cadastroBarcelona para Assuntos Internacionais, a esperança para o Sahel depende mais do desenvolvimento dos países da África Ocidental, como Gambia ou Gana, do que das armas.










