O excêntrico mercadobet7 rollovervendabet7 rolloverurinabet7 rollovermeio a epidemiabet7 rolloverdrogas nos EUA:bet7 rollover
- Ricardo Senra
- Da BBC Brasilbet7 rolloverWashington

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Amostrasbet7 rolloverurina sintética prometem burlar exames toxicológicos com 100%bet7 rollovereficácia
bet7 rollover Encontradasbet7 rolloverquase toda esquina, as lojasbet7 rolloverconveniência nos Estados Unidos vendembet7 rollovertudo: refrigerantes, cigarros, salgadinhos, desodorantes, café, asinhasbet7 rolloverfrango, hambúrgueres, doces, bebidas, brinquedos e... urina.
Alémbet7 rollovercausar surpresa num ambiente desses, o último item se tornou pivôbet7 rollovercontrovérsiabet7 rolloverum país onde empregadores têm carta verde do governo para pedir exames sobre usobet7 rolloverdrogas antesbet7 rollovercontratar alguém - e,bet7 rollovermuitos casos, também depois da contratação, sem aviso prévio.
A situação se complica quando se levabet7 rolloverconta que os Estados Unidos enfrentam uma epidemia sem precedentesbet7 rolloveropioides, que já mata maisbet7 rollover100 pessoas por diabet7 rolloveroverdosebet7 rollovertodos grupos sociais e idades e rendeu um pronunciamento do presidente Donald Trump, na última terça-feira, que classificou a escalada das drogas como "um problema tremendo", do qual "ninguém está a salvo" .
Os opioides são drogas quimicamente semelhantes que interagem com os chamados receptores opioidesbet7 rollovercélulas nervosas no corpo e no cérebro. Podem ser substâncias proibidas, como heroína, ou analgésicos prescritos, como morfina, codeina, fentanil e oxicodona.
Produzidas por dezenasbet7 rolloverempresas e geralmente vendidas online, amostrasbet7 rolloverurina sintética ou real desidratada prometem burlar exames e 100%bet7 rollovereficáciabet7 rolloverresultados neutros para usuáriosbet7 rolloverdrogas.
A maioria delas, entretanto, é vendida para finsbet7 rolloverpesquisa ou "fetiche", segundo os fabricantes. Mas há empresas que vão direto ao ponto, como o site "urinaultralimpa.com" (em tradução livre), que promete que "Passar num testebet7 rolloverurina nunca foi tão fácil!". Os donos do "Resolva Sua Urina Rápido", porbet7 rollovervez, prometem vender a "melhor urina sintética para exames, criada para protegerbet7 rollovervida privadabet7 rolloverexames toxicológicos".

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Urinas sintéticas ou reais desidratadas são vendidas para finsbet7 rolloverpesquisa ou fetiche, dizem fabricantes
Muitos fabricantesbet7 rolloverurina sintética se apresentam como "conselheiros sobre testesbet7 rolloverdrogas". O argumento da proteção da privacidade também é usado por advogados, ativistas e ONGs americanas, que entendem os examesbet7 rolloverdrogas feitos por empresas como invasão da intimidade dos candidatos e pedembet7 rolloverproibiçãobet7 rollovertodo o país.
Enquanto não se chega a um consenso, o xixi artificial - oubet7 rolloveralguns casos real, vendidobet7 rolloverversão desidratada,bet7 rolloverpó - é vendido online por preços que variam entre US$ 15 e US$ 40 dólares (ou R$ 48 e R$ 130, aproximadamente).
Testes
Troy Evans trabalhou como policial por 26 anos no Estado do Colorado. Depoisbet7 rolloverse aposentar, há cinco anos, virou sóciobet7 rolloverum laboratório que oferece testesbet7 rolloverdrogas para empresas e para o governo americano.
"Nossos flagrantesbet7 rollovertentativasbet7 rolloverburlar os exames cresceram junto com a epidemiabet7 rolloveropioides. O que percebemos é que pessoas que usam essas substâncias ilegais apelam para a urina artificial quando se candidatam a uma vaga", diz Evans a BBC Brasil.
"A reação dos fraudadores varia. Muitas vezes eles assumem quando são confrontados. Às vezes ficam agressivos, irritados", afirma. "Se for constatado o usobet7 rolloverurina falsa, o candidato é desclassificado na hora."
Ele explica que os testes são obrigatórios para empregosbet7 rolloveragências do governo americano e para todos os motoristas profissionais do país - dos condutores do Uber a pilotosbet7 rollovercaminhões.

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Em alguns setores, como para os motoristas profissionais, testes são obrigatórios
Nos demais setores, a exigência ou nãobet7 rollovertestes é uma escolha das empresas. Cada Estado tem regras específicas na hora dos testes, mas a maioria obedece um padrão: o candidato precisa esvaziar os bolsos, tirar casacos e deixar todos os objetos pessoais fora da salabet7 rollovercoleta.
bet7 rollover Um exame rápido é realizado na amostra recém-coletada, na presença do paciente. Se houver resultado anormal ou se o candidato mostrar sinaisbet7 rollovernervosismo, uma nova coleta é feita na presença do testador, que pode exigir inclusive que a pessoa fique nua para garantir que não haja interferência.
"Temperatura e cheiro são os principais sinaisbet7 rolloveradulteração. Não tem como uma amostra ter calor muito diferentebet7 rollover36 graus, que é a temperatura humana. Meu trabalho também inclui avaliar a cor e o cheiro, que é muito característico, e isso me orienta a aceitar a amostra ou pedir nova coleta", afirma.
As empresas conhecem as táticasbet7 rolloverTroy e seus colegasbet7 rolloverprofissão, e vêm investindobet7 rolloveramostras sintéticas mais refinadas, com adesivos que mantém a urina na temperatura do corpo humano.
Algumas vão além: fabricantes como o Serious Monkey Business vendem próteses realistasbet7 rolloverpênis acopladas a bolsas quentes, que supostamente são capazesbet7 rolloverdriblar os testes feitos com acompanhamento.
As próteses são vendidas nas versões "branco", "bronzeado", "latino", "moreno" e "negro" para, segundo a empresa, "combinar com qualquer tombet7 rolloverpele".

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Alguns fabricantes oferecem prótesesbet7 rolloverpênis acopladas a bolsas quentes
Fetiche?
A reportagem procurou três fabricantesbet7 rolloverurina sintética. Duas não responderam os pedidosbet7 rolloverentrevista e a terceira afirmou que não fala com a imprensa.
Todas elas oferecem serviços 0800 para tirar dúvidasbet7 rolloverclientes. A BBC Brasil conversou com um dos atendentes.
"Somos um fabricantebet7 rolloverurina para fetiche, senhor". A reportagem diz que precisa fazer um teste para um processo seletivo. "Nossa urina para fetiche é igual à real e não é detectadabet7 rollovertestes, garantindo resultados neutros, mas não tem esta finalidade."
A reportagem insiste pedindo detalhes sobre como utilizá-la para testes. "Não recomendamos que use micro-ondas para aquecer as amostras, mas elas vêm com tirasbet7 rollovercalor que garantem os padrões exigidosbet7 rollovertestes e melhoram a experiênciabet7 rolloverfetichebet7 rolloverrelações sexuais."
As alusões ao uso por fetichistas adeptos da "chuva dourada" (urinar sobre o parceirobet7 rolloverrelações sexuais) colocam os fabricantesbet7 rolloveruma zona cinzenta na legislação americana, que não tem leis federais para restringir ou controlar as vendasbet7 rolloverartigos sexuais do tipo.
Frente a popularização da urina falsabet7 rolloverexames, entretanto, dois Estados (Indiana e New Hampshire) proibiram recentemente a comercialização e o porte do líquido.
"Os testesbet7 rolloverdrogas antes da contratação são muito comuns nos EUA e são legaisbet7 rollovertodos os Estados", diz à BBC Brasil a advogada Kathryn Russo, da áreabet7 rolloverdrogas e álcool no mercadobet7 rollovertrabalho do escritório Jackson Lewis.
Ela explica que os testesbet7 rolloverurina são os mais comuns para a identificaçãobet7 rolloverdrogas como heroína, cocaína e maconha no organismobet7 rollovercandidatos, mas que os testes vêm evoluindo e hoje também podem ser feitos no cabelo ou na saliva.
"É preciso que haja uma regulação (na venda da urina falsa). Mesmo que se proíba, ainda vão dar um jeitobet7 rolloverdisponibilizar ilegalmente. Mas é preciso que haja consequências previstas para quem apela para esse recurso. Se um empregado adultera seu exame, ele precisa saber a que consequências estará exposto", avalia.
Direitos e deveres
De outro lado, entidades como a American Civil Rights Union (ACLU), criadabet7 rollover1919 para "preservar os direitos individuais e liberdades" dos cidadãos norte-americanos, criticam a realizaçãobet7 rolloverexames toxicológicos no ambientebet7 rollovertrabalho.
Os exames foram regulados por uma lei federalbet7 rollover1988, que permitiu a empregadores testarem seus funcionários antes da contratação e depois, por sorteios realizados maisbet7 rolloveruma vez ao ano.
A lei visa "proteger empregadores e empregados", com a garantiabet7 rolloverum ambientebet7 rollovertrabalho livrebet7 rolloverdrogas.
"Os empregadores têm o direitobet7 rolloveresperar que seus funcionários não estejam alterados no trabalho. Mas eles não podem ter o direitobet7 rolloverexigir que os funcionários demonstrembet7 rolloverinocência fazendo um testebet7 rolloverdrogas", afirma a entidade.

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Leibet7 rollover1988 permite empregadores testarem funcionárioes antes e depois da contratação
Segundo a ACLU, o acompanhamentobet7 rollovercoletasbet7 rolloverbanheiros é "degradante" e a possibilidadebet7 rolloverfalhas humanas nos diagnósticos expõe candidatos e funcionários a injustiças.
"A análisebet7 rolloverurina revela não só a presençabet7 rolloverdrogas ilegais, mas também a existênciabet7 rolloveroutras condições físicas e médicas, incluindo predisposição genética à doenças - ou gravidez", alega o órgão.
À BBC Brasil, a advogada Kathryn Russo afirma que mapeamentos que vão além da presençabet7 rolloverdrogas no organismo são ilegais e não devem ser realizados por empresas.
"Os testes só são feitos se o empregador quiser e eu recomendo que isso esteja muito clarobet7 rolloveruma política internabet7 rollovertestesbet7 rolloverdrogas, para que todos saibam exatamente os seus deveres e direitos", afirma.
Estados como Califórnia, Nova Jersey, Massachusetts e Virgínia Ocidental criaram leis que restringem empregadoresbet7 rolloverrealizarem testes aleatóriosbet7 rolloverfuncionários, sem que haja uma comprovaçãobet7 rolloversuspeitabet7 rolloverusobet7 rolloversubstâncias controladas.




